Estrada de Areia escrita por Wheyshila Hyagha


Capítulo 5
Capítulo 5




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/739186/chapter/5

"Homens e mulheres, de tribos diferentes não poderam ter nenhum relacionamento amoroso, afetivo. Cada qual na sua devida tribo, para poder ter uma linhagem pura e as riquesas de cada tribo ser passada de geração em geração. Quem estiver em um relacionamento sério, ou em um relacionamento prestes a casar deve ser feito a separação de ambos. 

Porém quem já for casado com alguém da tribo diferente, e os pais de ambos tiverem uma linhagem pura, estes não precisaram fazer a anulação do casamento. Entretanto aquele casal que os pais de ambos, ou de um deles não tiver uma linhagem pura, estes deveram fazer urgentemente a anulação do casamento. Aquele que não o fizer, sofrerá as consequências." - Está foi a Doutrina mandada pelo Senhor.

(...)_(...)

— Agora podemos ir. - Diz Arão finalizando sua oração. 

— É, eu já orei. - Miriã tirando a areia da roupa. - Ei quem está vindo ali? 

— Eu não sei, talvez sejam alguns hebreus querendo fazer a anulação do casamento. - Moisés suspeitou.

— Não são não, são apenas três pessoas. - Arão avistou. - E se for Corá? Ele pode não ter gostado da forma que convessamos com ele. 

— Pode ser ele mesmo. Pode está querendo nos matar, ele sempe odiou a nós. - Miriã pensou o pior.

— Miriã tem razão Moisés, vamos nos esconder. - Arão imaginando um esconderijo. 

— É. Que tal atrás dos abustos? - Moisés começando a se distanciar.

— Aonde? - Miriã procurando. 

— Lá no Oásis. - Moisés apontou. 

— Corre, eles estam se aproximando. - Arão deu a última olha. - E um deles vem com uma espada na mão. 

— Corre! - Miriã correndo desesperada.

     *Enquanto isso*

— Aonde eles estão? - Zípora fazendo um xecape visual no local. - Logo ali na frente. 

— Eles parecem se levantando, com certeza terminaram a oração. - Joana prestou atenção. 

— Por falar em oração, olha essa espada que eu acabei de preparar. - Hur tirando a espada do depositor de espada. (Como eu não sei o nome correto, vai esse mesmo).

— Ela é linda, Hur. - Zípora admirou. - E ela é reluzente na luz. 

— É prata. - Joana prestou atenção. - Meu pai tinha uma dessas.

— Ela é bem antiga, eu apenas restaurei. - Hur levantando-o. 

— Imaginar seu filho com uma dessas, como se sente? - Zípora perguntou. 

— Não, eu não quero que ele lute. Eu tenho isso por obrigação, só por conta da tribo mesmo. - Hur explicou. - Admiro mais os levitas que estão todos os dias no templo. 

— Olha lá, eles saíram correndo. - Zípora apontou. - Vamos atrás deles. 

— Vamos - Joana e Hur responderam ao mesmo tempo.

 

— Estam vindo atrás de nós. E ele já guardou a espada para enganarmos. - Arão olhou para trás. - Aqui se escondem.

— Está bem, Miriã. - Moisés perguntou preocupado. 

— Bem cansada. - Miriã encolheu-se. - Antes cansada do que morta. 

— Qualquer coisa estamos aqui. Vamos ficar vigiando, se precisar de nós jogue areia na água. - Arão avisou. 

— Pode deixar. - Miriã assentiu.

 

— Que tal assusta-los? - Joana propôs uma brincadeira. 

— Podemos usar a espada para fingir um ataque. - Zípora concordando com a brincadeira. 

— É. Pode ser. - Hur puxando a espada. Por um momento esqueceu que a esposa não poderia se assustar, e ela já estava amedrontada. 

— Levante ela bem alta. - Joana pediu. E Hur levantou.  A espada reluziu na água. 

 

— Olhem. - Miriã jogou areia na água, chamando-os. 

— O que houve? - Moisés perguntando confuso. 

— O que aconteceu, Miriã? - Arão chegando logo depois. 

