Preso escrita por Meandmybrokenheart


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

quando o ship bate, a gente tem que atender



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Talvez eu devesse aceitar que ele conseguiu me pegar, afinal, ele é um predador. E eu fui arrogante em pensar que não seria sua presa. Dizem que quanto mais você tenta se soltar das garras de um leão, mais preso fica. Ah, se eu soubesse disso antes…

Foi por meio das pequenas ações, na maior parte para irritá-lo, admito, e das conversas entre doses de bebida que me peguei preso na constante necessidade de observá-lo. Me peguei viciado no modo como seu cabelo balançava suavemente toda vez que se movia, ainda que meramente. Fascinado por seus dentes tão brancos e caninos tão afiados, como verdadeiras presas. E, que Plutão me perdoe, ansioso pelo corpo perfeitamente malhado que sua regata branca insistia em esconder.

Certo, não me levem a mal, eu amo outra pessoa. Amo de verdade e com toda a força do meu coração, juro. Mas existe algo de selvagem naquele leão, como uma força que me puxa para perto mesmo ciente do perigo.

Estou lutando contra a energia calorosa que o rodeia, tentando ao máximo não levar meus dedos até seus macios fios cor de cobre, enroscando-os ali. Estou jogando com todas as armas que me restaram, e devo dizer que são poucas. Sem eu perceber, aquelas garras astutas foram me desarmando pouco a pouco.

Ah, como fui idiota. Subestimei o jeito narcisista e um tanto quanto infantil, ignorei o olhar predador e as garras afiadas. Entrei sem medo no que parecia ser água rasa, logo me afundei na profundidade daquele felino.

Às vezes podia sentir minha pele queimar quando o via chegar perto, o maldito queimava como o sol que o regia. E o que eu podia fazer? Nem irritá-lo eu conseguia mais, só podia torcer para não me prender naqueles lábios finos e suspeitosamente avermelhados.

Todas as vezes em que o provoquei por pura satisfação, as vezes em que o incitei a chegar mais perto com o álcool correndo pelas veias. Achava estar no controle, adorava ver o avermelhado naquele que sempre estava tão certo de seu valor. Amava ver o quanto a nossa proximidade o deixava desconfortável. Mas eu devia saber que ele estava apenas se posicionando para o ataque.

Todas as reações, todas as conversas. Foi tudo premeditado. Ele era calculista, eu havia me esquecido o quanto. Me deixou pensar que eu estava no controle, quando na verdade o controle sempre foi seu.

Sempre desaprovei seu egocentrismo exagerado e autoconfiança fora do normal, mas vejo que eu mesmo cometi os mesmos crimes. Como pude achar que podia brincar com um leão? Não me julguem mal, não quero dar razão a sua personalidade narcisista, essa que chega a irritar. Mas não é por acaso que consideram os leões os reis das savanas.

Os olhos castanhos, cujos se tornavam quase verdes com o flash de luz certa, se tornaram viciantes demais para encarar diretamente. Era frustrante a posição em que me encontrava, e pior ainda era saber que mesmo com o comportamento despreocupado, ele sabia muito bem o que havia causado. Irritava saber que ele passava propositalmente de cabeça erguida por ter consciência de que eu já não conseguia mais desviar o olhar.

É tarde demais para escapar, o máximo que posso fazer agora é tentar controlar a vontade de chegar mais perto e senti-lo de uma vez por todas. Seu sorriso presunçoso só me faz confirmar o óbvio, ele quer que eu faça isso. O infeliz quer me ver pedindo por si. E isso é algo que jamais poderei fazer, porque (isso é algo que temos em comum) meu orgulho me impede. Mas no fundo eu sei, aquele sorriso não significa só isso.

Ele sabe que por mais que eu negue e tente esconder, eu o quero.

De novo, prestem atenção. Eu amo o garoto lerdo e aluado que passa o dia soprando bolhinhas de sabão. Mas o que posso fazer? Ele é lindo, nunca poderei negar isso. Ele se acha o melhor de todos, o verdadeiro sol no qual orbitamos. E talvez haja verdade nisso, afinal, ele é Leão. Incrivelmente irritante quando quer, mas indiscutivelmente sedutor sem nem perceber.


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