Recomeçar escrita por Flower


Capítulo 17
Capítulo 15 — Parte 02


Notas iniciais do capítulo

Bom meus amores, estou aqui com a segunda parte do Capítulo 15.

Esses capítulos foram um presente de Natal a vocês, espero que tenham gostado. AHSHAASHAS *Diabinho*

Após o Ano Novo estarei (espero eu) com novos capítulos, então... UM FELIZ ANO NOVO A TODOS, MUITA PAZ E FELICIDADES NESSE NOVO 2018 ♥

Ah, e novamente, se forem do gosto de vocês aconselharia escutar I love u I hate u - (Gnash feat. Olivia O'brien)

Boa leitura. ♥



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Feeling used
But I'm still missing you
And I can't
See the end of this
Just wanna feel your kiss
Against my lips

And now all this time
Is passing by
But I still can't seem to tell you why
It hurts me every time I see you
Realize how much I need you

I hate you, I love you
I hate that I love you
Don't want to, but I can't put
Nobody else above you

I Hate U, I Love U - (feat. Olivia O'brien)

 

Oliver Queen

Sempre me escondi por de trás de um homem imponente onde o que mais importava eram as roupas de marcas e a próxima mulher que teria nua em minha cama. Não fazia questão de saber seus nomes, suas origens e muito menos seus diversos sobrenomes, às vezes, seus sotaques eram tão diferentes que durante uma rapidinha não trocávamos palavras, eram apenas gemidos intensamente quentes.

Minha vida era tão fútil que eu ao menos percebia, tanto que um dos motivos que arrancava lágrimas de meu rosto era quando um imbecil batia em meu carro deixando um amaçado em minha lataria impecável. Ah então havia as vezes que não conseguia ficar ereto por conta das grandes quantidades de álcool e maconha que tomavam conta de meu libido, as garotas nunca entendiam que não somos máquinas do amor e nem sempre corre tudo bem nos países mais baixos, ele não é obrigado a subir quando quero, principalmente se sua cabeça está cheia de destilado.

Tudo para mim era uma simples aventura em que eu me jogava sem olhar para trás, viver um dia de cada vez estava estampado em meu peito. Para que correr atrás de sonhos se eu podia sentar em uma cadeira de um resort com um drink em minha mão e esperar que ele caísse realizado sobre minhas pernas? Fácil assim.

Embora muitas pessoas sejam responsáveis pela minha mudança, o meu garoto é um dos mais importantes para mim. Ele me mostrou que posso ter sonhos e que preciso correr atrás deles como em uma maratona, para que então eles possam ser realizados. Chegar todos os dias à noite e encontra-lo me esperando para uma história antes de pegar no sono era mágico, mesmo tão pequeno foi capaz de me ensinar a ser um homem de verdade, porque eu passei a viver sua vida antes de pensar na minha. Mulheres e bebidas ficaram em segundo plano, pois ele é quem estava em primeiro lugar para mim.

Penso que Samantha sempre soube qual seria seu papel em minha vida, ela me daria William e depois se despediria, existiu tamanha dor em ter a deixado ir, mas no fundo estava tudo tão malditamente escrito porque logo depois me apareceu Felicity, a minha verdadeira luz. Ela me arrancou de uma escuridão sem que eu pudesse perceber, mostrando que eu poderia ser um pai maravilhoso e que também poderia ser bom para uma mulher como havia sido para Samantha, é engraçado como se tornou tão importante para mim, assim como William é.

Ter o meu pequeno com uma doença tão destruidora sem Felicity ao meu lado seria o meu fim, no entanto Felicity sempre esteve ali com sua mão estendida para me levantar, para ser o meu caminhar quando pensei que não tinha mais forças para seguir em frente. Ela é quem me dá esperança, e à medida que recebi o telefonema de Sara eu posso estar enganado ou até mesmo louco, mas Felicity foi a primeira coisa que veio a minha cabeça como se a solução estivesse sempre a minha frente, iluminando meu caminho, mostrando-me que podemos transformar o final em um recomeçar cheio de luz.

