Nothing Lasts Forever escrita por Tatá


Capítulo 23
Capítulo 23


Notas iniciais do capítulo

O TRAILER DE GUERRA INFINITA AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA



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— Sexta-Fe... Sexta-Feira? — Tony a chamava, extremamente fraco, assim que Rogers e Barnes sumiram de vista. A armadura estava completamente destruída; ele não conseguiria entrar em contato com ninguém daquele jeito. Então usou o que restava de suas forças para remover o traje de seu pulso, revelando o relógio que não tirou antes de sair do helicóptero. — Sexta-Feira?

— Sim, chefe?

— Me tira daqui.

— Aguente firme, chefe. A ajuda já está a caminho.

— Zemo...

— O Pantera o capturou.

— Consegue me botar em contato com ele? — perguntou e aguardou uns instantes até a resposta:

Sr. Stark.

— Barnes e Rogers conseguiram escapar, tente capturá-los.

Já estou cuidando disso.

— E segure o Zemo até a equipe de resgate chegar. Vamos levá-lo à Berlim. — ordenou. E quando a equipe de resgate o levou até o quinjet, ele notou que Zemo foi deixado amordaçado e amarrado por T'Challa, que havia sumido, assim como o quinjet que Rogers e Barnes furtaram no aeroporto.

...

 

— Hey... Bom dia, flor do dia...

— Pep...

— Hmm... Ruiva errada. Sinto muito. — Tony despertou completamente, ao ouvir uma voz diferente da que gostaria. Então abriu os olhos assustados e se viu diante de Natasha Romanoff. Olhou ao seu redor e notou que estava em um quarto, na ala médica do complexo dos Vingadores. Enquanto recuperava a consciência, a lembrança de sua situação com Pepper voltou à sua mente como um baque.

— Quanto tempo eu dormi?

— 13 horas.

— Rhodes. Eu devia ter levado-o à Columbia... — ele tentou se levantar, e Natasha o empurrou de volta.

— Ele foi levado, e chegou aqui há poucas horas.

— E então? — Tony esperou pela resposta, e a mulher só negou com a cabeça. — Ele não pode ficar sem andar pelo resto da vida, eu tenho que fazer alguma coisa... — tentou se levantar novamente.

— Você tem que ficar nessa cama... — ela o empurrou novamente. — E se for um bom garoto e se comportar, poderá ter alta. Talvez até ganhe um pirulito. — ela sorriu, e ele se acalmou.

— Como ele está?

— Grato por estar vivo.

— E Zemo?

— Está em Berlim. Everett Ross está se divertindo com ele.

 

Então Tony lembrou de mais uma parte dos últimos acontecimentos e foi possuído pelo ódio:

 

— Barnes. — ele grunhiu.

— O quinjet em que ele fugiu foi encontrado no Oceano Pacífico, vazio. Ele e Steve estão sendo procurados, mas por enquanto não há sinal deles.

— Faço questão de encontrá-los eu mesmo. Podem ficar com o Rogers, mas o Barnes é meu. — ele disse sombriamente.

— E por que isso?

— Você viu o vídeo? — ele perguntou e ela concordou. — Então sabe que aquele filho da puta matou minha mãe. Matou meus pais!

— E vingança não vai trazê-los de volta, ou fazê-lo se sentir melhor. Muito pelo contrário, você iria se arrepender. — ela o avisou. — Tony, não foi Barnes quem matou seus pais. Foi a Hydra. Ela dominou a mente dele naquela noite, dominou novamente em Washington, e semana passada em Berlim. Você estava lá, você viu que ele mudou completamente de personalidade quando Zemo citou aquelas palavras. Então por que, ao invés de se vingar de alguém que não tem culpa do que aconteceu, você não se preocupa em derrubar a verdadeira vilã dessa história? — a mulher sugeriu. Então se levantou da beira da cama e caminhou em direção à saída.

...

— Ela está certa. — Rhodes avisou, enquanto assistia Tony tirar suas medidas. — Matá-lo não vai te levar a nada. Mas acabar com cada um dos que estão por trás disso, isso sim, vai valer a pena. Vem cá, onde conseguiu esse pirulito?

— Uma enfermeira gente fina me deu. — Tony tirou o doce da boca ao dizer.

— Combina com seu olho. — ele comentou ao ver que o pirulito era roxo.

— Ligue para o Comedy Central, eles precisam de gente como você.

— Talvez eu ligue. Para pedir uma participação especial no seu programa! — James retrucou. — Você não podia pedir para Sexta-Feira fazer isso? — ele perguntou, observando o amigo medir suas pernas com cuidado.

