O Líder Da Máfia escrita por Liah Rothchild


Capítulo 10
Que comecem os jogos !


Notas iniciais do capítulo

Oi meus amores !! Como estão ?
Aqui venho com um capítulo contando um pouco mais sobre a história do Alec e mais algumas surpresinhas... Muahaha !
Espero que gostem ! E não deixem de comentar o que acharam !

Boa leitura !



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 Domingo, o dia mais preguiçoso da semana em que ninguém tem vontade de fazer nada. Eu já havia acordado à cerca de quinze minutos e ainda estava deitada na cama, encarando o lustre no teto. Junto da primavera, aproximava-se o calor infernal que na minha opinião, é a pior estação do ano. Gente fedendo porque desconhece uma coisa chamada desodorante e higiene pessoal; insetos em todos os lugares; e procurar qualquer cantinho de sombra para se refrescar devido as altas temperaturas; odeio o calor. 

Soltei um suspiro passando as mãos pelo rosto antes de levantar e abrir as cortinas, vendo que o clima não estava tão ruim e eu não tinha nada planejado além de ficar trancada no quarto estudando, então talvez não seja má ideia caminhar pelo Central Park, para ocupar meu tempo até depois do almoço, quando eu começo a estudar. Fiz minha higiene matinal, coloquei uma roupa fresca para corrida e desci as escadas em direção à cozinha, onde peguei uma maçã. Ao passar pela sala encontro uma cena no mínimo... Nojenta.

Alecssander estava sentado no sofá com as mãos em baixo da blusa de uma garota morena que eu só consegui identificar quem era quando eles pararam de se comer com a boca para puxar ar. Eu estava paralisada no mesmo lugar e mesmo querendo ignorar como minha antiga eu faria, só conseguia encarar aquela cena repugnante com desdém.

— Darella ? O que está fazendo acordada tão cedo ? A-achei que te veria só mais tarde... - o babaca disse quando me notou ali e jogou Lucy para o lado, fazendo ela se sentar no sofá. Eu estava com um sentimento parecido com raiva e uma dor desconhecida no peito, era algo forte como se eu pudesse matar alguém a qualquer momento, e sinceramente, eu não ligaria se esse alguém fosse Lucy e Alecssander.

Eu o ignorei completamente e saí do apartamento, apertando o botão para chamar o elevador com brutalidade, na esperança que ele viesse mais rápido para que eu pudesse evitar as desculpas esfarrapadas de Alecssander, mas é claro que nem sempre temos o que queremos.

Alecssander segurou meu braço e me virou de frente para si.

— Deixa eu explicar... 

— Não há nada que deva ser explicado. Eu não tenho nada haver com sua vida pessoal e vice e versa. - eu disse puxando meu braço brutalmente de sua mão e virando de frente para as portas do elevador. Inferno de elevador que não consegue subir de uma vez ! 

Alecssander suspirou e ficou em silêncio.

— Onde você está indo ? - ele perguntou me olhando dos pés a cabeça.

— Eu não te devo satisfações. - falei, seca.

— Olha, aquilo com a Lucy-

— Cala a boca, Alecssander ! - esbravejei, o encarando - Foda-se o que você estava fazendo com a Lucy, eu não ligo e não quero saber, entendeu ?!

O elevador finalmente chegou e eu entrei nele apertando o botão do térreo em seguida, e quando ele estava prestes a fechar as portas, Alecssander impediu.

— Lembra quando eu disse que iria provar que você estava com ciúmes ? - ele perguntou com um sorriso travesso e eu arqueei as sobrancelhas - Acho que não consigo pensar em uma forma melhor do que essa. E o ciúmes é apenas o primeiro passo, em breve você estará morrendo de amores por mim.

Eu o encarei, incrédula.

