Lembranças escrita por Bugboo


Capítulo 1
Capítulo único.


Notas iniciais do capítulo

Oi amores, resolvi deixar aqui uma one-shot
Espero que gostem :")
Boa leitura ♥



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Eu queria poder saber por onde começar. Mas acho que nada do que eu diga - escreva - vá de alguma forma confortá-lo nesses tempos de turbulência. Eu sei, você vai ficar chateado o suficiente por tê-lo deixado - mesmo que não fosse algo que eu quisesse - mas sabe meu amor, a vida tem dessas. Nós nunca sabemos qual realmente é o nosso destino e se você está lendo isso, eu queria dizer que o amo. Isso me faz lembrar quando os meus sentimentos afloraram em relação a você. Sabe, naquele fim de tarde na saída da escola, eu estava tão zangada pelo Adrien Agreste ser tão rude quanto Chloé era naquela época, mas você me mostrou gentileza quando me entregou seu guarda-chuva, impedindo que eu fosse para a casa e apanhasse um belo de um resfriado. Eu ainda lembro - sempre vou lembrar - de como o simples gesto havia balançado algo dentro de mim, despertando um sentimento que até então era desconhecido. Quando os dias se passaram, eu não conseguia produzir uma palavra completa, não era por maldade ou porque eu havia guardado algum ressentimento pelo chiclete colado na minha cardeira, eu apenas achava que qualquer palavra que eu falasse acabaria saindo algo bobo o suficiente para você rir de mim. O mais engraçado, é que toda vez que eu tinha que trocar alguma palavra com você, gaguejava ou dizia algo sem sentido a ponto de deixá-lo confuso. Não o culpo, eu acho que naquela época eu mesma sentia confusa com as coisas que eu falava e você era um cavalheiro em não rir das minhas atitudes.

Depois de um tempo, comecei a me acostumar aos poucos com sua presença, sem sentir aquele medo horrível de falar algo idiota o suficiente para sair correndo ou rir de mim. Na verdade, eu não sabia o que era pior, de qualquer maneira, a gente se tornou amigos - graças a Alya e Nino. - Você se lembra das tentativas de nossos amigos em tentar nos ajuntar? Apesar disso, eu nunca achei que Adrien Agreste olharia para mim de uma forma além de amiga. Eu estava conformada em ser apenas sua amiga, era mais que o suficiente para mim, isso soa patético não é? Mas acho que quando sentimos algo bom por uma pessoa, tudo que queremos é que ela seja feliz mesmo que não for ao seu lado. É assim que eu me sentia em relação a você. Eu não me importava se num futuro você acabasse ficando com outro alguém, eu apoiaria - e ainda apoio. - Mas foi no baile de formatura que as coisas realmente mudaram não é? Devo agradecer ao nossos melhores amigos de novo.

