O Sangue de Esparta — O Legado do Herói escrita por O Filho de Júpiter


Capítulo 1
I - Maratona Pela Vida


Notas iniciais do capítulo

Olá caro leitor, essa história é um segmento dos livros Heróis do Olimpo do escritor Rick Riordan. Os acontecimentos dos capítulos seguintes se passarão cerca de sete anos após O Sangue do Olimpo.
Alguns personagens são criações do "Tio Rick" e alguns são personagens originais de minha autoria.

Espero que gostem da leitura!



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Minha vida nunca havia sido fácil. Pois, veja bem, desde que eu possa me lembrar sempre estive fugindo. Fugindo de que? Bom, isso depende do que você é capaz de entender e acreditar... Mas dessa vez eu estava fugindo de um Javali gigante!

Quando eu digo "Javali Gigante" eu estou querendo dizer um porco feio com uma altura de 1,70m mais ou menos, com presas proeminentes do tamanho de um facão, um focinho que poderia aspirar uma bola de beisebol e um pelagem grossa como espinhos de um ouriço. O meu perseguidor suíno soltava um guincho estridente que fazia meus ouvidos quase sangrarem e corria atrás de mim pelo centro da cidade.

Tatuí é uma cidade pequena no interior do estado de São Paulo, é a capital da música mas o som que o Suíno fazia não tinha nada de melódico. Eu já estava ficando sem fôlego e com dores nas pernas de tanto correr, jogava tudo o que eu encontrava pela frente em direção ao porco monstruoso: latas de lixo, pedras, pedaços de madeira, cadeiras dos estabelecimentos, até um pneu velho com água parada que encontrei num terreno abandonado (com sorte o porco pegaria uma dengue super potente e morreria rápido, mas eu não tenho tanta sorte).

Eu estava chegando perto da rodoviária quando ouvi um barulho de batida no cruzamento ali perto, me assustei com o barulho e olhei para trás a tempo de ver o Javali sendo atropelado por um caminhão.

—Isso! —Comemorei, mas por pouco tempo...
O bicho logo se levantou novamente e saiu em disparate atrás de mim, me lembrei de como corria e sai veloz como o Flash, só que menos heroico e bem mais lento. Entrei na galeria que havia ao lado da rodoviária da cidade, e o meu predador veio logo atrás de mim, escorregando e patinando no chão encerado com seus cascos afiados.

—Ei, não pode entrar com cachorros aqui! —Gritou uma mulher gorda na porta de uma das lojas que haviam ali. Não entendia por que ela havia falado de cachorros, mas claramente ela precisava de óculos já que confundiu um suíno com um cão...

Arremessei mais uma lata de lixo no Javali, que gritava como se estivesse na fila para o abate. Tentei correr em zigue-zague para despistá-lo, mas ele não se importava e corria em linha reta atropelando latas de lixo, bancos e vasos de plantas.

Encontrei uma porta de emergência e entrei correndo através dela, era um corredor escuro e estreito, tive que tomar cuidado para não tropeçar e cair. Atrás de mim algo fez um barulho de batida, e entendi que o porco selvagem estava atrás de mim. A luz de emergência se acendeu no corredor, fraca e trêmula, dificultando mais do que ajudando. Eu sentia o chão tremendo à cada passo que o monstro dava atrás de mim, como um tremor de quando estão asfaltando a rua.

Sai do corredor para sair na sala de espera da rodoviária, onde haviam vários guichês para comprar passagens. Será que eles tinham uma passagem para o abatedouro? Uma só de ida de preferência...

A sala de espera estava vazia, então passar por ela foi fácil e rápido, infelizmente o Javali também achava isso... Ele parecia mais raivoso e assassino do que antes, e acho que talvez fosse por estar correndo por um bom tempo. Mas ele parecia cansado, então achei isso bom. Mas eu também estava cansado, e acho que se eu parasse minhas pernas fraquejariam e eu não conseguiria me manter em pé. Na dúvida, continuei correndo...

Sai para a plataforma de embarque da rodoviária, e havia muitas pessoas embarcando nos ônibus, assim como haviam algumas ainda sentadas esperando sua condução chegar. Corri pela plataforma e joguei um carrinho em direção ao Javali enquanto corria.

—Abaixe-se! —Alguém ordenou, e eu obedeci bem a tempo de não ser acertado por uma guitarra na cara.

Tropecei nos meus próprios pés e me estabaquei no chão como uma jaca madura caindo do pé. (Não foi nada bonito de se ver). Ouvi um grito ensurdecedor vindo do Javali, algo líquido me atingiu nas costas e então um barulho de implosão se seguiu.