— Posso deixar uma coisa bem clara entre nós ? - perguntei antes que ele pudesse retirar a mão e ele assentiu - Eu só quero que saiba que eu tenho repugnância de você e de todas as pessoas do seu tipinho, e eu nunca serei capaz de sequer gostar de uma pessoa como você. - cuspi as palavras e empurrei o babaca em seguida, para que ele não pudesse responder. Antes das portas fecharem, pude ver sua expressão séria com o cenho franzido.

Suspirei pesadamente me jogando de costas na parede gelada do elevador. Então era isso ? Aquela raiva que eu senti ontem ao ver Amber e Alecssander juntos e a suposta dor no peito que senti quando vi ele beijando Lucy na verdade sempre foi ciúmes ?! Revirei os olhos. 

Darella quando foi que você ficou tão idiota ? Você odeia esse babaca e ter ciúmes dele é algo completamente improvável. Você quer o máximo possível de distância dele e ta pouco se fodendo para as iludidas que ele beija. Você só liga para a sua vida e para mais ninguém, sempre foi assim e não vai ser agora que isso vai mudar.

As portas se abriram no térreo e comecei a andar em direção ao Central Park, que felizmente ficava a apenas algumas quadras dali. Chegando lá, comecei a andar desnorteada por entre as belas árvores floríferas de diversas cores, pensando sem parar em Alecssander. Eu tentava me livrar de pensar nesse idiota, mas qualquer coisa sempre me fazia voltar à ele. Eu estava mesmo com ciúmes ou simplesmente não queria admitir ?! Bufei. Eu sou uma garota sem sentimentos, não tenho ciúmes, muito menos por babacas como Alecssander. Espantando esses pensamentos banais comecei a correr. Tentei focar meus pensamentos em fórmulas de física, isso certamente me faria desviar desses pensamentos medíocres. 

Inevitavelmente comecei a murmurar as fórmulas que surgiam com uma super facilidade em meu cérebro e não percebi quando tropecei no pé de alguém que estava sentado em baixo de uma árvore e acabei caindo de cara no chão.

— Ai meu Deus, você está bem ? - ouvi uma voz conhecida falar enquanto me ajudava a levantar.

— Eu estou bem, Rosalya. - murmurei, já de pé.

— Darella ! - ela falou animada com um sorriso no rosto e me dando mais um de seus esmagadores abraços de urso. - Que bom te ver ! 

— Você está me esmagando. - falei com dificuldade e então ela finalmente me soltou.

— Desculpa... O que faz aqui ? - ela perguntou guardando seu celular na bolsa.

— Corrida. - respondi sem entrar em detalhes.

— Que legal ! - ela disse animada. Eu murmurei um "uhum" e então ficamos em silêncio. - Pode me dar uma informação ? - ela quebrou o silêncio e eu fiz sinal para que ela continuasse - Onde diabos é o Central Park ?! Eu estou andando nessa praça já tem alguns minutos e não vi nada relacionado ao famoso Central Park.- soltei uma risada baixa.

— Você está pisando nele. - falei e ela arqueou as sobrancelhas.

— Então durante todo esse tempo eu já estava no Central Park ?! Mas que porra ! - ela esbravejou e eu acabei rindo mais uma vez. 

— Você não parece estar ocupada, então... Hum... Gostaria de correr comigo ? - convidei, me lembrando das palavras do idiota dizendo que amizades me fazem mais forte. Rosalya parecia não ser tão irritante, então não vejo problema em convida-la. Ela fez uma careta.

— Corridas não fazem bem o meu estilo, mas compras no shopping fazem. Que tal ir comigo ? - agora foi a minha vez de fazer uma careta.

— Não curto fazer compras. - ela soltou uma risada baixa.

— Então vamos fazer um acordo: eu corro, você faz compras comigo e mais tarde podemos terminar esse dia com um grande pote de sorvete. O que acha ?

— Não é má ideia. - dei de ombros.

— Então vamos ! - ela disse super animada prendendo os longos cabelos platinados em um rabo de cavalo e retirando os saltos altos do pé. Quem em sã consciência vem ao Central Park de saltos altos ?!

