Little Things with Lauren Cimorelli escrita por Will M Stone


Capítulo 1
Capítulo 1 - James Paul Smith


Notas iniciais do capítulo

(todos os dias um capítulo novo será postado)
Boa leitura.



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James POV

Olá, me chamo James, James Smith e sou um completo tolo. É o essencial para esse início de história e você saber que eu amo de paixão escrever, também um dos principais. Desde que me conheço por gente, eu escrevo. Não importa qual assunto se trata, vindo de mim e do que eu vejo, é o que basta. Mas pode se dizer, que eu tenho uma aptidão maior para escrever sobre o amor.

"Quanto mais eu procuro a vivenciar ele, mais distante eu fico"

Nas férias, sempre passei horas e horas escrevendo e ouvindo músicas no meu quarto, tocando violão, olhando o teto, fazia qualquer coisa para ignorar o barulho da movimenta cidade em que eu vivo em momentos de "bad", onde acabou surgindo os pensamentos mais toscos, porém verdadeiros: queria desistir de pessoas, porém quanto mais fico longe delas, mais a minha alma se acaba e se quebra. Ás vezes, eu só queria viver longe de todos, porém não me sentindo sozinho e se eu tivesse um amor, que fosse recíproco. Se eu tenho um amor? Todos têm, mas como a maioria, não era recíproco, porém só mais tarde falarei dela.

O papel e a caneta, computador e o fone, sempre estiveram aqui comigo, sempre foram minhas companhias nos dias mais obscuros e até nos dias mais felizes. Não vou dizer que não gosto dos meus amigos e que não saio com eles, que sou um hipster anti-social,  mas nada mais atinge e purifica a minha alma, como escrever, colocar tudo para fora que estava entalado na garganta e tudo do que aguento o dia inteiro, para enfim, desabafar.

Tudo isso começou quando eu comecei a ir ao psicólogo, mas teve uma época antes que eu apenas desenhava, afinal eu era apenas uma criança. Logo conheci a arte da escrita e desde então não parei. Mas de fato, tudo começou por causa da perda que eu tive, aos sete anos, meu pai faleceu. Mas não quero falar muito disso.

Como na maioria das noites das férias, eu escrevia no meu caderno até cansar, o incrível era que isso durava horas e eu mal via o tempo passar e passar.

Enfim chegou mais uma noite, era a última das férias. Cansado, fechei o caderno de anotações e meus olhos foram para a janela que tinha ali a minha frente, abri um pouco a cortina e olhei lá fora. O céu estava mais estrelado do que nunca e a lua totalmente cheia, era uma bela noite e a rua como de se esperar, totalmente vazia e em silêncio, o único barulho era do trem que passava a quilômetros de distância. Olhei a hora e levanto num pulo assustado, já era duas da manhã.

— Tenho que parar de com esse meu vício.

Vou andando até a porta do meu quarto e abro ela de uma maneira lenta, para não fazer barulho. O cuidado não deu em nada e mesmo assim faz os ruídos de sempre.

— Não sei porque ainda tento não fazer barulho -Pensei.

Suspiro e olho o corredor completamente escuro, nenhuma luz vinda do quarto e nenhum barulho vindo dali, logo apago a única luz que era do meu quarto.

Volto até a minha escrivaninha que estava toda bagunçada, ignoro a bagunça como sempre, pego a minha xícara do Star Wars, e vou saindo lentamente do quarto, com a minha lanterna do celular iluminando o caminho. Desço as escadas e vou andando até a cozinha, me sento no balcão e já coloco a xícara ao lado da cafeteira novinha, literalmente, ela chegou semana passada.

De fato, uma das melhores coisas que a minha mãe fez foi casar com esse idiota rico. Não só pelos mimos e tecnologias legais daqui de casa, mas pela Emily também, mesmo que eu não admita muito, ela mudou demais as nossas vidas.

