— Vamos comemorar – o treinador entrou no vestiário anunciando sua decisão – O jogo foi brilhante, garotos.

Todos tiveram uma ótima participação durante a partida, até mesmo o próprio Stiles que entrou nos últimos minutos para substituir outro colega. O resultado não poderia ser diferente, senão uma bela partida e um treinador e time extremamente satisfeitos. E como era de praxe, tinham que comemorar por mais uma vitória. As festas do time sempre envolviam adolescentes bêbados jogados pelos cantos da casa, mas ao ver de muitos, era uma ótima diversão. Porém, para Scott aquilo poderia ser um problema. Afinal, já estava tarde e ele mal havia passado o tempo com Lydia, convida-la para a festa poderia correr o risco de a garota não aceitar por conta do horário.

 - Treinador – chamou-o – Acontece que temos aula amanhã cedo e, a maioria de nós está pendurado com o fim do semestre. Não acha melhor deixar a festa para sexta-feira?

Houveram diversos muxoxos de reprovação dos garotos que ainda estavam ali. Mas, os amigos do moreno logo entenderam o motivo e o apoiaram.

— Não, o Mccall está certo – o treinador disse severo – Isso é postura de capitão, filho. Sempre colocando as responsabilidades antes de bebidas e garotas. A festa vai ser na sexta-feira e, todos vão estar presentes.

O moreno suspirou aliviado. Theo sentiu que era hora de interferir.

— Na minha casa então – provocou, querendo se sobressair – As 20:00, na sexta.

Os garotos comemoraram entre si fazendo planos da noite que os aguardava no fim da semana.

— Já vai? – Stiles perguntou ao melhor amigo, que carregava sua mochila nas costas – Ela tá esperando, né?

— Ela tá – o moreno respondeu, sorrindo.

— E parece que você não me contou tudo – o mais novo franziu o cenho – Vai leva-la a festa?

— Na casa do Theo? – bufou – Como se eu quisesse ir.

— É uma festa, cara – defendeu a ideia – A festa do time. Não significa nada ser na casa do Theo e, você vai.

— Por que ainda pergunta? – o moreno questionou retoricamente.

— É pra responder ou foi só algo para me fazer pensar?

— Boa noite, Stiles – despediu-se de seu melhor amigo.

A ruiva permanecia encostada do carro do Mccall o esperando, como haviam combinado antes do jogo começar. De longe, Scott pode ver que ela lia algo em seu celular tão atentamente que nem percebeu a aproximação do garoto.

— Lydia – chamou, atraindo a atenção da garota para si – Tudo bem?

— Tudo – sorriu sem mostrar os dentes – Foi só um susto.

— Tem certeza? – perguntou, referindo-se ao celular, que agora ela prendia entre as mãos com força.

— Tudo ok – afirmou – Soube da festa de sexta.

Ele franziu o cenho e ela lhe mostrou o celular. Havia uma mensagem de Theo, convidando-a para a noite de sexta-feira. Scott quis acreditar que aquele SMS havia sido enviado para todos os contatos do inimigo, e não apenas para Lydia.

— Você vai? – perguntou.

— Você vai? – a ruiva repetiu os dizeres.

— Acho que vou – deu de ombros – É algo para o time, né? Então...

Lydia mordeu os lábios.

— Ainda sobre essa rivalidade de vocês? – não houve resposta – Mesmo estando no mesmo time, qualquer pessoa consegue perceber isso dentro de campo.

— Ainda sobre essa rivalidade – afirmou – E essa mensagem não me trás conforto nenhum.

— Você é sempre possessivo? – quis saber.

— Eu não sou possessivo – defendeu-se.

— Possessivo e inseguro – acusou, fazendo o garoto arcar a sobrancelhas – O que ele já te roubou pra ser assim?

— Ele nunca me roubou nada – afirmou – Mas, sempre tentou.

— E você tem medo de que consiga? – a ruiva cruzou os braços sobre os seios.

— Depende do que for – deu de ombros – Só não quero que ele tenha o gosto da vitória de me detonar. O Theo vem tentando isso a muitos anos.

— E se for eu – supôs – Você tem medo?

— Não – respondeu rapidamente.

— Não? – indagou.

— Não – repetiu – Ele não vai conseguir.

Ela semicerrou os olhos, sabendo que ele estava certo.

— E estamos mesmo perdendo o nosso precioso tempo falando de pessoas indesejadas? – a ruiva sorriu, esticando a mão que o moreno prontamente pegou – Vai estar disponível na sexta?

Ele assentiu, abrindo a porta do carro para ela.

— Todos os dias.