A porta do consultório de Sara está entreaberta, dou leves toques enquanto a abro encontrando Sara com papéis em suas mãos, assim que percebe minha presença destina-me um sorriso próspero.

— Ollie!

— Aconteceu algo com William? O que Felicity tem a ver com esses exames?

As perguntas são tantas que chegam atropelar umas as outras.

— Primeiro eu peço que se sente, iremos por partes.

Estou muito bem em pé.

Nada conseguirá vencer minhas pernas totalmente rígidas nesse momento.

A verdade é que durante todo o percurso sobre o volante de meu carro meus pensamentos brigavam entre si pelo real motivo que Sara havia me chamado em seu consultório, toda essa ansiedade pelo motivo que omiti a Felicity. Sara havia dito que era algo sobre Felicity e que tudo poderia estar mudando a partir do que ela estava disposta a me contar assim que a encontrasse em seu consultório.

— Eu só preciso que me diga o real motivo de ter me feito vir aqui.

— Felicity é 75% compatível a William, ela é a solução. Ollie, William está praticamente a salvo!

O impacto das palavras de Sara vence a rigidez de minhas pernas fazendo com que meu corpo pesado caia sobre a poltrona em sua frente.

Como isso pode estar acontecendo? Mais cedo ouvi perfeitamente que nenhum de nós éramos compatíveis.

— Como isso é possível?

— Pedi a Cisco dicas sobre como realizar os exames de compatibilidade que me dessem um resultado confiável mesmo em tão pouco tempo, ele me disse que eu poderia realizar os exames em nosso laboratório e mandar as mesmas amostras para outro laboratório e ver qual saia em um espaço de tempo menor.

— Você pode ser mais direta?

— O nosso laboratório deliberou o resultado mais rápido, mas nesses exames demonstraram que nenhum de nós éramos compatíveis a William.

— E nesses exames do outro laboratório demonstrou que Felicity é compatível? Como podemos ter a certeza de que isso é verídico?

Sara suspira profundamente. — Porque vi Laurel rondando o laboratório durante a noite de meu plantão, eu fui checar o andamento dos exames e ela estava lá. No primeiro momento eu não tinha entendido sua presença ali, visto que eu estou no comando do caso de William junto com Cisco.

A porta volta se abrir e posso ouvir uma voz masculina desta vez.

— Os exames feitos no laboratório de Starling foram alterados, todos eles tiveram como resultado números impossíveis como se fossem mudados em um computador. Isso foi forjado, Oliver! — Cisco aparece com um envelope em sua mão.

— Não estou conseguindo acompanhar vocês, sejam mais claros.

Os dois médicos a minha frente parecem estarem falando em outra língua.

Preciso que eles desfaçam essa confusão que está crescendo cada vez mais dentro de minha cabeça.

— Minha irmã fraudou os resultados dos exames, talvez ela não soubesse que Felicity era compatível, mas sendo a única oncologista do Hospital de Starling pensou que sem nenhuma pessoa compatível você iria correr atrás dela novamente, ela não contava com a presença de Cisco!

— Exatamente, ela não calculou que Felicity poderia ser compatível... Laurel apenas mudou alguns números, e pronto, todos se tornaram incompatíveis. — Cisco me entrega um envelope. — Esse é o real resultado, Felicity é 75% compatível a William, isso é praticamente impossível de acontecer Oliver... Mas aconteceu!

Um zumbido forte penetra meu ouvido fazendo com que as vozes de Sara e Cisco se tornem mudas ao meu redor.

Será que era sobre isso que Felicity queria conversar?

Mas como ela poderia saber de algo tão irreal como isso?

Não, isso não é possível.

Afinal, o que é possível nessa vida? Eu preciso correr para Felicity, preciso ouvir o que ela tem a me dizer, preciso dizer que ela é a salvação de William e que sempre teve razão em dizer que poderíamos ser a solução.

Preciso dizê-la que ela não salvou apenas a mim e sim também a meu filho.

— Eu tenho que ir...

Levanto um pouco cambaleante me dirigindo até a porta.

