Casa dos Sibley.

James sentia sua pele arder e sua boca formigar, aquele misto de sensações que parecia atormentá-lo desde seu beijo com Evans. O garoto passava a mão freneticamente pelo rosto, tentando espantar tais pensamentos de sua mente. Estava do lado de fora da casa dos McKinnon, sentado em um dos grandes bancos de madeira, enquanto os outros se dividiam entre estar com Marlene ou distrair Agnes.

Uma leve brisa bagunçou seus cabelos e uma presença se fez presente em seu lado, sentando-se ali como uma velha conhecida. O aroma característico de lírios inebriou seus sentidos e no mesmo momento ele soube quem era.

— Perturbado com algo, Potter? - disse a voz doce, os lábios próximos ao ouvido dele — Não consigo tirar você da cabeça, James. Isso não poderia ter acontecido.

— Não menti quando disse que te amo, Lily. Não sei o que você fez comigo mas... - teve sua fala interrompida por ela, que repousou o dedo indicador sobre os lábios, diga-se de passagem, convidativos do moreno.

— Shiu, não fale uma besteira dessas em voz alta assim. As bruxas têm ouvidos - disse séria, mirando seu olhar ao dele. A vontade de tê-lo para si parecia atormentar a ruiva, que respirou fundo e mudou de assunto — Vai nos ajudar? 

— E eu tenho opção? - disse descrente.

— Na realidade tem, você pode escolher morrer massacrado por um clã de caçadores que sabem da sua associação conosco - respondeu de forma cínica, sorrindo — Tente não esbarra com minha tia, mas caso isso acontecer... só não escute o que ela falar, ok? Aquela mulher consegue ser pior que eu as vezes.

E com aquela última fala a garota saiu, deixando-o sozinho com seus pensamentos e um súbito calafrio estranho na espinha.

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Saturno mantinha seu olhar felino fixo em Agnes, tentando explicar a situação para a bruxa mais velha. A gata enrolou a cauda peluda em volta das patas, vendo quando a mulher esbravejou e um respingo da magia dela quebrou algumas louças da cozinha. 

Dorcas encolheu o corpo no sofá, visivelmente nervosa. Nunca pensou que estar na presença de uma anciã fosse tão assustador. 

— Aqueles malditos caçadores! Todos irão pagar por isso - disse séria, o semblante pesado no rosto marcado por linhas de expressão. Sua visão vagou pela sala, pairando sobre Meadowes, que parece estremecer levemente — Criança, nada irá acontecer com você. 

— Seja lá qual era o plano de Walburga, provavelmente aquela harpia velha já possui outro - disse a felina, pulando elegantemente até o parapeito da janela — Você é inteligente, Agnes, irá achar uma solução e quando isso acontecer nós estaremos aqui para lutar por você e com você. 

A bruxa apenas fechou os olhos por alguns segundos, sentindo-se revigorada.

— Irei ficar longe até o próximo fim de semana, tudo ficará por conta de vocês. Se mantenham protegidos e não deixe que nenhuma das garotas faça algo imprudente. Emmeline, confio em você para cuidar delas - Sibley caminhou até as portas, fazendo um breve ritual de proteção antes de deixar um beijo no topo da cabeça de Vance.

Entrou no carro e deu partida, deixando tudo livre para que o verdadeiro plano entrasse em ação.

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Marlene batia as unhas na bancada de mármore da pia de forma incessante. Estava tentando manter sua postura enquanto Sirius e Remie cuidavam da garota dos caçadores. Ela observava cada movimento da mais nova, preparada para qualquer coisa que fosse capaz de prejudicar um dos presentes na sala. Bufou quando a menina mirou seus olhos de corça em seus tempestuosos.

— Não tente me enganar com sua bondade fingida, filhotinha - resmungou, cruzando os braços.

Sirius fez uma careta, voltando-se para McKinnon.

— Lene, não acho que ela vá ser prejudicial para nenhum de nós. Conheço essa garota e a vi crescer. Diferente do que já fui um dia, ela manteve sua integridade e a bondade que você vê é verídica. Sei que consegues ver através da aura das pessoas se quiser, porque não testa com ela? Tire suas próprias conclusões e baixe a guarda. 

Marlene sentiu algo mudar dentro de si quando ouviu aquelas palavras, por um pequeno segundo ela esqueceu que o homem que falava aquilo era o mesmo que havia assassinado sua família a sangue frio. Piscou desconcertada, ajeitando a postura e se deixando confiar no Black mais velho pelo menos aquela vez. O feitiço era simples e em um piscar de olhos ela conseguia ver as cores claras brincando na volta do corpo pequeno de Jones, demonstrando que sua pureza vinha do coração.

— Vou confiar em você, Héstia. Não faça com que me arrependa - concluiu a loira, sorrindo fraco para Sirius, que a olhava com evidente felicidade.

