Take me to church escrita por Ella Poetry


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Olha... EU SINTO MUITO, TA LEGAL?

Bom capitulo pra vocês



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/738240/chapter/3

Lá em baixo, em uma distância segura, um dos caras olha para um lado e para o outro enquanto os caras atrás sorriem.  Metade do grupo anda em direção à casa do reverendo enquanto a outra vai até a casa de Alec. Eles arrombam a porta e Rita tira os óculos guardando o livro e ficando em pé.

⁠⁠⁠⁠_Quem vocês pensam que são para invadir minha casa desse jeito? – Rita quase que grita, reconhecendo os garotos da gangue.

⁠⁠⁠⁠_Senhora, sinto lhe informar mais tem uma aberração debaixo do seu teto! – Fernando diz como se estivesse abrindo um show, abrindo os braços e os capangas entram.

—A única aberração sob esse teto é você! – ela grita olhando para ele, que desfere um tapa na cara dela e ela cai no chão por ser pequena. Alec que ia descer as escadas ao ouvir a confusão, vê a mãe do topo da escada e encontra o olhar dela. Ele vê a mãe mexer os lábios para formar uma palavra: “fuja!”.

Então ele corre quarto acima e começa a colocar roupas na mochila de qualquer jeito e salta pela mesma. Escuta a porta sendo arrombada e cai rolando no chão. Vê a máscara de Fernando em sua janela e um grito para pega-lo. Começa a correr com o ombro machucado, quando é puxado pela mochila e derrubado no chão, recebendo um chute na barriga. Os caras da gangue reviram toda a sua casa e Fernando sai de lá segurando um fogo de artifício e a gangue o levanta até ele ficar da altura de seus olhos.

⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠_Sabe bichinha. – Fernando segura em seu rosto o olhando com desprezo – De todos nessa cidade, eu nunca desconfiaria de você e do filho do reverendo. Vocês são bem discretos para a espécie de vocês

—Vai se foder! – ele cospe na cara de Fernando e recebe um soco na cara

⁠⁠⁠⁠_Olha essa boca. Você é uma desonra para a perfeita criação!

—Vocês... Vocês não têm provas! – Alec grita em uma tentativa de fugir

⁠⁠⁠⁠_Encontramos a caixa! – alguém da gangue grita mexendo na terra

—Vamos acabar com isso logo! – Fernando diz e sorri de orelha a orelha

Tocam a campainha de Gabriel. Ele para na porta do quarto e sente um frio na espinha enorme, se virando e descendo as escadas. A porta do quarto se abre e o reverendo sai assustado

⁠⁠⁠⁠_Quem pode ser essa hora? – Hugo pergunta descendo as escadas e amarrando um roupão

⁠⁠⁠⁠_Eu não sei... – Gabriel responde e lembra que não está de pijama

—Seja lá quem for, quando ele for embora vamos conversar – Hugo diz e olha para a porta.  A gangue invade a casa assim que Hugo abre a porta. Um dos integrantes olha para Gabriel sorrindo e ele entende tudo.

—Não... – Gabriel encara o rapaz e anda para trás na mesma hora

—Ah sim. – ele responde com um sorriso cruel

Gabriel quase sofre uma coisa quando o ouve e meio que empurra os da gangue, não tem tempo pra reagir direito enquanto corre até a própria bicicleta e se põe a caminho da casa do amado. Ele pedala rápido, meio desesperado, se esquecendo até mesmo do pai.

Enquanto isso, a outra parte do grupo começa a arrastar Alec para dentro da floresta, acendendo o fogo de artificio e iluminando o caminho. Eles vão o caminho tentando abrir a caixa até que chegam a uma clareira e ele acende uma fogueira que haviam preparado. Os olhos de Alec refletem o medo e a luz da fogueira. Eles começam a bater uma picadeira na caixa até que conseguem abrir o cadeado e entregam a Fernando, que pega o diário e começa a ler e rasgar as folhas e jogar na fogueira. Alec grita vendo as paginas queimarem e chora enquanto apanha dos mesmos que o seguravam.

Quando Gabriel chega, a casa de Alec está uma zona, parece que um furacão passou. A mãe de Alec estava desmaiada na sala. A mãe que sempre fez biscoitos e não ligava para os dois serem namorados. Sabia desde sempre, mas o amor ao filho sempre foi mais forte. Assim que Gabriel entra e vê a senhora no chão, vai até a mesma com pressa, deixando a bicicleta jogada lá fora, ele a sacode com um pouco de força.

—Tia Rita! – Ele chama a moça que acorda meio zonza e o olha, arregalando os olhos.

