The Flames escrita por Katherine


Capítulo 12
A despedida


Notas iniciais do capítulo

SIM!
Chegamos ao fim... gente, antes de qualquer coisa. Muito obrigada a cada um de vocês que acompanhou a fanfic até aqui.
Isso não acaba aqui. Teremos uma segunda temporada, sim. Irá ser iniciada o mais breve possivel.
Eu chorei escrevendo esse capitulo.
Espero agradar à vocês também.
Boa leitura.



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— Mãe? – Lydia chamou ao entrar na casa, puxando sua mala consigo.

Infelizmente o final de semana havia acabado e no dia seguinte o casal teria que retomar as aulas. Voltaram algumas horas depois do que o planejado, por realmente não quererem sair daquele lugar onde não havia mais nenhum conhecido além deles. Estar sozinho é bom. Mas, estar com quem mais se ama não cabe adjetivos. As luzes estavam apagadas e não havia barulho vindo de nenhum dos cômodos, mas o carro ainda estava na garagem. A ruiva estranhou aquilo, Natalie sabia que voltariam hoje e prometeu estar ali. Scott olhava para todos os cantos com cautela, também estranhando a situação. O celular tocou no bolso de sua calça, atraindo a atenção da namorada para si. Ele lhe lançou um breve olhar insinuativo e saiu com o aparelho em mãos enquanto Lydia subia as escadas para talvez encontrar a mãe no segundo andar.

— Alô?

Melissa suspirou do outro lado do telefone.

— Oi, amor. Que bom que consegui falar com você! – ele franziu o cenho sabendo que havia algo de errado. Ela parecia nervosa demais para um simples momento como aquele — Está com a Lydia?

— Sim. Na verdade, estou do lado de fora da casa e ela está procurando pela mãe em algum lugar. Você sabe de alguma coisa?

Eu sei – disse – Natalie está no hospital, só não consegue dar a noticia.

— Que noticia, mãe? – apertou o aparelho entre a mão – Fala logo o quê aconteceu.

Faz pouco mais de uma hora— começou o processo de explicação – Houveram algumas complicações na noite passada e a Lorraine não tem reagido bem.

Scott parou de prestar atenção no momento em que Lydia surgiu na porta de casa, já com o rosto coberto por lagrimas. No andar de cima da casa, no quarto reservado para sua avó, o vestido preto escolhido pela mesma estava posto sobre a cama. Desde que ficou doente, e soube que não conseguiria aguentar por muito mais tempo, Lorraine deu as ordens de que ela mesma montaria seu próprio funeral, da forma que se sentisse mais confortável. Escolheu desde sua roupa, até as flores que gostaria. Natalie e Lydia acharam daquilo uma besteira, e repetiam isso sempre que a mais velha tocava no assunto. Mas, depois de algum tempo acabaram cedendo à sua vontade e apoiaram-na no que decidisse. A ruiva não conseguiu se controlar ao entender o quê aquilo significava, e ao olhar no fundo dos olhos do namorado ela podia perceber que a noticia já havia sido dada a ele. O garoto deligou o celular, dizendo para a mãe que estariam no hospital em alguns minutos. Lydia correu para os braços dele, molhando toda a sua camiseta branca.

— Ela não... – ele não conseguiu terminar a frase.

— Mas vai – afirmou – Sempre soube que uma hora ia acontecer, mas não esperava que fosse doer tanto.

— Você quer ir? – perguntou, mesmo já sabendo da resposta.

Em questão de alguns minutos eles entraram pelo hospital as pressas, Natalie estava encostada em um dos bancos com um copo de agua em mãos e Melissa ao lado. As mulheres abraçaram os respectivos filhos, cada uma delas com sentimentos diferentes, mas ambas preocupadas. Lydia perdeu um bom tempo abraçada com a mãe, e quando se soltaram, pode ver que a mais velha segurava o choro de emoção, enquanto ela não fazia a menor questão.

— Posso ir vê-la? – quis saber, olhando diretamente para Melissa, depois de um abraço reconfortante das duas – Por favor, eu tenho que vê-la uma ultima vez.

A enfermeira suspirou, lançando um breve olhar para Natalie pedindo permissão.

Scott observou sua mãe entrar na porta do quarto, com a sua namorada e depois de alguns minutos voltar sem ela.

— Eu sinto muito – o garoto disse, abraçando a sogra.

— Eu também, Scott – suspirou. Ele engoliu seco, enquanto a mulher alisou o seu rosto – Lydia ama você, okay? Eu sei que ama. Assim como me ama. Mas é hora de sermos racionais e aceitar o quê for melhor pra ela. Dar o tempo que ela precisar.

Ele assentiu.

— Tudo bem.

Não estava nada bem. Ele não sabia como a ruiva reagiria com tudo aquilo, e nem como o próprio iria lidar com a namorada passando por um momento tão delicado como aquele. Pensou nas palavras de Natalie. Ele realmente aceitaria o que fosse melhor pra ela. Qualquer coisa. Lydia só tinha que dizer.

