Cinzas de Rosas, Amor em Pedaços escrita por asrai


Capítulo 1
A




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Três de março, quarta-feira
12h45min - Estou vagando entre o nada. O vazio cheio de berros silenciosos. Lágrimas congeladas. Um coração cheio de nada para que eu me divirta.
Morte e pessimismo. Estou de luto pela minha esperança, talvez se eu fizer silêncio, eles achem que eu estou bem.
Coloco essas risadas acima da minha cabeça e giro até meus olhos congelarem. Até que minhas palavras sejam tão frias que congelem no ar.
Adeus.

15h26min - As cortinas brancas se esvoaçando na sala de aula. Meus dedos se enchendo na luz branca que entra pelos meus poros. Ele me abraçou por trás e sussurrou “Acho que nós combinamos”. Eu não pude responder.
Um beijo roubado entre as ruas movimentadas da cidade. Eu tremia tanto que acabei mordendo minha língua.
Agora sinto o gosto da morte, o tênue gosto de halls preto que estava na sua boca. Tão doce quanto as ultimas palavras ditas.
Morrer não dói. Os humanos machucam.

00h02min - Quero me cortar. Arranhar minha pele com uma navalha e deixar o sangue sujo escorrer. Se alguém tivesse prestado atenção, sentiria o gosto de ruptura nos meus lábios, minha alma se despedaçando em seus míseros pedaços, se derramando em um gesto fútil.

Seis de março, sábado
22h20min - As arvores eram sombras diante dos meus olhos, o gosto amargo do vento batia sobre meu rosto. Meus pés balançavam, o all star branco estava sujo. Minhas lágrimas escorriam pelas minhas vísceras. O amor destruído serpenteava sobre meus dedos. Uma arma de brinquedo na minha mão.
- Beatrice – Chamou Christian.
Sua blusa branca e sua bermuda preta. Eu enrolei meus dedos nos dele. Era tão frio, e faziam 28 graus a noite.
- Feliz aniversário Christian.
Ele tomou minha mão.

22h45min - Levamos meu irmão comer em uma lanchonete.
Ele beijou minhas cicatrizes.
No parque a noite, ele me abraçou.
Meu deus, eu me sinto tão só.

23h16min - Noite denegrida, contornos dos brinquedos velhos rodeavam minhas mãos, galhos retorcidos rasgavam a noite escura. A clareza da lua sobrevinha fragilmente entre os galhos, o dos nossos pés eram tênues, ternos. Nós subimos no alto das barras. Segurei na bainha da sua blusa, ele viu minha calcinha. Eu mal podia ver seus olhos na escuridão. Nós demos as mãos, eu fiquei de ponta cabeça com o ventar nos nossos cabelos.
- Sua calcinha tem um panda – Ele disse.
- Muito legal, não acha?


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