Harry Potter e os entes amaldiçoados escrita por Crisfan


Capítulo 2
Capítulo 2 – O aborto de Sonserina


Notas iniciais do capítulo

Descubra quem é o aborto de Sonserina , nem sempre o que acontece é o que se deseja. As vezes é preciso uma boa dose de persistência. Até nos fracassos podem haver aprendizagens, agora as coisas vão melhorar para Alvo? Leia e descubra!



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O “aborto” de Sonserina

O tempo andava de cara feia ultimamente, já estavam em novembro e os dias estavam ficando cada vez mais frios e sombrios, mas era   assim mesmo nesta época do ano. Em Hogwarts os alunos já começavam a desfilar com gorros e cachecóis de lã, coloridos conforme as casa a que pertenciam.

Era o primeiro ano de Alvo em Hogwarts, olhares curiosos e dedos apontados em sua direção ainda perturbavam o jovem Potter, principalmente quando estava sozinho, pois na maior parte do tempo andava com seu melhor amigo, Scorpius Malfoy, eles compartilhavam gostos e  até a mesma casa:  a Sonserina.

    Lembrava-se bem de como ficara ansioso ao colocarem o Chapéu Seletor em sua cabeça, vira como o Chapéu ficara indeciso sobre onde colocá-lo, ele próprio não sabia o que preferia.

        -Humm, confuso, irritadiço, onde seria melhor aproveitado? Sua descendência incomoda? Então Sonserina irá ajudar!

        E então um Alvo meio confuso e um pouco desapontado foi sentar-se com os outros alunos do primeiro ano da Casa de Sonserina. Sentiu-se um pouco melhor após o Chapéu ter encaminhado Scorpius  para a mesma casa e ele ocupar o lugar vago ao seu lado. Os dois trocaram um aceno de cabeça de mútuo apoio.

 Isto serviu para solidificar ainda mais a recém nascida amizade entre os dois garotos primeiranistas. Depois deste dia era comum ver os dois juntos, nas aulas de poções, de Trato das Criaturas Mágicas, durante as partidas de quadribol e em todos os momentos que fossem possíveis,  nas folgas, intervalos e refeições.

Às vezes o irmão mais velho de Alvo, Thiago Potter, se juntava a eles, mas na maior parte das vezes ele estava ocupado com as próprias tarefas, estava dois anos à frente nos estudos e ainda acumulava as funções de monitor de sua casa, Grifinória, então esses momentos de juntar-se ao irmão mais novo eram poucos. A dupla Potter- Malfoy era muito mais frequentemente  encontrada. E esta amizade até que era  a  calhar para Thiago pois o deixava menos culpado por não estar  mais tempo com o irmão caçula.

A dupla já começara a fazer história e chamar a atenção, não por suas habilidades mágicas, mas porque os dois tinham protagonizado a primeira perda de pontos de sua casa.

Haviam sido encontrados fazendo um “tour” pelos corredores do castelo , note-se, fora do horário permitido. Quando a Professora Minerva McGonagall , atual diretora de Hogwarts os inquiriu foi Scorpius quem falara primeiro, se desculpando:

— Estávamos procurando a  Sala Precisa, ficamos curioso com as histórias que nosso pais nos contaram e queríamos ver com nossos próprios olhos!

—Senhor Potter tem algo a dizer em sua defesa?

—Não professora, quero dizer,diretora! É verdade só estávamos curiosos!

A professora Minerva olhava de um para o outro, sem deixar de lembrar dos pais dos meninos: Harry e Draco, sempre metidos em confusões, deu um meio sorriso, que escondeu dos alunos e declarou categórica:

—Os senhores  com certeza sabem dos regulamentos, e mesmo assim os burlaram, e por causa de uma curiosidade boba! Saibam que seu gesto impensado e irresponsável causará a perda de cinco pontos para a Casa de Sonserina! E ficarão confinados ao dormitório durante  toda a próxima semana... e no final de semana também!

—Mas é o final de semana em que faremos a visita ao vilarejo de Hogsmeade  – Scorpius desapontado faz cara de coitado e olha a diretora com ar de sofrimento.

—E não me olhe desse jeito Senhor Malfoy, está decidido! Pense melhor da  próxima vez se não quiser perder mais oportunidades! Agora vão para a cama!

Os dois amargaram um final de semana inteiro de confinamento e ainda as caras amarradas dos outros alunos de Sonserina.

