Jogo do Mata escrita por loveHime


Capítulo 2
Agora MATA




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MINSEOK 

O suor escorria pela minha têmpora, mas eu apenas ignorei. Estávamos todos cansados, ofegantes e com os músculos doendo. Kyungsoo estava deitado na quadra com sua camiseta empapada de suor. Eu podia ver o olhar convencido de Park Chanyeol do outro lado da quadra. Ele ia nos massacrar. O primeiro tempo foi terrível, principalmente para o Soo que parecia ser o alvo preferido do secundarista. Marcas roxas estavam distribuídas por todo o corpo dele.

Nas arquibancadas eu vi Sehun conversando com o professor Kris, de Educação Física. Mesmo perdendo em quase tudo, menos no vôlei, onde a turma dele ganhou prata, eu podia ver o sorriso doce do meu Dongsaeng. Seus olhos me procuraram e eu acenei, com um sorriso envergonhado. Sehun acenou de volta de maneira fervorosa. Sorri menos tenso por saber que pelo menos alguém estava se divertindo.

A chance da minha turma de ganhar ouro em qualquer modalidade não existia. Aquela era a única chance que tínhamos de ganhar bronze na queimada e eu estava tentando não perder as esperanças. 
Peguei a garrafinha de água e joguei na minha cabeça para tentar espantar aquele calor insuportável. Balancei os cabelos e me levantei ao ouvir o apito do árbitro.

— Hyung. – Kyungsoo brotou do meu lado e não pude evitar um gritinho meio gay de susto.

— Ah! Oi Kyungsoo. Você está bem, não quer trocar de lugar com o Suho? – Perguntei ao ouvir sua respiração vacilante. – Está com a bombinha aí né?

— Sim, eu estou bem. E Suho na quadra é pedir para perder da maneira mais vergonhosa possível. – Ele franziu o cenho só de pensar na possibilidade. Soltei uma gargalhada e pedi para ele continuar. – Você não está incomodado? Sabe.... Se a gente perder hoje e sair desse colégio sem nenhuma medalha?

O suspiro saiu meio sem querer. A expressão séria do meu ex-amigo me fez lembrar do meu ‘piti’ no segundo ano. Quando eu gritei com a turma toda por estar perdendo para o primeiro ano. Desde então minha relação com meus colegas de turma se tornou mais fria do que aparentava, não apenas com Kyungsoo. Eu estava mais nervoso com o Kyungsoo que se recusava a jogar qualquer coisa, do que com o jogo que estávamos perdendo e acabei descontando em todo mundo.

— Não Soo, está tudo bem. O que importa é a gente se divertir.

— Eu não estou achando nada divertido. É uma pena você não poder tacar aquela bola na cara daquele Park-dumbo-idiota! – Kyungsoo esbravejou. – Se ele soltar mais uma pérola sobre a minha bunda eu sou capaz de bater nele até ele ficar tão vermelho quanto a bandeira do Japão.

— Ei, é pouco tamanho para tanta raiva. – Baguncei os cabelos dele achando sua cara psicopata adorável. - Ele é só um babaca, ignora ele.

— Eu não vou ignorar mais nada, Kim! É só aquele projeto de Yoda se aproximar de mim que a cabeça dele vai virar igual a menina do exorcista. – Não consegui segurar a gargalhada enquanto escutava Kyungsoo e suas ameaças de morte.

Eu realmente senti falta disso. Ficamos tirando sarro do Park-Yoda-Girafa-Chanyeol enquanto voltávamos aos nossos lugares na quadra. Luhan ficou com a bola no ataque, enquanto eu fiquei atrás da linha do morto. Kyungsoo me mandou um joinha, enquanto das arquibancadas eu pude ouvir o fighthing de Sehun. E o jogo recomeçou. 

SEHUN

O ciúme estava me corroendo até a alma. Eu podia observar a sincronia entre Minseok e Kyungsoo Hyung. Eles trocavam olhares, sorriam de piadas internas e pareciam não ligar para todas as boladas que levavam. Na verdade, eles até que estavam jogando bem. Os melhores jogadores do segundo ano B já estavam no morto e a bola estava na mão do Minseok Hyung, que estava realmente animado com a partida.

Todos os jogadores do terceiro ano C pareciam empenhados em ganhar a partida. A diferença, infelizmente, estava a favor do segundo ano que tinha mais jogadores vivos. Meu Hyung estava dando tudo de si na partida, e seu alvo favorito era Park Chanyeol. O engraçadinho que já tinha tentado pegar na minha bunda no vestiário!

TACA ESSA BOLA COM FORCA HYUNG! BEM NA CARA DESSE TARADO!

Foi quando algo bizarro aconteceu. Kyungsoo Hyung caiu na área do morto com dificuldade para respirar. O Park tinha conseguido pegar a bola no ar e a jogou sem dó no rosto do Hyung. O juiz parou o jogo enquanto Kris Hyung saiu em disparada levando a bombinha para o aluno desfalecido na quadra. 
Minseok carregou o amigo até os bancos. Kyungsoo Hyung parecia melhor, mesmo que seu rosto estivesse muito vermelho. Seu peito subia e descia devagar e eu percebi o braço suspeito do Kris Hyung erguer Kyungsoo e leva-lo até a enfermaria.

O Juiz levantou seu cartão para Chanyeol e todas as turmas de terceiro e primeiro ano gritaram em revolta. Era só a porra de um cartão amarelo! 
Como diabo, depois dessa jogada claramente contra as regras, aquele babaca não tinha sido expulso? Minseok Hyung estava obviamente possesso. Suho e Luhan o seguraram para ele não encher a cara do Park de porrada.

