Estrada de Areia escrita por Wheyshila Hyagha
"Homens e mulheres, de tribos diferentes não poderam ter nenhum relacionamento amoroso, afetivo. Cada qual na sua devida tribo, para poder ter uma linhagem pura e as riquesas de cada tribo ser passada de geração em geração. Quem estiver em um relacionamento sério, ou em um relacionamento prestes a casar deve ser feito a separação de ambos.
Porém quem já for casado com alguém da tribo diferente, e os pais de ambos tiverem uma linhagem pura, estes não precisaram fazer a anulação do casamento. Entretanto aquele casal que os pais de ambos, ou de um deles não tiver uma linhagem pura, estes deveram fazer urgentemente a anulação do casamento. Aquele que não o fizer, sofrerá as consequências." - Está foi a Doutrina mandada pelo Senhor.
(...)_(...)
— Agora podemos ir. - Diz Arão finalizando sua oração.
— É, eu já orei. - Miriã tirando a areia da roupa. - Ei quem está vindo ali?
— Eu não sei, talvez sejam alguns hebreus querendo fazer a anulação do casamento. - Moisés suspeitou.
— Não são não, são apenas três pessoas. - Arão avistou. - E se for Corá? Ele pode não ter gostado da forma que convessamos com ele.
— Pode ser ele mesmo. Pode está querendo nos matar, ele sempe odiou a nós. - Miriã pensou o pior.
— Miriã tem razão Moisés, vamos nos esconder. - Arão imaginando um esconderijo.
— É. Que tal atrás dos abustos? - Moisés começando a se distanciar.
— Aonde? - Miriã procurando.
— Lá no Oásis. - Moisés apontou.
— Corre, eles estam se aproximando. - Arão deu a última olha. - E um deles vem com uma espada na mão.
— Corre! - Miriã correndo desesperada.
*Enquanto isso*
— Aonde eles estão? - Zípora fazendo um xecape visual no local. - Logo ali na frente.
— Eles parecem se levantando, com certeza terminaram a oração. - Joana prestou atenção.
— Por falar em oração, olha essa espada que eu acabei de preparar. - Hur tirando a espada do depositor de espada. (Como eu não sei o nome correto, vai esse mesmo).
— Ela é linda, Hur. - Zípora admirou. - E ela é reluzente na luz.
— É prata. - Joana prestou atenção. - Meu pai tinha uma dessas.
— Ela é bem antiga, eu apenas restaurei. - Hur levantando-o.
— Imaginar seu filho com uma dessas, como se sente? - Zípora perguntou.
— Não, eu não quero que ele lute. Eu tenho isso por obrigação, só por conta da tribo mesmo. - Hur explicou. - Admiro mais os levitas que estão todos os dias no templo.
— Olha lá, eles saíram correndo. - Zípora apontou. - Vamos atrás deles.
— Vamos - Joana e Hur responderam ao mesmo tempo.
— Estam vindo atrás de nós. E ele já guardou a espada para enganarmos. - Arão olhou para trás. - Aqui se escondem.
— Está bem, Miriã. - Moisés perguntou preocupado.
— Bem cansada. - Miriã encolheu-se. - Antes cansada do que morta.
— Qualquer coisa estamos aqui. Vamos ficar vigiando, se precisar de nós jogue areia na água. - Arão avisou.
— Pode deixar. - Miriã assentiu.
— Que tal assusta-los? - Joana propôs uma brincadeira.
— Podemos usar a espada para fingir um ataque. - Zípora concordando com a brincadeira.
— É. Pode ser. - Hur puxando a espada. Por um momento esqueceu que a esposa não poderia se assustar, e ela já estava amedrontada.
— Levante ela bem alta. - Joana pediu. E Hur levantou. A espada reluziu na água.
— Olhem. - Miriã jogou areia na água, chamando-os.
— O que houve? - Moisés perguntando confuso.
— O que aconteceu, Miriã? - Arão chegando logo depois.
— Abaixem-se e olhem para a água, eles estão atrás de nós. - Miriã apontou. Os irmãos abaixaram e ficaram concentrados no movimento da água.