—Vá! Salve meu filho! – a moça pede assim que o reconhece

Gabriel larga a mãe de Alec no sofá e sai de novo, do lado de fora da casa o quintal estava cheio de buracos cavados e ele grita de raiva, olhando em volta. Ele vê ao longe, na floresta, uma luz amarelada e a fumaça subindo. Aquela maldita fogueira estava acesa de novo.  Ele se apressa, começando a correr pela floresta ali se aproximando cada vez mais do foco de luz. Um dos caras avisa Fernando que o mesmo está vindo, sabia que ele viria e sorri para os colegas.

⁠⁠⁠⁠_Hora do show! – Fernando diz com um sorriso sádico no rosto

Gabriel para assim que vê Alec no chão, tentando ir até lá e sendo agarrado por quatro caras. Fernando vai até ele e joga o diário inteiro na fogueira, vendo o desespero nos olhos do garoto⁠⁠⁠⁠.

⁠⁠_Seu pai não merecia um filho como você! – Fernando diz com nojo e cospe na cara do garoto que só consegue olhar para onde Alec está. O mesmo devolve um olhar choroso sabendo o que iria acontecer - Podem jogar el...

Ele é interrompido quando o um dos capangas vai até ele e sussurra algo pra ele

⁠⁠⁠⁠_Droga. Eu queria queimar o filhinho de papai. Tá bom, queimamos o outro. – ele diz como se não fizesse diferença – Ah é, temos que deixar eles se despedirem! Façam rápido!

Os caras jogam um contra o outro e os braços do menor vão automaticamente para o pescoço do outro, o abraçando bem forte.

—Me perdoa... Me perdoa... Me perdoa...

Gabriel segura Alec tão forte, começando a chorar de uma forma desesperada.

—Não... Não era pra ser assim... Não...Você... Não... – ele diz olhando para os lados e puxando Alec mais forte ainda – Por favor, Fernando, não faça isso!

Fernando boceja e encara os dois com indiferença

⁠⁠⁠⁠_Obrigado... Por fazer minha vida valer a pena... ⁠⁠⁠⁠⁠ - Alec diz e puxa Gabriel para o que veio a ser o seu ultimo beijo

⁠⁠⁠⁠_Tá, tá, que viadagem. Peguem eles! – Fernando ordena e os caras separam os dois – Agradeça a seu papai! Eu queria muito queimar você!

—SEU DOENTE! – É tudo que Gabriel consegue gritar de volta

⁠⁠⁠⁠_Vocês são os doentes! Ele está morrendo para não contaminar ninguém! – Fernando grita apontando Alec – Chega com isso, matem ele!

Os próximos segundos duraram um eternidade nos olhos de Gabriel. Ele olha para Alec tentando se soltar em desespero enquanto o aproximam da fogueira. O menor arfa e quase o deixam cair várias vezes. Gabriel não entende a indiferença de todos aqueles caras ali, que apreciavam isso como se fosse um circo e riem enquanto amarravam Alec e o levantam. E ele grita. Grita para Alec, para Fernando, para aqueles caras e até mesmo para Deus. Mas é como se ninguém o escutasse. Então eles jogam o rapaz na fogueira e o grito de Alec foi mais alto do que as batidas do próprio coração. Gabriel tenta se soltar a todo custo com lágrimas grossas ensopando o próprio rosto, enquanto vê o amado se debater na fogueira em intermináveis momentos de tortura. O cheiro de fumaça e da carne queimando chega a ser insuportável até mesmo para Fernando e quando os gritos de Alec que enchiam o ar, agudos, tristes e doloridos, começam a parar pela morte estar já cara a cara com o rapaz, Fernando tira um revólver e atira três vezes no corpo caído de Alec. Os outros apagam a fogueira como se fosse um ritual e soltam Gabriel. Ele despenca no chão e se arrasta até lá, entrando no meio das brasas ainda quentes e sacudindo o corpo queimado do amado e tentando gritar, porém não conseguindo emitir nenhum som. Ele olha em volta e vê que os assassinos foram embora. Partiram como o brilho dos olhos daquele que amou e sempre amaria. Ele abraça aquele corpo e fica lá por um longo tempo chorando, sentindo-se vazio e querendo se juntar a ele. Naquele momento, uma chuva começou e Gabriel amaldiçoou os céus por esperarem aquela barbárie acabar para darem uma rota de escape, mas então finalmente entendeu: Assim como ele, os céus também choravam por Alec. E iria chover por um longo tempo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

É isso galerinha, espero que tenham gostado! Me desculpa se deixou vocês na bad

P.S. confesso que chorei escrevendo



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Take me to church" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.