Nós corremos por cerca de cinco minutos, pois foi o máximo que aguentamos, conversando sobre assuntos aleatórios ou então simplesmente em silêncio observando a paisagem, até decidirmos parar para descansar. Rosalya colocou as mãos nos joelhos enquanto tentava recuperar o ar, e eu não estava diferente.

— Por que diabos... Eu aceitei correr ?! - ela se perguntou, ofegante.

— Me pergunto o mesmo. - respondi, puxando o ar profundamente em seguida. Correr foi uma ideia idiota, eu sou sedentária, não gosto de correr.

— Podemos passar em seu apartamento pra tomar um banho antes de irmos ao shopping ? - ela perguntou, se recompondo. Pensei em Alecssander e imediatamente neguei com a cabeça.

— Não seria uma boa ideia.

— Por quê ?

— Eu meio que... EstoumorandocomoAlecssander. - falei rapidamente.

— O quê ? Eu não entendi.

— É só que... EuestoumoramdocomoAlecssander. - falei rápido novamente. Rosalya bufou.

— Fala de uma vez Darella !

— Eu estou morando com o Alecssander, caralho ! - falei e ela arregalou os olhos.

— O que ?! Então quer dizer que vocês estão juntos ?! - ela deu um grito alto super agudo - Super shippo !

— Não seja ridícula Rosalya ! - falei, a repreendendo - Claro que não estamos juntos, eu nunca ficaria com alguém como aquele idiota !

— Não foi o que pareceu ontem na festa quando você esfregou na cara de todos que estava com ciúmes. - ela cruzou os braços com um sorriso no rosto.

— Sério ? Até você ? - bufei. - Eu não tenho ciúmes dele ! Isso é impossível ! - protestei.

— Nada é impossível, minha cara. - ela disse colocando a mão sobre meus ombros como se fosse uma grande sábia - Inclusive, não é impossível você sentir ciúme do Alec e quem sabe ter algum sentimento maior que ciúmes, hein ?!

— Pare de falar asneiras Rosalya ! Argh ! - esbravejei, retirando sua mão brutalmente dos meus ombros.

— Ah, qual é Darella ?! Por que não dá uma chance para o amor ?

— O amor é uma perda de tempo, ninguém devia acreditar nessa merda. Podemos mudar de assunto agora ? - falei de uma forma tão seca que a surpreendeu, e rapidamente mudamos de assunto enquanto eu a levava até o apartamento do idiota.

Ela teve a mesma reação que eu quando viu o condomínio e assim que entramos, apertei o botão da cobertura e o vagaroso elevador começou a subir, me fazendo aturar a extrovertida ao meu lado que não parava de tagarelar sobre como Alecssander se deu bem na vida por longos dez minutos. 

Assim que as portas se abriram e nós entramos no apartamento, Rosalya fez mais alguns comentários até que finalmente fomos até o meu quarto e eu mostrei onde ficava o banheiro e ela foi correndo tomar um banho, me dando alguns minutos de paz. Me joguei de costas na cama do meu quarto e suspirei, vendo que eu estava cansada da corrida e ainda teria que aturar uma longa caminhada pelo shopping com Rosalya parando em todas as lojas para comprar algo. Eu deveria ter ficado quieta ao invés de convida-la para correr, assim ela não teria falado sobre ir ao shopping.

— Por que diabos a Rosalya está no meu banheiro ? 

Dei um pulo até notar que era apenas o babaca na porta do quarto, com os braços cruzados sobre o peito, escorado na parede sem camisa e com uma toalha em volta do pescoço.

— O que você quer Alecssander ? - resmunguei, encarando o teto.

— Conversar.

— Não temos nada para conversar. - falei, seca, me levantando e indo até a porta do quarto. - Sai da frente. Rosalya deve estar saindo do banheiro e eu quero tomar um banho.