Ainda caído no chão, olhei para onde havia vindo o barulho e vi uma pilha de algo parecido com cinzas, um pouco de fumaça estranha e um rapaz segurando uma guitarra como se fosse um taco de basebol. Mas quanto mais eu prestava atenção, menos parecida com uma guitarra aquilo era...

—O qu-que aconteceu? Cadê o javali? —Perguntei enquanto tentava me levantar, mas sem sucesso...

—O que aconteceu foi que eu salvei a sua vida. —Ele disse, pendurando a guitarra na costa e depois ajeitando ela para ficar na altura da sua cintura, que agora parecia mais com uma espada do que uma guitarra, mas achei melhor ignorar isso —E quanto ao Javali de Cálidon, eu espero que ele fique no Tártaro por um bom tempo...

Ele me estendeu a mão e com esforço e dores no corpo todo eu consegui me levantar do chão e me sentar em um banco. Minha cabeça girava e doída enquanto eu tentava recuperar o fôlego e me lembrar de como levar oxigênio para o cérebro.

—Obrigado por me salvar daquela coisa... Como é mesmo que você a chamou?

—Javali de Cálidon. É um Javali dos tempos mitológicos. Uma vez a Senhora Ártemis o enviou para a cidade de Calidão para punir o rei que havia se esquecido de oferecer sacrifícios á ela.

Ele dizia tudo com a maior naturalidade, como se histórias mitológicas e deuses fosse a coisa mais normal do mundo, e não algum delírio de alguém que vive entretido em coisas de ficção.

—Ah claro, Javali da Claridão, deusa Ártemis, como eu fui me esquecer? Bom cara, obrigado mas eu já vou indo.

Eu já estava me levantando quando ele me segurou pelos braços e me fez sentar novamente.

—Olha, eu sei que isso tudo deve ser loucura, mas algumas coisas que a maioria das pessoas acha que é mentira são reais. Tão reais quanto aquele Javali de CÁLIDON. —Ele deu ênfase no Cálidon me corrigindo, e eu odeio ser corrigido...—Provavelmente você já foi perseguido antes por coisas que não pode explicar, monstros. Isso vai continuar e você provavelmente vai morrer atacado por algum monstro.

—Morrer não deve ser legal, por monstros então...
—Exato! Não sei se você é um semideus, um legado ou um espartano, mas você ser perseguido por um monstro desses é um sinal de que você deve ter um sangue importante. —Ele me analisava como se eu fosse um espécime raro, um elo perdido —Se quiser, você pode vir comigo para um lugar seguro, vai ser treinado e fará parte de uma nação para pessoas como nós, pessoas que são atacas por monstros e que pertencem ao mundo mitológico. Não vai ser nada fácil, mas você vai ter uma chance de sobreviver. Ou...

—Ou eu posso ficar aqui e morrer né? Entendi... Acho que eu não tenho escolha senão aceitar.

—Sábia decisão rapaz. Eu só preciso fazer uma coisa antes de irmos.

Ele se levantou e foi até a pilha de cinzas, os restos do Javali, dela retirou uma presa maior que meu antebraço. Se abaixou, murmurou algo em um idioma estranho, então retirou um esqueiro do bolso e colocou fogo no pedaço de osso. Quando a chama se apagou ele segurava um objeto metálico.

—Monstros sempre deixam algo para servir como troféus, espólios de guerra. São legais para se usar como recordação. Mas também podemos oferecê-los à Aquiles e em troca eles nos enviar algo para ajudar nas missões. Pode ficar com essa para você, vai precisar de uma arma.
Com a mão estendida ele me ofereceu um objeto de brilho dourado, talvez feito de bronze. Era uma faca antiga, com umas marcas antigas como se tivesse sido usada muitas vezes.

—Obrigado, mas espero não precisar usá-la tão cedo. —Eu dei uma risada, mas acho que ele não era muito fã de rir. —Aliás, meu nome é Alexandre, mas pode me chamar de Alec.

—O meu é Léo. E agora precisamos ir, nosso ônibus está saindo.


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Notas finais do capítulo

É isso! Este é o primeiro capítulo dessa narrativa.
Se gostou, comente. Se não gostou, deixe uma crítica CONSTRUTIVA.
De toda forma, obrigado por acompanhar até aqui.


PS: Caso queira me doar uma capa para a fanfic, eu agradeceria. ;-)



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