Recomeçar escrita por Flower


Capítulo 19
Capítulo 17


Notas iniciais do capítulo

Olá minhas flores, ESTOU DE VOLTA SIM!

Bom, esse Capítulo 17 demorou tanto para sair porque eu tive que mudá-lo um pouco devido a alguns comentários. Eu quis ir direto ao assunto, dar a machadada final... E isso me fez ter tempo para poder organizar melhor as ideias em minha mente.

A primeira vista eu iria dividir esse capítulo o tornando duplo, mas minha alma angelical me fez postá-lo inteiro. ♥

Eu amo cada comentário de vocês e amanhã de manhã responderei TODOS com a calma que vocês merecem.

Bom, o próximo capítulo será um bônus entre Felicity e Oliver, acredito que vocês necessitam disso depois de ver os dois tão distantes, então será assim. MAS o Capítulo 19 será a então despedida, mas não a final, porque essa só será dada no Epílogo.

Odeio dizer adeus ou qualquer tipo de despedida, logo deixarei-as para o final quando estivermos nele.

Agora, tenham uma boa leitura. ♥



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Felicity Smoak

É muito difícil dizer adeus em todas as circunstancias, ainda mais quando se está amando. Felizmente ou infelizmente, não importa, eu não precisei dizer adeus, simplesmente porque foi Oliver quem escolheu me dizer assim que passou por aquela porta. Suas palavras não precisaram ser ditas por sua boca, pois seus pés deram o primeiro e o último passo para fora de minha vida.

Eu estava machucada, uma avalanche parecia ter caído sobre minhas costas e naquele momento por mais que estivesse devastada a única imagem que aparecia a minha frente era de Oliver caminhando em minha direção com um sorriso em seus lábios finos e macios, dizendo-me que daria tudo certo, que aquilo era apenas uma tempestade mas que os raios de sol tão claros quanto a luz de seus olhos iriam aparecer logo pela manhã.

Não foi assim.

À medida que Ray Palmer encostou seus lábios duros e firmes nos meus, apertando-me contra ele, a vontade que meu deu foi de vomitar. Eu apenas o queria longe de mim com todas as minhas forças, no entanto seus braços fortes me impediram de me afastar, e então, a chance em que tive de tê-lo longe foi quando Oliver o afastou de meu corpo assustado e quebrado em questão de segundos, eu não consegui ao menos discernir tudo que estava acontecendo em um tão pequeno período de tempo. Porque Oliver estava ali comigo agora, embora não tivesse o sorriso encantador em sua face e muito menos me dizendo que tudo melhoraria, ele estava ali. Apenas estava ali.

Mas seus punhos estavam esmurrando o rosto de Ray Palmer sem piedade, ele gritava como um monstro palavras gritantes que me deixavam ainda mais transtornada. No momento em que tentei contê-lo senti o toque frio me empurrando para longe como jamais havia sentido dele. Cada movimento agressivo que Oliver fazia no corpo de Ray Palmer que já não o respondia mais, eu podia sentir que estava o atacando por desejo, apenas por sua vontade própria, ali não estava o homem que prometeu me defender, manter-me segura, e sim, um homem que nunca havia conhecido, mas que no fundo existia.

Demorei tempo demais para entregar meu coração nas mãos de alguém, todo o tempo que estive ao lado de Billy Malone posso dizer com todas as palavras que não o amei. Eu se quer me entreguei inteiramente a ele, sentia-me até mesmo culpada em certas situações.

Culpada seria a palavra correta? Ou, talvez, egoísta?

O amor é uma bagunça, é confuso, aterrorizante. É doloroso, é uma droga. Mas assim que olhei para Oliver Queen na primeira vez em que nos vimos naquele maldito bar, decidi me arriscar. Não precisei olhar para trás e ver a grande besteira que havia acontecido entre eu e Billy por desastrosos quatro anos, simplesmente me joguei de cabeça em um amor com “O Poderoso Chefão”, o solteiro mais cobiçado de Starling City. Não medi as consequências e quando vi estava em sua casa, dormindo em sua cama praticamente todas as noites, tendo seu filho me chamando de “mamãe”, e claro, grávida.

Em que emboscada me coloquei? Acreditei em um homem que não confiava nem em si mesmo. Que em um momento crucial colocou seu rabinho entre as pernas e saiu como um cão assustado de suas responsabilidades. Oliver não confiou em mim quando eu mais precisava, não é possível que após olhar tantas vezes em meus olhos não pôde enxergar a verdade, não quis ao menos segurar sua boca tão cheia de merda para me ouvir um só minuto o que eu tinha para falar. Ele me julgou como uma puta assim como julgava as mulheres que estava acostumado a se envolver antes de me conhecer, as mesmas mulheres que nunca permitiu que dormisse em sua cama.

Deixou-me para trás da mesma forma que meu pai deixou minha mãe, com uma criança em meu ventre alegando que não seria sua. Que diabos passou em sua cabeça? Que me sujeitaria estar em outra cama que não fosse a sua, transando com outro homem que não fosse ele? Isso é repugnante.

