—Você viu a cara dele? Achei que fosse ter um ataque. É sério garota, ele odeia você mais do que me odeia. – Edward gargalhava chamando a atenção dos outros clientes que estavam na lanchonete.

—Ele não me odeia. – Bella resmungou enquanto tomava o milk-shake. – Ele só não gosta de ser contrariado, e confesso que eu o contrario um pouquinho. – Sorriu para ele.

—E eu achando que você fosse um anjinho, mas você é má garota. Eu gosto disso.

—Não sou má. – Retrucou.

—Tudo bem Senhorita Certinha. Agora me diga, você fazia isso com todos os professores?

—Quase todos. Eu não tenho culpa se sou acima da média.

—Olha só quem está se revelando. – Edward curvou sobre a mesa. – Você é má garota.

—Para de falar isso. – Bella jogou o guardanapo nele. – Precisamos ir. Não é porque tirou UMA nota boa que seus problemas estão resolvidos.

—Não podemos descansar só por um dia não? – Perguntou com esperança.

—O descanso só vem depois que a guerra termina.

—Nossa que profundo isso. Vou até colocar no status do meu whatsapp. – Os dois riram.

—Você esqueceu que não tem celular. – Dessa vez só Bella riu. – Desculpa, mas não resisti.

—Tudo bem. Fico feliz em ver que não é uma máquina e que tem um pouco de senso de humor nesse grande cérebro.

—Oi Bella. – Um rapaz alto parou em frente a eles.

—Sam como vai? – Edward encarou o rapaz que o encarou de volta com cara de quem queria arrancar os olhos dele.

—Oi também. – Estendeu a mão e foi ignorado.

—Quem é esse? Jacob sabe que está aqui? – Caramba, era um interrogatório ou o que?

—Esse é o Edward, meu aluno, e Jake não precisa saber de cada passo meu. – Bella cruzou os braços na defensiva.

—Então não vai ter problemas se eu contar para ele que te vi aqui. – Sam pegou o celular do bolso e começou a discar.

—E porque teria? Eu não estou fazendo nada de errado e muito menos escondido. Agora se me der licença, precisamos ir. Vamos Edward.

—Quem era o brutamonte e quem é Jacob? – Edward perguntou assim que saíram da lanchonete.

— Não tem importância. Precisamos estudar. – Ele notou que ela estava muito nervosa.

—Ei, está tudo bem? – Segurou a mão dela. – Se quiser podemos cancelar a aula de hoje.

—Querendo fugir da aula? Vamos estudar. – Forçou um sorriso e Edward resolveu deixar para lá, se ela quisesse contar algo, ela contaria. Não iria pressiona-la, mas que tinha algo de errado, isso tinha.

—Advinha quem tem tirou A++++++++?

—Não tem tanto + assim não. – Bella resmungou ao lado dele. Os dois tinham acabado de chegar e encontraram Esme e Carlisle na cozinha.

—Você tirou A? – Carlisle perguntou chocado.

—Não pai, eu tirei A+++++. – Edward ergueu a prova para que eles pudessem ver.

—Você roubou o gabarito? – Esme encarava a prova. – E porque a nota está rasurada?

—Tinha uma questão que estava errada, mas aí a nossa geniazinha aqui. – Apontou para Bella. – Chegou e salvou o dia, mostrando para o professor que ele tinha corrigido errado.

—Eu nem sei o que dizer. – Esme abraçou Bella. – Muito obrigada querida.

—Ei, eu que mereço os cumprimentos aqui. – Edward reclamou e a mãe o abraçou.

—Não fez mais que a sua obrigação garoto. – Carlisle deu um tapinha nas costas dele.

—Agora não me amam mais é isso? Adotem a Bella então. – Cruzou os braços bravo.

—Será que o Charlie deixa? – Esme perguntou para o marido. – E chega de drama garoto. Estamos orgulhosos de você. Sabíamos que iria conseguir, era só se esforçar.

—Eu sinceramente, não imaginava que esse momento pudesse acontecer.

—Valeu pelo apoio pai. Belo incentivo esse. Mãe queria te pedir um favor.

—Pode falar filho. – Esme voltou a preparar o jantar.

—Como você pode imaginar, nem todos os alunos são tão espertos quanto eu. Então a galera quer que a Bella dê uma aulinha de matemática para eles. Podemos fazer aqui em casa?

—Acho melhor não, isso pode te atrapalhar.

—Nós podemos fazer num domingo, não vai atrapalhar as minhas aulas e cada um vai pagar a aula dele, isso vai ajudar a Bella.

— Você disse estudar num domingo? O que você bebeu? – Carlisle perguntou chocado.