— Nós vamos conversar antes. - ele disse dando um passo a frente me fazendo recuar com dois passos para trás, e ele repetiu a ação algumas vezes até eu cair de costas na cama e ele se posicionar em cima de mim, prendendo meus pulsos com ambas as mãos ao lado da minha cabeça. Confesso que me senti incomodada naquela posição com ele, principalmente porque seu peitoral desnudo era como um outdoor dizendo "Por favor, olhe para mim". 

— Me solta, seu cretino ! - esbravejei, desviando o olhar de seu corpo para seus olhos.

— A Lucy não-

— Será que eu estou atrapalhando o casalzinho aí ? 

Ouvimos uma voz na porta e ao esticar a cabeça pude ver Rosalya com uma toalha enrolada na cabeça, vestindo um roupão e um sorriso malicioso no rosto. Aproveitando que Alecssander estava distraído, usei o joelho para chutar sua intimidade e como já era previsto, ele caiu ao meu lado na cama se contorcendo de dor. 

— Mas que inferno mulher ! - ele gritou com as mãos em sua virilha, depois soltou um resmungo.

Me levantei calmamente, observando o idiota murmurar alguns palavrões me envolvendo, mas eu apenas ignorei e fui tomar meu banho.

— Menina... Virei sua fã. - Rosalya disse quando passei por ela. Ela encarava Alecssander com um sorriso divertido nos lábios.

Dei de ombros e fui até o banheiro, mergulhando na deliciosa banheira hidromassagem. Essa com certeza era a melhor -e provavelmente a única- coisa boa de se morar com o babaca. Ao sair, vesti uma roupa qualquer e fui até o quarto, encontrando Rosalya com os cabelos já secos passando chapinha.

— Já estou terminando ! - ela disse assim que me viu. Passou chapinha pela mesma mecha incontáveis vezes até finalmente terminar.

Ignoramos Alessander quando passamos por ele na sala e descemos até o estacionamento, onde entramos no carro super luxuoso de Rosalya, uma lamborghini que nem chamava atenção devido a sua cor: roxo metálico. Me remexi desconfortável no banco do passageiro quando entrei.

— Sabe dirigir ? - ela perguntou quando me viu encarando por dentro do carro.

— Sei. - eu disse com uma expressão séria sem entrar em detalhes. Ela não precisa saber que mesmo com a habilitação, nunca tive dinheiro suficiente para comprar um carro.

— Então quando voltarmos do shopping, você dirige. - eu ri sarcasticamente.

— Eu sei que está brincando.

— Não, não estou. - ela disse com uma expressão séria.

— Eu nem sei como se liga esse carro ! E se eu bater ?

— Relaxa... Se você bater pode ficar tranquila, tenho dinheiro para pagar conserto e para comprar um novo carro se necessário. E na pior das hipóteses, eu sou da máfia, posso dar um jeito. - ela disse, achando graça da minha reação.

— Mas eu só sei dirigir carros simples, não um carro de luxo cujas portas abrem para cima. - ela apertou um botão que eu acredito ser o botão da partida e então o barulho do motor soou super alto e potente.

— Então eu te aconselho a prestar atenção em como eu dirijo. - ela não me deu chance para responder e acelerou o carro, fazendo o pneu cantar.

Bati com as costas no banco e apertei as mãos no acento devido a velocidade em que o carro estava chegando quando saímos do estacionamento do prédio. Eu prestava atenção detalhadamente em como Rosalya estava dirigindo e não me parecia difícil, só era mais moderno do que um carro comum. Depois de alguns minutos finalmente chegamos ao shopping e assim que entramos, Rosalya automaticamente me puxou pelo braço para a primeira loja que notei a famosa Gucci. 

