Cheerleading escrita por MagnusChase


Capítulo 1
I Wanna Be a Cheerleader




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Percy Jackson estava sentado no escritório do diretor pela sétima vez.

O homem, um senhor careca e cheio de músculos que era muitas vezes confundido por um professor de Ginástica, estava vendo sua ficha. Mr. Green suspirou. Ele fechou a ficha.

“Eu sinto muito Mr. Jackson, mas suas notas não são boas o suficiente. Se você não tomar parte em um clube ou em outras atividades, eu não tenho outra escolha, mas lhe informar que Goode terá que lhe fracassar de ano.” Ele disse, olhando para Percy com um olhar que poderia ser confundido com compaixão.

Percy continuou quieto. Ele ficou se mexendo na cadeira. Percy odiava aquele escritório. Ele odiava sentar naquele escritório. Boas notícias nunca vinham daquele lugar. Nunca era, “Hey Percy, você nunca terá que fazer dever de casa novamente! Parabéns!”. Não.

Mr. Green continuou falando.

“Você poderia fazer futebol americano. Com os seus ombros, eu tenho certeza que o técnico irá aceitar você no seu time bem fácil.” Mr. Green pegou um papel e começou a anotar algo. “Os testes serão em...”

“Não sou muito fã de futebol.”

Percy sabia que o futebol americano era um esporte brutal. A quantidade de ossos quebrados que um jogador de ensino médio podia ganhar era insano – sua mãe o mataria. Logo depois de Annabeth, claro. E não era só isso: Percy não se importava muito com esportistas mortais.

Eles pareciam cruéis, fazendo brincadeiras nos solitários e fracos. Tirando vantagem de seu poder social para machucar outros. Não era um grupo de que ele quisesse fazer parte. Não que todos os esportistas fossem assim – isso seria generalizar. Mas ele já teve o suficiente de Matt Sloan´s por uma vida, obrigado.

Mr. Green pareceu hesitar. Ele fez uma careta e franziu a testa.

“Bem, o que você sugere Jackson?” Ele perguntou impaciente.

Os olhos de Percy passaram para a parede atrás de Green, coberta de fotos. Fotos de estudantes muito esquecidos, fotos do atual time de futebol vencedor, fotos de sua família... e fotos do grupo de torcida da escola Goode.

“Líder de torcida, talvez.” Percy disse casualmente.

“Mr. Green começou a bater seu dedo na mesa, pensando. Vários segundos se passaram. Percy desejou que ele dissesse algo antes que as coisas ficassem estranhas.

“Ouça aqui, jovem...” Green começou. Oh, garoto. Aqui nós vamos. “Se você acha que essa escola é algum tipo de piada...”

“Eu não acho, senhor.”

“Você está errado. Nós levamos nosso trabalho aqui muito seriamente. Ser líder de torcida leva muita flexibilidade, jovem.”

“Eu sou flexível.” Percy disse.

A veia na cabeça do Mr. Green parecia estar latejando perigosamente. Ele engoliu. Olhou para Percy com descrença.

“Você precisaria usar um uniforme.”

“Tudo bem, sem problemas. Senhor.”

“Eu posso organizar para você um teste, ver se eles irão o aceitar. Você irá mostrar suas habilidades, e se o time o acolher, você entra. Mas isso não é nenhuma piada, Mr. Jackson. Se eu descobrir que você faltou só uma aula, nós voltamos ao início, fechado?” Mr. Green perguntou.

Percy assentiu.

Mr. Green assentiu também, hesitante.

Ele anotou algo em um pedaço de papel, sussurrando para si mesmo.

“Líder de torcida! Meu deus...”

Quando Percy finalmente saiu do escritório com o horário e o lugar do teste em sua mão, ele foi ao estacionamento onde Paul estava esperando no seu carro. Normalmente, Percy iria para casa em seu skate, mas sua mãe insistiu em dois dias na semana onde ele deixaria Paul o levar.

Desse jeito, ela saberia que ele estava mais seguro. E ele e Paul poderiam ter um tempo para eles mesmos. Padrasto e afilhado. Nenhum deles sabiam como dizer não a Sally Jackson, então concordaram.

Percy entrou no carro, colocou seu cinto de segurança e eles partiram.

“Como foi a escola? Ouvi que Green o chamou hoje.” Paul disse.

