Confessionário perigoso escrita por Mordantata


Capítulo 1
One-shit


Notas iniciais do capítulo

Bem, essa daqui é mais uma Katsudeku (desculpa, por enquanto não sei escrever pra outro ship, mas vou me empenhar numa próxima vez para eu ficar diversificada :U ), e se passa numa escola... Droga, como eu odeio esse universo, não aguento mais esse tipo de coisa... MAS ENFIM!

Bjs na bunda e boa leitchura



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/737503/chapter/1

Passara a ultima aula inteira dormindo, uma vez que a sua madrugada foi em claro. Sabia que se começasse a assistir a nova série de super heróis não conseguiria parar de ver, porém acreditava em si mesmo, acreditava na piada de que veria apenas um episódio e iria dormir logo em seguida.

                Ledo engano; Midoriya não passava de um mortal que nunca iria resistir aos encantos dos episódios da série, onde a curiosidade o corroia por dentro e partia imediatamente para ver o próximo episódio. E aí passava pro próximo, e próximo, mais um, e...

                Quando se deu por si, já era hora de ir pra escola.

                Se todos se perguntavam porquê o garoto de cabelos desgrenhados havia passado praticamente a manhã inteira dormindo, esse era o motivo.

                Não era doença, não era fadiga; era vício.

                Vendo que o garoto com sarnas não iria acordar tão cedo, Bakugo Katsuki, seu “amigo” de infância que sentava perto de si, resolve o acordar. Não que se preocupasse com o garoto, muito pelo contrário, se divertia fazendo bullying com o mesmo, todavia, a escola iria fechar, tinham que ir embora.

                A sala estava vazia, contanto, não se importou em agredi-lo com um safanão para acordá-lo.

                -Nerd, acorda!

                Ao sentir o tapa ser desferido, levanta a cabeça imediatamente, com as bochechas coradas, rosto inchado, e cabelos mais bagunçados do que costumavam ser.

                -H-hã? –Murmurou, um pouco tonto.

                -“Hã”, nada, idiota. Vamos embora.

                -Embora, como assim? –Bocejou, se espreguiçando.

                -A escola vai fechar –Revirou os olhos.

                Percebendo que a sala inteira estava vazia, permanecendo apenas ele e Bakugo, Midoriya logo começou a precipitar várias hipóteses.

                Desconfiado, perguntou: -Por que está aqui? –Deu uma pausa –E-estava me esperando?

                -Lógico que não! –Respondeu de imediato, ameaçando bater no garoto mais uma vez –Tive que ficar pra terminar minha lição, enquanto você estava babando na carteira –Com isso, Midoriya passa a mão no canto da boca, limpando qualquer resquício de saliva que poderia ter.

                -Vamos –Disse o loiro num manear de cabeça.

                -Ah, s-sim! –Levantou-se da cadeira rapidamente, começando a arrumar seus materiais.

                Estava surpreso, não era acostumado ir embora junto de Bakugo. Não mentia ao dizer que tinha vontade, apesar de tudo, mas nunca iria admitir isso.

                Iria fechar o caderno, quando percebera que estava faltando uma folha do exercício que a professora havia dado.

                -Espera um pouco, eu acho que- Quando folheou o caderno, um vento forte assoprou janela adentro, balançando as cortinas e afugentando boa parte das folhas soltas de seu caderno, fazendo uma delas voarem para cima e darem a volta, indo em direção á janela.

                Estava impressionado com o vento forte, mais ainda com as manobras que as folha deram. Desesperado para não ter seus trabalhos arruinados –Pois fora um tanto difícil concluí-los– passara a correr atrás, não se importando em se esgueirar-se no batente da janela para tentar alcançá-los.

                Todavia, esgueirou-se demais, tanto, que numa piscada percebeu que estava com o corpo inteiro para fora da janela.

                Iria cair, com certeza.

                -GWAAAAAHHH!!!

                Sentiu as costas bater com força na parede, juntamente com a gravidade que teimava o puxar para baixo. Assustado, olhou para cima, vendo que estava de ponta cabeça, encarando o chão distante á alguns andares. A mochila em suas costas estava aberta, deixando todos seus materiais despencarem prédio abaixo.

                Respirou fundo, pensando em quão horrível cair daquela altura de cabeça pra baixo. Morreria, na certa.

                -G-ghn! –Escutou um grunhido, e olhando para baixo, viu Bakugo o segurando pelas pernas. A careta em seu rosto dava a entender que estava fazendo força para não soltar o garoto.

                -S-seu... –Um murmúrio saiu da boca do loiro, baixinho -...SEU MEEERDA!!!

                -AAAAHH, NÃO ME SOLTA, NÃO ME SOLTA!!!

                O desespero bateu, percebendo que a qualquer momento poderia cair e morrer. Tentava fazer força para se inclinar e voltar, mas se acaso fizesse isso, Bakugo perderia a força nos braços e o deixaria cair.

                Merda, como aquilo foi acontecer?

                -E-eu não vou te deixar cair, seu nerd de merda!

                -V-você se importa co-

                -NÃO MESMO! –O interrompeu –Provavelmente teria de pagar indenização ou prestar queixa á polícia por não ter te ajudado... Puta merda, você é pesado!

                -D-desculpa... Mas era o trabalho semestral...

                -Você já fez!?

                Soltou uma risadinha nasal, estava assustado demais para rir alto –T-tem que se prevenir, não é? –Engoliu a saliva presa na garganta, evitando de olhar para o chão. Aquilo o amedrontava tanto –N-não me solta, por favor.

                -Não vou te soltar.

                -Eu faço qualquer coisa...