— Você é um anjo – ela sorriu brevemente – Deve estar cansado, dirigiu até aqui depois de um bom tempo de estrada. Por quê não vai pra casa?

— Não, tudo bem. Vou ficar.

Ela concordou e voltou a sentar no banco.

A pouca distancia dali Lydia chorava observando a avó paterna em estado fraco deitada em uma cama de hospital. Lorraine percebeu a presença de sua neta e tentou sorrir sem demonstrar dor.

— Oi, Lyd – murmurou – Venha aqui.

A menina se aproximou.

— Eu amo você, vovó. Meu Deus! Como eu amo você.

— Deite-se comigo, assim como fazíamos quando você era pequenina – pediu – Vamos, quero passar os meus últimos momentos feliz.

As lagrimas se tornaram ainda mais frequentes no rosto da garota, quando se acomodou na cama, ao lado da senhora que a encarou nos olhos com profundidade.

— Não pode fazer isso, vovó. Lute por mim, por favor. Lute por mim!

— Ah, meu amor. Eu não consigo, estou tão cansada – disse – E o casamento? Como foi?

Ela agia normalmente, como se não estivesse prestes a morrer.

— Papai ama você – a menina disse – Ele não sabe lidar com isso, mas ele realmente ama você. Todos nós amamos.

— Sei que sim – passou as mãos pelos cabelos da neta – Você vai ficar bem, não é?

Lydia não respondeu.

— Lyd...

— Por favor, você não pode me deixar – repetiu.

— Você nunca estará sozinha – disse – Cuide de sua mãe, okay? Natalie é uma mulher incrível e precisa voltar a viver como antes. E cuide de você, amor. Percebo que Scott ama você e sei o quanto você gosta dele. Seja feliz da forma que você achar necessário.

A ruiva assentiu.

— Eu amo você, pequena sereia.

— Eu amo você, vovó – suspirou, unindo suas mãos com as dela – Durma. Tudo vai ficar bem, eu prometo.

As duas continuaram naquele momento por pouco mais de uma hora, quando os aparelhos pararam de fazer barulho. Lydia gritou quando foi arrancada dos braços da pessoa que mais amava no mundo todo, que agora já não estava mais ali. Scott levou-a pra longe, junto com Natalie, onde puderam chorar juntas. O garoto não conhecia a senhora a muito tempo, mas pelo pouco que conheceu gostou muito dela. Por outro lado, grande parte de seu sofrimento vinha por ver a namorada chorando daquela forma.

Horas torturantes se passaram até que elas se acalmassem quando o pai de Lydia adentrou pela porta do hospital, com a nova esposa ao lado. A menina estava horrível. Os cabelos desgrenhados, o rosto tão inchado que sua visão era pequena. E pela primeira vez na vida não se importou com nada daquilo.

— Lydia – Natalie chamou – Vamos para casa, precisamos nos preparar para amanhã.

Os lábios da menina se tocaram com os do namorado em um selinho demorado, dolorido.

— Eu te amo – ela sussurrou – Sempre vou te amar.

Ele não respondeu, não conseguiu.

Amava-a mais do que qualquer outra coisa e não queria perde-la de forma alguma.

O velório foi ainda pior.

Lydia não saia do lado da mãe por nenhum momento. Stiles estava lá, mesmo que não conhecesse a senhora, ele conhecia Lydia. Theo estava lá, por ser vizinho da família por tanto tempo. Scott e sua mãe estavam lá, com medo do que ainda viria pela frente.

Quando o enterro acabou, as pessoas se despediram da família aos poucos. Restando apenas os mais próximos.

— Meus pêsames – Theo ofereceu um abraço para a ruiva que aceitou de bom grado.

— Obrigada – sorriu sem mostrar os dentes.

Caminhou até o namorado do outro lado do bosque, onde os dois poderiam ter uma privacidade maior. Eles não se tocaram. Apenas se olhavam com intensidade. Ambos com os olhos vermelhos de pouco mais de uma noite sem dormir, entre soluços e pensamentos atordoantes.

— Eu te amo – foi ele quem disse – Eu sempre vou te amar, Lydia.

— Eu preciso ir – ela disse – Não vou conseguir continuar aqui, Scott. É sufocante!

Ele assentiu, sentindo os olhos marejarem.

— Obrigada, amor – Lydia se aproximou dele, colando os lábios em um beijo apaixonado. Um beijo de despedida – Não me espere.

— Volte – pediu.

— Eu vou, quando estiver pronta – disse – Viva a sua vida, vou reconstruir a minha.

Ambos aproveitaram um pouco mais um do outro naquele momento. Amor é pra sempre. Amor não é algo que acaba. Eles sabiam disso. Sabiam que não era o fim e que no final tudo ficaria bem, mas antes precisavam ficar bem pra construir o final. Não significava que se privariam por toda a vida na espera um do outro. Mas sempre se amariam. Sempre. Foi o ultimo pensamento de Scott ao ver os cabelos ruivos que ele tanto amava partirem naquela tarde terrível de segunda feira.


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