O Líder Da Máfia escrita por Liah Rothchild


Capítulo 20
Especial Alecssander - Tudo que é bom dura pouco


Notas iniciais do capítulo

Oi meus amores ! Como estão ?
Gente, eu estou sofrendo aqui, porque tô fazendo uma imagem pra cada capítulo (sim, IMAGEM) e não tô conseguindo colocar na história -.-
Enfim, espero que gostem desse capítulo, ele ta bem... (Aquela carinha) e não deixem de comentar o que acharam !

Boa leitura !



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Foi uma grande correria. Enquanto estava no museu, recebi uma mensagem informando que houve alguns problemas com a preparação da festa e eu tive que voltar correndo para o escritório, o que fiz a total contra gosto. Se dependesse de mim, ficaria com ela naquela praça pelo resto da vida.

Fazia muito tempo que eu não saía num encontro com alguém -um encontro de verdade, saídas com garotas que eu só vi uma vez não contam. Eu não sabia o que fazer, devo ter sido um completo idiota. Não sei nem porque sugeri que nosso passeio casual entre amigos virasse um encontro, mas não me arrependo. É estranho dizer isso, parece que voltei a ser um adolescente normal de dezoito anos. Tirando o fato de que eu nunca fui um adolescente normal.

Depois de resolver o problema, Rosalya me mandou uma mensagem falando que elas já estavam à caminho, e foi questão de minutos para que os agentes que aguardavam nas entradas informassem que elas estavam entrando e de repente, ela passou pelas portas do salão e eu senti meu coração acelerar como uma metralhadora. Seus olhos azuis esverdeados ficaram mais destacados do que nunca devido ao vestido branco.

Ela se surpreendeu com minha presença, mas pareceu ficar feliz. A convidei para dançar e nós conversamos por vários minutos até Rosalya chama-la para cumprimentar algumas amigas.

— Você aqui ?

Olhei para trás e vi Amber se aproximando com um sorriso malicioso nos lábios.

— Você aqui ? - repeti sua fala enquanto ela se sentava na cadeira ao meu lado.

— Sim, eu fui convidada afinal. - ela deu de ombros.

— Por quem ?

Ela desviou o olhar.

— Isso não vem ao caso. - pediu uma bebida ao garçom que estava atrás da bancada.

— Achei que tivesse esquecido de mim - falei sinceramente tomando um gole do uísque. Já fazia tempo desde o baile da faculdade.

— Isso seria impossível. - ela deu um sorriso malicioso e colocou a mão sobre minha perna sensualmente. 

Arqueei uma sobrancelha enquanto dava outra gole na bebida.

— O que você quer, Amber ?

— Nada demais... - ela disse enquanto subia sua mão lentamente pela minha coxa. Quando estava próximo suficiente da minha intimidade, segurei seu pulso. Ela franziu o cenho se afastou - Achei que quisesse isso, pelo menos há alguns meses você queria.

— Algumas coisas mudaram, Amber. O tempo passou, como você mesma disse, já fazem meses.

— Ah é ?! - ela duvidou - O que mudou ?

Ah, nada demais, apenas estou apaixonado pela mulher que mora comigo, pensei.

Franzi o cenho. O que diabos foi esse pensamento ? 

— James ? Está me ouvindo ? - Amber passou a mão em frente aos meus olhos e eu demorei para perceber que ela falava comigo devido ao nome falso.

— Amber, preciso ir. - falei antes de tomar o resto da minha bebida num só gole.

— Mas Jem... - ela disse com voz manhosa segurando meu braço.

Me soltei dela e vaguei pelo salão, sem um destino certo. Então eu a vi, do outro lado do salão com as mãos em frente ao corpo e sorrindo sem parar enquanto conversava com suas amigas Rose e Christine. Ao reparar que eu a observava, alargou seu sorriso.

Comecei a andar em sua direção, sem desviar o olhar em momento algum e ela fez o mesmo, sorrindo cada vez mais à medida que eu me aproximava.

