The Drawing of The Dark escrita por Young Sorceress


Capítulo 1
Capítulo um


Notas iniciais do capítulo

Obs: Percy estava doente ou com preguiça ou em qualquer outro lugar que não é relevante para a história.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/738887/chapter/1

Mordred estava encurralado e sabia disso. O rei e seus amigos o tinham encontrado, os alarmes ainda soavam. Não havia tempo o suficiente para esconder-se e agora Arthur o encarava, assim como Merlin, Leon e Gwaine.

Mordred tentou pedir para Arthur deixá-los ir, prometendo nunca voltar a Camelot. Não funcionou e então tentou pedir a Gwaine. O cavaleiro nada respondeu.

“Leon” Mordred implorou em voz alta, virando-se para o amigo. Entretanto, ele não parecia que iria opor-se ao rei para ajudá-lo. Leon pareceu envergonhado da sua própria atitude, e desviou o olhar, incapaz de encarar o mais jovem cavaleiro.

Kara implorou para o druida usar a magia dele, porém ele hesitou. Aqueles eram os amigos dele, ele não podia atacá-los assim, ainda mais com a coisa que eles​ mais temiam.

Emrys, por favor, Mordred implorou desesperado. Emys. Você já me deixou morrer uma vez, não faça isso novamente. Não quero que ela morra. Não quero morrer. Emyrs. Emyrs! Mordred estava consciente que ele estava praticamente gritando na mente do warlock.

Foram essas palavras que despertaram algo em Merlin. Elas o lembraram do dia em que decidira que a vida de Arthur era mais importante do que a de um garotinho que não tinha feito nada de errado. Ele não se arrependera tanto de algo na vida, era pior até mesmo que quando ele tivera que envenenar Morgana.

“Mordred, por favor não faça isso” Merlin respondeu em voz alta e completou em pensamentos. Não vá embora com ela. Depois disso, não terá volta.

Eu não tenho escolha, Merlin. Não posso a deixar morrer. E Arthur não a deixará ir embora. Mordred replicou tristemente. Ele não queria que nada disso acontecesse. Não queria ter que escolher entre seus amigos. Mas não podia deixar Kara morrer e sabia que era isso que aconteceria se eles se entregassem agora.

E se… Talvez… Merlin falou desesperado na sua cabeça. Precisava encontrar uma solução. Não podia atacar Mordred nem deixá-lo atacar Arthur.

Eu sinto muito, o druida falou antes de levantar a mão.

“Prenda-os” Arthur falou para os cavaleiros, sem se preocupar com qual.

“Arthur!” o grito de Merlin cortou o silêncio.

O rei virou-se para ele irritado. O que o servo queria agora? Era bom ser importante, porque ele não podia deixar Mordred fugir. Além disso, Merlin estava bem ao seu lado, não havia necessidade de gritar.

Mordred encarou Merlin também com expectativas.

Eu vou tentar convencer Arthur a libertá-los. Faça a menina ficar quieta. Se não funcionar, eu vou criar uma distração e vocês terão que fugir. Sem matar ninguém, Emrys falou duramente.

Mordred nunca sentiu-se tão grato. Ele repetiu que Merlin tentaria falar com Arthur para Kara e implorou que ela se comportasse e não falasse nada, por mais que quisesse. Por favor, Kara. Eu valorizo a vida deles como a minha e não quero ter que lutar. Sei que não quer fazer isso, mas se eu significo alguma coisa para você, não diga nada contra Arthur, ele falou mentalmente para ela.

“Meu senhor, você tem certeza que tais ações drásticas são necessárias? Kara foi manipulada por Morgana, mas Mordred conseguiu a convencer da verdade. Eles somente estão fugidos porque ela já foi condenada. Mordred não quer perdê-la, meu senhor. Ele está preparado para dar a vida dele para salvá-la, como ele já fez para você, porém ele não quer lutar” Merlin falou, impossivelmente sério. Ele não podia errar agora. Normalmente, não se preocupava com a formalidade que falava com Arthur, mas precisava ser levado a sério agora. Arthur tinha que escutá-lo. O futuro de tantas coisas, tantas pessoas, estava sendo decidido neste momento. Merlin podia sentir.

