O Líder Da Máfia escrita por Liah Rothchild


Capítulo 23
Onde está Grace ?!


Notas iniciais do capítulo

Oi meus amores ! Como estão ?
Não tenho palavras para descrever esse capítulo, apenas digo que a partir de agora a história vai tomar um rumo mais... Sério, digamos assim. Agora os capítulos vão ser BEM tensos, mas espero que gostem.

Boa leitura !



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Já fazia cerca de um mês que eu e Alecssander treinávamos no clube Lawrence. 

Depois de testar meus reflexos, o que durou menos de uma semana já que, segundo Alecssander, meu desemprenho para aprender fácil era ótimo, passamos para os movimentos de ataque e treinamos esses por cerca de duas semanas, e na última semana do mês revisamos tudo que eu já aprendi.

— Então - Alecssander começou de costas para mim em cima dos colchonetes. As marcas das minhas unhas ainda estavam desenhadas nelas, bem fracas, mas ainda eram visíveis - O que acha de começarmos com... Arrrh !

Enquanto ele falava, fui correndo e pulei em suas costas, testando uma forma de ataque que ele me ensinou. Mas, ao contrário de imobilizá-lo, só facilitou para que ele desse impulso para frente e me jogasse de costas no chão.

— Boa tentativa - ele disse com as mãos na cintura me encarando de cima.

Soltei uma risada falsa e passei uma rasteira por suas pernas, o que o fez cair de costas no chão ao meu lado.

— Obrigada. - agradeci cínica.

Ele riu antes de ficar por cima de mim e imobilizar meus pulsos ao lado da cabeça.

— Como vai sair dessa agora, hein ?

Dei um sorriso de canto.

— Já passamos dessa fase, Alecssander - levei os joelhos até sua cintura e dei impulso para frente, invertendo as posições - E você sabe que eu já aprendi a lição.

Ele sorriu.

— Tem certeza ? - ele começou a aproximar seu rosto do meu, como forma de provocação.

Soltei uma risada e saí de cima dele, ficando em pé ao seu lado à uma distância segura.

— Absoluta. - joguei a franja para o lado.

Ele se levantou.

— Veremos - falou antes de se preparar para atacar - Saiba que eu não vou mais pegar leve com você.

— Eu não pedi para que pegasse leve - sorri - Vem com tudo, garotão ! 

Ele sorriu antes de vir correndo em minha direção com os braços ao lado do corpo. Entendi que ele iria me atacar pela cintura para me jogar no chão, mas fui mais rápida e desviei para o lado. Assim que ele passou por mim, segurei seus pulsos e imobilizei seus braços atrás do corpo.

Ele fez o movimento de torção para se soltar e me derrubou no chão, rindo logo em seguida pela sensação nostálgica de quando começamos os treinamentos.

Alecssander ofereceu a mão para me ajudar a levantar e eu aceitei, porém, ao invés de levantar, puxei seu braço em minha direção e ele caiu ao meu lado, e eu rapidamente agi ficando em pé por cima dele, fazendo uma arma com a mão e apontando em sua direção, fingindo atirar logo depois.

Ele riu e se levantou.

— Bom, muito bom - disse enquanto retirava os colchonetes do chão - Você já não é mais apenas uma garotinha indefesa, parabéns. Acho que agora consegue ao menos despistar algum mafioso.

Revirei os olhos.

— Você apenas não quer admitir que eu teria te matado se fosse numa situação real.

— Pense o que quiser. - ele disse sorrindo.

— Já vamos embora ? - perguntei ao notar que ele já estava terminando de guardar os colchonetes.

— Não. - disse indo até o mural de armas - Ainda não. Venha até aqui.

— Por quê ? - perguntei, com receio. Seria uma armadilha ?

Ele bufou antes de me de me encarar com uma expressão impaciente.

— Se você não vier escolher a arma que quer atirar, eu escolho.

Mordi os lábios para abafar um gritinho de animação e fui até ele.

— Que tal essa ? - perguntei apontando para uma arma média prateada.

— Uma Magnum Python ? Uma arma muito boa, mas muito difícil pra quem está começando agora. - ele analisou. - Acho melhor escolher outra.

— Qual você sugere ?

— Uma pistola ou um revólver seriam um bom começo.

Analisei as armas no mural e peguei uma parecida com a que Alecssander sempre usava.

— O que acha dessa ? - perguntei.

— Uma pistola CZ P-07 Kadet com calibre 5,58 ?! - ele arqueou as sobrancelhas - Boa escolha. Vamos tentar com essa.

Ele pegou um alvo e o colou do outro da sala, vindo em minha direção logo depois.

— Bom, você já sabe o que fazer - ele disse apoiando as costas na parede com os braços cruzados - Se precisar de ajuda é só falar.

Assenti e fiz o que Alecssander já havia me ensinado sobre atirar; puxar a trava de segurança, afastar os pés, segurar a arma com as duas mãos e manter os dois olhos abertos. Respirei fundo e apertei o gatilho, sentindo um tremor estranho nas mãos, mas tentei ignorar. Como já era esperado, errei longe do alvo mas isso não diminuiu minha determinação. Tentei novamente, refiz tudo e apertei o gatilho, errando mais uma vez.

