It's All About Timing escrita por Nonni


Capítulo 19
Medo de mãe.


Notas iniciais do capítulo

Olha só, eu nem demorei tanto.
OS com muita Regina e Olívia para vocês.
Boa leitura!



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As crianças já haviam ido dormir fazia alguns minutos, a casa estava em silêncio, e Regina girava a taça de vinho com o olhar perdido na bebida. Estava chegando aquele dia que toda mãe teme. E apesar de tentar parecer calma por fora, ela estava a ponto de ter um colapso por dentro. Mas claro, o único que notava isso era o seu marido. Mas ela simplesmente não conseguia acreditar que na manhã seguinte estaria deixando Olivia para o seu primeiro dia na escola. Ela estava com medo. E se Olivia não se adaptasse? E se sua menininha ainda não estivesse pronta? E se a professora não fosse boa o bastante? E se alguém a machucasse? Eram coisas que não paravam de rodear a cabeça de Regina.

Foi somente quando os braços de Robin rodearam a sua cintura, encaixando o rosto no pescoço dela, que a morena voltou pra realidade.

— Eu não quero que ela vá. – a prefeita disse, fazendo um pequeno biquinho com os lábios.

— Claro que quer, querida. Você quer que nossa filha se desenvolva, que cresça sendo tão esperta quanto a mãe. É só mais um passo na vida da nossa pequena. – Robin respondeu, enquanto virava-a para ele e fazia ela olhá-lo.

— Um passo para longe de mim. – ela resmungou, bufando e fechando os olhos com força.

— Regina... Olívia está quase com 4 anos, é hora de ir para a escola, fazer amigos, aprender as coisas. Eu sei que você acha que ela não está preparada, mas confie em mim, ela está. – o loiro falou, tirando alguns fios castanhos que caiam sobre a face da amada. Regina abriu os olhos e o encarou.

— Estou com medo, ontem mesmo eu estava segurando-a em meus braços, e agora... Agora ela já está indo pra escola, Robin. – Regina respondeu, escorando a cabeça no peito de Robin.

— Eu sei, Regina. Isso é só mais uma prova do quanto o tempo passa rápido, nós precisamos aprender a aproveitar o presente. O agora. – Robin disse, acariciando as madeixas castanhas. – Nossa menininha vai ficar bem.

— Você promete? – ela perguntou, a voz abafada pela camisa de Robin.

— Prometo. – ele respondeu e Regina suspirou. Embora a promessa de Robin a acalmasse, ela ainda não estava convencida. Ainda não estava pronta.

Ela lembrava do dia em que Olívia entrou no colo da enfermeira no quarto do hospital. Regina lembrava de como a emoção lhe tomara por inteiro quando pegou a filha pela primeira vez no colo. Quando, pela primeira vez a menina agarrou um de seus dedos com força, como se não quisesse jamais soltá-lo. Ela lembrava de cada pequeno momento, e sabia que a primeira vez da menina na escola se juntaria a todas essas outras lembranças.

A prefeita sentia que estava sendo boba. Olívia já era sua terceira filha. Mas era a sua primeira menininha. Com Henry, Regina havia tido os mesmo sentimentos, o mesmo sofrimento. Não queria tê-lo deixado, se pudesse, teria ficado com Henry em casa por muito mais tempo. Mas sabia que ele precisava disso, precisava ir para a escola. Assim como Roland precisou.

Assim como Olívia precisava também.

***

Regina sentiu o colchão ao seu lado afundar e o cheirinho de Olívia invadir suas narinas. A menina se aconchegou nos braços de Regina, que beijou os cabelos castanhos da filha.

— O que houve, meu amor? – Regina perguntou, abrindo os olhos.

— Nada mamãe, só não consigo dormir. – Olívia respondeu. – Você me ajuda?

— Claro que sim. – a prefeita respondeu, sorrindo para a menina, que sorriu para a mãe. Regina se derreteu e a puxou mais para si. – Feche os olhinhos.

— Mamãe?  - Olívia chamou, quando Regina achou que ela já tinha dormido. – Eu tenho mesmo que ir para a escola amanhã? – perguntou.

— Sim, meu anjo. – Regina respondeu.

— Mamãe, eu não quero ir. – Olívia falou, chorosa.

— Mas você precisa ir, querida. Lá vai ter um monte de coisas legais para fazer. Você vai brincar, aprender, fazer amiguinhos. É a mesma escola de Roland, e o seu irmão adora ir para a escola. Tenho certeza que você vai gostar também. – Regina falou, enquanto fazia cafuné em Olívia. Ela nem conseguia acreditar que tinha dito aquelas palavras.

— E se eu ficar com medo, mamãe? E se eu não gostar? – Olívia indagou de novo, procurando os olhos escuros da mãe.

— Não há o que temer, meu anjo. Eu tenho certeza que você vai adorar. Vamos tentar ir amanhã, huh? Assim você conhece a professora, os coleguinhas, a escola. A mamãe tem certeza que você vai adorar.  E se você tiver medo, eu vou estar te esperando na saída, querida. E aí, vou tomar todos os seus medos pra mim. Pode ficar tranquila. – Regina respondeu, e em troca recebeu um lindo sorriso.

— Promete, mamãe?

— Prometo. – a prefeita disse, depositando um beijo na testa da filha. – Agora, feche os seus olhinhos e durma, Olívia.

