Harry Potter e os entes amaldiçoados escrita por Crisfan


Capítulo 27
A missão de Peter Pettigrew


Notas iniciais do capítulo

Ela está sozinha, ele esperou até o dia da vingança e não há ninguém para impedi-lo.



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Capítulo XXVII

A missão de Peter Pettigrew

 

A garrafa sobre a mesa estava pela metade, a mulher segurava a taça com dedos trêmulos e vacilantes, era assim que vivia a maior parte de seus dias. Desde que se atrevera a desafiar o seu Mestre pela família, para proteger seu único e amado filho. 

O desassossego invadira  seu coração, sua cabeça vivia cheia de sonhos funestos. O pior de todos era aquele em que  os dementadores lhe davam o beijo da morte, mas o outro,  em que  seu próprio Mestre lhe lançava uma das maldições imperdoáveis também causava o mesmo terror noturno. Não conseguia mais dormir sem os pesadelos a lhe perturbarem o juízo. A única saída, era aquele vício adquirido depois de tudo, depois da morte catastrófica de seu  Lord, depois que seu filho se afastara, depois que o neto nascera e Draco o levara para longe.

         _Não quero que ele sofra a influencia de vocês, eu quase morri por causa de seu idealismo doentio de pureza do sangue bruxo. Quero criar o meu filho menos preconceituoso, assim como a mãe dele deseja. Ela tem um grande coração e bondade e me ensinou  respeitar  a todos , mesmo os que são diferentes de nós_ era evidente seu rancor e seu desgosto para com os pais.

         Desde então os dois avós foram privados da companhia do neto. Depois de alguns anos , quando Scorpius já estava mais crescido, ele próprio pedira pelos avôs,passara a vê-los, com hora marcada e dias escolhidos pelo pai.

 Narcisa logo se afeiçoara ao neto, percebia o quanto ele era sensível e dono de um coração bondoso. Quando  Astoria Greengrass,  morreu o garoto ficou muito melancólico, somente ao lado da avó parecia recuperar a alegria de viver, os dois faziam tudo juntos, ele ficou muito ligado a ela, embora conservasse uma certa distância do avô,  parecia apreciar  de longe o jeito aristocrático e meio reservado dele. É claro que o garoto desconhecia o passado nebuloso de sua família, se fosse por seu pai continuaria assim. Mas os outros, os de fora da família, não deixaram que isto perdurasse. Quando iniciou os estudos, em uma escola privilegiada, para os bruxos mais novos, passou a ouvir comentários e começou a indagar  sobre o passado da família. Embora muito jovem e inocente ele percebeu o grande fardo que o nome Malfoy representava, e os outros não o deixavam  esquecer. Apesar de tudo ele amava imensamente o pai e a  avó, já o avô era um mistério para o menino.

         Agora Narcisa  temia por Draco  e  Scorpius, temia por ela própria também,e o medo  somente se entorpecia com o efeito do líquido avermelhado, que sempre lhe lembrava o sangue derramado por muitos naquele último dia. O dia em que o Lord  caíra e com  ele  seu sossego e  lucidez. Daquele momento em diante vivera em sobressaltos. Nada nela lembrava a mulher altiva, bela e destemida de outrora. Vivia com os nervos em frangalhos, a pele perdera o viço, o corpo murchara, grandes manchas escuras rodeavam-lhe os olhos, as mãos sempre trêmulas se contorciam como pequenas serpentes no ninho. Adotara o péssimo hábito de embriagar-se, estando sempre meio   entorpecida.

         Aquela era mais uma noite solitária, Lucio tivera um compromisso, somente ela e sua bebida. Os pensamentos iam e vinham como sombras. Mas quando se lembrava  do neto certa serenidade aflorava, parecia até mais jovem,  quando vinham os  maus pensamentos enchia a taça e  sorvia sofregamente, adormecia, acordava  e recomeçava a beber.

         _ Que foi isto?- um súbito espocar  se fez ouvir.

Olhou ao redor, nenhuma  presença, voltou ao ritual: beber, dormir, acordar, beber de novo.  Outro barulho, muito mais intenso, seus olhos reviram nas órbitas e ela percebeu que seus maiores medos se materializaram na figura dele.

— Lembra de mim, Narcisa? _ olhos miúdos e sorrateiros a encaravam com desdém _ Lembra de sua traição? Agora eu vim cobrar o preço...

—Eu sabia que este dia chegaria, sempre soube que este momento  viria, estou cansada, seja rápido...

Os olhos do homem a encararam com satisfação, ele segurava a varinha a poucos centímetros do rosto dela.  Narcisa  percebeu, numa fração de segundos, que não teria como se defender, talvez nem quisesse, talvez tivesse chegado a hora do acerto, de pagar pelas decisões tomadas, mas ela estava pronta, já sofrera demais. Seus últimos pensamentos foram para Scorpius, lembrou do rosto do menino, do sorriso dele, que ele existia por que ela havia tomado a decisão certa.  Um início de sorriso começou a iluminar o semblante envelhecido da mulher.

— Avada Kedavra!

O jorro de luz atingiu-a em cheio, o corpo afrouxou e tombou de lado, deixando perceber uma  lágrima solitária.

 Peter pegou a garrafa de vinho que estava pela metade, tomou um gole no gargalo, colocou a rolha de volta e guardou-o entre as vestes. Sem pressa e sem o menor receio foi saindo para o jardim e apontou a varinha para o alto.

— Morsmorder!

No Ministério da Magia alarmes começaram a soar. Os  aurores  se entreolharam, estavam tão acostumados com o marasmo dos plantões, mas naquela noite algo estava diferente, no ar pairava   uma sensação estranha e desconfortável.

 Imediatamente iniciaram os protocolos de perigo, apenas dois novatos estavam trabalhando, o medo transparecia em seus rostos, aquilo estava mesmo acontecendo?


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Notas finais do capítulo

A Marca Negra ressurge e com ela a incerteza do que virá.



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