                -Já disse que não vou te soltar, cacete –Katsuki desviou sua atenção do esverdeado para a sala por alguns instantes, querendo encontrar alguém que pudesse o ajudar, mas infelizmente não havia ninguém. Todos já haviam ido embora –Não tem ninguém...

                -F-ficar de ponta cabeça é extremamente desconfortável –Fungou, sentindo vontade de chorar –Poh, eu sou evangélico, não acredito que vou morrer assim... Cadê deus numa hora dessas? 

                -Cala a porra da boca.

                -Eu tô sendo realista, Kacchan –Suspirou, piscando algumas vezes, sentindo as lágrimas escorrerem para a sua testa e sumirem nos cabelos bagunçados –Eu queria pelo menos falar com a minha mãe.

                -Você não vai morrer, merda!

                -Você nem se importa com isso –Disse, desdenhoso.

                -O que está dizendo, idiota? –Arqueou uma de suas sobrancelhas.

                -Vive me maltratando, chutando a porra dos meus materiais... –Katsuki naquele momento percebeu que era extremamente estranho escutar Midoriya falando palavrão. O garoto era uma pessoa doce, educada e destemida, e se queixava pouco, todavia, naquele momento, estava agindo de maneira diferente.

                -Qual é a tua, Deku?

                -Não é Deku, é Midoriya Izuku!

                -EU VOU TE SOLTAR, HEIN!

                -NÃO, NÃO, NÃO, NÃO!!! –Disse desesperado, balançando os braços –D-desculpa, Kacchan, é que eu estou morrendo de medo!

                -Então pare de falar merda!

                -E se eu morrer? Quero pelo menos falar tudo o que quero!

                -Já disse que não vou deixar um merda como você morrer, inferno! –Bufou de raiva –Mas se quer dizer o que quer, vai em frente, então!

                -Kacchan, eu estou de ponta cabeça do lado de fora da janela... –Deu uma pausa desgostosa, sentindo o lábio tremer e ameaçar chorar mais uma vez –Nunca pensei que morreria dessa forma.

                -Ah, puta que pariu, viu... –Não estava aguentando mais as lamúrias do garoto.

                -Quer saber de uma coisa? –Fungou –E-eu já nem ligo mais...

                -Deku, não começa.

                -Eu até que gosto de você, Kacchan...

                O loiro passa a olhar pra baixo com os olhos bem abertos e uma de suas sobrancelhas levantadas. O que aquele garoto com sarnas estava dizendo!?

                -Eu sou gay –Admitiu, não tendo coragem de encarar Bakugo, não se importando se depois disso o mesmo o soltara ou não.

                -VOCÊ, O QUE!? –Estava se esforçando ao máximo para não soltar Izuku, tamanha a sua surpresa.

                -V-você escutou! Eu sou gay, e apesar de você ser um pé no saco que vive me infernizando, eu gosto de você...

                -M-MAS QUE –Apertou mais a pernas do esverdeado, respirando fundo, tentando se acalmar. Midoriya era gay!? Ficou alguns minutos em silêncio tentando recordar todos os momentos que passaram juntos na infância que poderiam o classificar como homossexual. A cabeça de Bakugo estava á mil, pensando em várias possibilidades, e depois de um tempo, até que entendeu. Deu de ombros.

                –Você sempre foi meio viadinho, mesmo...

                -EI, GAROTO, O QUE FAZ AÍ? –Katsuki escuta um grito vindo do corredor, fora da sala. Era um segurança que fazia a ronda nos corredores, e por sorte, acabou o vendo.

                -OE, SOCORRO, ME AJUDA AQUI! –O loiro gritou, desesperado –UM IMBECIL AQUI ESTÁ PRA CAIR!!!

                -O que!? –O segurança correu em sua direção, e levou um susto ao ver Midoriya pendurado do lado de fora da janela.

                Sem pensar duas vezes, o homem o ajuda á puxar o esverdeado para dentro, que quando cai para dentro da sala, toma distancia da janela imediatamente, assustado.

                -Ufa –O segurança suspira –Essa foi por pouco, garotos. –Olhou para Katsuki, logo passando a mão em seu cabelo arrepiado –Muito bom, você o deixou seguro como pode.

                -Corta essa! –Estapeou a mão do homem. Irritado por seus braços estarem doloridos por segurar Midoriya por tanto tempo, agarrou sua mochila que estava no chão e caminhou em direção á porta.

                Midoriya até então estava em choque, totalmente estático, tentando controlar a respiração e se acalmar.

                -VAMOS EMBORA, NERD!

                O grito que acuou no corredor o despertou, fazendo-o piscar algumas vezes –Hn, J-já estou indo, Kacchan! –Um pouco atrapalhado, levantou-se do chão e ajeitou a mochila vazia nas costas, e antes de sair da sala, agradeceu o segurança.

                Minutos depois, Midoriya pegou todos os seus materiais que estavam jogados do lado de fora, arrumando-os dentro da bolsa. Correu até alcançar Bakugo, já que o mesmo não o esperara quando foi organizar tudo.

                Agora estavam á caminho de suas casas. Mesmo depois de tudo, estavam em silêncio, como se nada tivesse acontecido.

                -E-eu ainda não te agradeci por-

                -Cala a boca –O interrompeu- Da próxima te deixo cair.

                -S-sim... –Apertou a calça da mochila, um pouco nervoso.

                Ficaram mais uns minutos em silêncio, e depois de atravessarem a rua, Katsuki chama a sua atenção:

                -Escuta...

                -Hm?

                -Então você é gay mesmo...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gostou? Gostou.
Não gostou? Não gostou.
COMENTE!
Me ajuda demais da conta ;D



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Confessionário perigoso" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.