— Oliver, você tem certeza de que está bem para dirigir? — Cisco para em frente à porta impedindo minha passagem.

— A minha única certeza é que tenho que falar com Felicity!

— Cisco deixe Oliver passar, ele sabe o que fazer. — Sara faz um sinal positivo ao rapaz em minha frente.

Cisco me entrega o envelope com o resultado compatível. — Parabéns meu amigo, William está salvo.

Uma risada ainda incerta escapa de minha boca. — Estamos a salvo!

Ao agarrar o envelope que se tornara a chave da cura de William corro para meu carro o mais rápido que posso, os sinais vermelhos não se tornam um empecilho para mim, eu os ultrapasso com verdadeira coragem querendo gritar para todas as pessoas que caminham no calçadão que eu sou o homem mais realizado de todo o mundo. O envelope está preso em minha mão, eu não consigo deixa-lo em outro lugar a não em minhas mãos, quero apenas poder compartilhar essa notícia com a mulher de minha vida.

Quero poder abraça-la e sentir seu corpo quente e receptivo a mim, poder encostar seus lábios avermelhados e macios nos meus em um beijo languido que me faça sentir o quanto o gosto de seu beijo é acolhedor e conhecido. Poder entregar em sua mão não só um envelope que diz que é compatível a William, mas também entrega-la minha vida.

Ao estacionar o carro observo o térreo do prédio das Indústrias Queen onde estava ocorrendo a comemoração totalmente apagado, isso é estranho uma vez que não demorei tanto indo ao Hospital de Starling deveria ainda está acontecendo a festa. Aproximando-me à porta avisto os seguranças de meu pai parados a porta tomando conta do local mesmo parecendo às moscas.

— Por que está tudo apagado? Onde estão os convidados?

— Boa noite Sr.ª Queen, houveram alguns problemas. Seu pai pediu que ficássemos aqui monitorando o restante das pessoas que faltam saírem do prédio!

Explica um dos seguranças.

— Onde está Felicity?

— Acredito que ainda esteja no prédio, senhor. Não a vimos sair com a ambulância que levava sua mãe, a senhora Smoak.

Ambulância?

Que merda aconteceu por aqui que não fui avisado?

E se aconteceu algo com a mãe de Felicity por cargas d’água Felicity não estava junto a ela?

— Vocês poderiam me explicar o que está acontecendo?

— É melhor que ligue para o senhor Robert Queen para que ele explique da melhor forma.

Eu não ligarei porra nenhuma para meu pai, se houve algo com Donna, Felicity deve estar arrasada, eu tenho que encontra-la.

Empurro os seguranças a minha frente à medida que procuro meu celular no bolso interno de meu blazer. Ao encontra-lo disco o número de Felicity que está em primeiro lugar em minha agenda e para aumentar o nível de minha preocupação as chamadas estão sendo encaminhadas para a caixa de mensagens, indicando que seu celular está desligado.

Inferno.

Corro para o elevador sem a mínima ideia de onde a procurar, afinal o prédio das Indústrias Queen tem mais de quarenta andares. Sem pretensão alguma coloco o andar de minha antiga sala, porque como me substituiu passando a ser a nova diretora executiva nada mais justo que ocupasse meu antigo escritório. Porém, ao chegar ao escritório e adentrá-lo não a encontro, levando meus pés a começarem um intenso formigamento.

Outro lugar obvio em que poderia estar seria seu próprio escritório em um andar abaixo do meu. Então, volto rapidamente ao elevador fazendo com que ele me leve até o andar de destino a Felicity. Tudo está apagado e parecendo abandonado, não há se que uma iluminação pelos corredores que me levam até o escritório de Felicity que ao encontra-lo, também está totalmente apagado sem o menos um rastro seu.

— Onde está você meu amor?

Sussurro para mim mesmo sentindo o suor gelado escorrer pelo meu rosto.

Não há outra saída, se Felicity está por aqui deve estar assustada com o que deve ter acontecido a sua mãe e onde quer que esteja eu irei encontra-la.