— Boa noite, mamãe. – falou.

— Boa noite, querida. – Regina respondeu. Depois de alguns minutos, Regina sabia que a filha não havia dormido ainda.

— Mamãe? – chamou de novo, sussurrando. – Você já dormiu?

— Ainda não, Olívia.

— Você foi na escola quando era pequena? – perguntou a menina. Regina se perguntou se isso eram horas da curiosidade de Olívia aflorar.

— Não, querida, a mamãe estudava em casa. – ela respondeu.

— Por que eu não posso estudar em casa como você, mamãe? – a garotinha perguntou, curiosa. Haviam parado de sussurrar, e Regina admirou o sono pesado que Robin tinha, para ainda não ter acordado.

— Porque na época que a mamãe estudava, era mais fácil assim. Faz muito tempo que a mamãe foi criança, filha. Agora as coisas mudaram. – Regina explicou. – Entendeu?

— Entendi, mamãe. – ela sorriu para Regina, e a morena se derreteu. Sempre se derretia. – Boa noite. – desejou.

— Boa noite, filha. E agora é para dormir de verdade, se não vamos acordar o papai. – Regina advertiu, aninhando a filha em seus braços. Não demorou paraque ela sentisse a respiração calma da filha, aqueles suspiros de criança quando dorme. Regina podia passar a vida ouvindo-a assim.

Quando a morena pegou no sono, não fazia ideia de que Robin havia acordado na metade da conversa delas, e que ouvira tudo o que Regina havia falado para Olívia. Ela não fazia ideia do orgulho que ele sentia por ela, mesmo com medo, estar ali apoiando Olívia. E ela não fazia ideia de que Robin tinha total razão, tudo daria certo.

Olívia precisava daquele passo.

***

A mochila verde água com algumas borboletas roxas estava sobre os ombros de Olívia. Ela apertava as mãos dos pais cada vez mais forte a cada passo que davam em direção a escola. Roland ia na frente, e disse que esperaria Olívia na porta da escola. Regina já tinha os olhos marejados, e vendo algumas outras mães na mesma situação que ela, não se sentia mais tão estúpida.

Ela era uma mãe também. Uma mãe que amava a filha e que queria a proteger do mundo. Mas ela sempre ouvira que os pais criam os filhos para o mundo. Então ela estaria ali sempre para ajudar Olívia a conquistá-lo, não importa o que acontecesse. A garotinha soltou a mão do pai e se agarrou as pernas de Regina subitamente.

— Mamãe, por favor, me leve para trabalhar com você. Eu prometo que não incomodo. Fico bem quietinha. – pediu, chorosa. Regina olhou para Robin, buscando ajuda. O loiro se abaixou ao lado da filha, acariciando-lhe os cabelos.

— Querida, você sabe que precisa ir. Não é questão de ficar com a mamãe, e sim que chegou a hora de ir para a escola. Você vai gostar, tenho certeza. Não precisa ter medo. Nós vamos estar aqui esperando você na saída. – ele tentou. Olívia negou com a cabeça, desgrudando das pernas de Regina apenas para pular no colo de Robin.

— Por favor, papai... – implorou, escondendo a cabeça no pescoço do loiro.

— Filha, você confia no papai? – ele perguntou, passando a mãos pelas costinhas dela.

— S-im. – disse.

— Então sabe que é verdade quando eu digo que você vai gostar. Alguma vez eu já menti para você, Olívia? – Robin perguntou e ela negou com a cabeça. – Então, querida? Nós temos que ver como são as coisas, para depois decidirmos se gostamos ou não. O tempo de aula vai passar tão rápido, que quando você ver, nós vamos estar aqui de novo. – ele disse.

— Se eu não gostar, eu não preciso mais vir? – ela perguntou, levantando a cabeça.

— Se você não gostar, nós conversaremos sobre isso, ok? Eu prometo. – ele respondeu, beijando todo o rostinho dela, fazendo um leve sorriso brotar pelos lábios da filha. A menina desceu pro chão e foi até Regina, que se abaixou para ficar na altura da filha.

— Você vem me buscar mesmo, mamãe? – ela perguntou, enquanto Regina limpava os rastros das lágrimas no rosto de Olívia.

— Claro que venho, vou morrer de saudades. Mas já estou ansiosa para você me contar o que fez. – Regina disse. – Não se preocupe, ok? Você vai ver que vai dar tudo certo. A mamãe te ama muito, viu, Olívia?

— Eu também te amo muito, mamãe. – Olívia respondeu, abraçando Regina. Quando se separaram do abraço, Regina deu um beijo na testa da filha, antes da menina seguir até Roland.

De longe, o casal viu quando Roland pegou na mão de Olívia, dando um beijo na bochecha dela. Os dois abanaram para os pais e entraram dentro do prédio, e nesse momento Robin enlaçou a cintura de Regina, depositando um beijo na bochecha dela, desfazendo o caminho de uma lágrima que acabara de cair.

— Vai dar tudo certo, não vai? – Regina perguntou.

— Vai sim. Nossa filha é incrível, Regina. – Robin respondeu, e eles seguiram na direção do carro.

E era verdade. Olívia era incrível.


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Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam? Espero que tenham gostado.
Laura, feliz aniversário, xuxu!
Beijos e até a próxima!



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