Ser ou É escrita por Dark Lieutnight


Capítulo 1
O baque X Adaptação X Lembrança destravada


Notas iniciais do capítulo

*suspiro do Alan* OLÁ AMIGOS, como estão, tranquilos? (entendedores, entenderão). Gente, eu estive de mudança, limpando a casa, arrumando e organizando... E fiquei sem internet depois de mudar ;-; Sendo assim, fui obrigada a me lamentar por não postar as fics que queria. No fim, era S?“ um probleminha com um cabo que o técnico esqueceu de colocar e euzinha solucionei ontem ¬¬'
Eu sei que o aniversário do Kill foi dia 07/07 Mas antes tarde do que nunca :/
Falando dessa homenagem meio anormal, ela se passa depois dos acontecimentos do último episódio do anime. Não tem uma cronologia certa. Mas não é Universo Alternativo. Essa fic quase me arrebentou a cabeça, porque eu mudei o enredo várias e várias vezes, o título e tudo mais. A primeira ideia se chamava "O Príncipe da Lua" e se tratava da Alluka obrigando o Kill a participar de uma peça teatral, preparada no Tanabata Matsuri, que é um festival que ocorre por entre esses dias do mês. Mas... A ideia estava... Meh... Na minha opinião. Foi aí que essa surgiu. Não sei se vocês vão gostar. Eu me senti feliz (e triste) pelo que escrevi. Somente no final vcs entenderão o sentido do título.

Enfim, é só.

Feliz Aniversário (atrasado) Killu-nya! =^.^= Espero que me perdoe.
Killua: Não. Mas se me der chocorobots, podemos conversar.
Dark: Ah... Só se eu subornar o Tio Toga com o novo jogo de Dragon Quest e pedir pra ele te dar, já que o mangá aparentemente voltou ^^'

É mentira, Tio Togashi, amamos você!



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Os raios tranquilos da manhã abraçavam o rosto do albino pelas frestas da janela. Incomodavam suas córneas sensíveis como se estivessem dizendo bom-dia, imitando sua provável ou não, mãe. Killua se espreguiça feito um gato manhoso entre as cobertas e logo trata de despertar. Seria mais um dia em que sua cabeça lhe pregava peças. Se dirigiu à cozinha ansioso para saborear o desjejum. Sua mãe preparava refeições divinas. Digo, a mulher que ele insistia em achar que é sua mãe. Algo em sua mente pensa isso de Mito Freecs, mesmo com todos o corrigindo. Chegando ao cômodo, recebe os vários olhares de expectativa de Gon; Alluka; Mito e Abe.

— Ahn... Não me lembro de nada. Como ontem. — Killua se sente tímido ao ser analisado. E decepcionado por continuar na mesma condição.

Fazia quase um ano que de acordo com Gon, que disseram ser seu melhor amigo, Killua sofreu um acidente gravíssimo e fraturou seu crânio tendo um trauma cerebral. Ficou em estado de coma três dias e milagrosamente acordou. Mas sem nenhuma memória. Não se recordava de como aconteceu; detalhes é uma coisa impossível de dizer. Nem mesmo seu próprio nome foi capaz de manter no subconsciente. Não tinha passado. Estava refazendo seu presente como um recém-nascido.

Ao despertar, viu Gon e Alluka, esta que salvou sua vida. Estava com Killua no dia e chamou a emergência a tempo. Nada do que o moreno dizia lhe trouxe alguma memória. O albino não fazia a menor ideia do que imaginar de tudo. Foi aí que Gon o convidou, ou melhor, exigiu para que ele e Alluka morassem em sua casa na Ilha da Baleia com a promessa de que ia fazer Killua se lembrar de tudo. E lá está o Zoldyck, desmemoriado por cinco meses aproximadamente.

Todos os dias se esforçava para relembrar e claro, deixar todo mundo feliz. Ouvia inúmeros relatos de Gon; Alluka o incentivava e o tratava com muito carinho; Mito e Abe faziam seu melhor para cuidar dele delicadamente; até a criatura que se chama Nanika tenta ajudar apesar de ser estranho para Killua. Ele estava feliz, estava confortável, sentia que de fato são sua família, morava num lugar pacífico. Porém é difícil tanto para eles quanto para Killua. Quantas vezes o albino confuso ouviu o choro incessante de Alluka se lamentando por não o ter impedido de sair no dia do acidente ou implorar à Gon que trouxesse seu Oni-chan de volta? E logo após, ouvir o moreno a consolar derrotado dia após dia. Também encarar o rosto dele se aprofundar em culpa e saudade; testemunhar suas lágrimas sempre que Killua dizia: Desculpe, mas não me lembro nem um pouco.

