It's All About Timing escrita por Nonni


Capítulo 26
Uma dança surpresa.


Notas iniciais do capítulo

Olá gente, tudo bom?
Quando a gente menos espera a inspiração bate nas nossas portas, e não da pra deixar ela ir embora... então estou aqui com uma one shot novinha em folha.
Tem muita Olívia, muito OutlawQueen e uma personagem nova que espero que vocês gostem.
Boa leitura!



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A mãozinha se encontrava firme no corrimão que se estendia por toda a parede lateral da grande sala. No último lugar da fileira, Olívia fazia graciosamente os tão conhecidos e famosos passos de balé. Praticava-os com esmero, de uma forma encantadora para uma criança que beirava os 7 anos.

Quando os últimos acordes da música tocaram e todas as pequenas bailarinas ali presentes finalizaram com um Plié, a professora parabenizou todas com um sorriso, dizendo o quanto estava orgulhosa da turma e que mal conseguia esperar a hora de todos os pais verem o que aquelas meninas estavam preparando para a apresentação.

Depois de ficar esperando naquele grande aglomerado de meninas que se formavam em todo final de aula para se despedir da adorável professora, a garotinha correu porta afora, deixando a sala de balé para trás para pular no colo do pai, que se encontrava a observar a porta, o olhar longe.

— No que você está pensando, papai? – perguntou logo Olívia, fazendo Robin sorrir e beijar-lhe delicadamente os cabelos. Sua menina era tão esperta e observadora.

— Estava pensando no quão linda deve estar essa apresentação. – ele respondeu, fazendo Olívia sorrir, deixando a mostra seu sorriso banguela.

— Acalme esse coraçãozinho, papai, falta um pouquinho assim ó... – disse, erguendo quatro dedos da mão esquerda e cinco da direita e mostrando para Robin os dias restantes até a tão aguardada apresentação. – Já está quase pertinho.

— Já está quase pertinho... -Robin repetiu a fala da filha, já desamarrando as sapatilhas de balé dos pés da menina e lhe colocando um tênis.

— Vou de roupa de balé pra casa hoje? – ela perguntou, depois que o pai a tirou de seu colo e a colocou em sua frente, enquanto levantava.

— Hoje sim, querida.

— Lalá vai enlouquecer papai! – Olívia falou contente, deixando uma risadinha escapar, depois pegando na mão do pai, os dois deixando a escola de danças. – Vamos buscar ela?

— Não, filha. Mamãe é que vai hoje. – ele informou, arrumando a mochila de Olívia em suas costas, enquanto os dois seguiam até a vaga em que Robin havia estacionado o carro.

— Mesmo assim, ela vai enlouquecer... – Olívia comentou de forma dramática, fazendo Robin soltar uma risada. Desde que ele não era nem um pouco chegado ao drama e Regina também passava longe, os dois sempre se perguntavam de quem Olívia tinha herdado toda aquela dramaticidade.

— Com certeza vai, espero que a aula de hoje não tenha tirado toda a sua energia. – o homem comentou, e antes que Olívia pudesse responder, eles já estavam em frente ao carro. Sem largar a mão da menor, Robin abriu a porta, colocando a mochila no banco e pegando Olívia pela mão, ajudando-a a sentar-se no acento. Depois de certificar-se que tudo estava certinho, o homem fechou a porta e se dirigiu para o banco do motorista.

— Eu sempre tenho energia sobrando, papai. – Olívia falou, depois que o carro começou a andar. Robin olhou para ela através do retrovisor, e seu sorriso só aumentou ainda mais.

Olívia não precisava nem falar. Robin sabia que a energia daquele corpinho não acabava nunca.

***

A primeira coisa que Olívia fez quando chegou em casa fora correr até a sala, onde dava para ouvir o barulho da televisão, ligada em algum canal qualquer de desenhos.

— Lalá, cheguei!  – gritou a menina, chamando a atenção da criança que estava concentrada no desenho. Estella virou o corpinho até poder enxergar Olívia, e bateu as mãozinhas uma na outra quando constatou que a irmã mais velha estava vestida de bailarina. Olívia fez seu caminho até ela, beijando-lhe a bochecha e a ajudando a descer do sofá. Quando conseguiu equilibrar-se nos próprios pés, Estella bateu novamente as mãozinhas e soltou uma gargalhada quando Olívia saiu rodopiando pela sala de estar.