O estômago de McKinnon pareceu apertar e seu peito encheu de uma sensação calorosa enquanto observava as interações de Sirius com a pequena caçadora. Que droga era aquela acontecendo com Marlene?

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Regulus mantinha a atenção presa em Remie, que estava praticando para aprimorar sua magia. O garoto estava apreensivo com aquela situação, esperava que no final as coisas dessem certo, mas conhecia bem a capacidade que sua mãe tinha de estragar tudo em que tocava. Lupin mantinha os olhos cerrados e balbuciava palavras quase inaudíveis, aumentando ou diminuindo o ritmo em que seus dedos se moviam no ar. 

"O grande lobo corria pelas poças d'água, deixando que suas patas pesadas batessem na terra molhada. O focinho estava úmido e o pelo parecia ouriçado enquanto corria com o garoto magricela em suas costas. Estava debilitado, mas não deixaria que ninguém machucasse Regulus. Não deixaria que os encontrassem outra vez." 

— No que está pensando? - a voz suave de Lupin pareceu ecoar pelo cômodo, fazendo com que ele saísse de seus devaneios.

— Em quando eles quase nos pegaram e você me protegeu - deixou-se desabar sobre a cama macia, observando a garota sentada no chão com as pernas cruzadas, vários livros e xícaras de café vazias em sua volta — Quero te proteger e te manter segura, assim como todos os outros que estão aqui e os que vivem pelo mundo. Minha mãe precisa morrer, Rem, ou ninguém vai ter paz. 

— Nós vamos cuidar uns dos outros, Reg. Não tente lidar com tudo sozinho, você já fez muito por mim enquanto estive quase morta. Minha força vital estava se esvaindo e você cuidou de mim sem pedir nada em troca, salvou a minha vida e ainda faz isso sendo meu amigo - sorriu para ele — Descanse um pouco, as coisas estão prestes a se tornar ainda  mais turbulentas por aqui.

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Era fim de tarde quando todos se reuniram em volta da sala dos Sibley, prontos para aprimorar o plano que haviam bolado juntos.

— Agnes saiu por uma semana, acredito que para buscar alguma solução com nossos parentes do Alasca. Ela pretende juntar um exército para destroçar os caçadores, mas iremos agir antes disso. Temos seis dias para acabar com o rastro de todos eles, nada pode falhar - Lily pontuou, sem tirar os olhos de James — Walburga é uma mulher inteligente e Marietta é experiente, o único problema é que a sede de poder a deixa burra. Seu sonho em tomar o lugar da minha tia fez com que se aliasse com pessoas erradas. 

Todos estavam atentos, o barulho baixo da chuva batendo contra as janelas tornando a situação ainda mais séria. Marlene estava apreensiva, Sirius parecia aborrecido e Emmeline mantinha-se quieta. 

— Fazê-la acreditar que Agnes está fraca e debilitada será fácil, todos sabem que a fonte do poder de titia é a devoção das pessoas. Todos sabem também que um feitiço ilusório é fácil e não deixa rastros se bem feito - um sorriso perverso adornou as belas feições da ruiva, era como se uma chama incendiasse sua alma naquele momento — Andei treinando e posso dizer que está perfeito. Só precisamos fazer com que a encenação seja convincente e ela caia na armadilha. 

— E se der tudo errado? Ela é tão velha quanto o próprio Satã - disse Dorcas, estreitando os olhos.

— Então... nós simplesmente a mataremos da pior forma possível - respondeu McKinnon, lambendo os lábios.

— As amarras no solo serão feitas no dia, para que não haja chances de erro. A floresta estará ao nosso favor, consigo ouvi-la sussurrando isso - disse Lupin, a lua em sua testa brilhando mais que o normal quando a garota fechou os olhos — Ela ficará enjaulada e sem saída, e então você poderá matá-la, Sirius.

Black apenas acenou. A expressão solene em seu rosto era a mesma que possuía quando cortou fora a cabeça dos familiares de Marlene, que sentiu um nó se formar em sua garganta.

— E o que eu faço? - perguntou Héstia, com os dedos cruzados sobre o colo — Eu quero ajudar.

Todos voltaram seus olhares para a garota, que se sentiu ainda mais diminuída. O sorriso reconfortante que recebeu da ruiva aliviou um pouco as sensações, assim como quando Saturno passou por seu colo, aninhando-se ali.

Lily riu baixo pois sabia que a amiga estava brincando com as emoções de Jones, deixando-a relaxada.

— Pode nos contar melhor o que você ouviu no acampamento? 

E então Héstia Jones contou-lhes tudo que sabia, e buscou em sua memória por fatos que fossem capazes de ajudar aquela gente, que mesmo sem saber estava a tratando melhor que sua família.

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Potter coçou os olhos e recolocou os óculos de armação redonda ao subir as escadas após dar boa noite para Dorcas, deixando um beijo estalado na testa da melhor amiga. Já havia feito sua higiene e agora esticava os braços, tentando aliviar o peso presente em suas costas. O moreno abriu a porta do quarto em que dormiria e levou um pequeno susto ao encontrar Lily Evans sentada na cama, com uma camisola. 