Quando estava a apenas alguns metros dela, alguém segurou meu braço com força.

— Temos um problema. - disse o agente Collins.

— Estou ocupado agora, resolvam sozinhos. - falei tentando me soltar da sua mão em meu braço, mas ele apenas apertou ainda mais.

— Senhor - disse, me encarando com uma expressão séria - É urgente.

 

Lancei um último olhar para Darella que estava com o cenho franzido e uma expressão desconfiada no rosto, antes de seguir o agente até o escritório no andar de cima. 

Ao chegar lá, encontrei Grace e mais alguns agentes em todos os cantos da sala. Ao me ver, arrumaram as posturas.

— O que houve ? - fui direto ao ponto.

— Fomos informados por alguns soldados que alguém tentou invadir seu apartamento. De novo. - disse Grace de braços cruzados e uma expressão fechada. Era difícil leva-la a sério com aquele vestido de bolinhas e seu cabelo cacheado solto ao invés do seu rotineiro blazer social e cabelo preso num rabo de cavalo.

— E tentaram invadir a festa também, mas os agentes da entrada deram conta. - um capo fantasiado de presidiário acrescentou. Pensando bem, era difícil levar qualquer um deles a sério naquele momento.

— Os mesmos da outra vez ? 

Todos se viraram na direção da voz feminina desconhecida na sala, e vimos Darella parada na porta com a mesma expressão de antes. 

— Ei, você não pode ficar aqui - disse o agente Collins.

— Eu tenho direito de estar aqui tanto quanto qualquer um de vocês - ela o desafiou com o olhar.

Collins estava prestes a retrucar quando eu o interrompi.

— Deixe-a entrar.

Darella passou por Collins com um olhar triunfante, e eu tive que prender a risada devido a expressão estupefata que ele assumiu.

— Respondendo sua pergunta, Darella - Grace quebrou o silêncio - Sim, acreditamos que sejam as mesmas pessoas que invadiram o apartamento de vocês na outra semana.

— "Apartamento de vocês" ? - Collins repetiu - Vocês estão morando juntos ?

— Isso não vem ao caso - Darella disse com sua famosa voz seca e expressão séria - E de qualquer forma, não lhe diz respeito.

— Ora, sua abusa-

— Se eu fosse você, não terminaria essa frase - falou um dos capos que estava fantasiado de super herói no canto da sala, apoiado na parede - Ela é a queridinha do chefe, se encostar um dedo nela você vai ser castrado.

Limpei a garganta.

— Voltado ao assunto do problema - comecei rapidamente enquanto ouvia-se risadas pela sala. Estava difícil falar devido a música e as conversas altas no andar de baixo  - O que devemos fazer ? 

— Aconselho não voltar ao apartamento hoje. - Grace sugeriu - Durmam em algum hotel, pousada, sei lá. Por precaução.

— Tem razão. - falei - Deixe capos e soldados no apartamento e pelos arredores caso eles decidam voltar. Se conseguirmos capturar pelo menos um deles já pode ser útil para conseguirmos algumas informações.

— Senhor, eu me ofereço para acompanha-lo até algum hotel para o caso deles decidirem segui-lo. - Collins disse prontamente.

— Eu também, senhor - disse o agente Thompson.

— Certo - encerrei o assunto - Então vamos voltar para a fest-

Não pude terminar a frase porque ouvimos o som de um arrombamento, seguido de tiros e gritos desesperados no andar de baixo, sem mencionar que a música parou quase que de imediato.

— Merda ! - praguejou Thompson indo verificar a porta - Eles passaram da entrada !

— Capos, fiquem à postos ! - disse Grace erguendo a saia do vestindo e pegando um revólver no suporte preso em sua coxa - Alecssander, você e Darella precisam sair daqui AGORA ! Vão pela saída de emergência na lateral do prédio, vai vai vai !