Desviando o olhar por um estante do que a irmã estava fazendo, Estella avistou o pai escorado no batente da porta, observando a folia das duas irmãs. Abrindo um sorriso ainda maior, a menina foi caminhando até o pai, muito segura e contente. Como se não o visse há muito tempo. Quando estava chegando perto, esticou os bracinhos, pedindo colo.

— Papa! – gritou, e Robin prontamente finalizou o espaço que os separava, pegando a pequena em seus braços, plantando inúmeros beijos em todo seu rostinho, fazendo-a gargalhar. A menininha ria sem fim, e nenhum dos dois percebeu quando a figura morena apareceu na sala, apenas para confirmar o que já sabia: os outros dois amores de sua vida haviam chegado.

— Mamãe! – Olívia exclamou, seguindo até Regina e lhe dando um beijo na bochecha. A morena não se contentou só com isso, entretanto. Logo a menina estava em seus braços, e ela seguiu até Robin e Estella, que agora observavam as outras duas se aproximar. – Eu já estou muito pesada para vocês me pegarem no colo. – reclamou.

— Ah, isso é verdade. – Regina disse, apenas para provocá-la. A menina fez biquinho, e a morena a apertou ainda mais. – Como foi o dia, meu amor? – perguntou.

— Foi divertido. A aula de balé estava muito legal. – Olívia respondeu, deitando a cabeça no pescoço de Regina. – Faltam apenas nove dias para a apresentação, mamãe.

— Ah, eu sei. Estou contando os dias pra ver você dançar, Via. – Regina disse para ela. O loiro observava as duas, e Regina se aproximou dele, depositando um selinho em seus lábios. – Oi, amor.

— Boa noite, minha linda. – ele respondeu piscando para ela. Regina sorriu, e ouviu o risinho abafado de Olívia em seu pescoço.

— Você é linda mamãe! – a menina falou.

— Por alguém você tinha que puxar, não é minha filha? – a morena brincou, e a menina riu, mas ergueu as mãozinhas, como se não tivesse entendido a fala da mãe.

— Posso dançar com a Estella? – perguntou para os pais, descendo do colo da mãe e observando a irmã que brincava com um botão da sua própria blusinha, um único rabinho do cabelo castanho claro preso bem no topo da cabeça.

— Bebê desce. – Estella pediu para o pai, se agitando no colo dele. Logo ela já se encontrava no chão com a irmã, as duas correndo até a caixa de brinquedos. Regina fez uma careta quando viu Olívia abrindo-a e Estella se debruçando sobre ela, para pegar alguns brinquedos. Ela nem lembrava mais de como era sua vida antes de ter criança em casa.

— Preparada para a bagunça? – Robin perguntou, no pé do ouvido dela, fazendo-a sorrir. Ele depositou um terno beijo no pescoço da morena, para logo depois a virar de frente para ele. – Senti saudades.

— Sentiu, é? – ela perguntou e Robin confirmou com a cabeça, antes de lhe roubar um beijo. Os lábios se encontraram de uma forma casta, e um beijo delicado fora trocado. Quando se separaram os narizes se tocaram, num beijo esquimó que era deles. – Eu também senti, meu amor.

— Tudo certo com a pequena? – Robin perguntou, colocando com cuidado uma mecha do cabelo castanho atrás da orelha da morena. Estella estava em adaptação na escola e o processo estava sendo um pouco difícil. Um gritinho de alegria fora ouvido, e os olhos azuis e castanhos se dirigiram até as suas duas meninas. Olívia se encontrava rodopiando com a irmã, fazendo-a gargalhar.

— Cuidado para não ficar tonta e nem deixar a Lalá tonta, filha. – Regina advertiu e Olívia fez um sinal de positivo com o dedo, mostrando que tinha entendido o recado. Não era como se ela precisasse ser avisada, já que desde que Estella nasceu o cuidado que Olívia tinha com ela era admirável. O que deixou os corações de Regina e Robin aliviados. A menina havia ficado muito feliz com a chegada da irmã, mas também estava aprendendo a lidar com a situação, afinal, agora não era apenas ela. Tudo tinha que ser dividido, desde os brinquedos até a atenção dos pais. Regina voltou a olhar para Robin, que observava as filhas com um sorriso. – A professora disse que ela chorou de novo por um tempinho depois que eu a deixei lá, mas que ela já está se adaptando muito bem. Comeu todos os lanches hoje e brincou bastante com os coleguinhas. Logo ela vai estar cem por cento.

