Wonderwall escrita por Paris


Capítulo 1
The girl with pink hair and a bright smile


Notas iniciais do capítulo

Hey, people! Então eis que eu estava em uma bela madrugada no tumblr (porque né, onde mais se passar as madrugadas?), quando vi a fanart da capa enquanto ouvia a música "wonderwall" do Oasis e então *xáblau* eis que surge esta fanfic. Só lembrando que não é uma songfic, pois eu não fiz a história inspirada na música, só peguei o título por gostar da sonoridade e do significado (os quais são muitos, mas o significado que tem mais haver para com a história é que "wonderwall" é aquela pessoa a qual você pensa o tempo todo e/ou está completamente apaixonado).
Enfim, espero que gostem!
Enjoy ♥ ~



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A torcida vibrou ao término daquela partida, decretando o time da nossa escola como vencedor pela quinta vez consecutiva só naquele ano. Comemorei, balançando meus pompons de maneira entusiasmada na direção dos jogadores. As outras líderes de torcida, ao contrário, não se contentaram em apenas parabenizar de longe os garotos do time, correndo na direção dos mesmos e dando-lhes abraços demorados, algumas até mesmo beijos nada discretos. Minha atenção, contudo, estava voltada para uma figura em especial nas arquibancadas.

Megurine Luka estava ali. Seu costumeiro cigarro entre os dentes e os olhos completamente fincados em mim. Lhe cumprimentei com um aceno de cabeça e um sorriso. A rosada sorriu-me minimamente de lado e, após uma longa tragada, devolveu-me o aceno. Senti meu estômago revirar, as tão famosas borboletas dando sinal de vida.

Depois da devida comemoração no campo, despedi-me das líderes de torcida e dos jogadores do time o mais rapidamente possível, correndo para o vestiário feminino. Tomei um banho rápido, colocando um short e uma regata simples. Voltei, então, para as arquibancadas com o cabelo ainda úmido. Grande parte dos espectadores do jogo já haviam ido embora, com exceção da rosada, que mexia nas mangas de sua jaqueta, dobrando e desdobrando-as. Sem que Luka notasse, me aproximei e arranquei sutilmente o cigarro que restara de sua boca, o apagando na sola de meu tênis converse.

— Essas coisas ainda vão matar você, sabia? — perguntei, repreendendo-a.

— Okay, senhorita certinha. — ela falou, os lábios crispados e um revirar de olhos deram ênfase em seu tom sarcástico.

Sentei-me ao seu lado, me escorando e apoiando levemente meu peso nela. Luka fez o mesmo, de modo que nossas cabeças se encostassem e nossos corpos ficassem extremamente próximos um do outro.

— Então... — Luka começou, ela não me encarava diretamente, seus olhos fixos no campo de futebol abaixo. — Acho que você tem uma festa de comemoração para ir.

— Na verdade, não tenho não. — disse, dando de ombros.

A Megurine me encarou, as sobrancelhas arqueadas em surpresa.

— Que tal irmos a um café aqui perto, hein? — sugeri.

A rosada levantou-se, me puxando junto com ela logo em seguida.

— O seu desejo é uma ordem. —  falou, me fazendo rir.

Nos encaminhamos ao estacionamento do colégio, onde a moto da Megurine se encontrava. Ela montou na garupa, colocando um capacete e me oferecendo outro. O coloquei, porém hesitei na hora de subir no veículo. Luka riu de meu receio, tocando com sublime brandura em meus braços, me fazendo montar junto a ela na moto. Ainda meio encabulada, porém mais despreocupada, agarrei na cintura da rosada, vendo-a dar a partida.

— Ora, Hatsune! — ela exclamou, sua voz abafada pelo vento revoltoso. — Não tenha medo, só aproveite.

Mesmo com o conselho de Luka, não consegui exatamente aproveitar ou deixar de me sentir um tanto quanto inquieta. Tentei não me importar muito com a velocidade do veículo, me concentrando na rosada. Seus cabelos cor-de-rosa escapavam pelas bordas do capacete, fazendo-os parecer véus esvoaçantes pela estrada, suas mãos finas e pálidas seguravam o manúbrio da moto com evidente firmeza e em seu rosto, parcialmente oculto pelo capacete, um sorriso que poderia iluminar uma cidade inteira de tão brilhante. Me peguei suspirando, extasiada. Megurine não era exatamente alguém que saia por aí distribuindo sorrisos, tais expressões vindas da rosada eram bem raras e vê-la ali, sorrindo tão aberta e genuinamente, fez com que meu coração falhasse uma batida. Soltei uma risada, apertando ainda mais a cintura de Luka, sentindo a brisa indócil chocar-se contra meu rosto.

