Andromeda escrita por Lady Harpy


Capítulo 1
Capítulo 1: A Pequena Estrela de Fogo




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Andromeda Alpheratz nasceu em um dia nove do tempestuoso planeta vulcânico conhecido como Mirach, a Estrela de Fogo da Orla Exterior. Sob o signo da águia e em uma família de sangue Sith puro - seu pai era filho de grandes e famosos guerreiros do Lado Negro e, sua mãe, a atual imperatriz, era filha de um dos casais de assassinos mais poderosos que serviam ao Grande Mestre Hethrir, um tirano bastante conhecido pelo peculiar modus operandi em decapitar Cavaleiros Jedi -, o bebê havia sido criado em uma aura de nobreza e obscuridade jamais antes vista. Diferentemente do que se imagina para uma família do Lado Negro, a criança recebeu amor incondicional e a melhor educação possível. Andromeda era, literalmente, o futuro de um planeta governado com mãos de ferro. Desde pequena, chamada pelos pais e por todos os guardas do Palácio de "Estrelinha de Fogo", a menina demonstrou grandes habilidades relacionadas ao domínio da Força: aos três anos, incendiou um pequeno crasove* de pelúcia e, aos cinco, iniciou uma luta contra um dos guardas realmente acreditando que sairia vitoriosa. Esse guarda era Henrik, que mais tarde viria a ser o seu mentor e treinador em combates usando habilidades físicas e espirituais.

 

Aos treze anos, sempre muito curiosa, ouviu uma conversa do pai com Henrik atrás de uma das suntuosas portas da sala da Guarda Real. Franzindo as sobrancelhas, Andromeda repousou a cabeça, inclinando-a por sobre a porta de madeira entreaberta, enquanto os dois homens conversavam.

 

— É uma oportunidade única, milorde. Finalmente, vamos poder ter paz, menos sangue será derramado. - Henrik pausou por um momento, refletindo a respeito. - E será uma grande oportunidade para Estrelinha. Com certeza, será uma grande Mestre.

 

O coração de Andromeda pulsou com tanta força ao ouvir aquelas palavras, que ela sentiu como se ele fosse lhe sair por entre os lábios; as pernas estremeceram, as pupilas dilataram. Teria ela ouvido certo? Ela, sabendo de sua natureza, sabia que seu amado pai jamais permitiria aquilo. Henrik não estava mesmo em seu juízo perfeito.

 

— Eu não sei se podemos fazer isso com ela, Henrik. Podemos nunca mais tornar a vê-la, tem ideia do que isso significa? E se for uma armadilha? Cassiopeia morreria de desgosto. Eu carregaria a culpa da morte da minha própria filha para sempre!! - A sala inteira estremeceu, quando a energia de Markab inundou o local em seu estado de mais pura inconstância. Do lado de fora, Andromeda precisou se segurar à aldrava da grande porta para não perder o equilíbrio e a mesma acabou se abrindo, deixando-a completamente exposta aos dois homens.

 

— P-papai... Henrik...

 

Ela não soube ao certo o que dizer, os olhos amendoados e castanhos estariam marejados agora se ela não tivesse sido muito bem treinada para que isso não acontecesse. O objetivo de um acordo de paz com o Conselho Jedi, administrado por Mestre Yoda, não precisava ser explicado. Em poucas palavras e expressões, tudo havia ficado claro como água. Sendo enviada a Coruscant, a pequena Estrela de Markab e Cassiopeia seria treinada na Academia Jedi, como tal, unindo ambas as forças em um só corpo e trazendo a paz a todos os povos, transcendendo limites políticos. 

 

Markab aproximou-se da jovem de longos cabelos castanho-escuros e trouxe-a para os seus braços em um abraço muito terno e maternal. Mesmo do alto de toda a sua experiência em batalha era incapaz de explicar a sua filha adolescente porque acreditava que ela era a chave para a paz na Galáxia; porque acreditava tanto no potencial dela, porque ela era diferente das garotas de sua idade aos olhos dele e aos olhos de Henrik ou, mesmo, do Conselho Jedi.

 

— Você é muito forte, minha Estrelinha de Fogo. Não nasceu para incandescer Mirach, nasceu para levar seu fogo à toda a nossa Galáxia. O seu destino é trazer a paz, é pôr fim a uma guerra de milênios travada entre nós e os Jedi. - ele respirou profundamente, quando seus olhos âmbar encontraram os dela. - A Força estará com você sempre. Aqui ou na Academia, entre eles. Vá até lá e mostre quem nós somos. Vá até lá e mostre porque nós somos dignos de todo o sangue que já foi derramado até hoje.

 

Andromeda abraçou-o como se ainda fosse a criancinha de cinco anos de idade que tentou lutar contra Henrik.

 

— Eu acredito em você, minha Estrelinha. - Markab beijou a testa da menina e sorriu, a pele ao redor dos olhos delineada por lágrimas que jamais escorreriam. 

 

Depois de ter de lidar com a filha e com a aceitação dela perante o fato de que seria usada como instrumento de paz, o Imperador teria de lidar com a esposa. Cassiopeia jamais aceitaria de bom grado aquela situação, jamais veria com bons olhos a sua única filha em meio aos Jedi - por quem havia sido doutrinada a nutrir ódio, apesar de essa opinião ser contrária à do marido. A vida da Imperatriz havia sido bastante difícil, apesar de ela ser também membro de uma família nobre, e dois de seus filhos haviam se unido à Força prematuramente: dois meninos, um ainda em seu ventre e, outro, poucas horas após o nascimento. A menina, Andromeda, também havia nascido prematura e em um parto bastante complicado, mas era, felizmente, a que havia sobrevivido, a sua principal razão de viver. Choros, gritos, protestos e sons de objetos chocando-se contra as paredes foram ouvidos por todo o Palácio; a energia espiritual da Imperatriz provocou, inclusive, rachaduras em algumas colunas da sacada nupcial. O véu da noite desceu por sobre o céu avermelhado do planeta vulcânico por três dias e três noites, antes de ela deitar o corpo sobre o leito real sem mais lágrimas para chorar. Markab a consolou, como o bom marido que sempre havia sido, mas talvez aquela fissura em seu coração jamais poderia ser reparada, nem mesmo por ele. O mundo de uma mãe não seria mais o mesmo sem a sua única filha, sua melhor amiga e confidente. Muito embora não fosse o seu intuito, Markab havia preparado o funeral de sua esposa com aqueles planos. Havia cavado, ele próprio, a cova de sua amada.

 

— Eu sempre o amei mais do que a mim mesma, Markab... mas jamais irei perdoa-lo pelo que fez.

 

Os dois nunca mais dividiram o mesmo leito ou a mesma mesa. As reuniões da nobreza eram marcadas por desprezo e olhares não trocados. As íris de Cassiopeia jamais tornaram ao belíssimo tom de castanho usual, permanecendo em nuance escarlate até o fim de sua vida amargurada, cerca de três anos mais tarde.


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