Como no dia do meu primeiro treino, eu não queria desistir, já tinha ido longe demais para desistir agora, mas depois de várias tentativas frustrantes em que eu nem acertei o ponto mais longe do centro do alvo, minha determinação já tinha ido pelo ralo junto da minha paciência.

— Porra ! - esbravejei - O que eu estou fazendo de errado ?! - perguntei para Alecssander que parecia achar graça da situação.

— Quer minha ajuda agora ? - ele perguntou, e sem esperar minha resposta, veio em minha direção.

Ele colou seu corpo em minhas costas e eu senti um arrepio da cabeça aos pés quando ele começou a falar ao lado da minha orelha com sua voz rouca.

— Primeiro, esse tremor que você sente nas mãos quando dispara se chama recuo, é tipo a potência do tiro, a arma vai dar um pequeno solavanco para trás e por isso você precisa segurar firme com as duas mãos - ele disse apertando minhas mãos sobre a arma.

— Mas então como você consegue atirar com apenas uma das mãos ? - perguntei.

— Isso é anos e anos de prática. Mas vamos manter o foco em você, Darella.

— Certo - murmurei - E o que é calibre ?

— Bom, isso é um pouco complicado de explicar - ele disse - Mas, de uma forma simplista, é a espessura do cano da arma, mas também pode ser a "qualidade" da munição. Por exemplo: um rifle semi-automático de calibre 5,59 faz mais estrago que uma pistola de calibre 9,80. Conseguiu entender ?

— Mais ou menos...

Ele soltou uma risada baixa que fez uma eletricidade subir pelo meu corpo.

— Já é um bom começo - ele disse - Mais alguma dúvida ?

— Várias. - respondi, sinceramente.

Ele riu.

— Você não precisa saber tudo sobre armas no primeiro dia. Por ora, o que sabe já é suficiente. Vamos tentar de novo, certo ? - eu assenti - Pois bem, faça o que já sabe - eu segurei a arma com as duas mãos e apontei para o alvo, e ele deixou suas mãos por cima das minhas para ajudar - Puxa a trava de segurança - ele foi subindo as mãos pelos meus braços delicadamente, e quando chegou nos ombros, foi descendo até a cintura - Mira - seu tom de voz parecia ter baixado, quase ao ponto de sussurrar - E... - ele foi subindo as mãos por dentro da minha blusa, parecia fazer desenhos com as pontas dos dedos em minha barriga. A única coisa de que sei é que aquele simples gesto estava me deixando louca. - Quando estiver preparada... -  ele distribuiu beijos na curva do meu pescoço e foi subindo até dar uma mordida no lóbulo da minha orelha - Atira !

Apertei o gatilho no mesmo instante e fechei os olhos por mero instinto. Alecssander se afastou e deu um tapa na minha bunda.

— Você conseguiu.

Demorei para entender suas palavras e abri os olhos, vendo um tiro certeiro bem no centro do alvo.

— Eu acertei...? - murmurei.

— Acertou. - Alecssander disse atrás de mim.

Olhei para trás e o encarei.

— Eu acertei mesmo ?

Ele sorriu.

— Sim, você acertou.

— Eu acertei !! - falei animadamente quase num grito e corri até Alecssander, pulando em seus braços. Sem pensar no que estava fazendo, dei um beijo rápido em sua boca e sorri - Obrigada.

Ele ficou me encarando por alguns segundos com uma expressão surpresa, até sorrir e colar sua boca na minha novamente, mas dessa vez, iniciando um beijo profundo. Deixei a arma cair no chão, mas nenhum de nós interrompeu o beijo para pega-lá.

Alecssander colocou as mãos embaixo das minhas coxas e me ajudou a dar impulso para passar as pernas ao redor de sua cintura. Ele começou a andar e passou o braço sobre uma mesa derrubando vários objetos para me deitar nela logo em seguida, com ele por cima.

Retirei sua camisa num ato desesperado e ele fez o mesmo com minha blusa, e quando ele estava prestes a soltar meu sutiã, seu celular tocou. Ele tentou ignorar, mas a pessoa era insistente.

— Merda ! - praguejou enquanto ia até sua jaqueta procurar o celular nos bolsos e atender logo em seguida - O que é ?! - perguntou com brutalidade - O qu.. Espera, fala com calma mulher ! - ele suspirou - Chego aí daqui a pouco - disse, antes de desligar e então me encarou - Preciso buscar uma encomenda num bairro aqui perto, tudo bem pra você esperar aqui ?

— Sem problemas. - falei enquanto colocava a blusa.

Ele balançou a cabeça positivamente, pegou as chaves do carro e saiu com pressa.

Fiquei vagando pela sala sem fazer nada, até decidir voltar a atirar, o problema foi achar a arma, que estava embaixo de um balcão. Alecssander provavelmente a chutou quando me pegou na cintura.

Fiquei feliz quando acertei os tiros novamente, não todos e não exatamente no centro do alvo, mas quase.