Felizmente todos ali se habituaram.

— Bom-dia Oni-chan! — Alluka saudou o irmão, lhe dando um beijo nas bochechas. — Sabe que dia é hoje? Seu aniversário!

A informação surpreende o albino que foi parabenizado no café da manhã, mas se sentiu melancólico. Como seria sua reação naturalmente? De qualquer forma, Mito e Abe se puseram a comemorar a data, preparando um bolo de chocolate, seu favorito de acordo com eles. Alluka brincou com Killua e lhe deu carinho junto com Nanika e foi tirar um cochilo. Ele e Gon caminharam na floresta e repousaram em um local qualquer; admirando o céu límpido e sentindo a brisa refrescante.

— Gon? — Chamou Killua indiferente sem tirar o olhar da vista. — Como era minha vida antes? Eu tinha família?

— Eh? Killua, você tem família. — O moreno respondeu com a maior naturalidade.

— Então por que estou aqui com vocês? Não devia ir para casa? — O albino se surpreendeu. Pensando melhor, nunca tinha tocado nesse assunto com o amigo.

— Porque... — Gon estava em dúvida se dizia tudo para ele. Sobre o passado, as torturas e tudo mais. Bem, uma hora teria que dizer, mas algo impedia o moreno. Seria medo de vê-lo em choque? Mas então percebeu que ele é o Killua, desmemoriado ou não. — Eles estão caçando você, Alluka e Nanika.

A partir daí, Gon contou tudo o que sabia a respeito da antiga vida da melhor amigo. Killua pareceu chocado; talvez surpreso. Refletiu um bom tempo sem dizer absolutamente nada. Gon pensou se fez bem. Será possível que o albino tinha uma expectativa diferente de si? Qualquer um ficaria assim nesse caso, ainda mais com uma vida tão cheia de detalhes e delicada como a de Killua Zoldyck. Mas talvez, só talvez... Se Gon tivesse mentido, poderia dar uma outra chance de ele refazer tudo, só tinha que omitir a verdade e recontar sua mentira. Ele esqueceria suas melancolias; suas dúvidas consigo mesmo.

Esqueceria seu propósito de vida.

Gon balançou a cabeça abandonando a ideia. Não é justo. Imaginou em como Killua devia estar desesperado ao resgatar suas lembranças. Seria a mesma coisa com ele. Como se diz seu melhor amigo?

“Eu quero proteger Alluka e Nanika.”

Killua já decidiu o motivo de continuar seguindo em frente e não precisa de mais nada.

— Killua. Eu não devia ter te abandonado. — Se lamentou Gon, quebrando aquele silêncio.

— Gon, eu já disse, isso não é culpa sua. Ninguém pode prever um desfecho assim. — Killua consolou sabiamente.  — E quanto a nossa partida, ela veio, mas você acha que me deixou de verdade? Eu não. Sei que não me lembro muito bem, porém acredito que sempre estaremos juntos. Não sei porquê.

Gon sorriu apesar de sentir a falta de um “baka” em sua frase. Geralmente é ele quem consegue deixar todo mundo de boca aberta, dessa vez foi o amigo que brilhou com palavras. E ele tem razão. Nunca se abandonaram. Seus pensamentos sempre recordavam de Killua. Nada era como antes, de fato. Mas nada também foi esquecido por eles.

A noite se tornou dominante nos céus. Decidiram treinar e fazer muitas coisas. Gon sentia saudade de antigamente, pelo menos agora podiam voltar no tempo, ou quase. Retornavam para casa, onde um delicioso bolo era feito com carinho para o aniversariante.

Paralisaram.

Uma energia mortal e sombria os deixou em pleno choque. Killua se assustou, queria sair dali correndo. Não conseguia raciocinar; não conseguia mover um mísero músculo e por mais incrível que pareça, sabia o que era isso. Gon se colocou em total alerta. Péssima hora pra lutar com um usuário de Nen. Ele ainda se recuperava daquela condição que se impôs apesar de poder utilizar suas técnicas básicas. E mais um detalhe crucial: tinha que proteger Killua. Sem Nen e sem conhecimento sobre lutas é praticamente impossível ele se defender e o usuário parece ser profissional para azar de ambos.