Oliver não pensou em mim, foi tão egoísta quanto eu fui um dia. Ele ignorou a dor que estava sentindo ao ter descoberto sobre meu pai depois de exatos vinte e seis anos de vida. Ignorou o fato de estar assustada com tudo que assisti naquele salão sem ter ao lado sua mão para me mostrar que não estava sozinha. E, principalmente, ignorou-me quando mais precisei de sua atenção, quando o disse que esperava um filho seu. Oliver conseguiu ser pior do que minhas expectativas, ele estragou meus sonhos e os colocou à prova.

Àquela noite foi uma das piores em minha vida, eu tentei me controlar quanto pude para não levar riscos ao bebê. A ambulância chegou pouco depois que Oliver saiu pela porta me deixando sozinha, literalmente só. Os homens de branco levaram Ray Palmer ainda desacordado em uma maca e haviam aparelhos por todo seu peito que respirava com dificuldade depois de tantos golpes destinados a seu rosto. Eu temia pela vida do homem que tinha me tocado à força, não porque queria, mas sim porque estava sendo humana naquele momento como seria com qualquer um que necessitasse de minha ajuda.

A partir dali jurei a mim mesma que não permitiria que Ray Palmer chegasse perto de mim novamente, não depois de ter agido com sua má fé. Eu também prometi que não me aproximaria, por enquanto, do homem que se dizia ser meu pai, não antes de colocar minhas ideias em uma linha plausível, senão eu poderia agir colando os pés pelas mãos devidas minhas emoções. A única certeza que poderia ter que sobressaia todas as minhas vontades de sumir de Starling City, e claro, de Oliver Queen, era William, porque mesmo sob toda a merda que havia acontecido eu encontrei um envelope no chão do escritório de Ray antes de me ver longe dali, um envelope que colocava em minhas mãos a salvação de meu garotinho.

Eu apenas o livrei do perigo.

Não o dei chances de me ver indo embora, pois sair da vida de uma criança era novo para mim, dizer a ele que não nos veríamos dali em diante doeria muito mais do que qualquer outra coisa.

E foi assim que fiz, doei minha medula óssea para o meu pequeno e saí de sua vida de fininho, voltando para Mississipi sem olhar para trás, porque não queria trazer comigo nenhum rastro que Starling City tinha em minha vida. Tudo o que queria era estar ao lado das pessoas que acreditavam em mim e que respeitariam meu tempo. Porém ao desembarcar no aeroporto de Mississipi senti todo o meu corpo agir estranhamente, não havia sangue entre minhas pernas como na última vez, mas minha pressão estava alta e eu mal conseguia me manter sobre as duas pernas, meus pais que haviam ido para casa um dia antes que eu, foram me socorrer às pressas no aeroporto me levando para o hospital mais próximo.

Para completar o inferno que se tornara minha vida, descobri o que mais temia, estava com pré-eclampsia que poderia desenvolver-se para uma eclampsia verdadeira se eu não tomasse os devidos cuidados daqui em frente. A verdade é que sou loira, mas não burra, o obstetra quis me poupar escondendo-me o que realmente tinha para me dizer, que eu era uma grande fudida e estava com eclampsia antes mesmo do final de minha gestação.

Saber que estou com riscos em minha gravidez foi a gota d’água para o grande copo transbordar, eu não queria ver ninguém, nada conhecido por perto. Meu corpo e sentimentos conturbados precisavam de sossego, era tudo o que desejava no momento, por mais que as pessoas que amo ao meu redor estivessem querendo me dar a força que eu sabia que precisava. Depois que tive alta, poucas horas atrás, decidi vir para o local que sentia ser meu refugio desde quando criança, eu sempre corria para cá quando algo acontecia de muito ruim. O balanço de metal frio pela noite me trazia boas recordações, eu apenas queria balançar e sentir o vento gélido bater contra meu rosto como estava em minhas lembranças. Recordações tão puras que eu desejava voltar ao tempo só para não sentir meu peito tão apertado quanto está agora.

Os meus braços estão envolta de meu pequeno corpo tentando aquecê-lo da brisa fria que corre por ele que se encontra paralisado sobre o balanço de metal. Não há nenhuma família por perto, risadas de crianças e muito menos correria por todo o amplo lugar. As árvores balançam de um lado para o outro por conta do vento, mas são passos que quebram o silêncio que tanto procurei, e agora, uma voz conhecida entoa me mostrando que não estou mais sozinha como gostaria.

— Felicity!

Eu me viro rapidamente, levantando-me do balando que estava sentada. O olhar de Oliver está avermelhado e um pouco fechado repleto de uma nebulosidade conhecida. Minha voz balbucia deixando que meus olhos fraquejem por contra própria ao encontrar os seus.

— Oliver?

Ele abaixa sua cabeça momentaneamente parecendo envergonhado.

Seus passos, desta vez, são lentos até finalmente se aproximarem das pontas de meus pés.

— Eu sei que não deveria estar aqui.

— Não acredito que está aqui, não quero acreditar!

