O Líder Da Máfia escrita por Liah Rothchild


Capítulo 29
Confie em Mim


Notas iniciais do capítulo

Oi meus amores ! Como estão ?
Desculpe a demora, mas aqui está o capítulo ! E neste, não terá imagem :c Nem no próximo :/ Mas no 31 terá, então apenas aguardem !
Espero que gostem e não deixem de comentar o que acharam !

Boa leitura !



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Os olhares de todos os presentes dentro do enorme saguão se intercalavam entre Grace, que estava com um sorriso de orelha a orelha no rosto, e eu, que estava sem reação.

— O quê ?! - um grito vindo de Alecssander foi o único som emitido depois de alguns minutos, que pareciam ter sido horas, de silêncio e olhares de reprovação.

Comentários do tipo "a máfia está aceitando pessoas inexperientes para Sub Líder ? Estamos perdidos" e "Se eu soubesse que paquerar o chefe me faria Sub Líder, teria feito isso antes dela" rolavam sem parar por toda parte. Eu já estava muito constrangida, mas aqueles comentários estavam sendo a gota d'água. Felizmente, Alecssander interviu e se colocou entre mim e Grace.

— Agradeço a todos por terem vindo, teremos outra reunião daqui uma semana para... - ele olhou para Grace pelo canto do olho. - Esclarecer o que acabou de acontecer. Esta reunião está encerrada.

Dito isso, ele se retirou e foi em direção às escadas que levavam ao seu escritório. Grace me puxou pelo pulso e o seguiu. 

Alecssander já havia previsto que iríamos atrás dele e nos aguardava ao lado da porta de entrada. Assim que passamos, ele a fechou brutalmente, fazendo um estrondo, e foi se sentar na cadeira atrás de sua mesa.

— Tudo bem, eu juro que estou tentando fazer o possível e o impossível para me manter calmo e esperar sua explicação, Grace Pines. - ele disse com uma expressão fria enquanto massageava as têmporas.

Ela deu de ombros.

— Não tenho o que explicar.

— Não tem o que explicar ?! - Alecssander parecia enfurecido. - Você disse na frente de toda máfia que queria que a Darella fosse a Sub Líder ! 

— E qual o problema disso ? - ela cruzou os braços depois que nos sentamos nas cadeiras na frente de sua mesa. - Tenho certeza de que Darella é completamente capacitada para ser Sub Líder.

— Ela não é ! - ele protestou. - Ela não tem experiência alguma, Grace. Coordenar uma máfia não é nada fácil, talvez seja até pior do que coordenar um país.

— Por que ? - falei pela primeira vez depois que chegamos.

— Podemos começar pelo fato de que a máfia não é aceita pelo governo e tem policiais 24h tentando nos matar. Essa foi uma pergunta meio idiota, Darella. - ele esclareceu e eu engoli em seco, constrangida. - E essa é uma das razões pela qual não quero ela na máfia, menos ainda como Sub Líder.

— Você está exagerando ! - Grace protestou, se colocando de pé e batendo as mãos na mesa. - Quando eu entrei como Sub Líder eu também era completamente inexperiente e você me ajudou a ser quem eu sou hoje, tenho certeza de que pode fazer o mesmo com Darella !

— Você só pode estar brincando - Alecssander deu uma risada sarcástica. - Isso é... Loucura ! Acabamos de resgatá-la e agora você quer que eu arrisque a vida dela de novo !

— Darella é inteligente e você é capacitado para ensina-la o que é preciso para ser da máfia. Não consigo pensar em alguém melhor para ser Sub Líder.

— Você não está me entendo, Grace - Alecssander se levantou e virou de costas para nós, olhando para a rua pela janela. Ele falava baixo, mas o suficiente para que escutássemos - Eu prometi que nunca mais arriscaria a vida dela. Me desculpe, mas não posso fazer isso. - ele negou com a cabeça. - Simplesmente não posso.

Grace suspirou.

— Eu entendo. Mas tente pelo menos levar essa hipótese em consideração. Lembra-se do dia da festa da Darella ? Ela juntou-se a nós e opinou como se fosse da própria máfia. Ela tem talento, Alecssander. Não desperdice isso.

Alecssander bufou, se virou em nossa direção e deu um soco na mesa, o que me fez encolher na cadeira.

— PORRA ! - esbravejou. - Eu não vou aceitar a Darella na máfia para a própria segurança dela, caso encerrado !

Agora foi a vez de Grace bufar e revirar os olhos.

— Você fala como se ela fosse sua propriedade. Já tentou perguntar o que ela quer ? 