Eu prometi que eu ia trata-lo bem como se fosse até meu pai, mas até hoje não mudou a minha opinião sobre ele. Talvez eu esteja errado e tenha sido trauma de ter um "pai novo" tão cedo depois da perda do verdadeiro, mas não sei. Antes que você pense que ele é um babacão agressivo comigo e com a minha mãe, ele nunca foi. Ele só se esforça demais e acaba irritando. Minha mãe, Claire Smith acabou conhecendo ele, Chad Winchester, no trabalho quando nos mudamos para cá depois da morte do meu pai. Chad é o dono da melhor imobiliária da cidade, a Real Golden State. No ano seguinte, ela acabou se tornando Claire Winchester e fomos todos morar juntos, mais tarde veio Emily e estamos assim desde então.

Pensei em tomar café, mas já bastava a insônia que eu já estava. Então voltei para o meu quarto, fechei a porta e abri a grande janela que ficava ao lado da minha cama. Eu tinha duas janelas, uma ficava como vista da onde ficava a minha mesa e a outra no lado da cama e desde que nos mudamos para cá eu sempre me sentei no telhado, que fica no caminho da janela da cama, principalmente para ver o céu estrelado antes de dormir. Uma vez me viram aqui, se me lembro bem, foi na mesma noite em que nos mudamos e todos surtaram e eu não parava de rir. Com cuidado e me apoiando na janela e parede, enfim me sento no telhado, pego meu celular e meus fones, coloco música e fico ouvindo toda as minhas Playlists do Spotify, até o sol enfim nascer. A ultima musica foi Drunk, do Ed Sheeran:

Maybe I'll get drunk again
I'll be drunk again
I'll be drunk again
To feel a little love

— Belo início do último ano escolar.

Ainda estava sentado, observando o sol subindo aos poucos, encosto a cabeça lentamente na parede onde as costas já estavam apoiadas.

—Definitivamente, esse é o melhor lugar do mundo.

Suspirei e sorri de lado. Olhei o relógio e já era 7h, minha mãe costumava a me acordar a essa hora, pois sabia que eu sempre falhava em levantar com o meu despertador. Me levanto rapidamente e com cuidado, entro de volta e tiro o roupão que eu vestia e jogo na cadeira, me jogo na cama e me cubro. Ouço passos se aproximando do quarto e fecho os olhos, fingindo dormir. Alguns segundos depois, uma figura não tão alta, quase da minha altura entra no meu quarto delicadamente e me olha sorrindo, era a minha mãe, Claire. Como em todas as manhãs letivas, ela vinha até a minha cama e falava com sua voz suave:

—Hora de levantar, meu bem.

Logo fingi acordar, abri os olhos lentamente e sorrio, a vejo me fitando com aqueles olhos azuis que infelizmente não herdei, ela sorria com delicadeza e levemente fazia cafuné no meu cabelo desajeitado, ela sabia que era meu ponto fraco:

— Nem mais cinco minutos?

—Tudo bem, mas nem pense em voltar a dormir -deu o último toque em meu cabelo e saiu do quarto fechando a porta.

Fiquei ali deitado um pouco pensando como hoje seria um dia longo e em quais aulas eu provavelmente iria dormir, com som de fundo os passos apressados pela casa, todos já acordaram. Me levantei e logo comecei a me arrumar, quando eu escovava os dentes peguei o meu celular e li as mensagens do grupo que eu tinha silenciado.

Robert 2h30

Ele deve estar escrevendo de novo, por isso nunca aparece.

Gabe 2h31

Você sabe que ele sempre madruga escrevendo e o que importa é que ele nunca nos deixa na mão.

Sorrio ao terminar de ler as mensagens e respondo:

James 7h09

Pelo menos eu faço algo útil na madrugada lol. E eu não esqueci que hoje é o meu dia de levar café.

Desde do primeiro ano tínhamos esse tipo de acordo, a cada duas semanas, um de nós levava café para o restante de nós.

