Between Lyrics And Quotes escrita por Emmy Alden


Capítulo 2
Two


Notas iniciais do capítulo

Hey, aqui vai mais um capítulo!!



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—Elas já foram?— Foi a primeira coisa que o garoto disse ao sair de seu esconderijo.

—Graças a Deus. Preferiria que você fosse um ladrão.— Ouvi sua risada abafada atrás de mim.

Logo ele já estava parado na minha frente retirando seu "disfarce".

—Em todo caso, obrigado.

Agora que eu estava analisando bem o seu rosto, me parecia que não era efeito de poluição visual, eu realmente conhecia aquele garoto.

—Elas são uns amores, mas eu tirei o dia para andar sozinho por aí, visitar minha cidade natal, essas coisas...

Amores. Eu era um amor, não aquela Barbie Fã e suas discípulas. É cada coisa.

O desconhecido- conhecido apesar das vestes, parecia com frio.

—Já que você está aqui e eu estou desocupada, você aceita um chá, um café?

Eu olhei no relógio e já estava na hora de fechar a loja, então eu comecei a ajeitar as coisas.

Eu contava o dinheiro do caixa e o Senhor Famoso estava sentado numa cadeira do outro lado do balcão.

—Desculpa.— Eu disse, não sei bem o porquê, enquanto eu terminava minhas contas e tomávamos —ele um chá, eu um café— nossas bebidas.

Ele franziu a testa e aquilo o deixou extremamente fofo.

Ah, nada como o apelo desses ídolos juvenis.

—Por que está se desculpando?

Não incline a cabeça.

Não incline a droga da cabeça.

Ele inclinou a droga da cabeça.

Pronto, eu já poderia me ver daqui a alguns segundos assinando um contrato para fazer parte do fã-clube do Nathan Sobrenome-insignificante.

—Você perguntou se eu te reconhecia.— Engoli a seco. —Você é famoso, espera que as pessoas te reconheçam e te assedie, mas eu sou meio desligada dessas tendência atuais.

—Você não está se desculpando por não me assediar? — ele perguntou confuso e eu não sabia onde enfiar a cara.

—Eu não espero que toda a população mundial me reconheça, na verdade, eu ainda fico bem impressionado quando alguém me reconhece.— Ele me olhou por cima da xícara.— E livros são melhores que pessoas, de fato.— Foi a minha vez de franzir a testa e então ele apontou para o colar com um pingente em forma de um livro que estava no meu pescoço.

—Ah, sim. Quer dizer, pessoas são legais, mas livros... Esses são especiais.— Disse meio emotiva e Nathan  sorriu para mim mostrando toda a brancura cegante dos seus dentes.

Muito familiar.

E aquela situação estava extremamente estranha.

Ficamos nos encarando por alguns instantes. Tentei vasculhar minha memória e achar aquela feição, mas só ganhei em troca uma dor de cabeça.

—Er... Acho que já está seguro para sair.— Fui a primeira a dizer.

Por um momento, ele fez uma expressão como se inglês fosse uma língua estranha a ele e então recobrou a consciência.

—É... Claro! Obrigado mais uma vez pela hospedagem.— Ele enfiou o seu celular no bolso e eu aproveitei para fazer o mesmo com o meu antes que eu o esquecesse.

—Hm...Não quero soar estranha, mas se importaria de autografar aqui?— Ele ergueu as sobrancelhas. —Sabe, talvez algum dia você ainda esteja extremamente famoso que até pessoas como eu o reconheça e talvez, ao mesmo tempo, eu esteja passando por dificuldades financeiras e poderei vender isso para pagar minhas contas. Nunca se sabe.

Ele deu um riso abafado colocando o seu sobretudo, seus olhos, sua boina e então tirou o papel e a caneta da minha mão atendendo ao meu pedido.

—Foi bom te conhecer, Elizabeth.

—Como você sabe o meu nome?— Disse enquanto passava o avental pela minha cabeça e Nathan deu de ombros apontando para o crachá no meu uniforme.

Ah, claro.

—Como a rainha.— Ele brincou.

