Ali Naquela Sexta-Feira escrita por prism love


Capítulo 1
O sorriso mais lindo do mundo


Notas iniciais do capítulo

Fiz de coração. Boa Leitura. ♥



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Passei a noite do dia14 de julho ao lado dela. A coisa mais linda que eu já havia contemplado.

Seus cabelos não tinham uma definição, nem me lembro mais a cor original. Atualmente se encontra desbotado de um tom antes, verde azulado (ou azul esverdeado).

O piercing no canto direito do lábio inferior me chamava atenção porque fazia uma identificação dela, sabe? "A menina do piercing na boca". Várias vezes quando ficávamos assim como hoje, de corpos colados, eu ficava dando selinhos no canto de sua boca. Ela achava que era uma mania minha. E acabou virando mesmo.

Quando nos conhecemos era uma sexta. Ela usava uma calça preta, rasgada, all star, moletom e cabelos azuis. A fila do cinema estava um caos completo. Estreia do Capitão América.

Fiquei a duas pessoas de distância dela. Mesmo de longe seu perfume me incendiava e isso me intrigava pois como era doce! Tentava disfarçadamente saber qual fileira ela escolheria porque assim eu teria mais chances de poder ficar perto mas seu corpo tapava a tela então me frustrei e só desejei que a pessoas fossem o mais rápido possível pra eu não perdê-la de vista. Sem sucesso, óbvio. Escolhi qualquer cadeira disponível e saí marchando pra comprar algo de comer. Eu gostava de esperar o filme dentro da sala, antes de todos pois a sensação de chegar quase começando e sentir alguém me observando me incomoda.

Fileira H, cadeira 7.

Contei: dez, nove, oito, sete...

Ela estava lá. Fileira H cadeira 6.

Coincidência? Eu chamo de destino. 

Ela me sorriu sem graça e só então percebi que a estava encarando. Minhas mãos suavam e a mente rendia-se a um turbilhão de pensamentos.

Sentei-me e rezei para que o tempo pegasse um jatinho mas ele é um sacana mesmo. Longos 30 minutos. Desconfortáveis minutos.

Porém nossa história não começa aí não. Ela se inicia no instante que rachamos um táxi.

Saída do shopping. Estava muito frio. Fiquei uns dez minutos aguardando alguma carona disponível e nada. Avistei um táxi vazio e fiz sinal para ele. O taxista parou o carro e eu entrei. Aí é que as coisas saem (ou entram) do eixo. A menina dos cabelos azuis surge na janela dianteira meio ofegante e se dirige a mim:

— Posso rachar com você?

Pani no sistema.

— Aham. — Foi só o que consegui dizer.

— Meu ônibus vai demorar dóis éons. Desculpe atrapalhar. — Disse assim que entrou.

— Sem problema.

E então ela sorriu. Ah, ela sorriu sim. Um único sorriso sincero capaz de fazer meu coração dar dois quiques fortes e quase parar de funcionar. Naquele exato momento eu me apaixonei. Ou melhor, me enamorei. Era amor, certeza.

Quando peguei em sua mão pela primeira vez depois de todos nossos encontros, foi magia. Meu corpo se desfez em arrepios e felicidade.

Ela tentava se equilibrar no meio fio da rua que andávamos então dei minha mão à ela. Minha intenção era não soltá-la até que o meio fio acabasse. Para minha surpresa ela entrelaçou nossos dedos e andamos assim até o final da esquina porque tivemos que entrar em casa. Na minha casa.

Não tínhamos planos do que fazer lá mas sempre íamos pra lá as sextas. Eu morava só então a companhia dela me alegrava. E muito.

Com o tempo fomos nos moldando à nossos horários e maneiras. Sempre às sextas com pipoca doce. Era surreal o gosto de sua boca mesmo depois de uma vasilha de pipoca doce. Ela era do tipo que comia enquanto ficava muito concentrada no filme — que só ela assistia. Eu assistia mesmo era suas feições.

As escapadas dos nossos trabalhos rendiam em coisas que eu acho que não faz sentido citar aqui. Prefiro guardá-las apenas em minha memoria. Os suspiros, a respiração entrecortada, a beleza dos seus cabelos me rondam sempre que estamos perto.

Ela toca violão com maestria. É simples sem enfeites mas a sua voz complementa tudo. É inigualável. É doce. Como ela toda é.

Hoje é aniversário dela — sexta, dia perfeito não? — e eu não tive tempo para comprá-la um presente então marquei de encontrá-la em minha casa mesmo. Liguei na sua série favorita, fiz seu lanche favorito (pipoca doce), vesti uma roupa minha que ela adorava e a aguardei com uma rosa – o clichê a gente nunca larga – e um desenho que fiz dela.

Assim que chegou, a envolvi em meus braços. Ela me pressionou de volta e me irradiava amor. Eu senti.

— Como você conseguiu me imaginar nesse ângulo? — perguntou-me ao abrir o desenho mais uma incansável vez.

Eu sorri.

— Lembra do táxi? Há um ano atrás. Foi a hora que eu me apaixonei por você. Foi nesse sorriso, nesse ângulo, que eu sabia que tava te amando. Você disse seu nome e eu sabia que seria o nome da pessoa que eu ia amar pro resto da vida.

Encarei-a ternamente e ela usava o mesmo sorriso. O sorriso doce pelo qual me apaixonei.

Se eu acreditasse em reencarnação, minha alma nunca pararia de se refazer. Minha vocação é amar a Lissa. E se eu tiver que renascer mil vezes só pra encontrá-la mais uma vez, eu o faria pois no final, é o seu amor e o seu sorriso que me fazem viver.

E se está lendo isso Lissa, saiba que te amo. Pra sempre vou te amar.


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Notas finais do capítulo

Amor é o que há. Hihihi ♥



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