Desde sempre foi eu, Robert e Gabriel, também tinha a Jessica, mas ela ficou completamente estranha nesse verão e não disse nada no grupo, literalmente, NADA e não nos vimos nenhuma vez.

Terminei de escovar os dentes e fiquei me encarando pelo espelho durante um tempo, um aperto senti no peito e as palavras dos meus conhecidos e até mesmo da minha mãe sobre meu pai e nossa aparência ser praticamente a mesma ecoava pela minha mente. Ele era moreno, alto, com um topete e a marca mais registrada: seus olhos verdes. E era tão triste eu ter sua aparência e ao menos nem lembrar de como era sua voz.

Suspirei e guardei o celular no bolso e continuei a me trocar, logo termino, coloco a mochila nas costas, fecho o quarto, desço as escadas rapidamente e me deparo na cozinha com a mesma cena de sempre: Chad lendo o jornal diário dele, minha mãe comendo seus ovos mexidos com tiras de bacon e é claro, faltava a minha irmãzinha, Emily, que sempre costumava a comer meu cereal pela manhã. Era seu primeiro dia de aula e estava animada, assustei bastante ela ou tentei, as vezes ela parecia ser bem mais corajosa do que eu costumava ser quando criança. Adentrei a cozinha e a minha mãe me olhou sorrindo:

— Achei que ia ter que chamar você de novo, já estava indo te chamar

— Mas que drama, eu nunca me atraso - digo num tom de brincadeira, pois sabia que era mentira

— Lógico que não ia se atrasar, hoje é um grande dia, não é mesmo?! - Chad pergunta para mim abrindo um sorriso enorme

Para mim, Chad sempre foi mala e sempre me tratou como se eu fosse seu filho e trata, antes eu me importava e isso sempre virou motivo de briga entre mim e a minha mãe, mas hoje eu realmente não ligo, só não gosto tanto dele quanto eu deveria gostar pelo tempo de convivência.

— Claro, com certeza. - Sorri tentando demonstrar simpatia.

Teve uma época que eu não suportava ele, na minha cabeça meu pai um dia iria voltar, mas depois do nascimento da Emily, o ódio diminuiu e a conformação chegou. Quando conto aos outros sobre isso, sempre me perguntam como não odeio a minha irmã, mas não tem como odiá-la.

Peguei o pacote com o meu lanche do dia, coloco na minha mochila e quando me viro para ir em direção a saída da cozinha, minha mãe acaba me interrompendo:

— Não vai comer?

— Tô sem fome

— Tudo bem, sua irmã já está lá fora, não esquece de desejar boa sorte a ela.

— Tá bom..TCHAU

Abri a porta e de cara vejo uma figura pequena e loira, com o cabelo grande ondulado solto, estava de costas sentada na escada da varanda olhando para a rua com uma mochila de unicórnio ao lado. Era Emily.

— Animada por hoje? - Pergunto me aproximando dela, sorrio e me sento do seu lado, olhando também para a rua, logo a olho.

— Sim e com medo. – Disse ela virando seu olhar preocupado a mim

— Medo?

Arqueio a sobrancelha e digo sarcasticamente com um sorriso falso maldoso de lado

— Então meu plano funcionou?! -Completei a pergunta

Ela me olhou e disse com os olhos cerrados:

— Posso até ficar sem amigos hoje, mas não vou chorar para mamãe igual você!

Ela mostrou a língua e deu uma risadinha, era típico dela.

— O ONIBUS CHEGOUUU

Nem me abraçou, apenas pegou sua mochila e saiu correndo em direção ao ônibus que sai rapidamente dali cheio de crianças gritando. Nunca gostei de crianças, apenas as suportava, os amigos de Emily sempre me irritavam.

Rio da situação e começo a andar em direção ao café que ficava no caminho da escola.

—Crianças estão malvadas hoje em dia.


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