Percy bufou.

“Não acontece sempre? Queria falar sobre minhas notas.”

Paul concordou. Ele olhou para Percy, mas o adolescente estava olhando para fora de sua janela. Paul pensou em insistir, mas não queria o pressionar. Se Percy queria dizer algo, ele traria o assunto à tona – ele normalmente o fazia.

“Ele disse que tenho que fazer uma atividade extra ou algo.” Percy disse, brincando com a aba de sua camiseta.

Paul não tinha certeza se ele estava nervoso ou se era só seu déficit de atenção. Talvez ambos.

“Quando eu era mais novo, fiz fotografia.” Paul admitiu embaraçado.

Percy riu e tentou transformar a risada em uma tosse. Paul sorriu com ele.

“Eu sei. Eu era horrível, as fotos estavam todas borradas. Meu dedão aparecia nas imagens. Eu ainda tenho a câmera em algum lugar, eu acho. Mas me passou de ano, então...” Paul falou.

Percy tentou imaginar Paul tirando fotos de pássaro e coisas. Mas era tão estranho que ele parou.

“Eu vou fazer parte do time de torcida da escola.” Percy admitiu.

Paul piscou.

“Sério?” Ele perguntou, em dúvida.

“É, eu acho. É melhor do que futebol americano. Também tem caras no time de torcida. Eu estou em boa forma por causa das atividades de meio-sangue. Por que não?”

Paul continuou quieto.

Percy desejou que as pessoas não reagissem tanto a isso. Qual era a novidade de que o Herói do Olimpo iria se vestir em uniforme e torcer pelos jogadores? Ou estar na base da pirâmide? Quem se importava, honestamente?

“Eu acho que é ótimo, Percy. Bom para você.” Paul sorriu sinceramente.

Percy só assentiu.

Eles ficaram em silêncio pelo resto da jornada.

Quando chegaram em casa, lasanha estava cozinhando e havia cookies azuis descansando no topo do balcão. Percy fez um movimento para pegar um, mas sua mãe tirou o prato do seu alcance.

“Não, Percy. Comida de verdade primeiro.”

“Cookies são comida de verdade!”

Ela o olhou exasperada.

“Percy, por favor. Me ajude a arrumar a mesa, querido.”

Eles pegaram os pratos e depois de uma deliciosa refeição, Paul foi para a sala de estar corrigir dever de casa, deixando Percy e Sally sozinhos na cozinha. Ele se sentaram um do lado do outro comendo cookies e conversando sobre trivialidades.

“Outra coisa, mãe: vou me juntar ao time de torcida.”

Sua mãe o olhou com surpresa. Mas então, sorriu. O conhecendo.

“Bom, Percy. Estou feliz. Eu sempre vou te apoiar, querido.” Ela apertou seu braço, gentil. “No entanto, eu tenho que te avisar, nem todos vão ser tão compreensivos e legais. Algumas crianças podem ser muito cruéis. Você tem dezessete Percy, sei que pode cuidar de si mesmo, mas eu me preocupo.”

“Eu sei, mãe. Mas eu tenho que fazer algo, e eu quero fazer isso. Eu quero.” Percy sorriu.

Seu garoto. Sally só podia sorrir de volta.

Em um lugar longe, mas não tão longe assim, havia um grupo de semideuses ao redor de uma fogueira. As estrelas estavam brilhantes essa noite e toda vez que Annabeth olhava para cima ela se lembrava de Bob. Os adolescentes se aproximaram do fogo para se aquecerem.

“Estou preocupado com ele.” Jason confessou.

“Todos nós estamos. Nós não temos recebido uma mensagem de Íris dele desde que foi para Sally.” Annabeth tremeu.

“Talvez esteja ocupado. Quando foi a última vez que qualquer um de vocês foi para escola mortal?” Nico perguntou.

Piper meneou a cabeça.

“Talvez. Eu acho que deveríamos ir lá. Nós temos que ver ele, pessoal.”

Houve vários murmúrios de concordância.

“Vamos nos colocar na Goode, como estudantes. Por um semestre. Não é diferente do que os sátiros fazem.” Leo sugeriu. Frank assentiu. Parecia que os dois já haviam discutido isso.

“Eu vou falar com Quíron.” Annabeth concordou.

A fogueira continuou queimando.


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