Ela foi correndo até a janela e a abriu, olhando para fora e nos indicando para pular. Enquanto isso, já podíamos perceber que os intrusos estavam se aproximando da sala.

Pulei a janela habilmente, porém desequilibrando quando meus pés tocaram a estrutura de metal; o prédio era velho e as escadas de emergência pareciam enferrujadas, mas no momento era nossa única opção. Darella teve um pouco mais de dificuldade para pular a janela devido ao longo vestido, mas conseguiu.

Descemos rapidamente as escadas, fazendo o máximo para evitar barulho. Ao chegar no térreo, a escada estava quebrada até a metade o que nos impedia de descer. Fui na frente, descendo os três primeiros degraus e depois pulando com facilidade no chão do beco sujo.

— Se olhar em baixo do meu vestido eu juro que te mato ! - Darella disse com a voz baixa e ameaçadora.

Ela desceu os três degraus e repetiu a mesma ação que eu, mas nesse caso, caiu diretamente em meus braços. Ficamos nos encarando por segundos até ouvir tiros vindo da frente do prédio e despertamos do transe. A coloquei no chão e corremos até os fundos, onde certamente estaria um carro estacionado.

Errado.

Ao chegar nos fundos, não vimos carro algum e quando os tiros começaram a se aproximar, entrelacei nossos dedos e começamos a correr sem rumo, com ela tropeçando toda hora na barra do vestido. Numa hora, Darella parou com uma expressão irritada.

— Merda de vestido ! - praguejou. Ela me encarou. - Você tem uma faca ou uma tesoura, sei lá, algo afiado ?

Me abaixei e retirei o estilete que eu guardara dentro do sapato antes da festa e entreguei a ela. Num movimento rápido, ela cortou o vestido na altura dos joelhos e me devolveu o estilete.

— Muito melhor. - disse. - Agora vamos.

Passamos de um beco para o outro, onde um homem de costas segurava um rifle nas mãos. Nos agachamos atrás de alguns sacos de lixo, peguei minha pistola no cinto da calça e fiz menção de ir até o homem, mas Darella segurou meu braço com força. Coloquei o dedo em frente à boca pedindo silêncio e ela assentiu vagarosamente, mesmo com receio.

Caminhei agachado lentamente até o homem e assim que cheguei perto, o agarrei pelas costas e apertei seu pescoço até vê-lo morto. Em seguida, peguei sua arma e toda a munição que infelizmente, não bastaria nem para dois homens 

— Olha só o que temos aqui... - ouvi a voz de um homem vindo de trás e ao me virar, ele segurava Darella com o braço ao redor de seu pescoço e a outra mão com uma arma apontada para a cabeça dela. - A chefe vai me dar uma promoção por levar essa belezinha para ela !

Comecei a me aproximar lentamente, mas ele percebeu e apontou a arma para mim.

— Parado aí - ele disse - Se der mais um passo eu atiro nela !

— Vai com calma cara - falei, com as mãos para cima - Ninguém quer brigar aqui.

— Coloca a arma no chão - ele ordenou. Fui me abaixar e ele a apertou, o que fez ela soltar um gemido. - Devagar !

O obedeci lentamente, e depois de colocar a arma no chão, tentei dar mais um passo em sua direção.

— Eu mandei ficar parado ! - ele gritou.

Lembrei que havia guardado a pistola de volta no cinto da calça quando peguei o rifle, e tentei bolar alguma estratégia para sair dessa situação.

— Eu vou atirar ! - ele gritou.

— Não, não vai - falei, dando outro passo com as mãos para cima - Se fosse atirar, não estaria avisando. 

— E-Então eu vou atirar nela ! - ele gaguejou mudando a mira da arma para a cabeça dela.

Olhei para Darella, que mantinha uma expressão aterrorizada no rosto enquanto me encarava sem desviar o olhar em momento algum. Tentei lhe dizer que estava tudo bem, mas duvido que ela tenha entendido, e se entendeu, sabia que não era verdade.