Enquanto ela pegava várias roupas e as levava ao provador, eu vagava sem rumo pela loja até que uma bolsa pequena branca com o símbolo da loja cravado em dourado me chamou atenção, e assim que a peguei, instantâneamente peguei a etiqueta para verificar o preço e confesso que quase tive dor de barriga ao ver que a pequena bolsa que mal cabia um celular dentro custava mais do que o aluguel do meu apartamento.

— O que acha ? - ouvi a voz de Rosalya.

— Um absurdo.

— Eu estava me referindo à roupa - ela riu e então eu me virei e vi que ela usava uma blusa rosa de gola alta mais puxada para o roxo com um cinto largo e uma saia preta acompanhados de um casaco xadrez em preto e branco por cima e saltos finos do mesmo tom da blusa.

— Ah, é... Hum... Ficou bom. - me atrapalhei com as palavras. 

Eu não costumava fazer elogios, então "ficou bom" foi o máximo que consegui dizer. Ela passou o cartão e saiu com a própria roupa da loja, colocando suas roupas de antes na sacola. Bufei, quando entramos na Dior e a mesma coisa se repetiu por várias outras lojas, mas Rosalya decidiu ficar com a roupa da Gucci no corpo e deixar as novas nas sacolas. Houve um momento em que ela não conseguia carregar todas as sacolas e sobrou para mim ajudar aquela maluca. Eu ficava cansada só de ver ela provando e comprando tantas roupas e não se cansar. Eu havia ficado mal-humorada conforme o dia ia se passando até que finalmente decidimos sentar na praça de alimentação para comer alguma coisa. Ela fez questão de me pagar um sorvete de baunilha e já que era ela quem estava pagando, não recusei. Rosalya encarava sem parar alguém atrás de mim e ao me virar, um homem de chapéu e regata estava a poucos metros de nós, mas assim que me virei ele levantou o cardápio em frente ao rosto.

— Algum problema ? - perguntei.

— Aquele homem está nos seguindo desde que saímos da Gucci. E eu tenho a impressão de que eu o conheço. - ela disse, séria. O homem se levantou e seguiu um caminho contrário ao nosso.

— Não deve ser ninguém. - eu disse dando de ombros. Ela assentiu ainda desconfiada e suspirou.

— Ser da máfia é um saco por essa e outras razões, qualquer pessoa parece ser suspeita. - ela bufou. - Era muito mais fácil quando eu era apenas uma adolescente comum.

— Então você não nasceu na máfia ? - perguntei, dando uma colherada no meu sorvete que estava começando a derreter.

— Não, eu entrei aos dezoito anos na máfia americana depois dos meus pais serem assassinados. Alecssander tinha assumido a liderança fazia pouco tempo naquela época. 

— Sinto muito. - murmurei. Ela sorriu sem mostrar os dentes.

— Não sinta, já faz muito tempo. 

Ficamos em silêncio.

— Como você conheceu Alecssander ? - puxei assunto. Eu não costumava ser curiosa, muito menos quando se travava do babaca, mas acabei não resistindo.

— Na época eu havia perdido meus pais recentemente e minha casa havia sido destruída por completo. Alecssander me achou quando eu estava pedindo esmola na rua e me ofereceu abrigo, e é claro que eu aceitei. - não pude evitar de me surpreender. Atualmente Rosalya é dona de sabe se lá quantos carros de luxo, só veste roupas de marca e deve morar em uma casa maior que esse shopping, é difícil pensar nela pedindo esmola - Eu pensei que Alecssander era apenas um benfeitor que estava ajudando uma necessitada, mas é claro que não era. Ele me ofereceu abrigo e tudo que eu quisesse em troca da minha participação na máfia - ela soltou uma risada nasal - Naquele tempo a máfia estava em "guerra" - ela fez aspas no ar - E precisava recrutar novos agentes, por isso Alecssander me convidou para entrar, de início eu rejeitei mas ele me ameaçou dizendo que se eu não aceitasse ele me mandaria para o buraco de onde eu vim e eu não tive escolha. Os primeiros meses foram... Aterrorizantes. Eu aprendi a usar uma arma e a a matar; eu me sentia um monstro. - ela falava com angústia na voz.