A única forma é procura-la minuciosamente em cada andar desse prédio.

Sigo de volta ao elevador para me levar ao andar de baixo e começar sua procura, ao saltar do elevador passo com rapidez pelas salas procurando por algum indício, mas novamente não a encontro, fazendo com que eu vá para um andar abaixo do que estou. Sem total expectativas volto a saltar do elevador com rapidez passando a correr entre as salas e corredores quando finalmente avisto uma iluminação ao final do corredor que estou. Posso estar enganado, pois passava muito pouco pelos outros andares que não fosse o meu, mas com toda certeza consigo reconhecer o escritório como sendo o de Ray Palmer.

O que o faria estar aqui depois de todos deixarem já terem deixado a festa?

E será que Felicity estaria com ele?

Não, ela não estaria sozinha com esse cara sabendo que não o suporto.

Diminuo a pressa de minhas pernas segurando o envelope ainda em uma de minhas mãos, a sala de Ray Palmer é a última do extenso corredor e as paredes que a recobrem é totalmente de vidro permitindo que qualquer um observe o que está ocorrendo dentro dela. Quando Ray surgiu com essa ideia só me provou o quanto era babaca e precisava de atenção ao extremo, nunca que adotaria essas paredes de vidro, afinal de contas mesmo não avançando o sinal com nenhuma de minhas funcionárias, eu gostava de minha privacidade, e claro, isso incluía uma longa vistoria no corpo de todas as lindas mulheres que entravam em meu escritório, porque olhar suas bundas maravilhosas balançarem ao andarem não era considerado assédio profissional.

Meu coração está acelerado e a palpitação cresce cada vez que dou um passo até me aproximar totalmente da área em que está localizado a sala de Ray Palmer, e assim que consigo alcançar o local, meu coração paralisa momentaneamente. Minha boca, desta vez, está seca e se permite ficar entreaberta.

Encosto minha mão na maçaneta me preparando para abri-la em um rompante, mas o fogo que está subindo em meus olho impede que eu faça qualquer outro movimento.

O que esse cara está fazendo com os lábios colados na minha garota?

Felicity não pode estar deixando com que isso aconteça.

Minha jugular está pulsante como se eu pudesse escutar cada leve toque que faz na parede de meu pescoço que se intercala as batidas rápidas de meu coração.

Filho da puta.

Empurro a porta com toda força que tenho me encaminhando diretamente para o corpo de Ray Palmer que se assusta com o barulho que a porta faz ao sentir meu impacto. Minhas mãos agarram o colarinho impecável de Ray deixando com que o envelope escorregue e caia sobre o chão. A fúria está impedindo que eu possa olhar qualquer outra coisa a não ser o idiota ainda assustado sobre minhas mãos, e passando por cima de tudo o que está a minha frente consigo encostá-lo com certa força contra uma das paredes.

— Saia de perto dela!

Ray inicia uma gargalhada. — O beijo dela é tão doce...

— Eu vou matar você! — grito o mais alto possível quando escuto a voz de Felicity por trás de mim.

— Oliver isso é passível de explicações! Largue Ray, vamos conversar! — sua voz está arrastada como se estivesse chorado por algum tempo.

— Eu não quero explicações! — a respondo sem ao menos olhar em seus olhos, destinando minha atenção apenas a Ray Palmer. — Você nunca mais vai encostar se quer um dedo nela.

Ray ainda contra a parede sussurra ao pé de meu ouvido. — Os lábios são macios, mas nada consegue ser melhor do que ela é na cama...

As últimas palavras que saem de sua boca se tornam a última gota para que o copo repleto de fúria transborde me fazendo pregar à boca de seu estômago meu punho fechado em um soco, deixando com que eu escute o gemer sair de sua boca.

— Oliver solte ele, por favor! — as mãos de Felicity colam ao redor de meu tronco tentando me impedir de prosseguir.

Estou tão fora de si com as palavras ditas por Ray que empurro Felicity para longe de mim, tendo mais espaço para soca-lo.

— Você consegue ser melhor do que isso, Ollie!