— Olha, cara, que tal fazermos uma troca ? - sugeri. O bandido pareceu interessado, mas não falou nada - Você me leva no lugar dela, e em troca, deixa ela fugir. Aposto que sua chefe te daria mais que uma promoção se me levasse.

Ele arqueou uma sobrancelha, provavelmente pensando sobre o assunto, e depois assentiu.

— Certo. - ele disse - Eu vou soltar ela, e logo em seguida você precisa vir comigo. E acho bom não tentarem nada, se não eu atiro nos dois.

Ele cumpriu o que disse e soltou Darella, que imediatamente correu em minha direção e me abraçou com força.

— Quando eu gritar pra você fugir - sussurrei em seu ouvido, retribuindo o abraço - Você corre para o final do beco.

— Mas e você ?

— Te alcanço assim que puder.

— Venha logo ! - o homem gritou apontando a arma em nossa direção.

Me soltei de Darella e fui caminhando com as mãos acima da cabeça lentamente até o homem, respirando profundamente e torcendo para que o que eu estava prestes a fazer desse certo, se não, alguém sairia ferido.

Quando cheguei em sua frente, ele ordenou que eu continuasse andando, retornando o caminho que eu e Darella percorremos.

— AGORA DARELLA ! - gritei, e imediatamente comecei a agir.

Quando o homem se distraiu e olhou para Darella, segurei seu pulso e apontei a arma para cima, em seguida, dei um soco em sua barriga e num movimento rápido peguei a pistola que estava em minha cintura e atirei no meio da sua testa. Ele caiu de imediato no chão e eu corri em direção ao final do beco, onde encontrei Darella me esperando.

Felizmente, encontramos Thompson e Collins num carro quando saímos do beco e pulamos nos bancos traseiros, com o carro ainda em movimento. Enquanto Collins dirigia, eu e Darella tentávamos recuperar o ar.

— Você está bem ? - perguntei a ela, que assentiu. Ela me encarou e arregalou os olhos, passando a mão ao lado da minha bochecha. Quando retirou, pude ver uma quantidade de sangue em seus dedos e concluí que o sangue do bandido havia espirrado em mim, já que não me lembro de ter sido golpeado. Segurei sua mão e sorri sem mostrar os dentes para lhe informar que estava tudo bem.

— Merda - Thompson praguejou - Estão nos seguindo.

Collins olhou pelo retrovisor e cerrou os dentes.

— Se segurem. - disse.

Ele acelerou o carro e virou à direita na rua que levava ao centro da cidade, desviando violentamente dos carros.

— Por quê estamos indo para o centro ?! - Thompson perguntou à Collins - Ficaremos presos num congestionamento !

— Não - Collins disse - Eles ficarão presos num congestionamento. Nós fugiremos a pé pelas ruas.

— Quais as chances desse plano dar certo ?!

— Tem uma idéia melhor ?!

Todos ficaram em silêncio.

No fim, ele dirigiu até a ponte do Brooklyn que estava super congestionada, o que resultou no carro dos perseguidores bem longe de nós, longe o suficiente para não nos ver saindo do carro e correndo a pé.

Felizmente, poucas pessoas frequentavam as ruas naquele horário, o que ajudou para que não atraíssemos atenções desnecessárias. 

Eu e Darella corríamos na frente enquanto Collins e Thompson corriam logo atrás, não muito distante. Decidimos parar no primeiro hotel que encontramos. Não era nada luxuoso, e a recepcionista era uma mulher de vinte e poucos anos.

— Finja que está bêbada - falei para Darella assim que passamos pela porta de entrada.

— Por quê ? 

— Apenas faça. - falei entre dentes.

Ela colocou a mão direita no meu ombro e jogou o peso do corpo para meu lado, e eu passei o braço esquerdo por sua cintura dando apoio para carregá-la.