Uma figura se revela por entre a escuridão da floresta. Ele, a maior dificuldade que o albino teve em sua vida, o algoz por trás de todos os seus tormentos. Illumi Zoldyck. Após permitir que o reconhecessem, suas orbes negras totalmente opacas e sem vida se fixam em Killua.

— Então é aqui que você se escondia, Kill? — O manipulador das agulhas indaga concentrado no irmão mais novo, ignorando o moreno.

— Gon, esse é... — Killua ia começar a perguntar quem é o dito cujo, mas é interrompido bruscamente.

— Illumi, não é? O que quer da gente? — Gon ignora o amigo, ao mesmo tempo que respondeu sua dúvida de forma indireta. Talvez Illumi não soubesse da atual condição de Killua, portanto seria melhor que continuasse assim. Seria um problema se ele usasse isso para capturar Alluka e fazer Killua voltar para a mansão Zoldyck.

— O que eu quero? O que mais poderia ser? — Illumi suspeitou da estranha questão de Killua. Estaria ele perguntando quem Illumi é? Tentando o reconhecer? Sem falar da iniciativa de Gon em questionar o Zoldyck mais velho no lugar do albino. E outro detalhe que jamais poderia passar despercebido por sua análise. — Onde está aquela coisa?

Killua não sabia o que estava acontecendo, mas não precisa de muito esclarecimento para adivinhar que é uma situação séria. Gon não respondeu o moço de cabelos negros, portanto optou por imitá-lo visto que parecia ter o comando naquela hora.

— Oh. Não querem falar? — Illumi pensou com seu olhar indiferente. — Sendo assim, vou forçá-los.

Antes de sequer piscar, Killua se viu sendo puxado e logo carregado nas costas de Gon, despistando Illumi que os perseguia ao longe, quase os alcançando. A floresta é densa e profunda. Apesar de parecer simples, possui inúmeros caminhos e atalhos que são capazes de enganar; armadilhas diversas sejam de animais selvagens ou de caçadores. Gon conhece o local como ninguém e pode usufruir de tudo isto para atrasar Illumi e ganhar tempo até bolar um plano. Mas infelizmente o ambiente não foi de muita utilidade, o Zoldyck é um assassino profissional, inteligente e forte. Não cairia na lábia de truques amadores. Quase os alcançava e Gon não teve esperteza o suficiente para elaborar o que quer que fosse para salvá-los.

Só há uma escolha: lutar ou morrer.

Gon tirou Killua de suas costas e pediu para ele se esconder no tronco de uma grossa árvore. Não queria fazer isso, mas Killua só seria um empecilho nesta luta.

— Killua... — Gon olhou para o amigo com muita seriedade. — Prometa que não vai sair daí. Não importa o que aconteça. Fique quieto.

Sem opção, Killua prometeu vendo Gon se preparar. Porém se sentia incomodado com algo. Illumi chegou, buscando o albino com o olhar.

— Onde Kill está?

— Ele correu. — Respondeu o moreno, parecendo ter deixado o Zoldyck surpreso no mínimo. — Eu serei seu oponente.

Desafia Gon com determinação dominando seu corpo. As vidas de Alluka; Nanika; Abe; Mito e Killua, dependem dele. Mesmo sem Nen, mesmo sem uma estratégia certa, ele irá lutar; mesmo que morra, tentaria. Um soco impiedoso fez Gon girar em pleno ar e bater no chão com força. Killua abafou um grito.

— Acha mesmo que tem alguma chance contra mim em suas condições, sem Nen? — Provocou Illumi com escárnio e desprezo. — Você realmente é ingênuo como dizem.

E outro golpe desprovido de misericórdia, arranca um dente do moreno e o faz cuspir sangue. Killua se pôs inquieto; sua cabeça doída.

“Gon! Se ao menos eu pudesse lutar.”

O moreno continuou levantando como é de seu feitio a cada vez que Illumi o agredia.

“Gon. Por quê?”

Uma sequência de chutes e socos fazia o albino se angustiar perante a cena violenta. Cabeça latejando, mas nada se compara à sua inquietação.

“Você vai morrer!”

Gon tentava ao menos revidar e se defender com as técnicas básicas de Nen. É inútil.

“Por que fazer isso por mim?”

Killua se lembrou de perguntar o mesmo um dia desses para o moreno, e sua resposta foi confusa.