“Também acredito que ele esteja certo” Gwaine falou rapidamente. Ele não queria prender Mordred, de jeito nenhum, e tinha até mesmo considerado ignorar as ordens de Arthur, mas sabia que no final não faria diferença. Mordred morreria de qualquer jeito. Contudo, se ele conseguisse convencer Arthur agora… “Merlin tem um ponto. O que ela fez não deve ser esquecido, mas talvez um banimento seja melhor?” ele sugeriu. Pensou em citar Mordred, entretanto, achou melhor deixá-lo esquecido.

Vamos fugir, a voz de Kara sussurrou urgentemente na mente de Mordred. Podiam aproveitar a distração.

Espere, ordenou Mordred.

Arthur virou-se confuso para Leon. Ele realmente não queria ter que matar Mordred e Kara, mas que escolha tinha? Será que realmente podia somente a banir de Camelot? Isso não demonstraria fraqueza? Merlin e Gwaine podiam estar certos?

Leon sentiu o peso das palavras que ele irá pronunciar. Sabia que sua opinião seria decisiva para Arthur. O rei confiava nele e nos seus julgamentos. Sabia que ele diria a verdade, mas pensando no bem de Camelot e como isso afetaria o seu povo, não somente levando em conta quem Mordred era, em como eles eram amigos. Ele era o mais racional dentre todos. E Leon entendia porque o rei tinha mandado matar a menina. Mas talvez…

“Ouvi falar que há um juramento inquebrável realizado por feiticeiros. Se ela jurar nunca mais voltar para Camelot ou aliar-se a Morgana e Mordred concordar em algum tipo de punição… Eu acho que isso poderia ser resolvido sem casualidades, meu rei” Leon falou lentamente, ainda incerto que estava tomando a decisão certa. Estava com medo de cometer um erro.

Arthur o encarou, considerando seriamente a ideia, enquanto todos prendiam a respiração. Essa opção não derramaria sangue desnecessário e se realmente houvesse um jeito da menina prometer não tentar matá-lo novamente ou aliar-se a Morgana… Mesmo que envolvesse a magia para o juramento… Valeria a pena para não ter que matar o menino que ele considerava com um irmão mais novo?

Merlin relaxou, ao observar o rosto do rei. Ele conhecia Arthur o suficiente para saber que ele tinha tomado uma decisão. Ele não mataria Kara.

Faça com que ela prometa, instruiu Merlin na mente de Mordred. Qualquer garantia que Arthur quiser. O menino mais novo o encarou por um segundo antes de assentir.

Por favor, prometa que não vai matar Arthur. Ele não é nada como o pai, eu prometo, Kara. Essa é a única chance de nós dois escaparmos bem. Não volte para Morgana. Ela não é mais a mesma que foi, Kara. Um dia, com sorte, eu posso te explicar o quanto ela enlouqueceu.

Kara olhou conflitada para ele. O que Mordred estava pedindo não era simples. Ele queria que ela desistisse de lutar, do que acreditava, para que ambos pudessem viver. Ela pensou em recusar, mas então várias memórias da infância dela surgiram na sua mente e ela suspirou resignada. Mordred já tinha feito mais que o suficiente por ela, era hora dela fazer algo por ele. E era culpa dela que eles estivessem nessa situação agora.

Talvez não conseguisse sua vingança em Arthur Pendragon agora por tudo que ele fizera contra sua espécie, porém isso não queria dizer que Morgana não conseguiria. Com esse pensamento, ela ficou mais tranquila e acenou discretamente para Mordred. Ele pareceu aliviado.