— Boa noite, gostariam de um quarto ? - a recepcionista disse sem nos encarar. 

— Sim - falei.

— Poderiam me dar suas identidades para eu fazer o cadastro ? - quando finalmente levantou o olhar, arregalou os olhos. - Meu Deus, isso é sangue ? O senhor está bem ?

— COMASSIN você não vai comprar cachorrr queente ? - Darella disse de repente, forçando uma voz de bêbada.

— Só um momento.- falei para a recepcionista fingindo procurar o documento inexistente nos bolsos. - E o sangue é falso. Estávamos numa festa.

— Jeeeeem cadê minha bebida ? - Darella continuou dizendo - ONDE VOCÊ COLOCOU MINHA BEBIDA ?

— Sem mais bebidas pra você, Annie. 

— POR QUÊ ? - ela começou a fingir um choro falso - Por que você ta fazendo isso comigo ? Seu... Cretino ! Era uma bebida rosa. ROSA ! E VOCÊ TIROU DE MIM !

Suspirei.

— Olha, ela está muito bêbada, podemos fazer o cadastro pela manhã ? - perguntei para a recepcionista que parecia achar graça do estado de Darella.

— Eu... Eu não posso, senhor... - ela gaguejou.

Darella começou a passar a mão pelo meu rosto como se eu fosse um objeto raro que ela nunca tinha visto antes e precisava tocar. Se eu não soubesse que é atuação, realmente acharia que ela está bêbada.

— Olha, eu sei que como nós você deve estar muito cansada, então vamos... Só me deixe leva-la até o quarto, aí eu posso voltar aqui e nós podemos tomar uma bebida, sei lá... - sorri sedutora e maliciosamente e a recepcionista corou - O que acha ? 

— T-Talvez eu consiga deixar o cadastro para amanhã. - ela gaguejou e pegou uma chave no mural atrás de si e me entregou - Quarto 401, no quinto andar.

Sorri.

— Obrigado, linda. Te vejo daqui a pouco então ?

— N-Não precisa... Você deve estar cansado, durma um pouco e venha me ver pela manhã.

Sorri como forma de agradecimento e fui até o elevador no corredor ao lado, apertando o botão de quinto andar. Quando as portas se fecharam, Darella se soltou de mim e começou a falar.

— Agora eu entendi tudo ! - ela disse - Você não suborna com dinheiro, suborna com... Seu corpo, seu charme, sei lá !

Eu ri.

— E você já pensou em ser atriz ? Quase cheguei a pensar que realmente estava bêbada. Você bebeu por acaso ?

— Eu estou bem. - ela disse, rindo.

As portas se abriram e nós fomos até o quarto indicado, que era bem aconchegante com uma cama de casal, um frigobar, uma poltrona, uma TV e um banheiro em frente à cama.

Retirei o blazer e a arma e os coloquei em cima do balcão onde estava a TV.

— Nossa... - Darella disse de repente, se aproximando de mim.

— O que foi ?

— Você está... - ela me analisou dos pés à cabeça - Horrível.

— Você não está diferente.

Nós rimos.

— Obrigada. - ela disse com os braços cruzados abaixo dos peitos depois de segundos em silêncio - Obrigada pelo encontro, pela festa... - suspirou - Por esse dia. Tirando alguns contratempos, foi perfeito.

Ela passou os braços ao redor do meu corpo e me abraçou com força, e eu retribui. Quando afastamos apenas os rostos, sem soltar os braços, pude ver o imenso sorriso em seu rosto e mirei meus olhos em sua boca de imediato, pensando no quanto eu queria beija-los agora. Fui aproximando minha boca da sua lentamente, e quando estávamos a centímetros de distância, ela me interrompeu.

— Não. - disse.

Me afastei com um grande ponto de interrogação no rosto.

— O que foi ? - perguntei com o pouco do orgulho que ainda me restava após ser rejeitado.

Ela levou a mão até minha cabeça e retirou o chapéu de piloto. Ao ver minha expressão confusa, sorriu.