— Se não quiser, não precisa contar nada. Ninguém está te obrigando. - eu disse séria e seca, e depois me arrependi vendo que acabei sendo rude.

— Tudo bem... Acho importante que você saiba o tipo de pessoa com quem esta morando. - ela disse e então prosseguiu: - A máfia é assim, tudo tem um preço. Você faz, você paga. - soltou um longo suspiro - Ele me fez matar tanta gente que confesso que cheguei ao ponto de enlouquecer, não deixando de pensar um dia sequer no mostro que eu estava me tornando a cada dia. Sabe se lá quanto tempo se passou e eu decidi me mudar para a França - ela deu de ombros sorrindo - Eu sempre quis conhecer Paris. Foi onde entrei para a máfia francesa e consegui me adaptar lá, ficando cada vez mais rica. Foi difícil me acostumar com a vida de mafiosa, mas acho que entrar para a máfia foi a melhor coisa que eu fiz, mas não graças a Alecssander. Obviamente eu preferia ser rica sem ser procurada pela polícia - ela soltou uma risada baixa - Mas desse jeito até que não é tão ruim.

Fiquei em silêncio, com o cenho franzido e uma expressão pensativa. Era muita informação para absorver, preferi deixar para raciocinar melhor sobre esse novo ângulo do babaca em outra hora.

— Mas e você ? - ela perguntou de repente.

— Eu o quê ?

— Sua vida. Como acabou morando com Alecssander ? Como vocês se conheceram ? 

— Ah... É que... Hum... - apenas enrolei. Rosalya havia me contado sobre sua vida e dizer que eu não quero falar sobre a minha seria um tanto desconfortável, para nós duas. Ela havia me contado tudo por que quis, então não sou obrigada a contar nada. - Rosalya eu sei que você me contou coisas pessoais sobre você, mas eu não me sinto totalmente confortável de contar determinadas coisas sobre mim. Espero que entenda. - falei com uma expressão séria e ela sorriu sem mostrar os dentes.

— Sim, eu entendo. - ela fez uma pausa - Sei que nos conhecemos a pouco tempo, mas eu já te considero minha amiga e espero que um dia você possa me considerar como sua amiga... Ou melhor amiga, quem sabe. - ela riu.

— Rosalya, eu-

— Venha, levante-se, quero passar na Versace, na Prada e na Louis Vuitton ainda hoje então não podemos demorar. - ela disse super animada retirando a expressão melancólica do rosto e ficando com sua expressão alegre e extrovertida de sempre, depois pegando as inúmeras sacolas do chão e eu peguei as que sobraram, a contra gosto. 

Começamos a andar rapidamente até entrarmos na famosa Prada. Era com certeza uma loja bonita com roupas e acessórios deslumbrantes que custavam mais do que um carro. Enquanto Rosalya olhava as bolsas, reparei que o homem da praça de alimentação tentava inutilmente se esconder atrás de um manequim e eu não pude evitar de suspeitar, informando a Rosalya a presença dele. Ela assumiu uma expressão séria, pagou suas roupas, me entregou todas as sacolas e saiu da loja com sua serva -vulgo eu- correndo atrás com as milhões de sacolas nos braços. Ela virou num corredor que levava aos banheiros e aguardou atrás de um palanque, e como esperado, o homem virou no corredor pouco tempo depois e Rosalya o puxou pela gola da camisa e o empurrou contra a parede.

— Quem é você e por que está nos seguindo ? - ela disse com uma voz e e um olhar ameaçador. Reparando melhor, o homem estava de óculos, chapéu, possuía uma barba grande ruiva e vestia roupas de caminhoneiro. Ele ficou em silêncio e Rosalya levantou a barra da saia e retirou uma arma de um suporte preso em sua coxa a colocando em baixo do pescoço do homem, não sem antes verificar se havia alguma câmera por perto. - Eu não vou repetir.