Apanhei-me pensando o quão inusitada e imprevista era toda aquela situação, visto que a alguns meses atrás eu e a rosada sequer nos falávamos, embora obviamente eu já houvesse reparado - e me sentindo meio intrigada - pela garota de cabelos cor-de-rosa que sentava ao fundo na aula de álgebra. Cheguei até mesmo a perguntar para as outras líderes de torcida sobre aquela menina de cabelos róseos, obtendo respostas que, francamente, eu preferia não ter escutado, uma vez que corriam vários boatos por aí ao seu respeito, alguns até mesmo a acusavam injustamente de ser uma encrenqueira e coisas do gênero. Ao menos, contudo, eu havia descoberto o nome da rosada: Megurine Luka.

Certo dia, ao ir a biblioteca da escola à procura de um livro para realizar um trabalho de literatura, encontrei a Megurine ali e, tomada por um ímpeto de coragem e curiosidade, me sentei em sua mesa. A garota ergueu seu olhar até mim e, então, simplesmente voltou a ler o livro em suas mãos. Franzi o cenho em visível confusão, mas não me retirei, afinal, nunca fui do tipo desistente. Fiquei ali, obsevando-a pelo que pareceu longos minutos. Luka, por fim, suspirou e fechou o livro que lia.

— O que você quer? — perguntou, os olhos semicerrados.

— Ah, bem, eu... — atrapalhei-me com as palavras, me dando conta de que eu não tinha um real motivo para estar ali. — Eu tenho um trabalho de literatura para fazer e, ãh, queria indicações...?

Xinguei mentalmente por ter soado incerta. Luka riu de meu desconcerto, revirando os olhos - ato este que era usual vindo dela, atualmente posso afirmar.

— Você é uma péssima mentirosa, sabia? — ela indagou.

Senti minhas bochechas ruborizarem ao ser pega dando uma desculpa tão ridícula quanto aquela. A Megurine, porém, apenas levantou-se da mesa, pegando um livro em uma das prateleiras e o jogando sob a superfície de mármore.

— Se quer mesmo uma indicação, recomendo este. — Luka deu de ombros, voltando a ler seu próprio livro.

Peguei o exemplar, um sorriso em meus lábios.

— Obrigada... — agradeci, muito embora Luka já estivesse entretida com sua leitura.

Depois daquele episódio, todos os dias passei a ir na biblioteca procurando por "indicações". Luka sabia que os livros não eram exatamente o real motivo pelo qual eu estava lá, mas nunca mencionou nada a respeito, muito pelo contrário, suspeito até que a Megurine estivesse começando a gostar de minha companhia. De qualquer modo, em minha última ida à biblioteca, me dei conta do jogo que ia haver naquele dia e pensei em convidar Luka - um tanto quanto receosa, devo admitir, já que a rosada não era lá muito fã de esportes.

— Ok, qual o problema? — ela questionou, fitando-me com os olhos estreitos.

— N-nehum! — falei em um sobressalto. Qual era a probabilidade da Megurine ser algum tipo de telepata?

— Por favor, Hatsune... — Luka bufou meio exasperada. — Você é uma péssima mentirosa. Me pergunte logo o que quer perguntar.

Respirei fundo, me dando por vencida. Era incrível como Luka, de uma maneira ou de outra, sempre sabia das minhas intenções. Larguei o livro que sequer eu prestava atenção sob a mesa, encarando a rosada. Minhas bochechas queimavam em constrangimento.

— Eu estava pensando em, sei lá, só se você quiser... — falei, minha voz não era nada além de um sussurro. — Se você gostaria, bem, de ir ao jogo do nosso time hoje? Quer dizer, só se você estiver afim, sei que não gosta muito de esportes e...

— Eu irei pensar. — disse ela, cortando-me.

Eu a olhei, uma expressão de divertimento estampada em sua face devido ao meu mal jeito. Senti meu coração acelerar, em meu estômago as borboletas faziam um verdadeiro alvoroço. Tudo bem que Luka não havia confirmado que iria, mas ao menos eu não havia recebido um não como resposta.

E qual não foi minha surpresa ao ver Megurine nas arquibancadas?

— Ei, Hatsune. — Luka me chamou, tirando-me dos meus devaneios. — Chegamos.

Desvencilhei-me da rosada, descendo da moto logo em seguida. Entramos no café e nos sentamos em uma mesa ao fundo, onde havia uma grande janela com vista para o pôr do sol de fim de tarde. Ordenamos nossos pedidos; eu um capuccino e Luka um expresso. Não demorou muito e logo os cafés chegaram.

— Por que não foi a festa de comemoração do time? — Megurine perguntou.

Suspirei, mirando-a. A verdade era que eu só queria ficar perto dela, sem um motivo em especial. Durante os últimos tempos, eu só conseguia pensar em Luka e em coisas relacionadas a ela. Gostava de estar perto da rosada, gostava de suas manias e das sensações e sentimentos que sua presença me proporcionava. Mas, afinal, como dizer isso a ela? Já fora suficientemente difícil convidá-la para assistir um simples jogo de futebol, que dirá confessar tais sentimentos. Por isso, apenas forcei um sorriso e tomei um gole de meu café.

— Eu só não estava no modo. — falei, não era totalmente mentira, era uma meia verdade. — Não é a primeira e nem a última vez que o time da nossa escola ganha algum jogo.