— Estella é muito inteligente, Regina, não tenho dúvidas de que logo ela vai estar bem adaptada. Eu sei que você fica preocupada, mas acredito que não precisa. Se quiser, eu posso começar a levar ela também, pra não ser tão difícil pra você. – Robin falou, afagando a bochecha da esposa delicadamente, fazendo ela fechar os olhos para aproveitar o carinho. A mulher subiu delicadamente as mãos pelo peito do marido, deixando uma descansando ali enquanto a outra foi de encontro a barba por fazer dele.

— Eu ficaria grata. A gente já tinha passado por tudo isso com Olívia, mas não se torna mais fácil na segunda vez, não é? – ela comentou, fazendo-o rir.

— Não, meu amor, não fica mais fácil. – ele concordou com ela, selando os seus lábios mais uma vez. 

Uns minutos mais tarde, quando Robin se aproximou das duas meninas, disposto a levar Olívia para o banho, ouviu a mesma explicar para Estella:

— Assim, ó, Lalá. – mostrou cinco dedos em uma mão e quatro na outra. – Esse é o número nove. Faltam nove dias para a minha apresentação de balé. Você vai amar, Lalá! Vai ter um montão de bailarinas que nem eu.

— Balalinas! – Estella exclamou, fazendo o pai e a irmã gargalhar.

***

Regina se revirou na cama, sentindo falta da figura do marido, que havia levantado há alguns minutos para ir acordar as suas meninas. Logo a porta abriu e uma sonolenta Olívia adentrou o quarto, a carinha amassada e os cabelos bagunçados. Subiu na cama e se aninhou nos braços da mãe, que a abraçou e beijou-lhe os cabelos.

— Bom dia, anjinho. – Regina sussurrou no ouvido da menina. – Preparada para o grande dia?

 – Bom dia mamãe. Eu tô muito ansiosa. – Olívia falou, dando ênfase no muito.

 – A mamãe também está... Tô louca pra ver você dançar e se divertir. – Regina disse, apertando a pontinha do nariz de Olívia.

 – Se divertir muito, mamãe! - a menina repetiu, sorrindo para a mãe. Regina sentiu o coração se aquecer, tamanho amor que sentia por aquele sorriso. Olívia era sua luz, sua menina sapeca e inteligente. Se tinha criança mais doce que ela, Regina não conhecia. Antes que pudesse falar mais alguma coisa, no entanto, Robin apareceu na porta, o cenho franzido. Estella descansava a cabecinha na curva do seu pescoço, os olhinhos se encontravam fechados.

— Amor... Acho que a Lalá está com febre. – ele disse, seguindo até a cama. Regina levantou-se na mesma hora, se aproximando do marido e colando os lábios na testa de Estella.

— Ela está muito quente mesmo. – disse, tirando a filha dos braços de Robin e pegando nos seus.

— Hey Lalá, bom dia meu amor. – chamou a pequena, que abriu os olhos para a mãe e deu um pequeno sorriso, seguido de um suspiro. – A Lalá tá dodói? – perguntou e a menininha apenas se agarrou mais a ela, tossindo em seguida. Quando deu por si, Robin já lhe estendia o termômetro e Regina não demorou para arrumar a filha em seus braços e medir sua temperatura.

— Mamãe, a Lalá tá doente? – Olívia se manifestou pela primeira vez, chamando a atenção dos pais, que se encararam já tendo uma ideia do que se passava com Estella.

— Um pouquinho, meu anjo. Que tal a gente deixar a mamãe cuidar dela enquanto eu e você vamos preparar o café e um chazinho pra mana? – foi Robin quem respondeu.

— Pode ser papai. – Olívia concordou, esfregando os olhinhos e depositando um beijo na bochecha de Regina e outro na bochecha de Lalá, que sorriu para a irmã. Logo depois pegou na mão de Robin e antes que saíssem do quarto, Regina pode ouvir Olívia perguntando:

 – A Estella vai melhorar pra me ver dançar, né papai?

