Um futuro sem esperança escrita por Erin Noble Dracula


Capítulo 4
Elise Bertinelli




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P.O.V. Drácula.

Eu fiquei mais algum tempo observando a casa até que vi Elise sair.

Ela caminhou por um tempo, parou numa floricultura e comprou uma dúzia de rosas brancas com uma linda embalagem e uma fita da mesma cor das flores.

Elise caminhou mais um pouco e foi até um portão enorme de uma mansão em ruínas. Ela entrou e ficou de joelhos diante de um túmulo.

—Oi mamãe. Trouxe suas preferidas, as rosas que o papai pagou uma fortuna para o botânico criar pra senhora. A rosa Luna uma dúzia de rosas Luna.

Ela colocou o buquê sob o túmulo.

—Não foi justo o que aconteceu. Era pra ter sido eu. Até hoje não prenderam o idiota que fez isso com a senhora. Aquela bala, essa maldita bala era pra mim. Eu não queria que isso acontecesse, não deixaria ninguém ferir a senhora. Malditos fanáticos religiosos!

Ela se levantou e disse:

—Tchau mamãe, eu volto amanhã.

Elise se virou e me viu. Ela secou as lágrimas e sorriu pra mim.

—Pode entrar. Você e todos os seus semelhantes são bem vindos na nossa casa.

—Se me permite perguntar...

—É a minha mãe. Mas, você já sabia. Tudo bem, eu sei que vampiros tem super audição. Vem, deixa eu te apresentar.

Eu me aproximei e fiquei frente a frente com o túmulo. Na lápide lia-se:

Em memória de Luna Bertinelli, amada esposa e mãe.

—Mamãe, esse é o Conde Vladslaus Drácula Tepes. Conde Tepes, essa é a minha mãe. Ela era linda, meu pai disse que eu pareço com ela.

—O que aconteceu?

—Estávamos voltando pra casa depois de um jantar em família, fomos jantar no Four Seasons porque além de ser a noite da família era aniversário de casamento dos meus pais, dai um cara apareceu. Estava armado com um revólver, ele não pediu as nossas coisas, não foi um roubo. Foi planejado. Ele usava um capuz preto, mas eu me lembro que ele tinha olhos castanhos escuros. Ele apontou a arma pra mim, disse que os meus pais tinham matado o filho dele, que eles mereciam saber como era perder seu bem mais precioso e dai ele puxou o gatilho. Eu ouvi o disparo, mas a minha mãe se jogou na frente. E morreu. E o pior é que ela não morreu na hora. Morreu sangrando no chão da rua, esperando a ambulância chegar. Eu tinha dez anos quando ela morreu.

—Sinto muito.

—Sabe, essas foram as condolências mais sinceras que eu já recebi. Minha mãe foi a cientista que inventou o sangue sintético. Ela inventou pra salvar as pessoas, pra ajudar elas e morreu sangrando no chão porque o socorro do hospital onde ela trabalhava não chegou á tempo. Porque um babaca dirigiu bêbado e mandou duas pessoas pro hospital. Eu não culpo eles pelo que aconteceu, eles foram vítimas também.

—E sobre as rosas?

—É. Rosa Luna, o melhor botânico fez elas pra minha mãe de acordo com as especificações do meu pai. Brancas e delicadas como a pele dela. Enfim, quando você ama alguém tanto quanto eu a amava ou tanto quanto ela nos amava, com todo o seu... coração, diferente de vocês vampiros nós não podemos simplesmente desligar nossas emoções quando essa pessoa é arrancada de nós.

Elise se levantou e veio em minha direção.

—Me desculpe se eu fui rude com você. É que eu ainda não consigo aceitar que o cara que matou a minha mãe ainda está solto. E você deve pensar que eu sou doida. Falando com os mortos e querendo apresentar um cara para o túmulo da minha mãe. Tudo bem, todo mundo acha que eu sou doida. Talvez eu seja.

Ela pegou a bolsa e saiu.

—Tchau mamãe, até amanhã. O baile vai ser um sucesso, a senhora vai ver e vamos conseguir aprovar a lei concedendo direitos aos vampiros. Eu te amo. Obrigado por... me salvar.

Ela saiu e foi embora. Eu não achava que ela era doida, afinal eu também estava morto e ela falava comigo.

—Espere!

—Pois não?

—Se importa se eu te acompanhar até a sua casa?

—Se não for incomodar.

—De maneira alguma.

Ela me ofereceu o braço e eu aceitei.

—Eu não acho você doida.

—Nem esquisita?

—Nem esquisita.

—Você é a primeira pessoa que fala isso e realmente diz a verdade.

Logo chegamos á mansão e Sarah me convidou a entrar.

—Elise! Onde você estava?

—Onde você acha?

—Elise... Querida, você tem tomado os seus remédios?

—Se quiser que eu tome aquelas porcarias que me deixam dopada, você vai ter que enfiar elas pra dentro da minha garganta! Eu não sou doida! Ela não foi embora pai. Ela ainda tá aqui. Ela ta aqui.

Elise empurrou o pai e saiu correndo.


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