— Meu amor...

O interrompo de imediato.

— Não ouse me chamar assim. Nunca mais.

— Não sabia sobre seu pai... Eu sinto tanto!

Rio sarcasticamente deixando com que as lágrimas invadam meu rosto.

— Você nem tentou saber! Imaginou em sua cabeça milhares de besteiras e cuspiu as merdas que pensava puramente por seu orgulho ferido.

O que ele pensa que vai fazer?

Chegar aqui como um Super Herói e me fazer uma lavagem cerebral como se eu fosse uma fracassada?

Suas palavras foram como tiros a queima roupa em meu peito, eu não tive como me defender, apenas os senti queimar contra a minha pele tirando um dos meus motivos de sorrir.

— Eu errei, não deveria ter falado nada daquilo. Mas Felicity, eu sou um grande errado! — suas mãos suaves tocam meus braços levando meu corpo para si.

Tento não deixar que meus olhos continuem presos aos seus. — Um errado que pensei acertar, mas você não mudou nada!

Ele coloca seu dedo indicado entre meus lábios impedindo que eu possa continuar a falar.

— Não diga isso...

Retiro sua dedo de meus lábios. — Estou mentindo?

— Me tornei uma pessoa melhor porque você estava ao meu lado. Pensei que nunca mais abriria meu coração para nenhuma outra mulher, mas lá estava você destinada a virar minha vida de cabeça para baixo de uma forma tão perfeitamente incrível!

Ele suspira pesadamente.

— Você não acreditou em mim, fez o que eu mais temia em minha vida. Renasceu um monstro que eu havia pensado enterrar em meu passado! — respiro fundo entre soluços. — Negou o meu bebê!

— Não chore, por favor, não derrame nem mais uma lágrima. Eu não mereço. — Oliver encosta a superfície de sua testa a minha deixando com que eu sinta seu calor. — Esse bebê é nosso, minha querida. Eu fui um tolo!

Faço um sinal negativo com minha cabeça sentindo a ponta de nossos narizes roçarem uma na outra.

— Por quê? Por que você insiste em destruir todos os lugares que me trazem algo feliz? Não deveria estar aqui! — empurro seu corpo de perto do meu com certa força, meus punhos estão fechados esmurrando o peitoral rígido de Oliver que dá passos para trás. — Esse bebê é meu filho! — meus punhos se chocam novamente. — A vida é minha! — meus punhos estão mais fortes contra seu corpo. — E você... — suspiro. — Você não está mais incluído. Não está mais... — deixo com que meu corpo cansado por conta de meu pequeno surto se apoie em seu peito.

Só o que ouço são minhas lágrimas.

Oliver está em silêncio apenas recebendo todo meu desabafo.

Ele se abaixa ficando de joelhos, suas mãos permanecem em meu ventre.

— Eu não queria! — sua voz está pesada como de quem segura as lágrimas. — Me perdoe, por favor.

— Não há perdão.

— Eu sou um completo ninguém sem você ao meu lado.

Um breve silêncio se instaura, e então, as lágrimas de Oliver começam a escapar de seus olhos em segredo.

— Saia daqui.

Suas mãos entrelaçam minha cintura, sua cabeça deita sobre meu ventre querendo ouvir as batidas de nossa criança. Ele não me deixa fazer qualquer outro movimento que seja, apenas estou parada com o homem que amo de joelhos para mim.

Ele chora como nunca presenciei.

Como se a sua vida estivesse escapando de seus dedos como a areia de um deserto.

Minhas mãos alcançam seus braços os tirando de meu corpo com certa resistência.

— Por favor... — minha voz está falha assim como as batidas de meu coração.

Ele se levanta, levando minhas mãos até seu peito. — Eu quero que saiba que tudo que disse a você, todas as palavras de amor, as de força, foram as mais reais que um dia pensei falar para alguém.

Meus olhos são guiados aos seus e sem que eu sinta, meus dedos entrelaçam nos seus, fazendo com que eu sinta as batidas aceleradas de seu coração.

— Eu te amo... Com toda a minha força. Mas não posso estar com você depois de tudo o que disse, depois de tudo o que fez.

— Sim, você pode. — ele suspira tentando sessar suas lágrimas. — Você pode porque é o que queremos. Sabe, as coisas podem ser diferentes, eu posso ser diferente! Eu estou prometendo, jurando a você que não haverá mais desconfianças.

— Não importa o quanto você me ame, sempre haverá uma parte de você que não confiará em mim, simplesmente porque você não confia em você mesmo!

Ele nega com a cabeça comprimindo seus olhos e em um rompante seus lábios tocam os meus inesperadamente, e eu os deixo continuar próximos a mim porque senti saudade.

Porque erroneamente meu corpo luta contra minha consciência, eu quero mais de seus lábios que foram criados para estarem nos meus. Mas eu não posso deixar que um desejo súbito fale por mim, não mais.

Meus braços empurram seu corpo o afastando, livrando-me dos doces de seus lábios.

— Desculpa. — ele murmura.

