Casei-me com Jimmy há cinco anos atrás. No total, são quinze anos que vivemos juntos, com uma briguinha aqui e uma discussão ali, mas vale dizer que sempre nos reconciliamos de modo prazeroso, o que faz com que o amor aumente a cada dia e aquele fogo do casamento fique cada vez melhor.

Formei-me em odontologia há dez anos e atualmente trabalho com meu pai em uma clínica da família, onde Jack também nos ajuda. Jimmy se formou em medicina há cinco anos, e é um ótimo cardiologista.

Vivemos num triplex em frente ao Central Park, no mesmo prédio em que Jack e Bridget moram com seu filho, Tom.  Já John e Louise pararam de brigar quando finalmente tiveram os trigêmeos: Rebeca, Teddy e Suze, onde moram na antiga casa da Vovó — que faleceu há dois anos — e onde construíram um Aras famosíssimo.

Papai se casou com Judy, sua paciente e juntos vivem no mesmo apartamento, cuidando de Ana, agora com dezoito anos, e do pequeno Dan, o bebezinho que tiveram há onze meses. Tenho que confessar que se Judy não tivesse ligado para meu pai às três horas da manhã de um sábado, nada disso teria acontecido, e ele provavelmente estaria naquela tristeza profunda de antes.

Obrigado, Judy.

Obrigado, pequeno Dan.

É noite de lua cheia, e como na noite em que conheci Jim, o vento é forte e destemido, e chicoteia as portas de vidro com meu quarto, fazendo com que elas façam um barulho estranho.

Eu puxo a coberta para me esquentar, mas logo me lembro que estou envolta pelos braços de Jim e que logo, logo estarei aquecida. Observo a lua lá fora e deslizo minha mão direita pelo meu corpo, parando em cima da saliência da minha barriga.

Jim percebe meu gesto e faz o mesmo, sorrindo para mim. Pouca coisa mudou nele desde aquele dia em que eu o salvei. Os olhos e o sorriso eram os mesmo. O físico está melhor, porque Jimmy frequenta academia, mas o cabelo ligeiramente grisalho é a única coisa que muda nele. Continua bonito, continua me arrancando suspiros ao contemplar sua imagem. Dou um sorriso para ele, sentindo a ansiedade tomar conta de mim e sinto uma leve pressão na barriga, sabendo o que vai acontecer comigo minutos depois.

— Espero que seja outro garotinho. — Jimmy anuncia com sua voz grossa. — Edward já tem três anos, precisa de um irmãozinho para brincar de carrinho. Tem certeza que não quer me falar o sexo da criança, Bells?

Dou um sorriso para ele , brincalhona.

— Você vai saber...

Sinto-me inchada, incapaz de me mover em baixo da camisola branca com rendas.

— Andei pensando em Claire se for menina, e se for um garoto, Gabe. O que acha? Alguma sugestão? — Ergueu as sobrancelhas, tentando rançar informações de mim.

Olhei para Edward dormindo angelicalmente ao meu lado e fiz um carinho em seu rostinho liso e em seu cabelinho preto, maravilhada. Como ele se parece com Jim. É como uma cópia.

Suspiro, controlado a ansiedade.

Escondo meu sorriso e dou um beijo em Jim, sentindo tudo ao nosso redor parar, e apenas nossos movimentos e nossas carícias fazerem sentido.

— Muito bem. — Demonstro pânico, por conta das contrações que tinham acabado de começar. — Acho que Claire e Gabe estão prontos para vir ao mundo. — Faço um dois com a mão, demonstrando que há mais de uma criança na minha barriga.

Num relance, Jimmy se levanta rapidamente, aperta minha mão e sussurra gentilmente no meu ouvido “vou estar com você”.  Após isso, sorri outra vez para mim, me dá um beijo na testa e me leva para o hospital.

O clã Keaton- Fields estava crescendo, junto com nossa eterna felicidade.