“Levando em consideração tudo que você já fez por mim, Mordred, eu vou abrir uma exceção. Mas essa é última vez que eu mostro misericórdia e somente a deixarei ir embora se ela fizer esse voto que o sr. Leon falou. Ela precisa jurar que não voltará a tramar contra mim, se juntar a Morgana e ou voltar a Camelot. Você permanecerá aqui” Arthur falou sério, observando de perto o rosto de Kara para ver se ela iria protestar. Ele esperava que sim. Mas ela ficou em silêncio, apesar de parecer irritada.

“Você promete que a deixará ir sem machucados se ela fizer isso?” Mordred perguntou, repetindo a pergunta que Kara tinha feito na mente dele.

“Eu dou a minha palavra” disse Arthur, embora um pouco irritado. Ele não deveria precisar prometer nada.

“Eu juro pela minha magia que eu não irei tramar contra Arthur Pendragon, me juntar a Morgana ou retornar a Camelot” falou Kara e então repetiu essas palavras em outro idioma. Uma luz branca atravessou seu corpo da cabeça aos pés, deixando todos atônitos, antes de desaparecer rapidamente.

Ela olhou para Mordred, dizendo silenciosamente suas despedidas. O banimento fora para ela. Não para ele. Era hora deles se separarem. Ela somente se arrependia de ter causado tanto problemas na vida dele.

Eu te amo, nunca esqueça disso, ela falou com carinho. O abraçou com força, colocando a cabeça no peito dele. Ele a segurou fortemente.

Eu também te amo. Eu ainda te encontrarei novamente. Cuide-se, ele disse com delicadeza. Adeus.

Adeus, ela replicou calmamente antes de o segurar com força mais uma vez e o soltar abruptamente. Ela começou a correr e só olhou para trás uma vez, encontrando a distante forma de Mordred.

“Levem ele para a cela” ordenou Arthur, olhando friamente para Mordred. Sinceramente, conseguia entender porque o rapaz fizera o que fizera, mas não queria dizer que ele conseguia perdoar tão facilmente assim. Ele resolvera libertar um prisioneiro e fugir.

Mordred sentia-se um traidor enquanto Leon o prendia na cela, da mesma forma que fizera com vários inimigos. Desde que tinha ficado amigo dos outros cavaleiros, ele tivera medo que eles o considerassem um traidor quando soubessem a verdade sobre o seu dom. Mas não precisou nem da magia para isso. Soltou um riso irônico.

Sua diversão morreu quando absorveu o ambiente ao redor dele. Não era a pior prisão possível, mas era frio e escuro. Mal tinha espaço para levantar-se e sabia que em pouco tempo não aguentaria ficar confinado num lugar tão pequeno.

“O que você irá fazer comigo, Arthur?” Mordred questionou em um tom de voz indiferente enquanto observava o rei de Camelot, que, por sua vez, o observava atentamente.

Arthur o encarou por um longo tempo, com olhos frios. Neste momento, não parecia nem um pouco com o homem que era amigo de Mordred. Suas feições eram duras e não havia nenhuma gentileza na maneira que olhava o cavaleiro.

“Eu queria saber” disse por fim.

“Eu sinto muito, Arthur” respondeu Mordred. “De verdade. Não queria ter feito o que eu fiz. Não queria ter chegado tão perto de lutar. Mas eu não podia deixá-la morrer. Kara cuidou de mim, praticamente desde o dia que eu nasci. Ela é o mais próximo de uma irmã que eu já tive. Ela sempre lutou por mim” ele disse isso, não para se desculpar, só para explicar. Arthur obviamente nunca entenderia o que ele fizera e o relacionamento deles nunca mais seria o mesmo, mas doeria menos para o rei se ele soubesse o motivo dele fazer o que fizera.