— E você tentou ? - Alecssander cruzou os braços.

Os dois ficaram em silêncio e passaram a me encarar, aguardando uma resposta... Que eu não tinha. Foi tudo tão rápido e repentino que eu não sabia nem o que pensar.

— E-Eu... Eu acho que... - gaguejei.

Alecssander bufou.

— Viu o que você fez ?! Ela não sabe nem o que dizer. - ele passou a mão pelos cabelos. - E agora preciso justificar pra máfia inteira na semana que vem o que foi o fiasco de agora a pouco. E arrumar outro Sub Líder. Afinal, por que vai sair ?

Grace voltou a se sentar e cruzou os braços.

— Problemas pessoais. 

Alecssander parecia ainda mais furioso depois da resposta dela, se é que isso é possível.

— Achei que fossemos amigos, Grace.

— E somos.

— Então porque não confia em mim ?

— Eu confio, mas isso não significa que você precisa saber cada detalhe da minha vida. - ela disse friamente.

Pela expressão de Alecssander, aquilo foi o mesmo que um soco no estômago. Ele tentou demonstrar que não estava afetado, mas eu percebi claramente que ele ficou chateado com essa resposta.

— O-Olha, vocês não precisam brigar por mim. - intervi. - Vamos tentar resolver tudo isso para vocês fazerem as pazes...

— Não precisa, já está tudo mais do que resolvido. - disse Alecssander sem retirar os olhos de Grace. - Não quero ver sua cara aqui pela manhã.

— Alecssander, não precisa disso, vocês são amig- 

— Eu vou embora. - Alecssander não me deixou terminar. 

Ele pegou algumas coisas que estavam em cima da mesa e passou por nós.

— Mas e eu ? - perguntei quando ele estava passando pela porta. Ele parou no mesmo instante em que ouviu minha voz.

— Se quiser vir junto, venha de uma vez. Não vou ficar te esperando e não vou te buscar mais tarde, então se quiser ficar, vai ter que pegar um metrô para ir embora. - ele disse friamente antes de sair.

Grace passou a mão pelos cabelos e com isso pude perceber suas mãos trêmulas.

— Você está bem ? - perguntei colocando a mão suavemente em seu ombro. Ela me encarou com um sorriso fraco.

— Vou ficar. - para a minha surpresa, ela me deu um abraço apertado que não durou muito. - Nos vemos por aí, Darella. Foi bom te conhecer, você foi a única amiga que eu tive em muito tempo, então obrigada. Agora vá logo antes que o babaca te deixe.

— Mas-

— Apenas vá. - ela desviou o olhar e se virou de costas.

Meio a contra gosto, levantei e corri atrás de Alecssander, que já estava no carro ligado prestes a sair. Todo o percurso de volta para o apartamento foi num silêncio mortal, isso porque Alecssander ainda parecia muito furioso e eu preferi não falar nada enquanto ele estivesse assim.

Chegando lá, Alecssander foi direto para seu quarto e se trancou lá sem dizer uma palavra sequer. Quanto a mim, fui até a cozinha e fiz algo para comer. Infelizmente, não sou uma ótima cozinheira e o máximo que consegui fazer foi um macarrão com almôndegas. Por educação, depois de comer, fui até a porta do quarto de Alecssander e bati quatro vezes.

— O que você quer ? - ele perguntou do outro lado da porta.

— Eu te trouxe um prato de macarrão que acabei de fazer... 

— Coma você. - ele respondeu com uma voz seca.

— Só pensei que estivesse com fome e- 

— Não estou. - ele me interrompeu.

Bufei.

— Tudo bem, faça o que você quiser. - respondi no mesmo tom que ele. - Não sei nem porque estou sendo gentil com você.

Dito isso, coloquei o prato no chão e me virei para ir até meu quarto, mas fui parada no meio do caminho quando Alecssander segurou meu pulso. Imediatamente, puxei o braço brutalmente para que ele soltasse. 

— Desculpa... - murmurou, sem me olhar nos olhos.

Cruzei os braços.

— Por estar sendo um completo babaca desde o anúncio de Grace ou por ter me tocado sendo que eu pedi para não tocar ?

Ele suspirou e passou a mão pelos cabelos.

— Pelos dois.

Agora foi a minha vez de suspirar.

— Tá bom. - me virei em direção ao meu quarto.

— Obrigado pelo macarrão. - Alecssander disse antes que eu passasse pela porta.

Dei de ombros.

— Tanto faz.