—Sinto muito Scorpius, não queria estragar seu fim de semana! Na verdade eu nem iria, rasguei o pedido de autorização antes de sair de casa, tinha brigado com meu pai e acabei rasgando...

—Tudo bem , pelo menos ficaremos juntos, vamos arrumar algo para fazer, não se preocupe, haverão outras vezes para fazermos visitas.

O problema é que os pais deles seriam avisados sobre o comportamento indesejado dos dois.

Malfoy sabia que o pai não daria grande importância ao fato, mais assim mesmo preferia que não tivesse acontecido.

Já Alvo ficara bem chateado, sabia que Harry ficaria  desapontado, já houvera o fato de não ter sido selecionado para Grifinória , e agora mais isto! Embora o pai lhe tivesse  assegurado que não havia problema quanto a pertencer a Sonserina , gostaria que não houvesse mais coisas para perturbar o tênue equilíbrio que havia entre os dois  e principalmente entre Harry e Gina, que sempre procurava defendê-lo frente às críticas do pai  e ao mesmo tempo aproximar um do outro.

Ele tinha razão, a chegada de uma coruja ao Largo Grimmauld, 12  fora mais um motivo  para atritos entre os Potter-pais. Gina estava constantemente monitorando o relacionamento entre os membros da família. Thiago nunca dera o menor problema, tirando o fato de ser muito bagunceiro. Nos dois anos que estava em Hogwarts tirava boas notas, era elogiados pelos professores, tinha muitos amigos  e era tido como um garoto bem maduro para sua idade. Mas Alvo estava a pouquíssimo tempo em Hogwarts e já começavam a chegar as más noticias. Será que era por causa da sua amizade com Scorpius? Afinal sendo ele, filho de quem era não seria de duvidar que estivesse desencaminhando outras crianças. Gina ainda lembrava bem do comportamento de Draco enquanto estudavam em Hogwarts.

Meneia a cabeça na tentativa de afastar tais pensamentos e lembra das cartas de Thiago, o filho mais velho fizera referência a amizade   crescente entre os dois meninos, de como viviam colados um no outro...

Alvo sentia-se deslocado na Casa de Sonserina, na verdade em toda  a Hogwarts, o fato de esperarem dele uma atuação digna de uma celebridade , como era seu pai, lhe causara ânsia de vômito mais de uma vez, principalmente porque parecia que com ele nada dava certo.

Ainda lembrava do desastre na Aula de Poções, ao colocar o último ingrediente de uma mistura errara a dose e causara um pequeno incêndio  na sala. O professor o olhara com reprovação, não só o professor, na verdade toda a classe o olhara com a mesma expressão. A vontade que sentiu foi de sumir dentro da densa, negra e malcheirosa fumaça que tomou conta de todo o recinto. Os alunos correram porta afora e o professor executou o feitiço  reducto  para eliminar a negra fumaça.

Foi durante  a debandada dos alunos que se ouviu pela primeira vez a expressão “o aborto de Sonserina”. Depois foram muitas outras vezes. Pelos corredores,  ao  cruzar com grupos de alunos, no salão comunal, durante as refeições,ou em alguma esquina nas dependências do castelo.

Em uma dessas vezes Alvo ficou muito perturbado pois no grupo em que alguém sussurrou ao passar por ele estava ninguém mais que sua prima Rosa Granger Weasley. Isto foi o que mais lhe doeu. Esperava tudo dos outros, mas de Rosa?

Ao perceber que o amigo estava infeliz Scorpius quis saber o motivo:

—O que há com você, ultimamente anda tão calado e nem se anima mais a explorar o castelo? Tem alguma coisa te perturbando, foi algo que eu disse, ou fiz?

Alvo ficou sem jeito, não queria falar o quanto estava sofrendo. Scorpius sabia entender alguns silêncios, e este era um deles. O fato de ter sofrido com certos rumores sobre ele ser filho de Voldemort sempre incomodaram sua família. Além disso ele estivera ouvindo cochichos pela escola sobre o “aborto de Sonserina”, só não havia percebido que falavam de Alvo Potter.

—Olha, eu sei que não é fácil conviver o tempo todo com gente falando mal de você, sei o quanto é ruim ser apontado pelas pessoas.

—Não é só isto! É que parece que todo mundo espera que eu saiba tudo, que eu consiga fazer tudo  perfeito! Mas eu não sou perfeito, só porque sou um Potter não quer dizer que  sou perfeito! Puxa, como é difícil não conseguir fazer o que esperam da gente!