Arthur ficou surpreso com essas palavras, apesar de não demonstrar. Achava que Kara era amante de Mordred, mas pelo que ele falava agora não era assim. Isso só o enfureceu mais. Ela nem era tão importante, porém ainda assim ele fora traído por ela. Ele perdera um dos seus melhores cavaleiros por causa dela. Talvez devesse a ter matado, afinal. Mas agora era tarde.

Lançou um último olhar frio a Mordred antes de retirar-se. Não queria ver mais o menino e pensar no que acabara de acontecer. Tal era a sua pressa para sair que não notara que Merlin ficara para trás.

Emrys. Você não devia ter falado para o rei sobre mim e Kara. Você traiu sua própria espécie de novo. O que você ganharia fazendo com que mais dois feiticeiros fossem mortos?, perguntou Mordred mentalmente em um tom irritado. Achei que você ficaria feliz, na verdade. Que eu finalmente partiria de Camelot e você poderia dormir em paz. Ao invés disso, você foi correndo contar para Arthur. Por quê? Não se preocupou em esconder toda a indignação nas últimas palavras.

Eu fiz o que eu achava melhor para Camelot, respondeu Merlin irritado. E no final eu ajudei você, não? Merlin irritou-se com a cara de questionamento de Mordred e acrescentou: Eu me arrependi, okay, Mordred? Eu achei que se contasse que você estava escapando, Arthur iria atrás de você, mas só. Ele perceberia de qualquer jeito, mas se fosse ele só a achar vocês… Talvez ele não conseguisse matá-lo, Merlin falou sinceramente. A sua irritação o estava fazendo imprudente.

Não vou esquecer de que você falou para Arthur. Mas… Obrigado, Merlin. Obrigado por ter convencido Arthur a nos deixar viver. Eu devo minha vida a você. Mordred então fez uma longa pausa, na qual encarou Merlin intensamente. Porém, me diga uma coisa: Você ainda quer me ver morto?

Eu nunca quis te ver morto, disse Merlin destacando a palavra. Era verdade. Nunca tivera vontade de ver Mordred morto; só queria que ele pegasse uma doença letal, que ele fosse para longe de Arthur ou que as profecias mudassem. Não importava, contanto que ele estivesse incapacitado de matar Arthur. Porém, Merlin sempre tivera calafrios ao tentar imaginar Mordred morto e, se fosse sincero consigo mesmo, sempre sentia um pouco de dor com a cena. Não queria isso. Estava tão longe de querer.

Mordred tentou interpretar o que ele quis dizer. Mas tinha teorias tão confusas e sentia-se tão esgotado mentalmente que desistiu de tentar compreender por agora. Eu acho que eu nunca vou te entender, Emrys.

Merlin pensou em dizer que também não conseguia entender Mordred. Como ele podia sentir-se tão confortável com os cavaleiros, como conseguia mentir tão bem. Como ele conseguia ter tanta fé em Arthur se esse não era o destino dele e ainda como mataria esse mesmo rei ao qual parecia tão devotado. Ou até mesmo como ele conseguia ainda tentar se aproximar dele, mesmo depois de tanta desconfiança.

Emrys… O que acontecerá agora?

Vai ficar tudo bem, mentiu Merlin. Essas foram umas das palavras mais gentis que ele já tinha dito ao druida.

Mordred fechou os olhos, por um momento permitindo-se acreditar nas palavras do poderoso bruxo. Mesmo que agora Arthur e os outros cavaleiros o odiassem, eles mudariam de ideia. Eles entenderiam e poderiam esquecer o que aconteceu. Um dia, eles voltariam a rir na taverna sobre piadas estúpidas e Arthur bateria no seu ombro quando Mordred conseguisse ganhar uma luta particularmente difícil. E Kara estaria segura. Tudo ficaria bem.

Quando ele finalmente abriu os olhos, Emrys já tinha ido embora e Mordred estava verdadeiramente só.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Qual vocês acham que deveria ser a punição de Mordred? Porque eu não tenho a menor ideia.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "The Drawing of The Dark" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.