*****

 Olívia encarava o reflexo da mãe no espelho, que arrumava concentrada o coque em seu cabelo. Os olhinhos da menina estavam tristes, muito diferente do que Regina tanto imaginou para a carinha de sua filha naquele dia.

De qualquer forma, a mulher não julgava Olívia... Estella teve que ser levada ao pediatra mais cedo, e a causa da febre foi confirmada: garganta inflamada, mais resfriado. As instruções foram claras: evitar a saída da menina de casa pelo menos naquele dia, além de uma lista de remédios para a tosse e garganta.

Regina já havia feito de tudo para animar Olívia... fez seu prato favorito para o almoço, deixou que a pequena a ajudasse a escolher a roupa para a apresentação, lhe deu todo o carinho e incentivo possível e além de tudo isso a arrumava agora com o maior amor do mundo. Tinha até feito uma maquiagem bem leve no seu pequeno rostinho, uma coisa que a filha amava e ela tentava controlar o máximo possível.

— Querida... não fique triste. – Regina falou assim que terminou de arrumar o cabelo da menina, virando-a de frente para si. – Você vai ter outras apresentações e tenho certeza que Estella vai estar boa para ir nas próximas.

— Não importa, mamãe. Essa é a que mais importa. Eu queria que a Lalá fosse. Você não entende...– falou, um pequeno beicinho de formando em seus lábios. Regina arqueou as sobrancelhas, intrigada com a fala de Olívia.

— Por que a mamãe não entende, meu anjo? – perguntou, e Olívia negou com a cabeça, os olhinhos enchendo de lágrimas. Para ela era tão importante que Estella fosse vê-la dançar, ela não conseguia entender porque a irmã tinha que ficar doente justo naquele dia.

— Eu não posso falar, mamãe. É surpresa. Mas agora não importa mais. Eu só queria que a Estella pudesse ir comigo, ela ia ficar tão feliz. Ia ser tão legal. – Olívia lamentou, fazendo o coração de Regina apertar e também sua curiosidade aflorar... Em todos esses dias Olívia não havia dito nada sobre surpresa alguma. – Ela não pode mesmo ir, mamãe?

— Meu amor, não é melhor que a Lalá fique em casa com a tia Zelena se recuperando? – Regina indagou, e os olhinhos castanhos encontraram com os da mãe. – Quando você está com alguma dor, não quer ficar em casa deitadinha, sendo cuidada por mim ou pelo papai?

— Sim mamãe, não tem melhor lugar para ficar quando eu tô doente. – Olívia concordou, fazendo a mãe sorrir. – Mas ela gosta tanto de bailarinas e nem você nem o papai vão estar aqui com ela. Por que não podemos levar ela junto? A médica da Lalá não vai ficar sabendo de nada. – completou, os olhinhos pidões.

— Filha, isso não quer dizer nada. Não fazemos nada escondido, huh? – Regina falou, repreendendo Olívia. – Se a doutora pediu para a mamãe e o papai deixar a Estella em casa descansando, temos que obedecer. Além disso, vamos pensar no bem da Lalá junto com a mamãe? – Regina perguntou, sentando-se na cama de Olívia e a pegando em seu colo. – A mana está com dor na garganta, o narizinho está trancado e ela está tossindo muito, você quer que ela melhore, não quer? – continuou a morena, que viu a pequena Olívia concordar com a cabeça. – Então é exatamente por isso que vamos deixar a Estella em casa hoje. Ou você prefere que a gente desobedeça a médica e saia com a Lalá nesse tempo, que ta bem friozinho? Aí ela não vai conseguir melhorar e você vai ficar ainda mais triste por ela não poder fazer bagunça com você amanha. Você entende o que a mamãe ta falando?

— Entendo, mamãe. Ela tem que ficar pra melhorar. – disse, baixinho. Deitou a cabeça no ombro de Regina, e a morena sorriu, sentindo-se imensamente feliz pelo carinho que Olívia tinha por Estella. – Mas meu coraçãozinho ainda está triste, mamãe.

— Não fica triste meu anjo, o dia de hoje é para você ficar feliz, tudo bem?  – Regina disse, depositando um demorado beijo nos fios castanhos claros da filha. – Vai ficar tudo bem, filha, e tenho certeza que na próxima apresentação a Estella vai estar lá vendo você.