Scorpius fica em silêncio, entende muito bem o amigo.Percebe por um momento que os olhos do outro ficaram marejados, mas evita olhar para o parceiro. Alvo  se afasta um pouco, chegando mais perto da janela. Sente-se tão desalentado como se tivesse provado do beijo de um dementador, nunca havia acontecido tal coisa, os dementadores estavam bem longe, em Azkaban, nunca vira um deles, mas achava que era assim que a pessoa se sentia.

Mas uma ideia estava crescendo em sua mente, andava fazendo algumas incursões pelo castelo, em busca de algo que sabia que poderia ser útil e talvez até resolvesse alguns de seus problemas, principalmente nas aulas de poções, embora os feitiços também lhe causassem dores de cabeça.

Lembrava-se bem de como Scorpius achara engraçado quando tentara abrir  uma porta com feitiço.

—Alohomora!- balançara a varinha de forma estranha, como um floreio.

O feitiço saiu pela culatra e ao invés de abrir a porta havia colocado mais uma tranca  nela. No momento seguinte Scorpius desatara a rir. Alvo ficara um tanto decepcionado e surpreso com a atitude do amigo e, principalmente,com a falha do feitiço, porém logo a seguir também caíra na gargalhada.

Bem na hora um grupinho de alunas estava passando, entre elas, Rosa. Ela olhou com desaprovação para os dois meninos e seguiu seu caminho com as colegas. As meninas que a acompanhavam ainda olharam para trás e soltaram risinhos abafados, apesar de tudo os dois tinham certo charme juvenil que agradava as meninas.

A lembrança pareceu dar-lhe uma nova esperança, principalmente porque a ideia estava ficando mais forte e se tornando um objetivo. Mas ainda não podia falar para ninguém, nem mesmo para Scorpius. Não queria que o amigo risse dele de novo, deveria manter tudo em segredo.

Percebendo que Alvo apresentava um novo ânimo no olhar, Scorpius  propôs uma caminhada no intervalo das aulas de poções e  herbologia.

Parecendo mais animado Alvo concordou, os dois foram andando para a sala de aula pois o professor já aguardava os alunos na entrada e eles não queriam ser os últimos a chegarem, só para não darem motivo para serem xingados na frente de todos, aquele professor era muito rígido com horários.    

Mas os pensamentos de Alvo estavam em outro lugar, ele estava distraído e pensando em como tudo parecia tão injusto. Sua prima Rosa Weasley era um verdadeiro sucesso,  recém chegada e já fora selecionada para o time de quadribol da Grifinória, havia se destacado como uma ótima apanhadora, Alvo nem tentara fazer a seleção, depois do fracasso na aula de voo.

Ainda lembrava bem dos risos dos  outros alunos quando sua vassoura não subia ao seu comando, nem ao menos havia conseguido sair do chão na primeira aula. Enquanto isto Rosa se mostrava uma excelente aluna e atleta., o que só aumentava seu sentimento de inferioridade e seu desalento. Era mesmo um aluno medíocre, seu pai devia estar envergonhado, sabia que  Harry tinha sido um ótimo apanhador, ele havia lhe contado como apanhara o primeiro Pomo de Ouro  e vencido a partida.  Tinha uma réplica do Pomo guardado em uma estante lá na casa deles.

Cada vez que Rony e Hermione visitavam os Potter, quando ele  ainda era criança , Rosa ficava parada em frente a réplica do Pomo e pedia para Harry contar como o conseguira, olhava fixamente para o objeto e dizia, ao final da narrativa de Harry:

—Quando eu for para Hogwarts também vou pegar o meu Pomo de Ouro! – seus olhos brilhavam e deixavam Alvo com um pouco de ciúmes.

Agora parecia que ela havia conquistado tudo o que queria,  e ele continuava o garotinho sem sorte que sempre fora. Mas isto iria mudar em breve, se tudo desse certo, ele iria  mudar as coisas, e seria logo!  Precisava muito encontrar o que estava procurando, tinha que existir um jeito de fazer as coisas melhorarem, ele não iria desistir!

Ainda não entendia porque não estavam encontrando a Sala Precisa, era tão óbvia a sua necessidade que ele acreditava que fossem apenas histórias, se fosse verdade ela já teria aparecido, ele precisava tanto, tanto!


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Notas finais do capítulo

O que falta para que Alvo supere suas fragilidades? Ele encontrará o que precisa?



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