— Abaixem-se e olhem para a água, eles estão atrás de nós. - Miriã apontou. Os irmãos abaixaram e ficaram concentrados no movimento da água. 

 

 

— Estamos chegando perto. - Hur apontou para a água e deu a espada a Zípora que iria fazer a brincadeira. 

— Um, dois, três e já. - Joana apontou para o abusto. 

— AHHHHHHHHHH - Gritaram os seis ao mesmo tempo. 

Miriã, Arão e Moisés continuaram com a cabeça baixa sem esboça nenhuma reação a não ser de lágrimas. Eles nem se quer olharam para quem era, só pensavam na sua cabeça que o seu destino havia chegado. Joana, Zípora e Hur continuaram lá parados duvidosos, não esperavam que seriam essa reação. 

Porém, o tempo parou quando Miriã tombou para o lado já desacordada, a seu vertido começara a manchar de sangue, um sangue bem vivo e ao mesmo tempo escuro. Ninguém teve reação alguma no momento, apenas ficaram pasmos e chocados, não tinham movimentos, e o sangue não parava de descer. Zípora quebrou o choque:

— Ela está perdendo a criança. - Sussurrou baixo com a voz chorosa e prestes a desabar no chão.

 

— E o que iremos fazer? - Moisés perguntou assustado, ofegante com o susto e ao mesmo tempo amedrontado. - Estamos perdendo tempo.  

— Podem cuidar dela? Eu vou pedir ajuda. - Hur pediu e todos assentiram. Ele saiu correndo mais rápido que o próprio vento, pedindo a Deus misericórdia, pedindo a Deus socorro, ainda estava em estado de choque e ainda nao havia se recuperado do susto. A imagem do sangue era intacta na sua cabeça, o sangue escuro o lembrava morte, e tudo isso contribuía para a dor que apertava ele por dentro. Sua única saída era chorar, não se importando com o que as pessoas pensavam, era vida de sua esposa e de seu filho que estava em risco, nada mais e nada menos. 

Lágrimas e o cansaço, respirou ofegante, seu coração palpitava como se quisesse saltar para fora e nunca mais voltar. Tentava se lembrar de alguma outra coisa que o pudesse ajudar naquela situação, em vão. Tudo que vagava na sua mente, girava em torno do sangue que escorria e isso estava o tirando do juízo. Se culpava imensamente por ter apoiado a brincadeira e por ter dado a espada a Zípora, se tivesse lembrado antes, nada do que aconteceu tinha acontecido. - Joquebede? Joquebede? 

— Estou aqui. Algum coisa aconteceu? Está chorando? Cansado? - Joquebede o olhou preocupado. - O que houve?

— Mi......... - Tentou falar mais a voz não saía. - Mi.........

— Miriã... - Joquebede tentou advinhar o que ele queria dizer. 

— Es...tá.  - Conseguiu se acalmar aos poucos e respirou fundo para ela poder entender. - O que aconteceu foi, quando nós estávamos indo eles saíram correndo para se esconder. 

— Miriã correu? - Joquebede perguntou aflita. 

— Sim, sim.

— E você deixou? 

— Eu não estava perto, e eles parecia está com medo de alguma coisa. - Hur justificando-se. - E então eu criamos uma brincadeira lá. 

— Como assim? Quem estava lá? - Joquebede não entendendo nada. 

— Moisés, Arão e Miriã saíram para orar a Deus, fora do arraial. - Hur explicou. - Eu, Zípora e Joana fomos atrás deles e eles saíram correndo. Quando chegamos lá, eles estavam escondidos, criamos uma brincadeira e quando assustamos eles. 

— Miriã se assustou? - Joquebede com o coração apertado. 

— Sim, e muito. Todos eles. - Hur contou. - O problema é que Miriã desmaiou e está sangrando. 

— Por que não contou está parte antes? - Joquebede preocupadíssima. - Aonde é que eles estão? 

— Para o norte. 

— Faça assim, vá na sua casa e pegue uma roupa limpa para Miriã, pegue também muita água. E se poder várias toalhas. - Joquebede pediu. - Daqui eu irei até eles. 

— Pode deixar. - Hur indo correndo até sua casa.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Estrada de Areia" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.