Em meio a paisagem monótona e pessoas que vagavam tranquilamente pela rua, estava Maynard, agitado, andando pelas ruas de Londres buscando a inovação e originalidade que faltavam em suas obras. Passou ao lado do Big Bang e ignorou-o completamente, tendo devaneios dos tempos em que desenhou o monumento das mais variadas maneiras e recebera diversos prêmios por sua perspicácia. Mas naquele momento não era o que procurava.
Observou uma moça, lendo, na mesinha de um restaurante. Resolveu então, entrar e criar uma forma de atrair sua atenção, logo disse que ela parecia ser sua musa inspiradora e que agradava-lhe muito o jeito delicado dela virar as páginas de seu livro de romance.
Pediu permissão para retrata-la em seu bloco de esboços. A ideia parecia ridícula para a jovem moça, mas percebendo que ele não desistiria tão facilmente resolveu aceitar.
Enquanto ele desenhava, ela observava. Tinha algo de muito encantador no estranho pintor, algo que a deixava fascinada. Maynard era um belo rapaz, seus cabelos castanhos claro, tinham um corte diferente dos que ela já havia visto, algo como se ele mesmo os tivesse cortado, de uma forma um pouco irregular, mas bonita mesmo assim. As mechas caiam suavemente em seu rosto robusto e faziam ela lembrar de um lugar quente e aconchegante. Seus olhos verdes agora fixados nela, tinham um brilho especial, apenas seu olhar não condizia. Ele parecia ser muito triste e solitário, apesar de sua beleza.
Logo ela se apaixonou pelo louco e bonito homem que fazia formas geométricas, linhas grossas e ariscas.
Finalmente quando Maynard parecia ter terminado, ele arrancou a folha rasgou e disse:
—Desculpe, mas você não é nada do que eu esperava, eu me equivoquei, o desenho não ficou muito bom. Estou indo, adeus.