Intercâmbio escrita por nukke


Capítulo 4
Capítulo 04




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-Meu, cadê eles? – Bec perguntou impaciente.
-Devem ta se agarrando – Joey riu de si mesmo.
-Vou pegar as roupas e chamar eles. Tem uma árvore perto do lugar que eu deixei as coisas que o Chace ficou se agarrando com a Hillary uma vez, deve ter levado a Isa também – Ben disse rindo e se levantando.
Depois de menos de dois minutos voltou com as roupas e as bolsas.
-Eles não estão lá. E a bolsa do Chace sumiu.
Todos começaram a vestir a roupa rapidamente, preocupados.
-Liga pro celular dele – sugeriu Mallu.
-Não tem sinal aqui – respondeu Ben olhando o celular.
-As roupas da Isa estão aí? – Bec perguntou amarrando os cabelos molhados em um coque.
-Estão.
Todos já estavam vestidos. Já eram quase quatro e meia da tarde.
-Ela saiu de biquíni só, deve estar morrendo de frio...
-Pode deixar que o Chace aquece ela... – Ben repetiu a piada, mas dessa vez ninguém riu.
-Não é hora pra piada, energúmeno – Bec brigou enquanto olhava o visor de seu celular na esperança de algum sinal.
-Malz... Vamos procurar eles – Ben se desculpou e andou determinado pra onde tinha deixado as roupas.
-Não. Vamos nos perder também – disse Dan balançando o cabelo lisinho e preto pra escorrer a água.
-É, o melhor é descer e pedir ajuda – Mallu concordou. Todos concordaram e desceram o mais rápido que podiam. Não havia som algum além das folhas se rasgando e os galhos quebrando embaixo do sapato de cada um.


-A pedra era essa? Cadê as roupas? – Chace perguntou ao chegar ao local onde as roupas estavam.
-Acho que não era essa. Veja, não tem bicho...
-Talvez você tenha imaginado Isa. É essa, vamos por ali... Ou é aquela pedra? – ele disse apontando pra outra bem parecida a poucos metros.
-Não sei, vamos até lá ver.
-É! AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHH! OLHA O BICHO ALI! – Isa gritou enquanto corria pro outro lado com o joelho machucado dobrado, sem esticar.
-Isa... É a sombra da pedra – disse Chace assustado com a reação da menina – Você precisava ver sua cara! – ele começou a rir com as mãos nos joelhos.
-Idiota, vamos. Por onde é?
-Por ali. Certeza que é essa a pedra?
-Ai, não sei.
-Vamos por aqui.
Chace passou novamente o braço pela cintura de Isa e sentiu sua pele fria.
-Está com frio?
-Estou – ela respondeu por impulso.
-Tenho uma camisa aqui dentro, toma – ele puxou uma blusa laranja da mochila e entregou a ela.
Os dois andaram sem saber pra onde estavam indo. Isa continuava com frio e começou a escurecer. Os dois estavam descalços, e já haviam pisado em milhares de espinhos.
-A gente já passou por aqui – Isa disse quase chorando – Eu to com fome, frio, sono. Meus pés doem e tem uns vinte milhões de espinhos neles. Eu quero sentar.
-Eu também Isa, desculpa, não posso fazer nada.
-A culpa não é sua, é minha, se eu não fosse tão fresca...
-Não é hora da gente ficar se culpando, ok? Senta aí – ele disse apontando pra uma pedra grande e plana – Pedras têm menos bichos e menos espinhos.
Isa desabou no lugar que Chace mandou e se deitou olhando as poucas estrelas que surgiam.
-É lua cheia.
Chace olhou pra lua no céu azul-acinzentado e se deitou ao lado de Isa, de barriga pra cima.
-Vai ser uma noite linda.
-Não quero ficar para ver – Isa sentiu as lágrimas se formando em seus olhos.
-Nem eu. Isa? Você ta chorando? – ele perguntou olhando o rosto da menina.
-Não... É só que...Já te ficando de noite e a gente não sabe pra onde ir... E... A GENTE VAI MORRER! – as lágrimas rolavam em seu rosto e sumiam em seus cabelos pouco acima da orelha.
-Não... A gente não vai, eu prometo – ele enxugou as lagrimas do rosto dela com as costas da mão – Não chora...
-Me abraça, Chace – ela pediu tentando conter as lágrimas.
Chace obedeceu e depois de um longo abraço, (muito diferente do primeiro abraço desajeitado deles) ele se deitou ao lado de Isa com o braço por trás do seu pescoço.


