-Teddy, eu esqueci uma blusa minha aqui. –Victoire informou enquanto entrava no quarto de Teddy.

 Ela notou que ele estava deitado em sua cama, comendo pipoca e assistindo alguma serie da Netflix, usando apenas uma boxer. Em qualquer outro dia, teria decidido adiar a procura pela blusa, mas no momento ela precisava ajudar Dominique a preparar uma festa, e já estava atrasada.

 Ela realmente não deveria ter esquecido aquela blusa azul.

 -Deve estar no armário. –Teddy respondeu.

 Ela andou em passos longos até o armário, quase tropeçando em um controle de vídeo game, e começou a vasculhar o armário do garoto. Aparentemente, tudo o que tinha ali eram roupas masculinas. Continuou sua procura, cada vez mais frustrada.

 Ela encontrava varias coisas inúteis, tralhas e coisas que ela nunca conseguiria imaginar em seu namorado, mas não conseguia encontrar a maldita blusa.

 -Não tem nada aqui, Teddy. –Ela suspirou enquanto se virava para o garoto.

 -Então deve estar na lavanderia, Vic.

 Ela acenou com a cabeça, provavelmente estaria lá.

 A loira saiu correndo do quarto sem nem responder o namorado, se sentindo o próprio Flash ao passar voando pelo corredor e logo estava na lavanderia apertada do apartamento de Teddy.          

 Abriu o cesto de roupas sujas sem se importar com o cheiro que emanava, bem no topo estava a blusa azul que precisava entregar para sua irmã, ou iria morrer. Na verdade, de qualquer jeito a irmã a mataria, já que estava meia hora atrasada.

 Inconscientemente seus olhos vagaram para uma blusa no topo do monte de roupas. Ela era uma camisa branca, o que fazia a marca de batom vermelho se destacar mais ainda.           

 Ela encarou a marca, atônita. Por um momento não conseguiu pensar em nada, sua mente congelou em um branco total. Mas então seu cérebro começou a trabalhar em alta velocidade, criando teorias. Todas péssimas.

 Ela não conseguia aceitar que Teddy estava a traindo, mas segurava a prova em suas mãos. Ela queria pensar em uma explicação plausível, mas não existia uma. Tinha batom vermelho na porcaria da blusa de Teddy Lupin e era a marca de batom de uma vadia.

 Suas mãos começaram a tremer de ódio. Que se dane Dominique, ela pensou, eu preciso de uma DR agora.  

 Ela voltou para o quarto do garoto mais rápido do que saiu. Ele continuava ali do mesmo jeito de antes, mas a vontade de fazer companhia a ele naquela cama não existia mais. Ela queria mata-lo.

 Teddy observava enquanto a figura furiosa de Victoire Weasley entrava no quarto, a face rubra de raiva. Quando ela ficava assim, era melhor correr.

 -Teddy, você está me traindo? –Ela questionou.

 -Mas que merda...?

 -Acabou. Nós acabamos. –Ela disse firmemente pegando uma jaqueta sua que havia deixado ali.

 Ele se levantou da cama e foi até Victoire, impedindo-a de fugir ao segurar firmemente os pulsos da garota, que o encarou com ódio e lagrimas nos olhos.

 -Por que eu iria te trair, Vic? Céus, eu nunca iria trair você. Você é a pessoa que eu mais amo no mundo.

 Victoire engoliu em seco. Ela não queria aquilo, ele fazia tudo tão difícil ao dizer que amava ela. Ela nunca havia duvidado, nem por um segundo, de que ele a amava. Mas se ele a havia traído, ele não podia ama-la.

 Ela ergueu a camiseta e ele encarou-a confuso.

 -Tem uma marca de batom na sua blusa, Teddy.

 Ele continuou encarando-a confuso.

 -Sabe –Ela começou. -, de todas as pessoas, você é a última pessoa que eu pensei que pudesse fazer isso comigo. Você sempre foi a pessoa em quem eu mais confiei. Sempre. Mas ai...

 -Vic...

 -Não, você vai ouvir calado. Ai eu venho aqui para procurar a droga da blusa da minha irmã e descubro que tem uma droga de marca do batom de alguma vadia na droga da sua blusa.

 -Vic... –Ele tentou novamente, e desta vez ela notou que ele mordia os lábios para não rir.

 -CALA A BOCA! CALE A BOCA, SEU IDIOTA! EU NÃO ACREDITO VOCE ESTÁ RINDO DISSO! EU TE ODEIO! –Nesse ponto ela não conseguia mais segurar as lagrimas.

 Teddy Lupin, seu namorado a mais de cinco anos, estava rindo de sua cara enquanto ela terminava com ele. Era tão frustrante.

 -Vic, você é a vadia. –Ele disse calmamente.

 Ótimo, ela pensou, agora ele me chama de vadia.

 O som da mão de Victoire acertando o rosto de Teddy ecoou por todo o quarto.

 -Wow. –Ele tocou o lado vermelho do rosto –Você não entendeu o que eu quis dizer. Você é a droga da vadia que deixou a droga da marca de batom na minha blusa.

 Victoire congelou. Olhou para a blusa que segurava novamente, o tom vermelho familiar que carregava em sua bolsa. As bochechas voltaram ao estado normal apenas para se avermelharem outra vez.

 Ela olhou para Teddy, ele não estava bravo, tinha um sorriso de deboche de canto nos lábios. Ela mordeu os próprios lábios e desviou o olhar.

 -E-Eu tenho que... Dominique está me esperando. –Ela disse andando de costas até a porta. –Eu te vejo na festa.

 Ela pode ouvir ele rir quando ela gritou um “Desculpa” ao fechar a porta.

 Pois afinal, Victoire era uma namorada muito ciumenta e paranoica com um batom vermelho nos lábios e na camisa de Teddy.