Último ano escolar, a nossa despedida, o momento que cada um seguiria seus caminhos. Faculdades ou cidades diferentes, éramos jovens e tínhamos que ir atrás dos nossos sonhos. Naquele baile, Alya e Nino praticamente me convidaram no seu lugar apenas para irmos juntos, a desculpa deles era que pudéssemos ir apenas como amigos, assim eles não teriam que lidar com pessoas extremamentes chatas como nossos acompanhantes. Suas palavras eram tão convincente que a gente aceitou em ir um com o outro, até porque eu estava feliz em terminar o ano escolar ao lado do meu primeiro e grande amor. Não sentia a vontade ou me imaginava indo com qualquer outra pessoa. Eu ainda me lembro que quando você foi me buscar, estava com uma carranca, não porque estava indo ao  baile comigo mas porque repetia várias vezes para os meus pais que odiava usar uma gravata. Você se sentia sufocado como uma passarinho em uma gaiola, eu lembro que ri desse fato quando escutei suas palavras próxima às escadas que davam acesso a sala da minha casa. Quando você me viu, pela primeira vez, eu vi um brilho diferente em seu olhar. Você abriu um sorriso tão grande que me sentia contagiada por você. Você segurou minha mão e me ajudou a descer o último degrau da escada, a gente caminhou em direção a onde estava meus pais, eles estavam tão orgulhosos de mim. Acho que de nós, sim, de nós dois. Minha mãe fez com que a gente pousasse para uma foto e a gente fez. E então, fomos para o baile juntos. Quando chegamos lá, Alya e Nino ficaram tão felizes com a nossa chegada não é? Lembro que Nino nessa noite aproveitou para tocar algumas músicas, afinal, ele era ótimo naquilo que fazia. A gente conversou, brincou, riu e a cada minuto eu sentia mais meu estômago revirar como se milhares de borboletas estivessem fazendo a sua respectiva festa. Eu gostava da sensação que você transmitia em mim, me fazia sentir viva. Uma vez eu li que quando uma pessoa está apaixonada e feliz, seus olhos brilham intensamente como se gostassem de estar viva. Pois você estava, mas uma pessoa sem o tal brilho no olhar, provavelmente era uma pessoa que havia desistido. Era triste pensar dessa forma, mas naquela noite, nós dois estavam com esse brilho. Você me puxou para dançar ao som da música More than this de One Direction, patético não é? Nenhum de nós éramos fãs e ainda assim, foi essa música que se tornou a nossa primeira música. A dança toda, você me olhou tão intensamente dentro dos meus olhos que achei que fosse capaz de ver a minha alma. E então, você quebrou a distância e me beijou inesperadamente. Eu não estava preparada por aquilo, mas foi bom, foi mágico e eu sempre vou lembrar disso com carinho seja onde eu estiver. Você ficou com vergonha após isso, eu acho que nós dois ficamos, mas ainda assim não tivemos vontade de ficarmos longe um do outro. Ainda lembro que Alya vibrou quando eu disse no dia seguinte o que havia acontecido, ela não estava perto ou nos observando naquele momento. Ela estava em cima do palco discutindo com Nino sobre a música que ele havia colocado, mas, minha melhor amiga não poderia achar que aquela música havia sido perfeita para o momento.

Fomos para a faculdade, nós quatro acabamos indo para o mesmo lugar, não era algo bom? Era sim. Você dividia um apartamento com Nino, eu e Alya optamos em pagar um pequeno quarto no dormitório da universidade. Mas a gente vivia mais no apartamento de vocês do que no nosso pequeno quarto na universidade, eu lembro como Nino ficava bravo por sempre que chegava em casa nós três estávamos jogados no sofá e no chão da sala. Ele perguntava se a gente não tinha mais o que fazia e no final, sempre riamos da situação. E então nós tivemos a nossa primeira briga, eu nunca achei que podia ficar com tanta raiva de você e ao mesmo tempo, sentir que todos os meus sentimentos estavam transbordando. Você ficou zangado porque eu estava começando a andar mais com um colega da faculdade, você lembra? Mas eu não estava te trocando, eu nunca pensaria dessa forma. A verdade é que eu e esse meu colega tínhamos alguns trabalhos para fazer e achamos que um ajudando o outro poderia ser mais divertido. Mas ainda assim, você ficou com ciúmes e explodiu. A gente se machucou sem necessidade naquela noite, foi a primeira vez que eu senti meu coração despedaçar.  Eu senti meu peito doer e a minha respiração falhar, então, sai correndo para fora do seu apartamento. Eu não podia aguentar o seu tom de acusatório como se eu tivesse fazendo algo de errado. Naquela mesma madrugada, você bateu na porta do dormitório, Alya não estava no quarto pois havia saído com Nino. Quando eu abri a porta, você se jogou na minha frente e me agarrou pela pernas desesperado, dizendo que eu era a melhor coisa que havia acontecido na sua vida desde que havia perdido a sua mãe. Aquilo partiu meu coração, pela primeira vez, eu o vi vulnerável. Você estava implorando para que eu não o deixasse. Mas querido, eu nunca pensei em deixá-lo de fato, eu o amava. Como eu poderia deixar a pessoa que eu amava? Naquela mesma noite, você dormiu no dormitório comigo. Após isso, vieram outras brigas, mas não tão graves ou necessário para prolongar um drama todo. Com o tempo, a gente aprendia a sentar e conversar sobre aquilo que nos incomodava. Além de namorados, se tornamos melhores amigos.