— Ta bom, mamãe. Vou mandar a tristeza embora, junto com a dor da Lalá. – disse Olívia, abrindo um pequeno sorriso para a mãe, embora ainda estivesse chateada. O que ela faria quando a professora anunciasse a surpresa ao público da apresentação?

Regina a abraçou mais forte, com cuidado para não estragar o cabelo, e a encheu de beijos, fazendo alguns risos saírem da boca da garotinha.

Os risos atraíram a atenção de Robin, que carregava Estella em seus braços. O loiro seguiu até o quarto da filha mais velha, sentindo o coração mais leve ao ouvir os risos da menina. Afinal, assim como Regina, o homem também estava chateado por ter que ver Olívia triste. Ao chegar até o cômodo, o loiro não conseguiu evitar o sorriso que lhe tomou os lábios.

— Mamãe! – Estella chamou, pedindo pra descer do colo do pai e seguindo até a mãe e a irmã. Regina arrumou Olívia em uma perna e Estella em outra, fazendo as duas ficarem em seu colo. – Via balalina... – a pequena disse, ao perceber que a irmã estava com a roupa do balé. Olívia sorriu, debruçando-se para beijar o nariz da irmã. Robin buscou os olhos castanhos da esposa e eles deram um pequeno sorriso. Afinal, não havia preciosidade maior para os dois do que aquelas duas meninas.

Alguns minutos mais tarde, Zelena chegou para ficar com Estella. Enquanto a ruiva distraia a menina, Robin pegou Olívia pela mão e seguiu até o carro, esperando Regina, que terminava de se arrumar.

— Zel, qualquer coisa você liga, ok? Robin já deu o remédio pra ela, assim que terminar a apresentação nós voltamos, ta bom? Mas por favor, qualquer coisa liga. – A morena disse, o coração meio apertado por ter que deixar Estella, mesmo que fosse com a tia que sempre que podia mimava as meninas e as enchia de amor e carinho.

— Regina, eu ligo sim, fica tranquila. Estella já está bem, aproveitem a apresentação e grava tudinho, que eu quero ver depois. Não se mostre preocupada perto da Olívia, por Deus! – Zelena disse, e Regina agradeceu a irmã. Enquanto Zelena distraia Estella novamente, para que a pequena não visse a mãe sair, Regina seguiu para o carro também, piscando para Olívia assim que entrou.

— Então vamos lá, minha gatinha! – sorriu pra menina, que bateu palminhas com as mãos, um pouco mais animada. Robin deu partida no carro e eles seguiram para a apresentação.

***

Assim que chegaram no local da apresentação, Olívia foi recrutada pelas professoras para se reunir com as outras bailarinas, deixando o casal sozinho. A garotinha, antes de se afastar dos pais, os abraçou bem apertado, e os dois perceberam a ansiedade que transbordava no pequeno corpinho.

— Fica tranquila, meu anjo. Você é a melhor bailarina que o papai conhece, eu e a mamãe somos seus maiores fãs. Você vai ser incrível. – Robin assegurou, apertando a pontinha do nariz da pequena, que soltou uma leve risada.

— Nós amamos você e vamos estar na primeira fila. – foi a vez de Regina dizer, beijando a testa da pequena. Ela sorriu para os pais, virando-se e dando as mãos para a professora, que cumprimentou Regina e Robin com a cabeça, dando a entender que Olívia estava bem com elas e que fariam o possível para espantar a ansiedade do corpinho de cada dançarina da turma.

Depois disso, o casal deu-se as mãos e seguiram para o auditório, buscando um bom lugar na primeira fila, ansiosos pela apresentação tão esperada.

Quando enfim as cortinas se abriram, mostrando todas as dançarinas em seus devidos lugares, os corações pareciam que iam pular para fora do peito. Embora não fosse a primeira apresentação de Olívia os dois sempre ficavam ansiosos.  

Devagar, uma música clássica começou a tocar, e as bailarinas iam fazendo os passos tão ensaiados e graciosos. Olívia que estava no canto esquerdo do palco buscou o olhar dos pais, sorrindo assim que os encontrou na primeira fila, conforme haviam prometido. Concentrando-se ainda mais, a menina continuou a dançar, esquecendo-se de toda a ansiedade e sentindo um sentimento de pura diversão invadir seu corpinho. Esse era um ponto positivo na pequena, diferente da maioria de suas colegas de balé... ela praticava a dança porque isso a divertia. Ela se sentia feliz quando dançava. Regina e Robin se sentiam aliviados por isso, afinal, Olívia era nova demais para se cobrar tanto.