— Há um tempo pensei que poderíamos ter tudo, que poderíamos trabalhar juntos, ter William superando a morte de sua mãe, criarmos o nosso bebê. Termos um ao outro, mas eu estava errada!

Dou passos para trás, mas suas mãos permanecem nas minhas.

— Então, o que isso significa?

— Significa que é muito difícil voltar para os seus braços depois de tudo que eu vi! Depois de tudo o que sofri. — meus dedos escorregam para as pontas dos seus. — Temos que deixar um ao outro ir.

— Eu não quero te deixar ir.

Minhas mãos se soltam da sua e meus pés iniciam passos o deixando para trás.

Mordo meu lábio inferior relutando contra minhas palavras.

— Eu também não quero te deixar ir. — minhas lágrimas tomam conta de meu estado, e olhando em seus olhos pela última vez termino o que está nos matando. — Mas eu já estou longe.

Antes que ele possa dizer qualquer palavra, deixo-me levar para longe dali.

Oliver abaixa sua cabeça deixando o peso de seus ombros caírem sobre seu corpo.

E, assim, eu quem dou o adeus que sempre tive tanto medo.

~~~

Oliver Queen

Devo ser um grande saco de bostas mesmo.

O que estava pensando?

Que chegaria aqui como se nada houvesse acontecido e a levaria de volta?

Nada é tão simples.

Uma vez cheguei a ver em um desses filmes clichês de romance, que amar é algo que não se tem como mensurar e que mesmo em situações que não se tem como resolver devemos libertar quem amamos os deixando livres para fazerem o que quiserem, porque isso é o verdadeiro amor.

Eu amo Felicity Smoak com todas as minhas forças, mas eu quem errei, eu quem dei o passo por aquela porta a deixando com toda a dor que havia sofrido. Eu fui um covarde, a deixei ver um monstro que existia dentro de mim que há tempos guardei. Eu nunca havia visto em seus olhos tanto sofrimento, tanta falta de esperança e amor como vi nos últimos dias que estivemos perto um do outro e saber que eu sou o motivo de ter levado sua felicidade para longe prova o quanto não a mereço. Talvez esse seja o meu castigo, eu nunca acreditei em karma, mas tudo que um dia fazemos mal a outras pessoas, esse mesmo mal volta para nós.

Antes de conhecer Samantha fiz mal a muitas mulheres sem ao menos perceber, eu as usava como objetos descartáveis que só serviam para uma única noite, era tão impessoal que não me importava nem com seus nomes. Não passava em minha cabeça que aquilo pudesse ser importante para elas, era um egoísta soberbo que só ligava para minhas vontades como uma criança mimada. Assim que conheci Samantha eu aprendi ser um pouco melhor do que era, mas sua passagem em minha vida foi tão rápida que eu não consegui distinguir tudo o que aconteceu, tudo que aprendi. Eu havia recebido o que daria sentido a minha vida dali em frente, William foi quem não permitiu que eu me deixasse perder. Mas eu continuei o mesmo homem, abusando de mulheres da mesma forma, era incrível como tinha o dom de deixa-las para trás assim que me livrava de minha tensão sexual.

E então apareceu Felicity, ela me deu uma boa lição, me mostrou como ser um homem bom, não só para ela como mulher, mas para mim mesmo. No entanto eu a deixei ir, e a vida agora está cobrando todo o mal que fiz a essas mulheres desconhecidas de meu passado.

Sacudo o volante a minha frente com violência.

— Idiota você é um grande idiota!

Dou socos ao redor do volante de couro deixando que minha raiva seja colocada para fora, uma raiva de ter sido o grande culpado por perder Felicity.

Parte de mim está dizendo para ir atrás dela, mas essa é a parte irracional, a parte consciente me pede para ficar onde estou e ir embora como ela pediu.

Dou partida com o carro pegando uma estrada que está mal iluminada, a velocidade está dentro dos parâmetros exigidos pelas placas. Algumas lágrimas insistem em escorregar pelo meu rosto enquanto meus olhos estão fixos a minha frente, minhas mãos rígidas sobre o volante. Os meus pensamentos não estão mais aqui e sim em um futuro que não terei mais, que grande merda, eu sou o pai de sua criança e não deixarei que nenhum homem roube o meu lugar, porque por mais que eu esteja longe de Felicity, eu estarei perto de nosso filho em todos os momentos que forem importantes para ele. Não o deixarei de lado assim como o pai de Felicity fez com sua mãe, a mostrarei que eu posso ser um péssimo homem, mas que William me ensinou a ser o melhor pai que existe.

O celular em meu bolso esquerdo começar a vibrar freneticamente, chamando minha atenção. Sem tirar os olhos da direção um só segundo, levo uma de minhas mãos até ele, porém assim que vou atendê-lo deixo com que ele escape de minha mão caindo abaixo do banco em que estou sentado. Rapidamente me abaixo para pegar o aparelho, e à medida que me levanto uma grande luz surge ao meu lado direito e um som estridente de uma buzina ressoa em meus ouvidos tirando-me de si assim que sinto meu carro sendo arremessado para o lado em questão de instantes.

O cinto de seguranças prende meu corpo e o erbegue explode contra meu peito, mas tudo está girando como se estivesse capotando ladeira abaixo. Minha cabeça bate fortemente no teto do carro me deixando um pouco tonto e após duas capotadas finalmente o carro estabiliza, deixando-me de cabeça para baixo.

— Que merda foi essa? — pergunto-me com certa dificuldade e meus olhos se quer se abrem.

Com uma de minhas mãos solto o cinto de segurança que prende meu corpo o mantendo erguido. Mas como uma escolha ruim, meu corpo cai com toda força tendo uma parte do ferro perfurando meu abdômen.

Um urro de dor escapa de meus lábios tão audível que poderia ser ouvido há uns quilômetros de distância.

Estou literalmente fudido.

O cheiro de gasolina é forte em minhas narinas que faz com que eu recobre a consciência.

— Isso não pode estar acontecendo. — desço meus olhos até meu abdômen perfurado, o sangue quente está se esvaindo de meu corpo como uma torneira aberta.

A fumaça encobre parte de minha visão que também está se perdendo.

Meus pensamentos estão tentando trilhar alguma estratégia para que eu consiga sair de dentro desse carro que está a ponto de explodir. Dessa forma, coloco minhas mãos sobre a coluna de ferro de poucos diâmetros que perfurou meu abdômen pegando certo impulso para retirá-lo.