E então, se casamos.  Nunca vou me esquecer do seu olhar quando anunciei a gravidez, você vibrou tanto e tudo que eu podia fazer era rir junto com você. Eu estava nervosa, mas você me passou segurança. A cada ultrassom, a cada desenvolvimento da nossa pequena, a cada chute mais o nosso amor aumentava. Agora tínhamos com quem compartilhar todo aquele sentimento, resolvemos pôr o nome da pequena que estava para vir de Emma. Quando dei a luz da nossa pequena, você estava ao meu lado segurando a minha mão. Eu sei, você queria se manter forte ao meu lado não é? Mas assim que escutou o choro da nossa princesa, você desabou ao meu lado fazendo com que os enfermeiros fica-se confusos entre me ajudar ou te acudir. Quando Emma completou um ano, dei o anúncio de estar esperando mais um filho. Você ficou tão feliz, afinal, amor duplo não era assim que você falava? Mas eu tive complicações na gravidez, me desculpa amor. Eu nunca quis o ter feito sofrer por conta disso, me doeu quando o peguei chorando no quarto que deveria ser do nosso filho. Lembro que o abracei por trás e deixei que desabasse, pois eu estaria ali para segurá-lo. Eu sei que se eu falasse algo, isso acabaria o deixando mais triste. Você tentava ser o mais compreensivo possível, eu achava que depois de uma perda como essa você acabaria se afastando de mim. Mas pelo ao contrário, você se manteve ao meu lado, cuidando de mim como eu tentava cuidar de você. Ainda tínhamos Emma, ela era tão pequena que não sabia do que estava acontecendo. A longo de dois anos depois, eu finalmente engravidei de novo. Você ficou com tanto medo que não me deixava fazer nada, eu achava graça e ao mesmo tempo lindo a forma que você cuidava de mim. Evitava até que eu pegasse Emma no colo, dizia para a nossa pequena que mamãe estava esperando um novo irmãozinho. Emma era tão doce que ela estava feliz pela notícia em não ficar sozinha. E então dei a luz para o nosso príncipe, nomeamos de Hugo, ele era tão parecido com você que enchia meu coração de alegria.

Então, algo deu errado não é? Numa manhã de primavera eu não conseguia sentir as minhas pernas, eu chorei, gritei e me questionei o que estava acontecendo. E como um anjo, você apareceu me encontrando no chão. Você me ajudou e me levou para o hospital, deixando nossos filhos na supervisão de meus pais. Descobrimos que eu estava doente e que o estágio da estava tão avançada que o médico deu total certeza que não tinha mais volta. Eu fiquei paralisada, mas acima de tudo, com medo. Era um decreto que eu não viveria muito mais, eu não poderia ver nossos filhos crescerem, eu não poderia estar ao seu lado quando eles entrassem na fase rebelde. Eu não estaria mais com vocês. Você pode dizer para os nossos pequenos que o quanto a mãe deles os amava? Você pode dizer que sempre que quiserem me encontrar, olhem para o céu que eu estarei lá? Pode dizer, que mesmo de longe continuarei os olhando? Peça para sempre escutarem a música Run de Pink quando me quiserem por perto, eu estarei lá. Assim como eu estarei por você. Não existe ainda dimensões que me faça separar de você, Adrien. Mesmo eu indo embora, eu ainda continuarei viva em seu coração até quando você permitir.  Sentada na cama de hospital e observando você com a cabeça encostada na minha cama tirando o seu cochilo, percebo que é tão injusto deixá-lo. Mas eu preciso estar preparada para ir embora, é por isto que te deixo essa carta para recordar nossos momentos juntos. Espero que nunca se esqueça de mim, pois onde eu estiver, você ainda estará vivo em mim, Adrien.

Com amor, sua Marinette.


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Notas finais do capítulo

É isso meus anjos. Espero que gostem []



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