Pata de Fogo olhava o pai com um olhar sangrento, o mesmo poderia jurar que via pontos vermelhos por todos os lados, ele sabia que sua mãe não havia morrido somente em uma patrulha, até por que, ela nem estava em patrulha. Ele sabia da traição de sei pai com Tempestade Raivosa, ele havia visto também, e, não importa o porquê daquilo, ele jamais perdoaria Estrela Fria. Durante o enterro de Rosa Negra Pata de Coruja correu para algum lugar, ela parecia destruída, então, ele não incomodaria a irmã agora. Pata de Carvalho apenas deitou em uma rocha e ficou lá, parado, se acalmando aos poucos, viu Estrela Fria andar em sua direção e resolveu ignora-lo, ser exilado por rasgar a garganta do líder e próprio pai não era algo que ele queria agora. Levantou e deu as costas, mas já podia sentir a presença do mais velho, então apenas suspirou e virou para o líder.

—Podemos conversar? –O maior perguntou e o gato laranja com branco o olhou com desprezo.

—Não acho que precisamos conversar sobre algo. –O outro miou, a voz desafiadora, rouca e baixa, os pelos do líder se arrepiaram, o que aquele garoto estava fazendo?

—Precisamos sim, é sobre a sua mãe. –Estrela Fria miou.

—Não. Sei o que anda fazendo Estrela Fria... –Olhou o pai nos olhos, que assustado recuou um pouco, enquanto o filho mantinha contato visual, o olhar dourado do aprendiz queimava, como verdadeiro fogo. –Sei que, enquanto minha mãe tentava sofria por não o entender, você, esquentava o ninho de Tempestade Raivosa.

—O que...? –Tentou disfarçar, recuando mais, enquanto o mais novo o encurralava, com palavras e com o corpo. 

—Não negue, não quero ser banido do clã por atacar meu pai e líder. –Miou o aprendiz, serio seu rosto não demostrava nada além de seriedade. –Então, não fale comigo se não necessário, nem ao menos faça gestos, eu tenho de atura-lo, pois é meu líder, mas, sendo meu pai, eu não quero ouvir sua voz.

—O que aconteceu com você?—Indagou o líder, vendo o olhar do filho sobre si.

—Cresci. –Disse e virou as costas, ignorando a respiração alarmada do outro, havia conseguido o que queria.

Saiu do acampamento ao mesmo tempo em que Pata de Coruja voltava, correu até ela, lambendo sua testa carinhosamente.

—H-hey Pata de Fogo. –Ela miou ofegante o vento bateu contra ela e o gato sentiu um cheiro diferente em sua irmã, mas, por hora, ignoraria isso.

—Hey. –Miou de volta. –Onde foi?

—A campina, precisava ficar sozinha. –A gata mentiu, não estava sozinha coisa nenhuma, estava com um amigo. Intimo até demais segundo o Código dos Guerreiros.

—Hm. –Murmurou. –O clima entre os gatos esta até manso considerando o que aconteceu.

—Oh, e o nosso pai? Ele está muito mal? –Indagou curiosa.

—Eu não falei com ele. –Mentiu. –Mas deve estar.

Mentiu duas vezes na mesma frase, ele se despediu da irmã, á este ponta, quem precisava ficar só era ele. Desejava que a gata que traiu sua mãe jamais subisse ao poder, mas, ele contra isso nada poderia fazer, á menos que saísse do clã, e, estava cogitando a ideia, quem sabe, depois que se formar em um guerreiro completo.