Reviravoltas

  Eu estava caminhando pela a escola de mãos dadas com a minha namorada. Isso mesmo MINHA NAMORADA. Eu tenho uma namorada e gente isso é incrível. Ela é incrível.

—No que você está pensando?

—Em quanto você é incrível.

  Saori sorriu e me deu um beijo leve nos lábios.

—Você que é incrível, lindo e muito charmoso.

—Assim eu fico constrangido.

  Nos dois começamos a rir e de repente eu a estava beijando, era maravilhoso como isso tinha se tornado normal para mim, já não sentia mais vergonha quando ela se aproximava e nem de beija-la.

—Hooooo mas que coisa linda.

Era o Shun.

—Que meigo.

Shiryu.

—Eu estou sem palavras pra descrever vocês.

Hyoga.

—Me deem um abraço os dois.

 E Ikki, que chegou atrás de nós, deu um abraço em mim e na Saori.

—Eu sabia que vocês dois iriam ficar juntos. O Seiya é lerdo Saori, mas é uma boa pessoa.

—Ikki!

—O que? Tó falando a verdade- ele se aproximou do meu ouvido e sussurrou –Eu vou ser seu padrinho no casamento.

 Eu me soltei dele e ri logo a Saori já estava de novo me abraçando e nós ficamos assim os seis amigos em uma rodinha conversando besteiras de adolescentes.

  Estava voltando da aula de Educação Física quando alguém colocou as mãos sobre os meus olhos.

—Adivinha quem é?

—Hummmm deixa eu pensar –botei minhas mãos sobre a dela- Tem as mãos macias, e a voz de um anjo... Já sei é o Shun.

—O que!?

 Saori me olhou rindo.

—Oh céus é a Saori, como poderia ter imaginado.

—Deixa o Shun saber que você tá falando isso dele por ai.

—Foi o Shiryu que começou.

—Deixa eu adivinhar ele está brigando com o Shun por causa dos olhos.

—Sabe eu estava pensando, é bem provável que os olhos dele sejam falsos, afinal de contas até a minha irmã pinta o cabelo.

  Saori caiu na gargalhada, ela ficava linda rindo. A luz do sol estava entrando pela janela do corredor iluminando mais ainda o roto dela. Eu não resisto.

—Para de rir.

—Por que?

—Pra eu poder te beijar.

  Eu a beijei como nunca havia beijado antes, pedi permissão com a língua para ela deixar eu aprofundar o beijo que timidamente foi correspondido, apertei ainda mais ela no meus braços enquanto ela me abraçava pelo pescoço. Saori tentou se soltar acho que estava ficando sem ar, mas eu não permiti. Queria ela perto de mim, agora, neste instante, pra sempre.

—Que casalzinho lindo.

  Saori se assustou com a voz do Issac e eu continuei abraçando ela.

—Me diz Saori o Julian sabe desse romancezinho de vocês?

—Não Issac ele não sabe e nem precisa saber por que eu não tenho mais nada com ele.

—Ele é meu amigo não posso permitir que isso fique assim.

—E eu não vou permitir que você se intrometa na vida dela.

—Olha o Ogawara criou coragem.

  Eu coloquei a Saori atrás de mim e encarei Issac.

—A Saori é minha namorada, não vou deixar você falar com ela desse jeito.

  Eu vi a feição de Issac mudar, ele ficou vermelho e os olhos frios.

—Eu não vou deixar por isso Ogawara. Ninguém fala comigo assim.

—Se seus pais falassem assim com você mais vezes talvez teria mais modos.

—Escuta aqui seu...

  Ele agarrou a gola da minha camisa e eu segurei seus pulsos.

—PROFESSOR VEM RAPIDO ESTÃO BRIGANDO AQUI.

—Porra! –Issac me soltou- Você não perde por esperar Ogawara.

  Ele foi embora.

—Pensou rápido Saori.

—Não fui eu que berrei, eu fiquei paralisada de medo.

  Quando eu a olhei ela estava pálida com lagrimas nos olhos.

—Ei tá tudo bem.

—Eu fiquei tão assustada Seiya.

—Tá tudo bem. –eu a abracei-Saori se não foi você que gritou quem foi?

—Eu.

  Uma garota apareceu, tinha olhos castanhos e cabelos da mesma cor que iam até a altura do pescoço.

—Naomi.

—Eu vi toda a confusão Saori achei melhor gritar por ajuda, mesmo sabendo que não viria ninguém. Sabia que Issac ia fugir.

—Obrigada Naomi.

  Eu levei a Saori pra casa depois da aula de um beijo nela e vim para casa, não conseguia tirar o que tinha ocorrido da minha cabeça o que será que aconteceria se a Naomi não tivesse aparecido? Será que eu teria levado uma surra? Ah mas ele também teria apanhado é grande mas não é dois.

   Vi uma camionete vindo lá no final da rua, ainda faltava muito pra eu chegar em casa.

—Nossa pra onde eles tão indo? Dois dentro do carro e três na camionete se a polícia parar tão ferrados.

   O carro parou na minha frente, em cima da calçada, os três desceram primeiro e logo eles me cercaram, o carona e o motorista saíram do carro e eu reconheci um deles.

—E ai Ogawara pronto pra acertar as contas.

  Era Issac com um taco de beisebol na mão e de repente eu não vi mais nada, Issac me acertou com o taco bem na cabeça eu caí no chão e todos eles começaram a me bater.

  Eu cuspia sangue, não conseguia me defender caído no chão eu recebia chutes dos quatro rapazes enquanto Issac me batia com o taco. Não conseguia falar, mal respirava. Sabia que não passava ninguém nessa rua. Estou perdido.

   Estava quase perdendo a consciência quando eu vi um farol se aproximando, escutei o carro parar a uma pessoa sair do veículo.

—Parem já chega! –ele arrancou o taco da mão do Issac. –Ficou louco ele está quase morrendo.

—Não se mete nisso.

—Eu não vou tolerar isso Issac.

   Ele deu um soco no rosto do Issac, que revidou começaram a brigar mas os outros quatro não se meteram na briga pelo contrário separaram os dois e levaram Issac embora. O homem se aproximou de mim.

—Ei Seiya fica comigo tá legal.

   Nesse instante eu percebi quem era.

—Eu vou chamar uma ambulância. Vai ficar tudo bem.

   Foi a última coisa que eu ouvi Julian dizer antes de perder a consciência.