Um.

Dois.

Três.

Puxo meu corpo para cima com o pouco de força que ainda restou, e a cada centímetro que sinto o objeto passando para fora de meu corpo, um grito cansado é posto para fora de minha boca.

— Eu não posso... — minha mão, desta vez, está tampando o profundo rasgo feito em meu abdômen.

As minhas pernas empurram a porta amassada a minha direita para fora, deixando com que ela caia. Rastejando consigo sair do carro com dificuldade, mas o cheiro de gasolina ao meu lado ainda permanece forte. Tendo em mente que possa haver uma explosão, nutro o último impulso que ainda me resta levando meu corpo ainda mais para longe do carro, mas assim que observo certa distância, minha visão que antes estava turva, agora está se encontrando em um grande breu.

Minha respiração está tão fraca que sou capaz de sentir meu diafragma lutar para inflar. Não há mais forças, muito menos para um pedido de socorro. Estou perdido, minha pressão está caindo devido à perda considerável de sangue, a dor não existe mais, simplesmente porque meus neurônios não são capazes de captá-la. E, assim, deixo com que todas as células de meu corpo venham a perder os sentidos, e como nunca havia presenciado, uma escuridão me leva.

Para longe.

Sei que estou desacordado, parece que alguém apagou as luzes e não consigo enxergar nada ao meu redor, mas sei que estou em algum lugar. Meus braços estão abertos com a finalidade de sentir algo a minha frente à medida que me movo, mas não há nada.

Por mais que eu não esteja enxergando nada, a dor em meu abdômen devido à perfuração também não existe mais, como se não houvesse acontecido o acidente. Porém, eu me lembro com exatidão que sofri um impacto há poucos minutos. E então, uma nova luz surge a minha frente, desta vez, ela está iluminando tudo o que toca e assim que se aproxima mais de mim, sou capaz de enxergar os olhos conhecidos de Samantha juntamente com seu sorriso tão encantador. Ela parece flutuar.

Na verdade, estamos os dois flutuando, a diferença é que ela quem trouxe luz para onde estou.

Será que isso é estar...

Olho para os lados e não há coisa nenhuma, antes havia um tremendo breu, mas agora está uma claridade que ofusca até mesmo os meus olhos.

Eu estou...

Morto?

Samantha se aproxima de mim com verdadeira cautela, sua presença é tão forte que poderia acreditar que tudo seja real. Mas eu sei que não é, Samantha morreu há certos anos, não faz sentido estar aqui comigo.

Não posso estar morto!

Reajo assustado a sua pergunta, mas Samantha continua com sua plenitude.

E por que não poderia estar morto? A morte por mais que seja o oposto da vida, elas caminham juntas.

William... Ele não pode me perder também.

O nosso rapazinho está tão grande... ela aumenta o sorriso em seu belo rosto. E saudável!

Deixo com que minha cabeça caia por breves segundos, porque me faz lembrar de Felicity, a razão com que William esteja saudável e curado.

Será que isso se caracteriza uma traição?

Estou à frente de minha esposa pensando em outra mulher que é o amor de minha vida.

Ela continua com sua voz doce. Não Oliver, isso não se caracteriza uma traição.

Agora está também tendo acesso aos meus pensamentos?

Eu sempre tive.

Você está morta!

Mas não em seus pensamentos, você nunca me deixou ir.

Suas mãos tocam as minhas, e incrivelmente consigo senti-la como antes. Sua pele me traz saudade, é nostálgica.

Não posso deixar ir embora a mulher que me deu o motivo que conseguiu me reerguer.

Eu não lhe dei apenas William, mas também Felicity Smoak. Olhe para você, meu querido, nunca acreditou que existisse o céu... Felicity chegou para que você descobrisse que há vida após as nuvens, ela lhe deu fé e esperança!

Suspiro deixando com que meu corpo caia a sua frente, e logo sinto as pontas dos dedos leves de Samantha tocarem minha cabeça.

Eu a perdi.

Você errou em tê-la deixado, suas palavras foram dolorosas.

Eu mereço estar aqui.

Ela levanta meu rosto. Ninguém é merecedor da morte, querido.

Então por que você se foi? minha voz agora é angustiada.

Porque estava escrito. Cheguei em sua vida para lhe mostrar que você poderia ser melhor, William fortificou isso. Mas quem lhe deu a direção certa foi Felicity!

Fui um fraco e a perdi, mereço estar aonde quer que eu esteja.

Samantha gargalha divertidamente. Quando irá deixar de ser tão desacreditado?

Isso não é uma de minhas melhores qualidades. sorrio ao murmurar.

Dê tempo a ela.

Esperar é tão difícil!

O ser humano é quem faz tudo se tornar difícil. ela ergue meu corpo deixando-me em pé. Suas mãos agora estão em meu rosto, levando-o para si. Promete me deixar ir?

Não posso deixar que se vá das memórias de William.

Nosso rapazinho sempre me terá em seus pensamentos.

Seus lábios encobrem os meus por certo momento, é suave como em um passado distante. As mãos de Samantha estão entrelaçadas as minhas na altura de meu peito.

Ela se afasta de meus lábios. Por que fez isso?

Considere uma despedida de alguém que amou um dia.

Você é uma amiga para mim.

Felicity é quem você realmente ama, apenas dê tempo a ela.

Um portal mágico surge por trás de mim, e Samantha por sua vez empurra com as palmas de suas mãos meu corpo para trás.

Que sensação é essa?

Você está voltando.

Fixo meus olhos pela última vez na imagem angelical de Samantha repleta de brilho, eu poderia escutar os pássaros cantarem próximos a ela, sua alma reluz o bem e sua razão nos dá forças para voltar.

Obrigado.

Apenas volte para quem o ama de verdade. ela sorri. Saiba esperar.

O barulho ao meu redor se torna alto, meu corpo está estagnado sobre o que me parece algo confortável. Meus olhos permanecem fechados, porém eu consigo ter a percepção que estou de volta.

— Um, dois, três... Afastem-se! — o choque que é dado pelo desfibrilador em meu peito me arranca um grande suspiro. — Ele está de volta! Sedativo intravenoso e um anti-inflamatório para dor!

Há alguém com uma voz bem audível ao meu lado, mas por mais que eu tenha voltado meus olhos continuam se negando a se abrir.

— Ele está inconsciente, o leve rapidamente para o hospital mais próximo e o mantenha no oxigênio, ele precisará de aparelhos ou então o perderemos novamente!

As vozes estão longe.

Até que não as ouço mais.