O homem bufou.

— Quer fazer o favor de tirar essa arma da minha cara ?! - ele disse empurrando a mão de Rosalya para o lado brutalmente. Franzi o cenho, vendo que essa voz me parecia familiar. Eu estava ao lado dos dois em silêncio, apenas observando tudo.

— Espera aí... - Rosalya murmurou aproximando seu rosto do do homem que recuou com o pescoço sem muito sucesso já que estava colado na parede. - Alecssander ?! Por que diabos você está aqui ? Estava nos seguindo ? 

O homem deu de ombros, retirando o disfarce e nos provando ser o babaca. Meus braços estavam cansados e por isso, coloquei todos as sacolas no chão.

— Talvez. - ele disse.

— É sério, seu idiota, por que estava nos seguindo ? - Rosalya estava impaciente.

— Isso não importa. - ele disse bufando e vindo em minha direção - Vamos para casa.

— Pensei que meu apartamento não fosse seguro. - falei, seca.

— Eu estava me referindo à nossa casa. 

— Sua casa, você quis dizer. - o corrigi.

— Você também mora lá. 

— Temporariamente. E isso não faz dela minha. - dei ênfase na palavra e ele bufou, me puxando pelo braço e ignorando completamente os protestos de Rosalya. Ele me puxou pelo shopping inteiro, até chegarmos ao estacionamento, onde tentei puxar meu braço mas foi em vão. - Está me machucando seu babaca ! Me solta !

— Não vou soltar, você pode sair correndo num piscar de olhos. - ele disse andando mais rápido e eu dei de ombros, vendo que ele tinha razão. 

Ele me jogou -literalmente- dentro do seu carro e entrou em seguida, no banco do motorista. Ele travou as portas e ficamos lado a lado em silêncio.

— O que você quer ? - falei, seca.

— Você sabe o que eu quero. - bufei, encarando o teto.

— Você quer conversar ?! Pois bem, vamos conversar. Pode começar a falar. - eu disse mais alto do que o esperado, ficando de frente para ele.

— Aquilo com Lucy foi inusitado. Eu não esperava que ela fosse chegar no apartamento e nem sabia que ela estava em Nova Iorque, então ela me beijou de repente e eu te vi descendo as escadas tive a ideia de usar-la para provar seu ciúme. Eu estava apenas brincando com você - ele riu. Fechei a cara.

— Não me importo. - falei, seca - E agora que você já me tirou da Rosalya, o mínimo que você pode fazer é nos levar de volta ao seu apartamento.

Ele ficou em silêncio e ligou o carro, nos conduzindo até seu apartamento logo em seguida. Ao chegarmos fui imediatamente ao meu quarto, ignorando as vezes em que Alecssander chamou meu nome. Tranquei a porta do quarto e abri brutalmente as portas do closet, analisando cada peça de roupa. Peguei meu celular e liguei para Rosalya.

— Por ser um número desconhecido, espero que seja importante para interromper minhas compras, se não, vou desligar imediatamente. - Rosalya disse do outro lado da linha com uma voz seria e autoritária.

— Rosalya, sou eu. Ainda está no shopping ? - falei, seca e sem mais delongas.

— Ah, oi amiga ! - Rosalya voltou ao seu jeito extrovertido - Sim, estou. Por quê ?

— Me espera aí, preciso fazer compras e você vai me ajudar.

Ela soltou um grito agudo e animado como forma de confirmação e desligou em seguida.

— Brincando comigo, né Alecssander ?! - murmurei, vendo que minhas roupas são um tanto sem graça e que já estava passando da hora de eu mudar. - Então vamos jogar.


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Notas finais do capítulo

Ui ui uiiiiii ! O que será que Darella está planejando ? Saberemos no próximo capítulo ! Hahahahaha
Gostaram ? Não ? Comentem !



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