— Não queremos que esse pequeno inconveniente aconteça de novo.

Não tive tempo de pensar sobre isso porque ela colou sua boca na minha antes que eu pudesse fazer qualquer coisa.

Fechei os olhos imediatamente e retribui o beijo com ferocidade. Ela subiu as mãos até meu cabelo e puxou com força em sua direção, querendo acabar com qualquer mísero espaço que ainda houvesse entre nós.

De repente, ela nos afastou e fez uma careta.

— Caramba Alecssander ! - disse, colocando a língua para fora - Minha boca ta com gosto de bebida agora ! 

Soltei uma gargalhada. 

Ficamos algum tempo em silêncio.

— Por que não vai tomar um banho ?! - sugeri.

— Não tenho o que vestir quando sair.- ela disse, dando de ombros. - E o vestido está imundo.

— Coloca isso - falei enquanto retirava a camisa branca e em seguida jogava em sua direção.

Ela olhou para minha camisa em suas mãos, depois para mim, corou e então deu de ombros e foi até o banheiro. Soltei uma risada e não demorou muito para que ela saísse com os cabelos molhados vestindo apenas sua visível lingerie preta e minha camisa branca. Mordi o lábio inferior.

Okay, não é nada demais, apenas mantenha o controle, pensei.

Fui até o banheiro e tomei um banho rápido, vestindo apenas a calça. Ao sair, Darella ficou me encarando com o mesmo olhar que eu lancei a ela quando a vi com minha camisa, mas ao contrário de mim, tentou disfarçar.

— Bom, então, eu durmo na poltrona. - falei enquanto secava o cabelo com uma das mãos e deixava o restante da toalha ao redor do pescoço.

Ela pareceu despertar de um transe, piscou rapidamente e negou com a cabeça.

— Pode dormir na cama. - disse.

— Mas e você ? - franzi o cenho.

Ela desviou o olhar.

— A cama é grande o suficiente para nós dois. - murmurou.

Sorri.

— Se estiver tudo bem pra você, então ótimo. - falei, me jogando na cama.

Darella veio timidamente e se deitou ao meu lado, apagando a luz do abajur em seguida.

— Boa noite - sussurrou.

— Boa noite - sussurrei de volta.

Olhei para o lado e vi que ela estava de costas para mim, o que só piorava tudo já que a camisa subiu e era visível a calcinha de sua lingerie.

Apenas mantenha o controle, pensei.

Se passaram alguns minutos até ela se virar de frente pra mim, ainda acordada. Ficamos nos encarando sem parar e sem dizer nada. Ela passou a mão pelo meu rosto, roçando na minha barba por fazer. Não se passaram nem quinze segundos até ela se aproximar e colar sua boca na minha novamente com um desejo incontrolável. Minha língua explorava cada canto de sua boca e vice versa.

De repente, ela passou a perna por cima do meu quadril e ficou em cima de mim, e eu me sentei na cama deixando ela sentada nas minhas coxas com as pernas ao redor do meu corpo, sem interromper o beijo em momento algum. A cada minuto que se passava, eu sentia uma fogueira crescendo em meu corpo, implorando que esse momento nunca mais acabe.

Quando meus pulmões pediram por ar, baixei os beijos para seu pescoço enquanto ela puxava meus cabelos com força, suspirando a cada pausa rápida que eu fazia para respirar. Puxei a gola da camisa juntamente com a alça do sutiã para o lado com violência, passando os beijos para o ombro e clavícula. Subi os beijos para seu pescoço novamente, em seguida para a orelha onde dei uma mordida que a fez suspirar e puxar meu cabelo com mais força. 

— Acho melhor... Pararmos. - sussurrei tentando recuperar o ar.

— Não... - ela respondeu ofegante ao lado do meu ouvido - Vamos continuar.

— Darella, não quero fazer algo que você se arrependa no futuro.

