Hinata mandava alguns e-mails para Kenma. Às vezes perguntava sobre besteiras, como o tempo estava em Tóquio ou sobre as aulas, seguidamente aprofundava-se em falar de vôlei, seu esporte adorado.

Kenma procurava não admitir, porém, amava esses momentos que trocavam algumas palavras sobre o dia de ambos. Eram palavras rápidas, nada pessoal, digitadas a pressa e desleixo.

Isso aquecia seu peito de uma maneira estranha. Não conseguia entender sua “relação” com Hinata, ultimamente nem mesmo as piadas de Kuroo vinham lhe fazendo muito sentido.

Ele não conseguia compreender. E isso o deixava a beira de um colapso com tudo.

Deitou sua cabeça em um dos travesseiros de sua cama, abrindo um dos últimos e-mails que lhe tinham sido enviados pelo amigo ruivo. “Você não vai acreditar!”, começava, “bem, sei que você nem gostaria de saber sobre.. mas”, ele estava enrolando demais, “somos amigos! E eu realmente gosto da nossa amizade, então vou dizer!”, corou com esse comentário, “Kageyama me pediu em namoro! Estamos namorando agora”, o aparelho celular caiu de suas mãos, direto do lado vazio na cama.

Por que parecia tão triste para si? O que tinha de errado? Um gemido abafado escapou de sua garganta, e percebeu que tinha prendido a respiração, e escorriam livremente lágrimas pelo seu rosto, limpou as bochechas com as mangas de sua blusa, mas elas voltavam a cair, em abundância.

Por que estava chorando?

Pegou o celular novamente, ignorando as lágrimas, e terminou de ler. “Não sei qual será sua reação com isso”, lágrimas, esse fôra a reação de Kenma, “somos dois garotos! Isso não deve ser muito comum, não é?”, ele também não sabia. “Espero que você não estranhe! Eu só queria contar para você primeiro, afinal somos amigos!”, Hinata dizia de uma forma tão terna sobre a amizade de ambos.

Então por que doía tanto saber isso? Por que continuava a chorar?