— É a coisa mais linda do mundo, não é? – Robin se virou um segundo pra esposa, os olhos marejados. Regina sorriu para ele, lhe dando um rápido selinho.

— Nossa menina é incrível, Robin. – disse após longos minutos, buscando a mão do marido e juntando com a sua, voltando o olhar para o palco, a tempo de ver as bailarinas fazerem um passo final, assim que a música chegou ao fim. Uma explosão de aplausos pode ser ouvida, e o auditório inteiro se levantou para aclamar a turminha. As dançarinas se encontravam rindo felizes umas pras outras e logo chegaram a frente do palco, em uma fileira perfeitamente ensaiada, e com uma professora em cada ponta, agradeceram ao publico, que aumentou ainda mais as palmas.

Antes que todos achassem que tinha chegado ao fim, entretanto, a professora regente pegou um microfone e pediu que os familiares se sentassem novamente, porque ainda havia uma surpresa. Regina ergueu a sobrancelha, recendo um olhar interrogativo de Robin... ela havia esquecido de comentar com ele sobre o que Olívia falara mais cedo.

— Surpresa? – ele perguntou baixinho, enquanto se sentavam.

— Você não sabe de nada? – ela indagou, achando estranho. Nem para Robin Olívia havia deixado escapar? – Olívia meio que deixou escapar hoje enquanto eu terminava de arrumá-la, era um dos motivos pelo qual estava triste, Estella não estaria aqui para ver, acredito. – comentou, e Robin acabou ficando intrigado também. Antes que pudessem especular mais, entretanto, a professora tornou a falar:

— Queremos agradecer a presença de todos vocês nesse dia tão aguardado e especial. Por isso, nossa turma preparou uma surpresa para os familiares. – disse, arrancando alguns gritos da platéia. – Nós decidimos que vamos fazê-los dançar... – revelou, e foi possível ouvir exclamações de surpresa e alguns “não acredito” vindos de algumas pessoas. As bailarinas em cima do palco vibraram, deixando sorrisos tomarem seus rostos. Regina e Robin, no entanto, se preocuparam ao perceber o desconforto de Olívia. – Não se preocupem, papais e mamães, apenas um familiar de cada dançarina vai subir ao palco hoje... e as pessoas que vão dançar aqui em cima foram escolhidas carinhosamente pelas nossas bailarinas... – falou, e a platéia se agitou de uma forma positiva, entretanto a curiosidade ficava no ar... Quem subiria ao palco? – Para quem ainda não entendeu, vou explicar melhor: cada bailarina escolheu um familiar para subir ao palco e dançar ao seu lado hoje. Vou começar a chamada por ordem alfabética, e vocês podem se encaminhar ao palco. Deixem a vergonha e timidez aí em baixo, por favor. – a professora brincou, e foi como se uma luz ascendesse na cabeça de Regina.

Estella.

Era Estella que Olívia havia escolhido para subir ao palco. Era por isso que a menina estava tão ansiosa e queria tanto que a irmã fosse a apresentação...porque Olívia iria levar Estella para dançar junto com ela no palco. O coração da morena se quebrou, e ela buscou os olhos de Olívia, que também buscavam os da mãe. A menina apertava uma mão na outra, num claro sinal de nervosismo, e Regina prendeu a respiração, querendo subir ao palco imediatamente para abraçar a filha. Por que Olívia não havia dito nada?

— Robin... meu Deus! – exclamou, chamando atenção do homem, que ainda não havia entendido nada muito bem. – É a Estella.

— O que tem a Estella? – ele demorou um segundo para perceber do que a mulher estava falando, e olhou para ela preocupado, logo voltando a atenção para Olívia, cuidando cada movimento da filha. – Que droga Regina! – ele exclamou, e a mulher buscou a mão dele novamente, entrelaçando-a na sua. Robin percebeu que ela estava a ponto de se levantar e tirar Olívia de lá. Eles só saíram desses pensamentos quando ouviram o nome da filha ser chamado pela professora.