~~~

Os raios solares que adentram pela persiana me fazem levantar um dos braços para proteger meus olhos ainda sensíveis à claridade. Estou respirando com mais facilidade, mas a dor mesmo fraca em meu abdômen permanece me afetando, impedindo que eu consiga erguer meu corpo. Ao olhar para meu lado esquerdo, avisto uma série de aparelhos ligados a mim, e também consigo enxergar minha mãe em uma posição aconchegante sentada sobre a poltrona.

Tu.

Tu.

Tu.

Que barulho irritante.

— Alguém poderia desligar esse som chato que perturba meus ouvidos?

Reclamo como um velho mal humorado, e então, recebo em troca o grito descrente de minha mãe ao meu lado. Ela se aproxima de mim, deixando com que eu a enxergue com maior riqueza de detalhes.

— Meu filho, você está de volta!

— Poderia me trazer uma cerveja? — sorrio de forma brincalhona.

Ela ri divertidamente. — Você está realmente de volta!

Em sua voz sou capaz de sentir o cansaço, o medo que teve de suportar comigo acidentado em uma cama.

Nem parece que foi há pouco tempo estou aqui da forma que fala, mas vou dar uma colher de chá, as mães sempre tornam tudo mais intenso.

— Há quanto tempo estou desligado?

— Duas semanas.

Duas semanas?

Isso é praticamente um coma.

Não é possível, parece que foi ontem que vi Samantha em uma espécie de sonho, eu não consigo me lembrar com exatidão de todos os detalhes, mas não é distante. Também não me parece longe as vozes de homens sobre meu corpo me dizendo que eu havia voltado, eu realmente senti que tivesse de volta. Não faz sentido estar longe de tudo há tanto tempo.

— O que aconteceu? Por que estou há tanto tempo aqui? — pergunto confuso.

— Na noite de seu acidente, seu pai havia ligado para seu celular... Mas você não atendeu. No dia seguinte recebemos a notícia através de um telefonema desconhecido dizendo que através de seus documentos tinham conseguido chegar à família. Você estava internado, Oliver.