Por nada. Você é o meu melhor amigo Killua, não preciso de motivos pra fazer algo por você.

“Gon... Você sempre me salvou. É minha vez de te salvar.”

Uma lembrança enfim alcançou a memória bloqueada de Killua. Por que ele continuava a viver? Para proteger Alluka e Nanika, foi isso que escolheu fazer enquanto acompanhava Gon. E não era o que estava fazendo, fugindo e se escondendo como antes, abandonando o amigo para morrer como Biske previu.

Killua saiu do tronco, se colocando à frente de Gon. O albino estava com muito medo, mas tentou se manter firme.

— Illumi, já chega. — Mandou Killua.

— É aí que você estava afinal, entre essas árvores? — O manipulador das agulhas desacredita em sua própria ingenuidade por não perceber o albino escondido. — Vamos Kill, não desperdice meu tempo ainda mais.

— Não. Por que eu faria uma idiotice dessa? — Killua se refere à entregar a irmã.

— Kill... Vai saber quando entender as minhas razões. — Illumi murmura, logo depois falando em seu tom normal e pegando suas agulhas. — Agora, me entregue aquela coisa ant...

Em um piscar de olhos, Illumi sumiu. Simples assim. Antes de se perguntarem, Alluka se mostra saindo de uma árvore, não... Era Nanika.

— Nanika, você... — Não havia palavras para entender o que se passou ao certo ali.

— Killua, carinho. — A doce criatura pede manhosamente. O albino obedece e logo é sua vez de a pedir um favor.

— Nanika, cure o Gon novamente. — Deixou ela realizar sua “mágica” enquanto Gon se recupera rapidamente. E Alluka cai exausta em seus braços.

— Killua, o que houve? — Indagou Gon em meio a tantas dúvidas.

— Aparentemente... Alluka nos encontrou e pediu que Nanika mandasse Illumi para casa de volta, só não sei dizer se foi coincidência ou se ela sabia da confusão; nem como conseguiu um favor pra Nanika. — Killua tinha muito a agradecer à essas duas. O salvaram várias vezes. — Agora é minha vez de perguntar. O que diabos foi aquilo, você é um baka?

Os olhos de Gon brilharam como nunca.

Ele se recordou.

— Arriscar a enfrentar Illumi sendo um não-usuário de Nen... Francamente, você me surpreende à cada dia, seu baka. — Killua continuou seu sermão e Gon não retrucou nem uma vez.

— Hai, hai. Bem-vindo de volta Killua. — Saudou Gon, testemunhando o albino sorrir enquanto carregava a irmã.

— Ah, só pra você saber, eu ainda não me lembro de tudo. Ainda não sei usar Nen. — Se lamentou o albino.

— Tudo bem. Enquanto Killua estiver comigo, não precisamos nos preocupar. É só aprender de novo. Vai ser mais divertido que antes. — Gon estava entusiasmado; feliz. Não sabe dizer exatamente. Depois do que pareceu uma eternidade, Killua está de volta. Não completamente, mas está. — Ah, uma estrela cadente. Hoje ainda é seu aniversário, faz um pedido!

O albino fechou os olhos.

“Quero sempre me lembrar de Gon.”

— Nem adianta perguntar, não vou dizer. — Killua avisa.  

— Killua, onegai. — Pediu o moreno com olhinhos de cachorro pidão.

— Pedidos assim não podem ser contados! — Alega o albino e ambos iniciam uma discussão amigável. Fazia tempos que isso não acontecia. Se discordaram um do outro baixinho para evitar despertar Alluka. Rumaram ansiosos para comer o bolo de chocolate feito por Mito.

A vida testou Killua Zoldyck mais uma vez. A bagunçou com o intuito de assegurar seus sentimentos, confirmar suas decisões. Ele teve a chance de mudar e ser outro Killua, com novas mudanças; lembranças. Mas ele é Killua, se superou e superou tanta coisa até agora, essa também seria uma para contar. Não queria; não precisava de uma nova vida para vencer suas dificuldades.

E agora, ele e Gon teriam uma oportunidade de passar por toda a nostalgia e alegria desde que se conheceram.

Um terá que dar as costas para o outro de novo. Mas estão confortáveis com isso. Não será uma despedida; um adeus. Apenas um melancólico até logo.


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Notas finais do capítulo

Eu tive vontade de chorar x'D

Beijos e Abraços da Dark - See Ya!



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