— Estamos chegando perto. - Hur apontou para a água e deu a espada a Zípora que iria fazer a brincadeira.
— Um, dois, três e já. - Joana apontou para o abusto.
— AHHHHHHHHHH - Gritaram os seis ao mesmo tempo.
Miriã, Arão e Moisés continuaram com a cabeça baixa sem esboça nenhuma reação a não ser de lágrimas. Eles nem se quer olharam para quem era, só pensavam na sua cabeça que o seu destino havia chegado. Joana, Zípora e Hur continuaram lá parados duvidosos, não esperavam que seriam essa reação.
Porém, o tempo parou quando Miriã tombou para o lado já desacordada, a seu vertido começara a manchar de sangue, um sangue bem vivo e ao mesmo tempo escuro. Ninguém teve reação alguma no momento, apenas ficaram pasmos e chocados, não tinham movimentos, e o sangue não parava de descer. Zípora quebrou o choque:
— Ela está perdendo a criança. - Sussurrou baixo com a voz chorosa e prestes a desabar no chão.
— E o que iremos fazer? - Moisés perguntou assustado, ofegante com o susto e ao mesmo tempo amedrontado. - Estamos perdendo tempo.
— Podem cuidar dela? Eu vou pedir ajuda. - Hur pediu e todos assentiram. Ele saiu correndo mais rápido que o próprio vento, pedindo a Deus misericórdia, pedindo a Deus socorro, ainda estava em estado de choque e ainda nao havia se recuperado do susto. A imagem do sangue era intacta na sua cabeça, o sangue escuro o lembrava morte, e tudo isso contribuía para a dor que apertava ele por dentro. Sua única saída era chorar, não se importando com o que as pessoas pensavam, era vida de sua esposa e de seu filho que estava em risco, nada mais e nada menos.
Lágrimas e o cansaço, respirou ofegante, seu coração palpitava como se quisesse saltar para fora e nunca mais voltar. Tentava se lembrar de alguma outra coisa que o pudesse ajudar naquela situação, em vão. Tudo que vagava na sua mente, girava em torno do sangue que escorria e isso estava o tirando do juízo. Se culpava imensamente por ter apoiado a brincadeira e por ter dado a espada a Zípora, se tivesse lembrado antes, nada do que aconteceu tinha acontecido. - Joquebede? Joquebede?
— Estou aqui. Algum coisa aconteceu? Está chorando? Cansado? - Joquebede o olhou preocupado. - O que houve?
— Mi......... - Tentou falar mais a voz não saía. - Mi.........
— Miriã... - Joquebede tentou advinhar o que ele queria dizer.
— Es...tá. - Conseguiu se acalmar aos poucos e respirou fundo para ela poder entender. - O que aconteceu foi, quando nós estávamos indo eles saíram correndo para se esconder.
— Miriã correu? - Joquebede perguntou aflita.
— Sim, sim.
— E você deixou?
— Eu não estava perto, e eles parecia está com medo de alguma coisa. - Hur justificando-se. - E então eu criamos uma brincadeira lá.
— Como assim? Quem estava lá? - Joquebede não entendendo nada.
— Moisés, Arão e Miriã saíram para orar a Deus, fora do arraial. - Hur explicou. - Eu, Zípora e Joana fomos atrás deles e eles saíram correndo. Quando chegamos lá, eles estavam escondidos, criamos uma brincadeira e quando assustamos eles.
— Miriã se assustou? - Joquebede com o coração apertado.
— Sim, e muito. Todos eles. - Hur contou. - O problema é que Miriã desmaiou e está sangrando.
— Por que não contou está parte antes? - Joquebede preocupadíssima. - Aonde é que eles estão?
— Para o norte.
— Faça assim, vá na sua casa e pegue uma roupa limpa para Miriã, pegue também muita água. E se poder várias toalhas. - Joquebede pediu. - Daqui eu irei até eles.
— Pode deixar. - Hur indo correndo até sua casa.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Espero que tenham gostado.