O jogo reiniciou com o Suho Hyung no lugar do Kyungsoo e foi como um jogo de boliche. Um a um sendo acertado pelas bolas assassinas de Park Chanyeol, até restar apenas Minseok e Luhan Hyung no campo dos vivos. As minhas unhas estavam roídas até o sabugo. Minseok e Luhan desviavam com maestria de todas as bolas, com manobras dignas de contorcionistas profissionais. Eu acredito que o Luhan Hyung tem uma carreira promissora no circo ou na Ginástica, doeu em mim o espacate que ele fez.

O som das bolas batendo na parede e voltando para o Park me faz estremecer só de pensar que o Kyungsoo Hyung levou uma dessas na cara. A bola ia e vinha até que o Cronometrista apitou. O árbitro apitou.

E o time do Minseok Hyung perdeu.

MINSEOK

Eu me senti meio surdo depois que o apito soou. Os gritos do segundo ano enchiam a quadra enquanto nós apenas ficamos parados na quadra observando a euforia de nossos rivais. Kyungsoo veio amparado pelo Professor Kris até nossa direção. Eu mal senti seus braços em volta de mim. Me senti meio fraco e meus colegas me carregaram até a arquibancada. Bebi um pouco de água enquanto Kyungsoo me dava tapinhas no rosto para me manter acordado.

Foi quando eu ouvi o grito de Sehun.

— Não acabou! A hora está errada! – O professor Kris correu até o juiz e o Cronometrista junto com Luhan. Sehun berrava com o homem sobre porque diabos ele tinha parado o jogo faltando ainda quinze minutos.

— Xiumin! Você se alimentou hoje? – Kyungsoo me perguntou com calma, mas eu mal conseguia me mover. Era como se minhas pernas tivessem virado gelatina. Tudo parecia meio desfocado. Até que na minha visão periférica, percebi Sehun se aproximar e ficar ao meu lado.

— Hyung. Essa é a sua chance. Sei que você consegue fazer esse time de sedentários ganhar do babaca do Chanyeol. – Ele tinha o rosto sério. Suas mãos seguraram o meu rosto. Então eu percebi seus olhos tão próximos dos meus. E eu o beijei. Seus lábios eram macios e com gosto de menta. Sorri em meio ao beijo mordiscando seus lábios. Quando afastei meu rosto Sehun estava com os olhos fechados e as bochechas coradas.

Tão fofo.

Me levantei mesmo com os protestos de Kyungsoo me dizendo que eu podia acabar desmaiando por ser irresponsável. No meio da quadra, Chanyeol não parecia tão intimidado. Olhei para trás e vi o rosto corado de Sehun com os olhos presos em mim. Dei um sorriso e aguardei o apito.

A bola estava nas nossas mãos. Não tive dúvidas de que atacar era a melhor opção. Eu e Luhan revezamos os arremessos, a cara vermelha pelo esforço e pela raiva de Chanyeol era impagável. Acho que nunca um jogo me deixou tão empolgado.

Park-orelhas era o último de seu time no campo dos vivos. Sua respiração estava pesada e seu cansaço era evidente. Todos nós estávamos exaustos. Com seus movimentos mais lentos a bola atingiu seu antebraço e ganhamos...

...

Simplesmente...

Ganhamos.

A quadra foi invadida pelos gritos eufóricos das turmas do terceiro e do primeiro ano. Meus colegas me levantaram do chão e saímos pela quadra gritando e cantando nossa vitória. Foi só a merda de uma medalha de bronze nos jogos internos escolares, mas ela era ainda mais importante porque eu venci ao lado dos meus amigos.

Nós tínhamos dado tudo de nós naquele jogo idiota, que no futuro talvez não significasse nada, mas naquele momento eu senti como se tivesse ganhado uma olimpíada, uma copa do Mundo! Nada podia tirar o sorriso do meu rosto naquele momento.

Com passos decididos fui até Sehun, que estava meio perdido perto dos bebedouros e afastado da turma ensandecida, que eram os alunos do ensino médio. Seus olhos estavam fixos em seus tênis surrados. Admirei seu perfil de longe e quando ele levantou o rosto, toda a minha timidez idiota voltou.

Eu quis me socar naquele momento.

— Oi.

— Oi. 

E continuamos a nos encarar. Diz alguma coisa, Minseok!

— Beija logo, Kim! Eu quero ir para casa! – Encarei Kyungsoo assustado. Ele estava do outro lado do corredor me encarando de maneira divertida – Eu não tenho a tarde toda, Xiumin.

Me virei para Sehun que parecia estar alcançando uma nova coloração de rosa, que se espalhava pelo seu rosto até as suas orelhas.

— Eu... gosto de você. – Ele falou tão baixinho que quase pensei ser alguma espécie de alucinação. – Gosto desde sempre, na verdade. – Me senti quase sem ar naquele momento.

Ele gostava de mim.

Ele gostava de mim.

Ele gostava de mim.

Ele gostava de mim.

Ele gostava de mim.

Ele gostava de mim.

Ele gostava de mim.

Ele gostava de mim.

Ele gostava de mim.

Ele gostava de mim.

Ficou na minha cabeça como um eco.

— Eu também. – Respondi rapidamente quando percebi que já estava demorando demais para falar. – Desde sempre também. – Ri pensando em quão idiotas nós dois somos. Ele riu comigo e segurou minha mão.

— Então somos namorados agora? – Ele perguntou me encarando com aqueles seus olhinhos pidões.

— Sim, somos namorados. – Respondi puxando seu corpo para mais perto de mim. Sehun soltou um gritinho animado e atacou minha boca com vontade. E eu apenas me entreguei, ouvindo os protestos de Kyungsoo nos dizendo para ir para um quarto.


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