Luka me fitou. Os olhos semicerrados e os lábios pressionados um no outro, formando uma fina linha. Engoli em seco, aquela era a expressão que a Megurine fazia sempre que me pegava dando uma desculpa que não era inteiramente verdade.

— Você é uma péssima mentirosa, Hatsune. — ela disse, sorvendo de sua xícara de café. — Qual o real motivo pelo qual você não foi? Sem desculpas dessa vez, quero a verdade.

Minhas maçãs do rosto esquentarem. Desviei o olhar da rosada, esquadrinhando o assoalho de madeira daquele estabelecimento. Sentia o olhar inquisitório de Luka em mim, porém não tinha coragem para encará-la de volta. Por fim, respirei profundamente, colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha.

— E-eu só queria, você sabe, passar um tempo com você... porque, Luka, eu... — falei com dificuldade, minha respiração meio pesada e desregulada. — Eu gosto de você!

Esperei qualquer reação da rosada, qualquer mesmo: surpresa, irritação ou, quem sabe, ela até fizesse pouco caso da situação. Luka, entretanto, apenas sorriu de maneira amável, acariciando a costa de minhas mãos com delicadeza.

— Eu sei, Miku. — admitiu, soltando uma risada logo em seguida. — Você não sabe mentir e muito menos fingir.

Senti minhas bochechas queimarem. Uma vontade descomunal de enterrar minha cabeça em qualquer que fosse o lugar. Luka ao perceber meu embaraço, riu, inclinando-se em minha direção e depositando um rápido beijo em minha maçã do rosto.

— Você é uma graça quando está constrangida, sabia, Hatsune? — ela disse ainda rindo de meu constrangimento.

Eu suspirei, ignorando as provocações de Luka. Após tomarmos nosso café e pagarmos a conta, nos retiramos do estabelecimento. O céu agora era de uma coloração laranja arroxeada, indicando que já estava quase anoitecendo.

— Bom, acho que eu já vou indo. — disse, observando Luka montar na garupa de sua moto.

— Quer uma carona? — ela ofereceu.

— Não é preciso, minha casa fica aqui perto, prefiro caminhar até lá. — expliquei e franzi cenho ao notar a rosada descendo de seu veículo.

— Nesse caso, vou te acompanhar então. — ela falou, decidida.

 — Não é preciso, Luka. Você vai acabar chegando tarde na sua casa e...

— Miku, não tem problema, eu quero te acompanhar. — Megurine falou, estendendo a sua mão.

Eu suspirei, vendo que não tinha nenhuma outra alternativa se não concordar. Peguei a mão de Megurine, sentindo a temperatura fria de sua pele contra a minha. Fomos, então, caminhando até minha casa. Fitei Luka - sim, eu adorava olhá-la, admito - observando o contraste entre seu cabelo róseo e o céu alaranjado, o qual deixava algumas mechas em uma coloração magenta, seus olhos azuis brilhavam e o esboço de um sorriso pairava sobre suas feições. Senti meu peito aquecer junto com minhas bochechas, estar apaixonada era um sentimento estranho - porém agradável, tenho que reconhecer.

Logo após mais alguns minutos de caminhada, finalmente chegamos a minha residência. Soltei minha mão da de Luka, imediatamente sentindo falta de seu contato.

— Então, é... Eu já vou indo. — falei, não sabendo ao certo como me despedir.

— Certo, então, até mais. — ela sorriu.

A rosada girou os calcanhares, colocando as mãos no bolso de sua jaqueta. Eu estava prestes a abrir a porta e entrar em casa, quando respeitei fundo, voltando-me para Megurine.

 

 — Luka! — chamei, fazendo-a virar-se em minha direção.

— Sim? — perguntou, uma sobrancelha arqueada.

— Eu só queria dizer que... hoje foi muito bom e eu estava pensado se, sei lá, você não gostaria de, você sabe, sair comigo amanhã? Só se você quiser, é claro, eu não vou...

 Senti as mãos finas da rosada em meu rosto, tocando-me com delicadeza. Me aproximei dela, ficando a centímetros de distância da mesma, de maneira que nossas respirações chegavam a mesclar-se. Minha respiração estava desregulada, assim como meus batimentos. Nossos lábios por fim tocaram-se. Luka tinha gosto de nicotina, hortelã e cafeína - um gosto que eu poderia provar mil e uma vezes e não me enjoaria. Alguns segundos depois, nos separamos.

— Eu aceito sair com você amanhã, Hatsune. — Luka falou, depositando um beijo em minha bochecha. — Até amanhã.

Ela direcionou um último sorriso em minha direção, caminhando para longe logo em seguida. Meu coração tamborilava em meu peito e em minha face um sorriso bobo estampado.

Quem diria que a garota da aula de álgebra seria capaz de me fazer sentir dessa maneira, não é mesmo?


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Notas finais do capítulo

Não foi exatamente esse o desfecho que eu queria, admito, porém foi o que me ocorreu na hora haha'
De qualquer modo, espero que tenham gostado ♥



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