Seu sarcasmo me faz depositar socos incessantes na superfície de seu nariz e boca sujando minhas mãos com seu sangue quente. Minha raiva se torna maior à medida que a cada soco que dou recebo uma risada divertida de Palmer com intuito de me provocar.

— Eu vou acabar com você. — sussurro em seu ouvido assim que derrubo seu corpo sobre a mesa central de vidro que de se despeça de imediato.

Ray tenta se levantar e parece se engasgar com seu próprio sangue. — Ela é boa de cama, Oliver... Ela é maravilhosa.

— Cale essa boca! — ergo seu corpo relutante para que eu posso aproximar seu rosto ainda mais de mim.

Sua respiração está com dificuldade, as superfícies de meus punhos estão machucadas pelo impacto que fizeram em seu rosto. Felicity está atrás de mim chorando intensamente enquanto puxa meu corpo para si tentando me fazer sair de cima de Ray.

Meus pensamentos estão completamente desalinhados, antes estava imensamente feliz por descobrir que Felicity era a solução para a doença de William. Depois ao encontrar o prédio totalmente apagado e de saber que algo poderia ter acontecido a sua mãe, essa felicidade se tornou uma enorme preocupação pois eu precisava saber o estado de Felicity, como poderia estar sua cabeça diante ao acontecido a sua única família.

Eu sentia no fundo de minha alma que Felicity precisava de mim e que eu estaria ali para o que precisasse, mas ao assistir a cena de um beijo com o cara que mais detesto tanto em meu ambiente de trabalho quanto em minha vida me quebrou. Ela não me parecia se importar com ele tocando seus lábios, se eu não tivesse o empurrado para longe de seu corpo talvez eles continuassem com o beijo.

O babaca disse que o beijo de Felicity era doce.

Chegou a dizer como ela é na cama.

Como ele pode ter tanta certeza em suas palavras?

Felicity estaria me traindo com esse cara? Justamente com o homem que eu mais repugno em minha vida?

Não, ela não seria capaz de fazer isso.

Ou seria?

— Oliver, você não é violento assim! — Felicity implora.

Ray volta a sussurrar. — Você nunca iria imaginar não é?

Seu último sussurro me faz dar o golpe final o desacordando deixando com que caia sobre os vidros despedaçados da mesa de centro. A força que dei o último soco foi tamanha que senti meu pulso deslocar e voltar para o lugar em questão de segundos, fazendo-me afastar.

Minhas mãos estão machucadas e trêmulas, meu smoking está manchado com o sangue de Ray por todas as extensões.

— O que eu fiz? — pergunto-me deixando meu corpo dar passos para trás com meus olhos fixos no corpo de Ray caído a minha frente.

— Ray, acorde! — Felicity está assustada sacudindo com dificuldade o homem caído que não a corresponde. — Você viu a merda que fez?

— Você estava o beijando Felicity, o que queria que eu fizesse?

Grito de forma agressiva à medida que me dirijo até o telefone à torre.

— Ele me beijou eu não tive reação, mas nada vai justificar o monstro que eu vi aqui! Você não parou... Simplesmente não parou, porque estava gostando!

Felicity apoia a cabeça de Ray Palmer sobre seu peito tentando sentir sua respiração. Sua voz está vibrante e parece com medo de mim, eu nunca tinha visto isso de sua parte, durante todos os momentos que compartilhei com Felicity pude ver amor, raiva, ciúmes, mas nunca o medo.

— Uma ambulância o mais rápido possível para as Indústrias Queen. — ordeno a atendente do Hospital de Starling e após pedir o reforço médico, dirijo novamente minha atenção a Felicity. — Como eu nunca fui capaz de perceber? Todas as noites que chegava mais tarde...

— Você pense muito bem no que for sair de sua boca!

Ela levanta vindo em minha direção após acomodar o corpo de Ray Palmer ao chão.

— Estava transando com ele?

Felicity com toda sua força deposita sua mão aberta em uma das faces de meu rosto deixando com que eu sinta ardência imediata.