— Confiscaram meu relógio. — Tony explicou, recolhendo a fita métrica que pegou emprestado com uma enfermeira. — Deve estar na minha suíte, mas é no outro lado do complexo. Você não vale todo o percurso até lá.

— Bom saber que sou importante para você.

— Ei? Uma ajudinha? — Tony pediu ao enfermeiro que tomava conta de James. — Região pélvica, interior das coxas, em toda a área que eu não estou afim de tocar. — o orientou; entregando a fita, uma caneta e uma prancheta com as anotações.

 

— E então, qual é a ideia?

— Vai ser como um traje, mas vou tentar fazer com que você não pareça um ciborgue. A intenção é que seja ajustável ao corpo, assim você pode continuar usando mesmo se engordar ou emagrecer. E vai ser...

— De cor discreta. — James completou. — Nada de vermelho.

 

Então Tony rolou os olhos, mas faria exatamente o que o amigo havia pedido.

 

— E como você pretende fazer isso com um braço ferrado?

— Eu vou dar um jeito. — ele respondeu, desejando ter trazido Dum-E e U de Los Angeles.

— Você vai se recuperar, e só depois vai trabalhar. Isso não é um pedido, Tony. — James o ordenou. — De qualquer forma, eu vou ter que esperar um século até poder sair da cama... Use esse tempo para descansar, se tratar.

— Não preciso disso, eu estou ótimo.

— É mesmo? Quando foi a última vez que se olhou num espelho? Você está péssimo! E não é só fisicamente! Tony, em menos de uma semana você passou por uma separação em casa, uma separação no trabalho, perdas, caos, e uma revelação chocante sobre seus pais. Não tem como você estar bem, muito menos ótimo! Então se cuide. E se eu souber que você não está fazendo isso, eu vou rastejando até seu laboratório, mas eu te dou uma surra.

— Entendido.

— Ótimo. Vem cá. — o chamou com os braços abertos.

— Não vou te abraçar enquanto tem alguém entre suas pernas.

— Você vai me abraçar e vai lembrar de não bater nas minhas costas. — James ordenou; e Tony obedeceu, rendido.

 

— Pronto. — o enfermeiro entregou a prancheta com o papel das anotações, a fita e a caneta ao dizer. Tony encarou os objetos por um segundo e Rhodes suspirou:

— Por um momento eu esqueci que você é um idiota...

— Muito obrigado. Eu vou aceitar isso aqui... — Tony pegou a prancheta na mão do enfermeiro, surpreendendo o melhor amigo. — Que você não tocou após tocar em certos lugares. A caneta e a fita pode pegar pra você, tacar fogo, jogar fora...

— Tony...

— Ou devolver para a enfermeira gente fina, faz o que você quiser. — ele voltou a olhar para o amigo. — Meus serviços por aqui terminaram. Mas eu volto.

— Estarei bem aqui. — James fez o que chegava mais perto do ato de dar de ombros. — Fica bem, Tony.

— Sempre. — ele sorriu e foi embora.

...

Rhodes tinha razão. Tony estava acabado, exausto, estressado. Precisava relaxar, mas não tinha tempo de sobra para fazer uma viagem. Ele teria que se virar por ali. Então pensou em uma combinação que Pepper havia lhe ensinado: Vinho e banheira.

 

E foi exatamente na mulher que ele pensou quando abriu a porta de sua suíte e sentiu o perfume bem familiar.

 

Entrar naquele lugar talvez tenha sido uma péssima ideia. Mas ele já estava lá, não iria dar meia volta. Então deu um passo à frente e fechou a porta.

 

Em cima da cama estava seu relógio de pulso, e sua tela piscava com as notificações recebidas nas últimas horas. Tony o pegou com a mão livre (a outra segurava uma taça, e uma garrafa de vinho estava encaixada na tipoia que imobilizava seu braço lesionado) e então seguiu para o banheiro.

 

Encheu a banheira.

Acionou a hidromassagem.

E entrou.

 

A tipóia em seu braço estava o incomodando.

Não pensou duas vezes e a tirou, jogando-a longe.

 

Olhou para o lado, onde estavam a bebida e a taça. Pensou: "acho que não vou precisar de você."

Então abriu a garrafa e bebeu direto do gargalo.

 

Encostou a cabeça na borda da banheira e suspirou.

 

Logo já havia bebido metade do conteúdo da garrafa. Não foi aquilo que Pepper o ensinou, mas e daí?