— Olívia Mills Locksley convida Estella Mills Locksley para subir ao palco. – disse, e por um momento a platéia ficou em silêncio, esperando a pessoa chamada se levantar e subir até o palco, como havia acontecido até agora. Regina e Robin encararam a filha e perceberam que um leve tremor no queixinho da pequena denunciava que ela estava prestes a se debulhar em lágrimas. Em menos de um segundo, Robin estava de pé, se encaminhando até o palco. Regina sentiu um alívio tomar conta do seu corpo, sentindo-se grata pelo pai que Robin era. A professora em cima do palco estranhou, e assim que Robin subiu no palco foi até ela, explicando a situação rapidamente para que a chamada dos familiares continuasse. Após entender a situação, a professora sorriu e anunciou no microfone, enquanto Robin seguia até a filha que correu até o pai e se jogou em seus braços, aliviada.

— Na verdade, quem vai dançar com a Olívia hoje é o Robin. – disse a professora, e logo continuou a chamar os outros nomes.

— Por que você não nos disse, querida? – Robin perguntou no ouvido da filha, que ainda estava abraçada a ele.

— Porque era surpresa, papai, e eu não queria estragar. Mas aí Estella ficou doente...- disse, e a voz falhou. Robin sentiu o coração se partir, e a apertou mais contra o seu corpo, beijando-lhe os cabelos.

— Mas o papai está aqui e vai dançar com você, pode ser? Estella vai ficar muito feliz quando ver isso no vídeo que a mamãe vai gravar. Não fica triste e nem chora, minha princesa. Nós vamos ser a melhor dupla da noite nessa dança, tá bom? – ele a confortou, e a menina riu entra as pequenas lágrimas que caiam de seus olhinhos castanhos. Robin as secou e quando ia falar que a amava, eles ouviram novamente a professora chamando a atenção para explicar como funcionaria a dança.

— Escolhemos uma música muito animada e a dança vai ser livre. – a professora falou, ouvindo suspiros de alívios das mães e irmãos que estavam presentes no palco. Robin era a única figura paterna e na verdade, apesar de não precisar nem pensar pra fazer aquilo por Olívia, ele estava no fundo nervoso com o fato de talvez precisar fazer alguns passos de balé, ou tentar.  A professora solicitou que eles se preparassem, e logo Cheap Thrills da cantora Sia pode ser ouvida no auditório. As crianças começaram a se remexer com a música, enquanto os familiares se encontravam tímidos. Olívia riu para o pai, balançando agilmente os bracinhos enquanto dançava de um lado para o outro. Robin tentava acompanhar os passos que a filha fazia. A menina gargalhava, e logo Robin se deixou levar pela felicidade da filha e pela batida da música e os dois dançavam livremente, fazendo Regina na platéia sorrir. A morena gravava tudo, embora não estivesse nem cuidando se estava gravando direito, ela não conseguia tirar os olhos do marido e da filha, que rodopiavam e faziam passos de danças simples, mas alegres.

Naquele momento Regina percebeu que não havia nada mais importante no mundo do que a sua família e a felicidade daqueles que ela amava. Pensou em Estella, e o quanto a menininha iria amar estar ali em cima do palco se divertindo com Olívia, o coração apertou e ela sentiu-se momentaneamente triste, entretanto afastou esses pensamentos e sentiu-se aliviada por ter um marido incrível ao seu lado e duas filhas ainda mais sensacionais. Quando a música terminou, o auditório explodiu em aplausos mais uma vez, e Olívia pulou no colo do pai, abraçando-o apertado. Regina sorriu de longe, percebendo que Robin tentava recuperar o fôlego após aqueles quase 4 minutos de dança, e depois que a professora agradeceu a participação dos pais e parabenizou a turma pela apresentação, liberando-os do palco, a morena não conseguiu se segurar para seguir até os seus dois amores e abraçá-los.

Enquanto voltavam para casa mais tarde, os dois adultos se deleitavam com a felicidade e animação de Olívia, que comentava os momentos da apresentação junto com eles, feliz e realizada pelo pai ter ido dançar com ela. E ela mal conseguia esperar para contar a Estella.

***

Regina terminava de colocar a camisola quando Robin entrou no quarto, rindo sozinho. A morena o observou e logo os olhos azuis se encontraram com os castanhos e ele seguiu até ela, enlaçando-a  pela cintura e a puxando para perto de si.