A voz de minha mãe fraqueja apenas em lembrar.

Suas lágrimas também anunciam a chegada.

— Eu não consigo entender como tudo aconteceu.

— Nós também não entendemos, parece que você se chocou contra outro carro, mas o culpado fugiu assim que pode.

— Pensei que havia morrido. — meus pensamentos se voltam para tudo que pareceu ser um sonho.

A porta se abre, um garotinho sorridente de mãos dadas a meu pai adentra.

— Querido, ele finalmente acordou! — minha mãe exclama feliz.

— Papai! — o rapazinho com brilho nos olhos se aproxima da cama onde estou.

— Eu senti tanto medo de não vê-lo mais! — venço a dor em meu abdômen, sentando sobre a cama. Meu pai também sorrindo levanta William o sentando na borda.

— Vovô disse que estava dormindo. — ele acaricia minha barba por fazer.

— Eu estava sonhando. — abraço o corpo pequeno de meu filho o trazendo para perto, sentindo seu cheiro de bebê conhecido. — Você está bem?

— O dodói sarou.

— Sei que sim. — sorrio à medida que acaricio seus lisos cabelos em tom dourado.

— A mamãe disse que ficaria tudo bem.

Estranho a forma como William diz, tão tranquilamente como se algo houvesse sido soprado em seus ouvidos.

— Ela sempre será sábia. — meu pai se manifesta. — Seja bem-vindo à vida, meu filho.

Assinto com a cabeça para meu pai.

Será que Samantha tranquilizou também os meus pais?

Nada parece fazer muito sentido por aqui.

— Do que vocês estão falando? — pergunto.

Alguns toques são dados à porta do hospital, e rapidamente meus olhos seguem o timbre de sua voz que sempre será reconhecido em qualquer lugar que eu estiver. E inexplicavelmente a luz volta a aparecer para mim, ressoando por toda a extensão do quarto. Felicity está vestindo um sobretudo vermelho que chama atenção, seus cabelos estão soltos e selvagemente dourados, e há um sorriso ali, um sorriso de quem sempre acreditou que eu voltaria mesmo depois de ter ido embora daquela praça, mesmo depois de tudo que disse a ela e também de tudo que não disse.

Ela está aqui.

Está a minha frente novamente.

— Será que eu poderia entrar? — seu sorriso se torna um pouco tímido assim que avista meus pais.

— Mamãe! — William abre seus braços comemorando sua chegada.

— Felicity a todo o momento nos disse que ficaria tudo bem! — Robert Queen sorri.

— Queridos, acredito que devemos deixa-los a sós! — Moira pega William em seu colo, dando uma de suas mãos para meu pai. Ambos sorriem para mim, deixando o quarto hospitalar rapidamente.

Assinto com a cabeça para eles mandando um beijo para William que o pega no ar. Logo, minha atenção se volta à Felicity que está ainda parada ao lado da porta.

— Isso é uma miragem? Uma Coca-Cola em meio ao deserto?

Brinco com as palavras tentando amenizar o clima que nos espera.

— Não faça mais isso. — ela se aproxima calmamente de onde estou colocando suas mãos sobre o apoio de metal da cama.

— Juro que o acidente não estava no script!

— Os dias foram difíceis enquanto estava inconsciente. — suas mãos quebram a distância se aproximando das minhas que estão cruzadas sobre meu abdômen.

— Estou feliz que esteja aqui. — deixo meu polegar acariciar a pele fina de suas mãos.

— Eu não deveria estar aqui, mas nada doeu tanto quanto a possibilidade de te perder. Larguei tudo o que estava pensando, tudo o que tinha falado, joguei tudo para o alto e corri para onde você estava! — ela suspira tentando conter suas emoções. — É como um imã, entende?

— Na noite do acidente eu tive um sonho, Samantha estava nele. — sorrio instantaneamente. — Ela me fez prometer que a deixaria partir, porque era você a mulher da minha vida! Parecia tão real, ela estava a minha frente flutuando. — Felicity ameaça dizer algo, mas a interrompo. — Não esperava que viria aqui me ver, no entanto quando você apareceu ali, naquela porta, a sua luz era idêntica a de Samantha em meu sonho. A diferença é que você é real, fodidamente real.

Felicity suspira longamente, ela olha para janela a nosso lado onde o sol adentra, parece estar um dia lindo lá fora com um céu azul feito seus olhos. E, então, ela volta a dirigir sua atenção para mim.

— Você acha que o temos ainda é real?

— Quando estava com meus olhos fechados, eles não queriam abrir por mais que eu me esforçasse. Mas tudo que eu queria era que eles pudessem se abrir quando você e nossos filhos estivessem por perto, isso é tão real que me assusta! — deslizo minhas mãos calejadas até as suas que são macias e adoráveis, trazendo-a para o local onde machuquei. — Doeu tanto quando sentindo o objeto de ferro penetrar meu abdômen, só de me lembrar sinto calafrios. — guio suas mãos agora para o lado esquerdo de meu peito. — Mas nada se compara ao vazio que está aqui dentro, porque deixei meu coração nas suas mãos e você o levou consigo assim que se foi daquela praça.