—Como a rainha.— Repeti. —Menos a fortuna, a importância e as rugas. Essas últimas, daqui a alguns meses talvez já deem o sinal de sua presença.

—Então, vejo você por aí, Elizabeth, como a rainha exceto pela fortuna e pelas rugas.— Ele fez uma saudação com os dedos na testa saindo pela porta.

—E pela importância.

—Não posso concordar com isso.— Nathan disse simplesmente e sumiu pelo princípio de noite.

—Bethieeeeeeee.— Senti todo o peso de Leoné sobre mim assim que abri a porta do nosso humilde— e apertado ao extremo—apartamento.

Ela era uma garota de 21 anos que dividia o espaço, o aluguel, a amizade e as adversidades da vida adulta comigo.

Morávamos juntas desde quando eu entrei na faculdade e queria meu próprio espaço, e ela havia acabado de se emancipar aos 16 anos, mudou-se da França e precisava de um lugar para morar.

Ela viu meu anúncio na internet, na época em que eu descobri que viver por si só não era tão fácil como eu imaginava, e meu emprego na livraria mais a bolsa de auxílio da universidade cobriam apenas um pouco mais da metade daquela espelunca.

Unimos o útil ao agradável. Ou talvez nem tão agradável assim, já que não éramos tão orgulhosas do lugar que chamávamos de lar.

—O que aconteceu dessa vez, Leo?— Apesar da minha amiga sempre estar feliz por me ver em casa, ela era muito exagerada quando havia algo de errado.

—Só estou feliz por te ver em casa sã e salva.— Leoné deu um sorriso amarelo.

—Ah, tá bom.— Respondi incrédula. —O que houve?

—N-nada, mas eu estava aqui pensando será que não fomos muito pesadas com o David?

David era o meu vizinho. David também era o meu ex-namorado. David era o meu ex-namorado que me traía durante todo o meu horário de trabalho. Eu havia terminado com ele há um mês, apesar de ele continuar declarando seu amor por mim de todas as formas.

As mais comum eram: serenatas em baixo da minha janela e recitação de poemas ruins enquanto ele estava bêbado e pelado na frente da minha porta.

Duas noites atrás, uma Leoné alterada pelo álcool e cansada dos showzinhos me pediu ajuda para descobrir como desligar o aquecedor do corredor do nosso andar.

Notícia boa: Nós fazíamos um trabalho excelente em equipe.

Notícia ruim (para David): Era noite da "recitação de poemas ruins enquanto ele estava bêbado e pelado na minha porta."

Curiosidade: Estávamos no inverno.

Tudo bem, podem me chamar daquela famosa expressão em que você ofende a mãe de alguém. 

Mas eu me senti um pouquinho vingada pelas semanas que passei chorando a traição sofrida.

Já Leoné nunca gostou de David, então era no mínimo suspeito que ela sugerisse que pedíssemos desculpas para ele.

—Você quer que peçamos desculpas para David, O Traidor?— Observei suas roupas e elas eram as mesmas que Leo usava na hora em que saí de casa.

Olhei para o sofá onde um gatinho desconhecido dormia confortavelmente sobre uma manta. Com os pelos escovados.

—Você usou toda a nossa água quente, não foi?— Leo tentou disfarçar, mas ela sabia que era uma péssima atriz e desistiu.

—Ela estava tão suja e tão com frio, Bethie! Eu não poderia deixá-la daquela maneira. Porém, eu juro que não demorei assim que coloquei a gatinha debaixo do chuveiro a água já deu sinais de que logo ficaria fria e...

Respirei fundo:

—Você sabe que algum dia desses eu vou te colocar para morar com eles na rua, não sabe?— Ela fez uma cara de abandono e eu peguei o celular no meu bolso para ver as horas para decidir o que fazer.

A água quente era semanal e tínhamos, ou melhor, uma gata tinha acabado com nossa cota semanal.

Quase desmaiei ao notar o plano de fundo padrão do aparelho . Aquele celular não era o meu.

Droga. Droga. Droga.

❣❣❣


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Notas finais do capítulo

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