— Nunca mais me trate como se eu fosse uma prostituta! — seu dedo indicador penetra meu peitoral empurrando-me ainda mais para trás.

— Eu estava preocupado com você, com o que poderia ter acontecido e a encontro beijando outro cara?

— Oliver, você deveria confiar em mim. Deixar-me explicar, mas não... Quase matou Ray!

— Eu não sei o que aconteceu comigo.

Meu olhar estar perdido, assim como todas minhas emoções.

— Não estou conseguindo reconhecer o homem por quem me apaixonei! — Felicity com passos amedrontados se aproxima de meu corpo tocando meu rosto com cuidado. — Olhe para mim.

Estou dando lufadas intensas tentando intercalar minha respiração frenética que acompanha as batidas de meu coração assim que o toque de Felicity é dado no mesmo local em que recebi seu tapa.

— Você vai sair da minha vida. — agarro, desta vez, cuidadosamente sua mão pelo seu pulso o afastando de meu rosto.

— O que está dizendo?

Ela reage incrédula a minha reação.

— Eu não quero mais vê-la, não agora. Você aflorou algo ruim de dentro de mim... Eu nunca seria capaz de chegar a esse ponto, Felicity! — desço meu olhar até minhas mãos calejadas pelos socos fortes em Ray Palmer.

— Não me culpe pelos seus erros.

— Meu erro foi ter confiado em você... Eu quero que saia da minha vida agora!

— Eu não posso sair de sua vida, não mais.

— Dê o seu jeito. — caminho em direção a porta quando sinto a mão de Felicity me impedir de seguir em frente.

— Estou grávida, Oliver.

Suas palavras gélidas e diretas me fazem paralisar.

Meus olhos estão procurando pelos de Felicity que agora estão nebulosos como eu nunca havia visto um dia. Sempre em um azul tão transparentes ricos em esperança, mas agora estão em um azul escurecido como se estivessem perdidos pela primeira vez.

Ela acaba de dizer para mim está grávida.

Esperando um filho.

Um filho meu? Ter um filho de Felicity é como nascer de novo, como ter uma nova direção em minha vida, mas por que me contar só agora? Não faz sentido.

Ela não poderia ter me escondido algo de tanta importância há tanto tempo.

Mas ao mesmo tempo, o que me garante que esse filho seja realmente meu depois que tudo que acabei de presenciar? Ray Palmer deu a entender que Felicity me traía com ele, que a conhecia até mesmo como era em sua cama.

Por mais que eu queira acreditar que esse bebê que espera seja fruto de nosso amor, eu não consigo, simplesmente não consigo enxergar verdade.

Deixo que uma lágrima escorra pelo meu rosto. — Como quer que eu acredite que esse filho seja meu?

Felicity limpa as lágrimas que escorrem de seus olhos descarregando uma risada irônica sobre mim.

— Você está brincando comigo?

— Não consigo acreditar que esse filho seja meu, Felicity.

Respiro fundo dando minhas costas a mulher que acreditei ser a mulher de minha vida.

 À medida que coloco meu pé entre a saída da porta, ouço uma voz instável em minha direção.

— Se você sair por essa porta tenha certeza que nunca mais chegará perto de mim e de meu filho!

Suas ultimas palavras se chocam contra meu corpo.

Estou exausto com tudo que acabo de presenciar. Não estou me reconhecendo, eu não sou o homem que acabei de ser ao final dessa noite, agressivo e violento. Mas eu não consigo ficar, estou com medo de mim mesmo, de minhas próprias reações.

Então meus pés tomam a coragem que não tenho, e eu saio pela porta deixando ali minhas incertezas, meus medos e o amor da minha vida.

Deixando ali o que pensei ser um dia o meu recomeço.


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Notas finais do capítulo

ESSE FOI O CAPÍTULO 15....... Espero que tenham curtindo as verdades e uma mentira, e tenham se espantado um pouco com elas. AHHSHAHSHA

Espero por vocês nos comentários.

Tenham um ótimo ANO NOVO e nos vemos ano que vem. MINHAS LINDAS ♥.♥



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