— Elas dormiram? – Regina perguntou, sorrindo quando ele beijou-lhe o pescoço carinhosamente.

— Estella estava dormindo cinco minutos depois que deitou. Mas Olívia é elétrica, viu?! – ele disse, fazendo ela soltar uma risada. Robin a encarou, fazendo uma trilha com a mão direita pelas costas da morena que fechou os olhos, sentindo o carinho. Ele levou a mesma mão até a bochecha dela, que deitou a cabeça contra a mão dele, deleitando-se com o carinho do marido. – Tive que cantar umas cinco músicas pra ela dormir, e as três primeiras ela cantarolou junto. – ele comentou e Regina abriu um sorriso, sabendo bem que a filha mais velha sempre tinha mais relutância em se entregar ao sono. Após chegarem da apresentação, os três se juntaram a Estella e Zelena na sala. Enquanto os adultos conversavam sobre a apresentação de Olívia, a mesma contava tudo para a Estella, que não prestava totalmente atenção na irmã, já que estava animada demais com ela vestida de bailarina.

— Você acha que eu mereço uma canção para dormir também? – Regina perguntou, abrindo um sorriso e fazendo olhos pidões pro marido. Robin riu pra ela, puxando-a ainda mais para si. O loiro passou a ponta do seu nariz por toda a extensão do lado direito do rosto da morena, fazendo-a se arrepiar.

— Eu canto quantas músicas você quiser... – ele disse, e Regina murmurou algo que ele não entendeu, pois tomou-lhe os lábios em um beijo apaixonado, fazendo a morena entrelaçar os braços em seu pescoço. Quando separaram as bocas em busca de ar, o loiro começou a cantarolar baixinho. – Take it easy... with me, please. Touch me gently, like a summer evening breeze. Take your time, make is slow. Andante, Andante, just let the feeling grow.  – Regina sorriu, realizada. Descansou a testa contra a de Robin e cantarolou junto com ele.

Make your fingers soft and light... let your body be the velvet of the night. Touch my soul, you know how. Andante, Andante go slowly with me now.— Robin fez uma pausa, tomando os lábios de Regina nos seus, fazendo a morena derreter em seus braços.  Quando se separaram, o homem continuou a cantarolar, enquanto Regina descansava a cabeça em seu peito e deixava o marido balançar os seus corpos lentamente, sem sair do lugar, enquanto fazia movimentos de vai e vem nas costas dela.

I’m your music. I’m your song. Play me time and time again and make me strong. Make me sing, make me sound. Andante, Andante tread lightly on my ground.— Regina ouvia Robin cantarolar, e levantou a cabeça para encontrar os oceanos azuis, cheios de amor e paixão, que a encaravam com adoração. – Andante, Andante... oh please... don’t let me down.— Robin cantou a ultima parte, tirando uma mecha de cabelo que caiu na frente dos olhos castanhos. Ele acariciou a bochecha dela, depositando um beijo na testa da mulher, logo depois beijando cada um dos seus olhos, seguindo para as bochechas, a pontinha do nariz, o queixo. Beijou-lhe o pescoço, deixando-a entregue, para só depois disso lhe tomar os lábios.

— Eu amo você. – Regina disse, depois que se separaram, ofegantes. – O que você fez hoje, nem hesitou em subir ao palco para dançar com Olívia... – continuou, ainda sem acreditar que tinha aquele homem para si. – Obrigada por ser esse pai e marido incrível.

— Regina, é a minha obrigação manter vocês três seguras e felizes. Nada mais importa pra mim, apenas vocês três. Não há porque agradecer. – ele respondeu, depositando um casto beijo nos lábios dela. – Eu amo vocês.

Horas mais tarde, deitada no peito do marido, ouvindo apenas o som da respiração regulada dele, Regina agradeceu novamente por ter Robin em sua vida, e o principal, por ele ter proporcionado os dois melhores presentes que ela poderia ganhar.

Olívia e Estella.


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Notas finais do capítulo

Yas!!! É isto.
Gente, se tiver algum erro eu peço desculpas porque essa OS não foi betada. Eu mesma dei uma lida e corrigi alguns errinhos... mas ás vezes alguns passam despercebidos.
Espero que vocês tenham gostado da história.
Deixem eu saber o que vocês acharam.
Obrigada por lerem até aqui.
Beijos!



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