De repente, ouvi um celular tocando e de início, pensei que era o meu, mas só depois de alguns segundos percebi que Alecssander tinha deixado seu celular no bolso da jaqueta. Achei melhor não me meter nos assuntos dele, mas quando a pessoa insistiu demais, resolvi atender.

"- Alô ?

— Darella ?!

— Grace ?

— Graças a Deus ! - ela disse com alívio na voz - Cadê o Alecssander ?

— Ele deu uma saída... Algum problema ?

— Na verdade, sim - sua voz ficou tensa de repente - Olha, eu fui chamada para vir num lugar estranho e eles me prenderam num quarto escuro Darella... Eu não sei o que fazer, estou sem minhas armas e acho que sem minhas roupas também - ela disse segurando o choro - Por favor, me ajuda ! Eu to desesperada com o que podem fazer comigo ! 

— G-Grace, calma eu-

— Não há tempo ! Eu... Eu acho... - ela começou a sussurrar - Eu acho que eles estão aqui comigo... Por favor me aj-

Tu, tu, tu, tu..."

A ligação foi desligada e eu entrei em desespero, tentando ligar para o mesmo número várias vezes, sendo que dizia que o número não existe. 

Eu fiquei desesperada; sem ação. Grace poderia estar em perigo agora e eu ali, parada. Esperar Alecssander voltar seria má ideia, ele poderia demorar muito; tentei ligar para Rosalya, mas só dava ocupado; a esse horário ela provavelmente estaria fazendo compras ou estaria na casa de Oliver e não atenderia o celular. Sem opções, comecei a procurar pelos contatos de Alecssander e então vi alguém que poderia me ajudar.

Por sorte, ele atendeu no segundo toque.

"- Chefe ? 

— Oi, Matthew. É a Darella.

— D-Darella ? Por que está me ligando ? 

— Preciso da sua ajuda.

— Aconteceu alguma coisa ? Você está bem ?

— Estou bem, e sim, aconteceu. Olha, é uma longa história. Pode vir até onde estou ?

— Claro, onde você está ?

— Vou mandar o endereço por mensagem.

— Certo, te vejo daqui a pouco então."

Desliguei a ligação, mandei o endereço para ele, peguei minhas coisas e saí até a frente do clube, para esperá-lo.

 

[...]

 

Collins chegou em vinte minutos num carro preto, e assim que ele parou em frente ao clube, eu entrei no banco do passageiro.

— Darella, o que foi ? - ele perguntou. Vagamente, pude ver no banco de trás notebooks e dispositivos de rastreamento, o que seria bem útil.

— Preciso que você rastreie uma ligação para mim, consegue fazer isso ? - fui direto ao ponto.

— Claro - ele disse pegando um dos dispositivos de rastreamento no banco de trás - Mas posso saber o motivo ?

— Acho que Grace foi sequestrada, e precisamos ajudá-la.

Ele arregalou os olhos enquanto digitava rapidamente no computador depois que eu dei o celular a ele.

— Sequestrada ? Então precisamos pedir reforços !

— Não há tempo ! Precisamos ir antes que aconteça algo a ela ! 

Ele suspirou, assentindo.

— Achei a localização do número - ele disse virando a tela do computador em minha direção onde mostrava um mapa - É uma fábrica abandonada à uns quarenta quilômetros de Manhattan.

— Então vamos. - falei colocando o cinto de segurança.

— Mas Darella...

O encarei com uma expressão séria.

— Se quiser ficar, fique à vontade. Mas eu vou de qualquer forma e não tente me impedir.

Ele ficou em silêncio por alguns segundos, até suspirar e começar a dirigir.

 

[...]

 

Depois de uma hora e meia dirigindo, finalmente estacionamos em frente à uma antiga fábrica abandonada de eletrônicos.

Collins pegou uma mochila no banco de trás de onde tirou um revólver, uma pistola e algumas munições. Peguei outra pistola parecida com a que eu estava atirando antes e carreguei ela.

Collins franziu o cenho.

— Você sabe atirar ?

— Aprendi hoje.

Ele suspirou enquanto terminava de carregar suas armas.

— Então reze para que não tenha tantos capangas lá dentro, porque eu não tenho tanta munição e não podemos confiar completamente na sua pouca experiência em atirar.

Eu concordei e então nós saímos do carro e fomos até a fábrica, entrando por um buraco na grade enferrujada.

Passamos por duas grandes portas de metal e entramos num grande saguão silencioso, a não ser pelos barulhos de portas e janelas batendo, digno de um filme de terror.

Concordamos em começar pelo porão e ir subindo, já que o lugar era enorme e não arriscaríamos nos separar. Depois de atravessar o saguão, encontramos escadarias que desciam, certamente até o porão. 

Enquanto desciamos, eu na frente com a lanterna e a pistola na outra mão, ouvi Matthew soltar um grunhido de dor e me virei imediatamente, vendo um homem mascarado com uma agulha fincada no pescoço de Collins.

Apontei a pistola para ele quando Collins caiu no chão desmaiado e estava prestes a atirar quando senti uma fisgada no pescoço e a visão turva até tudo se tornar escuridão.


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Notas finais do capítulo

Gostaram ? Não ? Comentem !
Até o próximo capítulo !



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