Ela se afastou para encarar meus olhos. O quarto estava escuro e a única luz que entrava pela janela era a da rua.

— Alec, por hoje, só por hoje, eu quero deixar de ser... Eu. Quero ser alguém diferente. Quero continuar.

— Você ou seu corpo ? - arqueei uma sobrancelha.

— Os dois - ela sorriu - Por favor.

Suspirei.

— Seu desejo é um ordem.

Ela não me deu chance de raciocinar e selou nossas bocas novamente, iniciando outro beijo feroz.

Virei para o lado e a deitei na cama, ficando por cima. Fui abrindo os botões da camisa lentamente um a um, vendo ela morder o lábio inferior de excitação. Depois de abertos, me aproximei e fiz uma trilha de beijos da clavícula até a barriga, depois subindo tudo de novo até voltar para sua boca. Ela inverteu as posições e começou a fazer as mesmas coisas que eu, mordendo a orelha e descendo com beijos e mordidas do ombro até a barriga. A fogueira dentro do meu corpo já queimava feito brasa, e eu nem preciso dizer que a sensação é mais do que maravilhosa.

— Agora acho que devemos parar. - falei quando ela estava prestes a retirar o sutiã.

— Mas-

— Sem mas. 

Ela franziu o cenho.

— Você não quer ? - perguntou, e rapidamente eu neguei com a cabeça. Ela se sentou nas minhas coxas com uma expressão decepcionada, e eu me sentei rapidamente para ficar perto.

— Não, eu quero, acredite, eu quero muito, mas se for pra fazer isso, quero que seja porque você realmente quer e não pelo calor do momento.

Ok, confesso que foi estranho até pra mim dizer isso. Antes de conhecer Darella, eu não pensava duas vezes antes de transar com uma garota que está se oferecendo, mas agora... Não consigo. Simplesmente não consigo fazer isso.

Ela suspirou.

— Tem razão. 

Ela fechou a camisa ao redor do corpo, sem abotoar, e se acomodou ao meu lado na cama, deitando a cabeça em cima do meu peitoral e me abraçando em seguida. Passei a mão por cima de seus ombros e a puxei para mais perto.

— Amanhã voltará tudo ao normal... - sussurrou.

— Tudo mesmo ? - perguntei. Não pude ver seu rosto, mas acho que estava sorrindo.

— Talvez nem tudo. - disse, antes de me abraçar com mais força.

— Preciso encontrar quem está nos perseguindo. - falei depois de algum tempo em silêncio. - Ao que parece, ela não quer apenas a mim, mas você também. - suspirei - Não vou continuar arriscando sua segurança.

— Shh - ela pediu silêncio - Deixa pra se preocupar com isso amanhã. Por ora, vamos apenas continuar como estamos.

Sorri.

— Tem razão.

Ela olhou para cima, me deu um beijo rápido e voltou a se deitar. Não demorou muito para que sua respiração ficasse lenta e pesada, me dando certeza de que tinha dormido. Estava cansada, assim como eu que dormi logo depois.

 

[...]

 

No outro dia, agimos como se nada da noite anterior tivesse acontecido. Quer dizer, quase nada. As vezes eu a pegava me encarando com um sorriso e vice versa. E, vamos combinar, não dá para esquecer a noite anterior.

Estamos nos preparando, ainda no hotel, conversando sobre assuntos aleatórios até eu me lembrar de algo que ofereci a ela.

— Aliás - falei, a fazendo olhar para mim - Escolheu seu presente de aniversário ?

Ela sorriu.

— Sim, escolhi.

— Então ? O que você quer ? - perguntei, imaginando que ela pediria livros ou algo assim, mas o que ela disse me surpreendeu.

— Quero que você me ensine a atirar com uma arma.


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Notas finais do capítulo

Uoooou, é tiro pra todo lado (literalmente KKKKK)
Gostaram ? Não ? Comentem !
Até o próximo capítulo !



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