Sábado chegou rapidamente, estava muito ansiosa, apesar de ser uma ida ao cinema, um passeio que estava acostumada em fazer em São Paulo, eu estaria saindo finalmente depois ter me transformado. Faltando duas horas para Michael chegar em casa liguei para Sofia para me dar dicas do que eu poderia usar.

— Use sua saia godê rosa, e uma blusa justa de cor preta, pode usar tênis, sapatinha, o que você achar melhor. - Falou Sofia animada por eu ter ligado para ela. - E com quem você vai sair?

— Com meu amigo Michael.

— Como ele é?

— É o mesmo da foto que te mandei.

— Você gosta dele?

— Só como amigo, por que, você ta interessada?

— Na verdade, não, estou namorando o Marcos.

— Finalmente! - Falo tão animada, que minha voz saiu alta e aguda.

— Nem posso acreditar, ele veio falar comigo ontem, sempre achei que ele gostasse de você, mas ele me explicou que fazia isso para me fazer ciumes. E se você começasse a gostar dele, isso foi tão infantil.

— Concordo com você, maseu já sabia.

— Por que você não me contou? – Disse ela com o tom de voz irritada.

— Tentei varias vezes que ele lhe falasse, mas não era direito meu contar no lugar dele.

***

  Quando deu a hora combinada eu já estava pronta, havia deixado meu cabelo solto e colocado uma maquiagem bem leve, como Sofia havia falado.

— Day, Michael está na porta! - Gritou minha avó. Quando eu abro a porta lá está ele.

— Como ela soube que eu estava na porta? - Pergunta ele.

— Não tenho a mínima. - Respondi rindo.

— Se eu soubesse que você iria se arrumar tanto teria me vestido melhor. - Falou ele depois de me olhar dos pés a cabaça.

— Assim você me deixa sem graça, e aproposito, está ótimo. Vovó estamos indo. - Gritei por fim me dirigindo para fora de casa.

— Está bem querida, até logo.

  Eu preferi que Michael dirigisse, não conhecia a cidade direito. E foi minha sorte, com o tempo minhas visões estavam aumentando gradativamente, nessa última semana tinha uma por dia. Como sempre tudo em minha volta saiu de foco.

  Eu estava na frente de um cinema grande.

— Dayana, Michael são vocês?

  Na hora reconheci a voz, era Kelly, quando virei vi que ela não estava sozinha, Jared e Éllen a acompanhavam.

  E tudo voltou ao normal.

— Oque aconteceu? - Perguntou Michael nervoso.

— Tive outra visão, vamos encontrar Kelly, Jared e a Éllen.

— No cinema?

— Sim.

— Se quiser podemos voltar. - Disse ele parecendo preocupado.

— Mas é claro que não, eu quero ver o filme.

— OK, você que manda. - Falou ele sorrindo.

  Ao chegar à frente do cinema Michael foi direto comprar as entradas e a pipoca, que sabíamos que mal comeríamos, em quanto eu fiquei esperando, e quando ele voltou...

— Dayana, Michael são vocês?

  E minha visão se tornou realidade. E por coincidência eles foram ver o mesmo filme. O filme foi bom, tirando a parte que a Kelly era capaz de engolir o Jared, não que eu tenha ficado com ciúmes, mas era muito desconfortável, notei que ele tentava se esquivar algumas vezes, pedindo para ver o filme.

— O que você achou do filme? - Pergunta Michael dirigindo de volta para casa.

— Ótimo.

— Para mim não pareceu, a maior parte do tempo sua aura estava verde.

— E o que isso quer dizer? - Eu já estava com as mãos suadas.

— Você estava com ciúmes, e agora como sua aura ta roxa isso quer dizer que você está nervosa, pois estou falando a verdade. -Terminou ele de dizer.

— Eu não consegui me controlar. - Confesso logo sabendo que minha aura me condena.

— Acho que ele gosta de você. - Falou tentando me consolar.

— Não, ele está com a Kelly. - Falei descontrolada e chorando, apesar de saber que nunca teria nada com Jared, eu sabia que estava sentindo algo por ele, e vê-lo com Kelly estava me matando.

— Você está chorando sangue? Como?

— Coisa de vampiro. - Brinco.

— Não, isso é coisa só sua.

— Como? - Perguntei limpando minhas lagrimas do rosto.

— Só um vampiro com poderes muito fortes, com emoções a flor da pele tem esse tipo de lagrima, mas até hoje achei que era lenda, apesar de Jhony me dizer que já ouviu historia de uma vampira que tinha essa capacidade. – Explicou ele.

— Desde que eu me transformei choro assim.

— Você é tão doce, que não vê maldade nas pessoas, tenha cuidado, alguns sobrenaturais pode querer se aproveitar disso.