A ruiva sussurrou alguma coisa e a porta se fechou atrás do corpo dele. O barulho da chave girando sozinho na maçaneta fez com que ele engolisse em seco. Se manteve estático no lugar, sem saber de que forma reagir. Tinha em mente que morreria naquele momento, só não sabia ainda de qual forma.

Evans se pôs de pé, os pés descalços tocando o tapete felpudo enquanto ela caminhava até o outro. Parou em frente ao homem, retirando calmamente os óculos dele, depositando-os sobre o criado mudo. Voltou para a antiga posição e repousou ambas as mãos nas laterais do rosto de Potter, apreciando sua beleza. 

Os olhos castanhos pareciam ler sua alma e ela gostava daquilo.

Lily começou a passear com seu polegar pelas bochechas dele, desbravando cada região. Passou-o sobre os lábios, nariz e testa do moreno. Beijou as pálpebras fechadas e então selou seus lábios pela primeira vez na noite. Os braços fortes circularam seu corpo e o trouxeram para perto, deixando seus peitos colados. Seus pés esbarraram nos dele quando passaram a caminhar de costas até o colchão macio, onde James depositou com calma o corpo de Evans. A bruxa parecia uma obra divina deitada nos lençóis brancos, e ele não cansaria nunca de apreciá-la.

Sorriu quando ela também o fez, deixando que os dedos ágeis retirassem a camiseta que estava usando, logo indo até a barra da calça de pijama. Abaixou o tronco até estar na altura dela, deixando que seus lábios depositassem selinhos por seus ombros e pescoço, seguindo uma trilha até os lábios naturalmente avermelhados. Começou com um breve selar que logo foi se transformando, as línguas brigando entre si para saber quem comandaria o beijo. Mordiscou-lhe o lábio inferior, sugando-o entre os seus quando as unhas pintadas de preto percorreram suas costas de forma quase agressiva. A ardência daquele ato apenas aumentando seu desejo por ela. 

Lily afastou-se dele brevemente, tirando do próprio corpo a camisola que vestia, ficando completamente nua. Esparramou-se na cama, deixando que ele conseguisse vislumbrar cada parte sua, sem pudor algum. Puxou novamente o corpo dele para perto do seu, beijando a ponta de seu nariz após esfrega-lo junto ao seu. Sentiu-se vibrar quando as mãos calejadas de Potter fizeram contato com seus seios pela primeira vez, sem ser em um sonho. Arquejou quando os lábios dele deslizaram por seu corpo até os mamilos, lambendo e chupando cada um deles até que ficassem vermelhos e inchados. Percorreu até a barriga dela, onde depositou mordidas e então como um pedido silencioso, Lily afastou as coxas, apertando os próprios seios ao que uma lufada de ar quente percorreu sua intimidade. James lambeu os lábios antes de desce-los até ali, degustando-a da melhor forma possível.

Os gemidos fracos e sôfregos de Evans se propagaram pelo ar, sendo uma espécie de música para os ouvidos de Potter, que ainda a saboreava. Antes que pudesse evitar, ela já estava se desfazendo sobre a boca do homem. O corpo tremelicando com os espasmos de prazer. Ele acariciou o interior de suas coxas, deixando beijos castos ali antes de procurar os lábios de Evans novamente, deixando que ela experimentasse o próprio gosto em um beijo repleto de sentimentos não ditos. Ela segurou firme no membro ereto de James, mantendo um ritmo que o fazia gemer alto e morder o ombro dela em forma de manter o controle. Seu pulso foi pego pela mão dele, parando os movimentos. 

Apenas com um olhar ela compreendeu, se acomodando melhor sobre a cama enquanto ele se posicionava sobre seu corpo, introduzindo seu membro na intimidade molhada de Evans. A ruiva segurou firme nos ombros dele, repousando a cabeça no ombro de Potter quando ele se abaixou e começou com os movimentos, aumentando o ritmo conforme os gemidos necessitados dela preenchiam o ambiente. Era uma conexão que nenhum dos dois havia experimentado na vida, uma ligação que conseguia ser mais do que carnal. Nenhuma palavra fora dita naquela noite.

Um fio prateado percorreu ambos os corpos enquanto se moviam em sincronia, Lily sequer notou aquele acontecimento, atordoada pelas inúmeras sensações imensuráveis que percorriam seu corpo e alma naquele momento. 

James se sentia completo, como se um pedaço seu estivesse finalmente no lugar de origem. Era bom. E Lily parecia flutuar, o coração tão cheio de amor que sequer percebeu quando ambos estavam acomodados juntos na cama. Não demorou até que ambos pegassem no sono abraçados, confortáveis e quentes naquela noite chuvosa. 

E a partir daquele momento Lily Evans sabia que tinha entregue totalmente seu coração para James Potter.