—Pai estamos todos desesperados. Ou estudamos ou estamos fritos.

—Bella é sério, você opera milagres garota. – Carlisle afagou os cabelos dela. – Boa sorte trazendo adolescentes para estudarem aqui em pleno domingo. Ah já ia me esquecendo. – Edward se virou para o pai. – Celular e violão estão no meu escritório, pode pegar.

—Obrigado senhor. – Edward bateu continência e puxou Bella pela mão. - Vamos garota, preciso recuperar meu cartão de crédito.

—Cara, você pirou? Eu não vou estudar num domingo não. – Mike gritou do outro lado da linha e Edward conseguiu ouvir outras vozes furiosas ao fundo.

—Então seja reprovado. Ou é no domingo ou dia nenhum. – Esperou uns segundos até vir à resposta.

—Beleza, nós concordamos.

—E tem mais uma coisa. Nada de piadinhas sobre a Bella ou sobre o carro dela.

—Agora está forçando a barra cara. – Edward bufou e o amigo riu. – Cara, vocês estão se pegando é isso? Prometo que não vou criticar.

—Cala a boca cara. – Se afastou um pouco de Bella que estava concentrada corrigindo os exercícios que ele tinha feito. – Nós não temos nada, mas ela é legal e muito inteligente. Só não façam nenhuma piadinha com ela, por favor. Queremos nos formar e ela pode ser a nossa única esperança, é sério.

—Tudo bem. Vou conversar com a galera.

—Obrigado. – Desligou e voltou para a mesa. – Arrasei?

—Errou algumas questões. – Estendeu o papel para que ele pudesse olhar. – Quero que refaça e amanhã eu olho. – Fechou o caderno e o encarou. – Meus parabéns, você está se saindo muito bem, confesso que não esperava por isso. Não entendo o motivo de tirar notas tão baixas, você é inteligente.

— Acho que não me esforçava. Eu tenho tudo o que preciso, para que ficar pensando em trabalhar ou ir para a faculdade?

— Para conseguir independência. Ou quer ficar preso aos seus pais para sempre?

—Eu não sei o que fazer da vida. Daqui a dois meses preciso começar a mandar as cartas para as faculdades e não faço a mínima ideia do que quero. Como decidiu o que queria? E o que você faz mesmo?

— Eu fiz biologia e eu queria fazer medicina. Sempre foi o meu sonho – Sorriu ao falar.

— E por que não está fazendo? – Perguntou com interesse, ele gostava de conversar com Bella, apesar de ela ser jovem, era muito madura.

—Já disse que aconteceu algo e não pude ir para longe. – Falou com pesar, ela não gostava de tocar no assunto.

—E um dia vai me contar o que aconteceu?

—Quem sabe. – Suspirou e pegou a mochila pronta para sair.

—Você é um mistério garota. - Ela começou a ri.

—Pare de se preocupar com a minha vida e vá estudar. – O empurrou de leve e ele a puxou fazendo os dois ficarem bem próximos.

—Acho que deveríamos dar uns pegas. Nunca peguei alguém com o seu Q.I. – Ela de desvencilhou dele.

— Ficaria surpresa se já tivesse pegado. Olha Edward, eu sei que você é um conquistador, mas eu sou como essas garotas e comigo não vai rolar nada.

—Isso é um desafio? – Piscou para ela.

—Quer um desafio? Te desafio a se formar.

—Tudo bem então. Desafio aceito e se me formar você vai ao baile de formatura comigo. E não aceito não como resposta. – Ela suspirou e revirou os olhos. – Ou o Jacob, seja ele quer for, vai achar ruim?

—Jacob não manda em mim. Tudo bem, eu topo.

—Está aceitando sair comigo? – Perguntou chocado.

—Não fique muito animado, suas notas ainda estão ruins e pode não se formar.

—Duvidando de mim e de você?

—Me surpreenda então. - Colocou a alça da mochila do ombro e olhou para ele envergonhada. Ela sabia muito bem da fama de conquistador dele e podia entender o que levava todas as garotas a caírem na lábia dele. Ele era bonito, charmoso e engraçado, e ela podia ver além da aparência dele. Edward tinha um bom coração, só estava perdido, precisava se encontrar e tomar grandes decisões, como decidir o que fazer da vida e ela sabia que tal escolha não era fácil para a maioria, mas para ela sempre foi, desde criança se apaixonara pela medicina. Ela queria poder ajudar o máximo de pessoas que pudesse, embora a pessoa que ela mais quisesse ajudar, não pudesse mais ser ajudada. Engolindo o choro, ela se virou para sair.

—Vou surpreendê-la, então prepare o vestido. – Ela sorriu e se despediu.