Os olhos de Felicity fraquejam nos meus, algumas lágrimas surgem por ali.

— Eu o trouxe de volta!

Rio com sua expressão. — Devemos chamar o cirurgião cardíaco para coloca-lo no lugar?

Seu rosto, desta vez, está tão perto que eu poderia beija-la.

— Você errou tanto, me machucou tanto...

— Acredite, estou disposto a acertar cada ponto em que errei.

— Por que eu insisto em acreditar em você mesmo quando minha consciência se nega a fazer o mesmo?

— É simples, nascemos um para o outro. Eu peço que apenas me deixe ser o seu para sempre!

Oh céus.

Seu sorriso é tão mágico e encantador, meus olhos estão presos aos dela como se estivessem embriagados.

E, agora, seus olhos estão tão transparentes como o céu lá fora.

Alguns cientistas dizem que o céu é azul porque a luz passa por um prisma sendo dividido em sete cores, o que dá origem ao arco-íris. Essas cores se misturam aos vários gases que envolvem nossa atmosfera e, dessa forma, a cor azul se dispersa dando origem à coloração do céu.

Na minha concepção isso não passa de uma grande mentira, pois com certeza o azul dos céus e do mar tiveram inspiração nos olhos dessa mulher. Felicity Smoak é tão viva que inspira qualquer um.

— Oliver...

Suas mãos se soltam das minhas rapidamente.

— Seus olhos não estão nebulosos como da última vez, isso é um sinal.

— Como pode ter tanta certeza?

— Esses dias inconsciente serviram para lhe dar o tempo que você precisava.

Agora tudo faz sentido, Samantha me pediu para que eu desse tempo a Felicity, mas no fundo ela sabia que eu não conseguiria me manter tão distante. Mesmo sabendo que doeria em todos o meu coma, ela me manteve desacordado até que Felicity tivesse sua certeza, é por isso que ela está aqui.

Porque ela escolheu me dar uma segunda chance.

— No momento em que você entrou em minha vida, tudo mudou. Tornei-me uma pessoa que nem sabia que era capaz de me tornar. — Felicity volta a se aproximar. — Tornei-me a melhor versão de mim mesma. Isso nunca teria sido possível sem o nosso amor. O nosso amor dá a minha vida significado, dá propósito a minha vida. Vale a pena passar por tudo isso, porque eu te amo.

Ergo meu corpo ainda dolorido para frente, inclinando-me para Felicity que sorri. Meu polegar risca seu lábio inferior após dizer a última palavra, e logo, posso limpar a lágrima que escorre por um de seus olhos, livrando-a.

— Eu te amo.

Meus lábios com cautela se aproximam dos seus, ficando por ali por certos segundos. Seu corpo também se inclina facilitando nossa aproximação, e agora, uma de suas mãos acaricia meu peitoral com as pontas de seus dedos com movimentos sincronizados. A boca de Felicity entreabre permitindo minha língua adentre, e seu gosto tão doce me faz sorrir durante o início do beijo.

É recíproco, porque também recebo seu sorriso. Felicity deixa o beijo mais firme, mas nada que fuja de sua sensibilidade. Nossas cabeças estão em sintonia a cada movimento, e suas mãos correm até meu maxilar o segurando, sendo assim ela finaliza com seus lábios, afastando-se alguns centímetros de meu rosto. Ainda consigo sentir sua respiração pesada, seu hálito é de frutas vermelhas assim como é o gosto de sua boca.

O cheiro floral a deixa ainda mais gostosa.

Como eu pude ficar tanto tempo sem senti-la tão perto assim, longe de meus braços?

— Senti sua falta. — ela sussurra.

Levo minha mão até a superfície de sua barriga já um pouco elevada, acariciando o local sem que meus olhos possam sair de seu campo de visão.

— Eu sou o cara mais realizado em ter vocês de novo.

Felicity deixa que seus olhos sejam guiados até minhas mãos.

Sentimos sua falta.

Hey, cara! — rio de minha expressão. — Ou seria... Hey, princesinha?

— O que prefere?

Sua pergunta soa emocionada.

— Não importa, contato que nasça com seus olhos e sorriso estarei feliz.

— Um dia você me disse que eu era o seu recomeço, mas você estava errado!

Franzo o cenho em sua direção.

— Estava?

— Sim. Porque, na verdade, você é  que é o meu recomeço.

Se sou feliz?

Não há ninguém tão feliz quanto eu neste instante.

Porque eu a tenho, eu tenho Felicity Smoak.


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Notas finais do capítulo

E AÍ VOCÊS CURTIRAM? NOSSA FOI DESAFIADOR ESCREVER A VOLTA DOS DOIS DEPOIS DE TUDO QUE OLIVER FEZ.

Eu precisei ser suave e espero ter conseguido isso.

Nos vemos no bônus, e claro, nos comentários. ♥.♥ (Saudade de vocês)



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