Aprendendo a Amar escrita por Moon Queen


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Hey gente! Essa é a primeira história que eu posto, então espero que gostem, comentem e digam o que vocês acham que pode melhorar.
Um beijo e abraços apertados Ruffles!



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Dezembro, 1888, Residência Jackson.

 

O aglomerado de abraços só foi interrompido pelo som estridente do choro infantil. O bebé estava nos braços da mãe, Atena, que lhe ninava enquanto Sally tentava acalmar a criança com caretas engraçadas. Mal notou quando seu filho de um ano se agarrou a uma de suas pernas, o pequeno tinha uma expressão emburrada, já Sally e Atena pareciam se divertir com a demonstração de ciúmes infantil.

— Você quer ver, Percy?- perguntou Sally, enquanto via seu filho inflar as bochechas. - Vamos lá, eu sei que está curioso, venha ver.

O menino apenas aumentou o tamanho das bochechas até que por fim se rendeu estendendo os braços para que a mãe o pegasse. Ele observou o bebé atentamente, o rosto redondo e os ralos fios de cabelo louro. Atena e Sally observavam em silêncio o momento em que Percy cutucava uma das bochechas da pequena menina. Sally o olhou interessada.

—Você gostou dela Percy?- indagou.

O garoto não respondeu e Sally continuou:

—Ela é sua noiva. - informou, mesmo sabendo que ele não entendia quase nada do que ela falava.

Atena então se pronunciou pela primeira vez, segurou sua filha com um só braço enquanto acariciava os cabelos do menino:

— O nome dela é Annabeth. - então elas sorriram, desejando profundamente que os filhos se dessem bem no futuro.

Abril, 1903, Residência Chase.

 

— Annabeth Pallas Chase a senhorita aceita casar comigo?- perguntou um Percy de dezesseis anos.

Annabeth olhava nos olhos do seu companheiro de brincadeiras, não havia nenhum sinal de amor romântico neles. Eles não se amavam, pelo menos não da maneira que seus pais esperavam, mas era um acordo que foi feito muito antes que eles nascessem e como uma promessa esse mesmo acordo deveria ser cumprido. Foi isso que viu nos olhos da sua mãe, e mesmo sem olhar podia sentir a pressão que seu pai exercia acerca do pedido. Olhando nos olhos de Percy viu tristeza e a mesma impotência que ela sentia.

—Aceito!- ela respondeu.

E naquele dia ela ganhou um marido enquanto perdia o melhor amigo. Viu ele  indo embora, rumo a universidade em Londres. Quando ele voltasse o destino dos dois se selaria para sempre. Um casamento por conveniência, eles seriam como uma moeda de troca entre duas famílias afortunadas. Depois que ele saiu, sua mãe pegou sua mão direita e analisou minuciosamente o anel que agora lhe enfeitava o dedo anelar. Parecia encantada com a joia, Annabeth mostrou-se feliz o tempo todo, sempre sorrindo como se fosse um dia perfeito, o que de fato deveria ser. Mas no momento que fechou a porta de seu quarto e se jogando em suas cobertas, ela chorou, como nunca havia chorado. Ela só desejava que Percy Jackson acabasse com aquele casamento.

Dezembro, 1908, Estação de Trem.

 

Percy Jackson desembarcou do trem e contemplou a vista que a muito não via. Sentia a brisa acalentar seu rosto e bagunçar seus cabelos como uma velha amiga e lhe presenteou um sopro de coragem revigorante, precisava falar com Annabeth, tinha de acabar com um assunto que havia sido deixado pendente há muitos anos. Aquele casamento não poderia acontecer, seria o fim da liberdade de ambos, pelo que lembrava-se ela desejava o fim do relacionamento tanto quanto ele, mas não tinham coragem para por um ponto final naquela historia ridícula. Saiu da estação o mais rápido que pode, precisava falar com ela antes de encarar sua própria família, precisava ter certeza de que ela não se machucaria com o rompimento. Talvez não a amasse, mas ainda sim guardava lembranças doces de suas tardes de brincadeira, de como seus olhos cinzentos brilhavam com uma esperteza que não era comum a sua idade nem ao seu gênero. Ele gostava dela, guardava memórias preciosas da sua melhor amiga na infância, não podia tomar uma decisão que a magoasse.

Bateu na porta de madeira polida da mansão dos Chase, logo foi atendido pela empregada, prontamente ele perguntou se poderia falar com Annabeth. Ela era uma moça jovem, pareceu quase embaraçada ao lhe servir uma xícara de café, e depois lhe deixando acomodado em um dos sofás caros saiu pra chamar sua noiva.

Mal provou o café quando ouviu o barulho de alguém descer as escadas levantou-se imediatamente, tomando coragem para acabar com tudo. Mas não foi Annabeth que desceu a escadaria, soube assim que viu o rosto de uma mulher muito mais velha do que sua noiva seria, ela vestia um vestido negro e tinha os cabelos presos em um penteado articulado, algumas rugas circundavam seus olhos castanhos que tinham um brilho estranho. Num susto Percy reconheceu a avó de Annabeth, Hera Olympus, ela tinha uma elegância ainda mais forçada que o sorriso.

— Percy Jackson há quanto tempo?- perguntou enquanto lhe indicava o sofá e mesmo impaciente ele sentou. - Creio que já fazem alguns anos.

— Cinco anos senhora. - confirmou. - Annabeth está?

— Parece que houve um desencontro, agora mesmo ela e Atena foram comprar um presente para você. - disse. - Você não imagina o quanto essa garota esta ansiosa com o casamento, ela quase não para de chorar depois da sua partida.

Não conseguiu assimilar bem a notícia, aquela Annabeth que ela descrevia não se assemelhava em nada com a que conheceu anos atrás. Ele ainda precisava falar com ela, por isso insistiu:

— Eu poderia espera-la aqui?

— Claro que sim!- afirmou animada. - Ela vai ficar tão feliz em encontrá-lo, ela não para de falar de você desde que Sally nos deu a noticia de que estava chegando. Você precisava ver, não sei como o amor de vocês sobreviveu por tantos anos, mas a garota quase não comia de tão ansiosa. Mas o casamento é amanhã, vocês serão tão felizes.

Annabeth era apaixonada por ele? Aquela mulher continuava a tagarelar coisas sobre o amor que Annabeth nutriu por tantos anos, em como ela estava ansiosa, naquele momento o coração de Percy pesou, como poderia acabar com o noivado de anos agora. O casamento seria amanhã, não teria tempo de falar com ela depois e as horas se passavam e ela não aparecia, tinha que falar com seus pais que já deviam estar preocupados com sua demora. Saiu da mansão a tempo de encontrar sua família, mas não a tempo de assistir o momento em que o sorriso de Hera sumiu dando lugar a uma expressão de fúria.

Ela olhava pra a empregada que parecia assustada com a recente mudança de comportamento da patroa.

— Onde ela está?- questionou furiosa.

A empregada permaneceu calada enquanto via aquela mulher quebrar uma das mais caras porcelanas da casa. Hera se aproximou lentamente, como uma cobra antes de dar o bote, segurou o rosto pálido da moça enquanto via os olhos dela tremerem de tanto pavor. Sibilou devagar dando ênfase a cada sílaba:

—Encontre ela agora, ou dê adeus ao seu emprego.

E soltou o rosto agora avermelhado da jovem que desabou no chão para logo depois se levantar desesperada a procura de Annabeth Chase.


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Notas finais do capítulo

Então o que acharam? Comentem e até a próxima!



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