Caro ouvinte, não me entenda mal, não julgue meus fatos desconectados sobre alguém o qual você desconhece, eu estou contando apenas uma parte desse script, não uma história de amor, uma comédia ou um drama. Em dezembro, eu me via sozinha novamente e desta vez sem opções, pois agora eu compreendia o que Vincent era para mim.

Eu não conseguia mais controlar o que eu sentia, a cada 20 ou menos palavras eu tropeçava nele e isso me matava como uma folha caindo, pairando já seca até o chão onde somente o vento junto a criança que passava poderiam leva-la para longe e seu devido fim, se desfazendo. Agora é compreensível que já não há vida naquele corpo.
Quando a noite veio, tudo que eu conseguia me lembrar era de como foi conhece-lo, eu não sabia ao certo como tudo aconteceu mas então ele estava lá, ele era como um lisianto desabrochando na janela no amanhecer de um dia ruim, ele foi a minha ametista me protegendo contra as ondas que hora vem e depois se vão junto com a confiança e as boas lembranças, ele foi meu amuleto.

Eu olhava para o céu clamando piedade por este sentimento, me perdoe pelo meu egoísmo, eu sei, você não vai mais estar presente em alguns dias mas meus desejos sempre foram sobre esperança, então eu rogo para que não me abandone, não se trata de solidão, se trata de não ser perfeito. Para existir é necessário exigir alguns padrões, se trata de abundância muito maior de nãos do que felicidade ou vontades, seria plausível dizer que você é apenas uma essência e não uma existência? Parece que agora você é só uma lembrança.

“Feliz ano novo.”