Fechei a porta e apoiei as costas na mesma, deslizando até sentar no chão. Por algum motivo, minha respiração estava mais rápida e o pulso que Alecssander tocou estava formigando. O único problema é que eu não sei se isso é bom ou ruim.

 

[...]

 

Durante o dia, fiquei sem fazer nada; estudando, lendo meu livro e assistindo aos noticiários entediantes na TV. A noite, Alecssander veio até meu quarto para me dar o remédio antes de dormir.

— Acho que daqui alguns dias você não vai precisar tomar esses remédios. - ele disse.

— Afinal, por que eu preciso tomá-los ? 

Ele deu de ombros.

— Sei que alguns são para tonturas e enjoos, outros são vitaminas e outros são para retirar aquele ar tóxico dos seus pulmões. Você parece bem melhor, então não vai precisar continuar tomando por muito tempo.

Assenti.

— Entendo.

Ele terminou de guardar as cartelas de comprimidos dentro das caixas e voltou a olhar para mim.

— Bom... Você quer que eu durma aqui de novo ? - perguntou e eu assenti. 

Ele foi até a poltrona e quando estava prestes a deitar, eu o impedi.

— Não. - falei, e ele me encarou. - Eu acho que não deve ser muito confortável dormir nessa poltrona, então s-se quiser... Você pode dormir na cama também.

Ele deu um sorriso sem mostrar os dentes.

— Se estiver tudo bem pra você então sim, eu quero.

Eu assenti e ele pegou o travesseiro e jogou no espaço ao meu lado, se deitando logo em seguida. Felizmente, a cama era grande e deixava um espaço adequado entre nós.

— Então... Boa noite, Darella. - ele murmurou.

— Boa noite, Alecssander. - respondi virada de costas para ele.

 

[…]

 

Já fazia cerca de duas horas que Alecssander estava dormindo tranquilamente do meu lado e eu não consigo nem cochilar. Neste exato momento, estou deitada de lado e ele também, ficando frente à frente. Eu encarava sua fisionomia como se fosse uma obra de arte, e fico feliz por ele não estar acordado, se não, faria piada sobre eu o estar encarando muito.

Seu cabelo castanho estava grande ao ponto de cair em frente aos seus olhos, e aquilo estava me dando agonia. Levei a mão até centímetros do seu rosto e parei. Eu devia fazer aquilo ? Tecnicamente ele nunca saberia, mas e quanto à mim ? Como vou me sentir por estar tocando um homem depois de tudo que aconteceu ? 

Balancei a cabeça, me deixei levar pelo momento e respirei fundo, retirando aquela mecha rebelde da frente de seus olhos e deixando a mão em seu rosto, ao lado da bochecha, sentindo sua barba roçar em minha mão. Era uma sensação boa. Porém, quando Alecssander soltou um resmungo e se mexeu, retirei a mão imediatamente e virei de costas para ele, tentando controlar a rapidez que meu coração batia.

 

[...]

 

Felizmente, depois de algum tempo, consegui cochilar e dormir por cerca de meia hora. E a presença ao meu lado nem estava me incomodando como eu pensei que incomodaria. 

Mas foi então que aconteceu. Alecssander se mexeu na cama e chegou mais perto de mim, tanto que sua mão pousou em minha cintura e sua respiração ficou perto da minha orelha. Eu achei que só iria sentir aquele formigamento e mais nada, mas na verdade, o que eu senti foram aqueles terríveis calafrios. Eu não aguentei ficar deitada por mais tempo e levantei rapidamente, indo me sentar na poltrona. Com essa ação, Alecssander acabou acordando.

— Darella...? - ele murmurou depois de um bocejo enquanto se sentava na cama - Você está bem ?

Assenti.

— Ainda está de madrugada. - ele disse com a voz sonolenta e deu duas batidinhas na cama com uma das mãos. - Venha, volte a dormir.

— Não consigo... - murmurei, desviando o olhar.

— Por quê ?

Fiquei em silêncio enquanto encarava o chão.

— Darella, o que aconteceu naquele lugar ?

Estremeci. 

— Eu sei que estou sendo um idiota, e você tem total direito de ficar brava comigo. Mas saiba que pode confiar em mim. Sempre. Para qualquer coisa que precisar.

Levantei o olhar e encarei seus olhos castanhos chocolate. Eles transmitiam segurança, e de alguma forma, me senti confiante para contar o que houve.

Então, respirei fundo e comecei a falar.


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Notas finais do capítulo

Gostaram ? Não ? Comentem !
Até o próximo capítulo !



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