-MOÇO! ISA, CHACE, PERDIDOS! SOCORRO! – Mallu gritava ofegando quando chegou a uma pequena casinha de policias no parque.
-Calma Mallu – disse Bec tentando acalmar a amiga.
-O que foi? – indagou um policial com as mãos na cintura, unindo as sobrancelhas em uma expressão preocupada.
-Dois de nós se perderam. Uma garota de 16 anos e um menino de 17. Isadora e Chace.
-Como eles estavam vestidos?
-A garota de biquíni, e menino de bermuda cinza e blusa azul.
-Meu Deus. A garota tava só de biquíni? Como eles são?
Depois de descrevê-los, o guarda pegou o rádio e anunciou a busca. A mãe de Chace já estava sabendo e chorava mais que um bebê com fome. A mãe de Isa também já estava interada, mas era mais controlada e otimista.
-É melhor vocês irem pra casa, não vai ajudar nada ficarem aqui – disse o mesmo policial, ainda com a postura preocupada.
-Ok, dá todo mundo no meu carro. Eu deixo vocês em casa, meninas – Dan disse pegando as chaves do carro.
-E o carro do Chace? – Mallu perguntou enrugando a testa.
-Ah é, as chaves tão comigo. Então eu deixo a Mallu na casa dela e deixo o carro do Chace na casa dele, já que as casa são tão perto – Ben disse tirando as chaves do bolso.
-E como você volta pra casa? – Mallu continuava com a testa enrugada. -Eu pego ele na casa do Chace – disse Dan já indo pro seu carro.
-Falou – concordou Ben.
Bec, Dan e Jay foram por um lado enquanto Mallu e Ben foram por outro.
-É aqui – Mallu disse quando o carro estava em frente à sua casa.
-Você está bem? – Ben perguntou já com o carro parado, com a mão na própria nuca.
-Vou ficar, quando acharem eles – Mallu respondeu brincando com os dedos, a cabeça baixa.
-Tenho certeza que vão achar – Ben tirou a mão da nuca e a pousou no ombro de Mallu, hesitante – Precisa de alguma coisa?
-Só dormir um pouco, se eu conseguir...
-Hum... Você gosta do Ben 10? – Ben perguntou olhando uma pulseirinha com o símbolo do Ben 10 no punho de Mallu.
-Amo – ela disse meio tímida.
-Posso ser seu Ben 10, se quiser – ele falou rindo maliciosamente.
Ben escorregou a mão que estava no ombro de Mallu para o pescoço dela. Mallu parou de olhar os dedos e encarou Ben. Ele estava mais perto do que ela achava, e se aproximava mais a cada segundo. Os lábios deles se selaram, Mallu levou uma mão para o pescoço de Ben, e depois de um longo beijo as línguas se encontraram. Ben segurou o pescoço de Mallu com duas mãos. Mallu desgrudou os lábios e olhou nos olhos de Ben.
-Não sei se isso é certo.
-Tudo bem, se não quer ficar comigo... – ele soltou Mallu.
-Não é isso – ela segurou a mão dele – É que eu posso estar confundindo consolo com a ficada...
-Sem problemas, se precisar de mim liga, ok? – os dois trocaram o numéro do celular um com outro. Ben observou o visor do de Mallu –-Você realmente gosta desse desenho, não?
Havia uma foto do Ben 10 no visor do celular dela. Mallu sorriu e confirmou:
-É, se tiver noticias deles, me liga.
-Ok – Ben se esticou para dar um longo beijo na bochecha de Mallu.
-Tchau – Mallu acenou já fora do carro e mandou um beijo.
Mallu entrou em casa já tirando os sapatos. Sentou-se no sofá e fechou os olhos, estava exausta e muito preocupada. Conhecia Isa desde os oito anos, era sua “irmamiga”. Mallu ouviu a porta abrindo, lentamente virou a cabeça para ver quem era. Reconheceu facilmente a estrutura magra de Lara.
-Oi, Lara – cumprimentou Mallu. Só então percebeu o estado da garota; o cabelo todo bagunçado e o lápis escorrendo pelos olhos. Lágrimas ainda cintilavam em sua bochecha – O que aconteceu? Você está bem? – Mallu se pôs de pé, ficando tonta, mas logo se recuperou.
-Eu pareço estar bem? – Lara quase gritou jogando a bolsa no chão – MAS QUE PORRA! VOCÊ NÃO SABE SE CONTROLAR? MAL CHEGA AQUI E JÁ VAI AGARRANDO TODO MUNDO!
Mallu estava confusa, ok que ela nunca se deu bem com Lara, mas a garota nunca tinha ficado assim.
-Você tava me espionando?
-VOCÊ NÃO É DISCRETA QUANDO TÁ COMENDO OS GAROTOS!
Mallu sentiu o ódio subindo, que se misturou com a preocupação e o cansaço.
-E QUEM É VOCÊ PRA FALAR DE MIM? EU AGARRO QUEM EU QUISER ONDE EU QUISER!
-MAS NÃO O BEN!
-VOCÊ O CONHCE? E PORQUE NÃO? ELE NÃO TEM DONA!
-VAI SE FODER, GAROTA! SÓ VEIO AQUI PRA INFERNIZAR MINHA VIDA?
-DO QUE VOCÊ TÁ FALANDO? EU MAL FALO COM VOCÊ!
-FALA O SUFICIENTE PRA ARRUINAR TODA A MINHA VIDA! – o rosto de Lara estava coberto de lágrimas novamente.
-MENINAS! O QUE É ISSO? – a senhora Smirnov berrava saindo do seu quarto, apavorada com a briga.
-DESGRAÇADA!
-MINHA MELHOR AMIGA ESTÁ PERDIDA NUMA MONTANHA E VOCÊ FICA ME ENCHENDO COM SUAS IDIOTICES! VAI A MERDA GAROTA! – Mallu também já chorava. Apenas uma pequena mesinha impedia as duas de terem contato físico e iniciarem uma briga à base de puxões de cabelo e palavrões dos mais inimagináveis.
- E POR ISSO VOCÊ AGARRA O PRIMEIRO QUE VÊ NA FRENTE?
-LARA! VAI PRO SEU QUARTO! AGORA! – Rachel ordenou apontando em direção ao quarto da filha.
Mallu sentou no sofá e respirou fundo. Colocou os cotovelos nos joelhos apoiando a testa nas mãos.
-Sinto muito, espero que encontrem sua amiga – Rachel lastimou olhando triste pra garota.
Mallu agradeceu e foi pro seu quarto. Depois de duas horas tentando dormir tomou dois Dramins (que davam muito sono a ela) e caiu no sono, ainda chorando.


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