 

A bebida estava começando a fazer efeito. Ele se sentiu sonolento.

Tirou um cochilo.

Quando acordou, estava um pouco enrugado. Ignorou.

 

Seu relógio apitou: Nova notificação.

Então ele começou a lê-las:

 

Haviam manchetes sobre a batalha no aeroporto.

Sobre Zemo: o homem que falsificou a identidade, causou o atentado em Viena e se infiltrou no prédio do governo na Alemanha, sem ninguém suspeitar.

Sobre a prisão de Zemo.

Sobre a real causa da morte de Howard e Maria Stark (propositalmente divulgada pelas autoridades, visando o aumento do ódio das pessoas por Barnes, facilitando assim o trabalho de busca pelo mesmo).

Sobre o Garoto Aranha, a Aranha Humana, ninguém sabia ao certo como se chamava o sujeito que viralizava na Internet e agora, aparentemente, havia se juntado aos Vingadores. (Tony lembrou que tinha que ver Peter. Haviam alguns reparos em seu traje que precisavam ser feitos. Ele o chamaria na Torre depois. Se Rhodes descobrisse, teria que se arrastar até lá, como o mesmo disse. Isso o daria tempo suficiente para ele voltar ao complexo e fingir que nada aconteceu).

 

Mais algumas reportagens falando de si.

Algumas mensagens e notícias elogiando a Fundação Setembro.

 

E no fim, algumas mensagens de condolências que recebeu depois que todos souberam o que realmente aconteceu com seus pais. Tony passou direto por essas. Não iria perder tempo lendo cada uma, todas diziam a mesma coisa.

 

Mas então parou, quando se deu de cara com uma em especial:

 

— Eu vou querer ouvir isso? — perguntou, encarando a notificação da mensagem de voz de Pepper.

— Como eu vou saber? — Sexta-Feira foi grosseira.

— Analisando o conteúdo do áudio?

— Ela não pediu para reatar, se é o que está se perguntando. Agora se quer ouvir, é com você. E saia dessa banheira, antes que fique enrugado como um velho. — ela foi firme; e ele se levantou, puxando uma toalha de banho.

— Está esperando o que? — Tony perguntou caminhando até o closet, enquanto segurava uma toalha na cintura com uma mão e secava o cabelo com outra, ignorando a dor no braço lesionado.

Então o cômodo se encheu com a voz de Pepper, como se ela estivesse lá:

 

"Provavelmente você não vai ouvir isso, mas se ouvir... Sinto muito pelos seus pais. Eles não mereciam aquilo, e você não merecia descobrir da forma que descobriu. Eu queria estar com você agora, te apoiando. Mas sei que acabaríamos fazendo algo que nos arrependeríamos depois. Aliás, foi por isso que eu liguei. Por favor, não faça nada com a cabeça quente... Sei que está furioso, eu também estaria. Mas as decisões que tomamos quando estamos cegos pela raiva nunca são as melhores. Então, por favor, pense duas vezes antes de fazer algo que possa se arrepender no futuro. É isso. Fica bem. Eu... — silêncio.  — Tchau, Tony."

 

Ela ia dizer "eu te amo". Ele sabia.

 

Então de repente o cômodo ficou apertado.

 

Tony pôs a mão no peito, sentindo falta de ar. A voz de Pepper lotava sua cabeça, que parecia estar prestes à explodir. O cheiro do perfume dela, que preenchia o quarto, queimava seus pulmões. Ele precisava sair daquele lugar. Mas também precisava se recompor, ou iria acabar sendo mandado de volta à ala médica; e ele tinha que entrar em contato com Peter Parker, fabricar a prótese de Rhodes, voltar ao trabalho como o Homem de Ferro, voltar para casa, para sua vida, Pepper...

 

Seu coração parecia querer atravessar seu peito, sua respiração acelerou ainda mais; seus pulmões queimavam, implorando por ar.

 

E quando ele pensou que finalmente seria derrotado por um crise de ansiedade...ela passou.

 

A dor em seu peito foi aliviando lentamente, assim como sua respiração e pulsação. Aos poucos ele se recompôs. E quando conseguiu voltar a raciocinar, Tony se vestiu o mais rápido que pôde e deixou o lugar, sem ousar olhar para trás.


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Notas finais do capítulo

Se eu soubesse que o trailer ia sair ontem, não teria deixado esse capítulo para hoje. Assistir o Tony sofrer tanto naquele vídeo, e depois ainda ler isso...eu estou com o coração apertado. Vocês devem estar também. Desculpa, pessoal :(