Dois anos se passaram desde aquele dia difícil no hospital. Alice refizera sua vida longe de New Hampshire. Dava agora aulas em uma escola de danças de salão em Manhattan e era muito aplaudida.

No final de sua aula seu agente e dois homens engravatados vieram falar com ela.

 

-Parabéns. – Os homens bateram palmas e ela corou

-Peter. O que o traz por aqui? – Ela perguntou ao agente

-Alice. Esses são uns organizadores de espetáculos de bailarinos profissionais e eles queriam te fazer um convite. – Falou entusiasmado

-Na verdade queremos saber primeiro se você tem par? E se ele é tão bom quanto você. Meu nome é Marcus. – O primeiro deles se apresentou

-Bem, meu par desistiu de dançar faz tempo. Formou família, sabe. Mas eu tenho um colega aqui que é muito bom dançarino e que com certeza não se importaria de ser meu par. Seu nome é James.

-Ótimo. Nós estamos organizando um evento entre bailarinos com alguns números de espetáculo e iríamos amar que você fosse uma das nossas convidadas. – Falou o outro organizador sem se apresentar mas sorrindo muito para Alice – Me desculpe, não me apresentei. Meu nome é Garrett. – Falou pegando a mão de Alice delicadamente e a levando até seus lábios

 

Alice fez uma discreta vénia e sorriu.

 

-E pra quando é? – Perguntou em seguida para Peter

-Para daqui a uma semana. Eu sei que é muito em cima da hora mas eu tenho certeza que você consegue fazer algo maravilhoso para nós. – Falou Peter convito

-E têm preferência pelo tipo de dança? – Ela perguntou olhando Garrett que jogava charme

-Gostei de você. Não reclamou do tempo e ainda nos dá opção de escolha. – Marcus falou muito sorridente

-Tango. É o que precisamos de você. Sensualidade, tensão, tesão e muita paixão. – Garrett falou a encarando com um olhar sedutor

-E principalmente fogo. Daquele que queima, seduz, hipnotiza e nos cega. – Marcus concluiu de acordo com a ideia do seu parceiro de negócio

-Terão tudo isso em uma semana. – Ela garantiu

 

 

 

Emmett brigava com Jazz pelo computador. Uma guerrinha infantil, mas divertida.

 

-Larga o osso Emm. Eu preciso checar meus mails. – Jazz falou o empurrando

-Checa depois. – Falou pondo o antebraço no peito do cunhado impedindo-o de chegar perto do computador

-O seu depois é nunca Emmett. Eu só preciso de 5 minutos porra! – Ele gritou – Se você não me deixar checar os meus mails eu conto pra Rose que você deu mole pra Victória.

-Cala a boca cara. Não fala isso nem de brincadeira. Se Rose ouve isso ela pede o divórcio. E depois te mata, por saber, me mata pensando que é verdade e mata Vicky safadona e mata todo mundo…Mas peraê, eu não vejo Victória faz mais de…três anos. – Ele concluiu fazendo contas

-Isso sei eu. Mas Rose não. Em quem você acha que ela vai acreditar? – Ele chantageou

-Droga cara, isso é jogo sujo. Você é mau. – Ele bicou

-Eu sei. Agora levanta essa bunda gorda daí e me deixa checar meus mails.

-Ei. Eu não tenho bunda! Quer dizer, eu não tenho bunda gorda. Ela é bem gostosa, popozuda e musculada. Bem firme. Oh toca. – Falou empinando a bunda na cara do amigo

-Ew Emmett. Tira essa bunda espaçosa da minha cara. – Falou Jazz se afastando e quase caindo no chão

-Tudo bem. Eu paro de te torturar. Mas só se você me prometer que não inventa uma coisa dessas pra minha ninfa. Eu amo sua irmã demais para a perder por uma bobagem.

-Eu sei Emm, eu tava pegando com você. Agora pára de ser gay e vaza daqui. Xispa! – O despachou

 

Emm saiu fazendo pose marica, empinando o bumbum e mandando beijinhos pelo ar feito Miss. Jazz não conseguiu deixar de gargalhar com as loucuras do cunhado. Assim que se recompôs checou os mails. Tinha várias mensagens, entre elas uma de seu amigo de faculdade Garrett, organizador de eventos. Ele o convidava para assistir a mais uma de suas organizações sobre uma convenção anual de bailarinos profissionais e amadores com espetáculo de alguns bailarinos convidados.

 

Logo ele respondeu afirmativamente ao mail e organizou a vida a puder viajar para Manhattan na quinta de noite e aproveitar a cidade. Ir no primeiro dia de convenção na sexta. Sábado assistir o espetáculo e mais um dia de convenção. E domingo aproveitar o dia na cidade e voltar ao fim da tarde pra casa.

 

 

 

Alice não assistiu ao primeiro dia de convenção pois ficou dando os últimos passos com James. Quando chegou o dia Alice estava descontraída.

 

-Você consegue. A coreografia está excelente. Eles vão amar. Vai ser o melhor show da noite. – Peter incentivou

-Eu ainda não vi a coreografia, mas se ela for tão sensual e hipnotizante quanto você, pode crer que vai ser a melhor dança da noite. – Garrett falou no ouvido de Alice

-Obrigada. – Ela corou

-Depois desse espetáculo espero que me possa presentear com uma dança particular. – Murmurou de novo lançando o seu olhar mais sedutor

-Vamos? – James perguntou não deixando Alice responder a altura aquele abusado

-Boa sorte. – Peter desejou

 

 

Jasper já estava em uma mesa bem perto da pista principal onde ocorriam os números. Já assistia ao quinto número mas nenhum parecia suficientemente bom ou entusiasmante.

 

-Agora é que o espetáculo vai esquentar. – Garrett falou se sentando na cadeira ao lado do amigo

-E porquê? – Jasper perguntou indiferente

-A garota que vai dançar a seguir é maravilhosa. Além de ser gostosa de dar dó. Você vai amar o jeito gostoso dela rebolar. É irresistível. – Ele falou malicioso

-Sei. – Jasper rolou os olhos bebendo mais um gole de sua bebida

-Olha ela lá. Ela tá entrando. É aquela ali do fundo. – Ele apontou

 

Jazz seguiu o olhar para onde Garrett apontava e seu coração parou. Não conseguia crer que era ela. E como ela estava linda naquela saia de cetim preta e aquele corpete apertado preto, com detalhes em vermelho, fazendo evidenciar as belas curvas do seu corpo. Trazia ao pescoço uma tira de tecido com uma enorme flor pendendo para o lado direito em vermelho. Seus lábios estavam apetecíveis sob aquele batom rouge sangue.

 

Ouvia como som de fundo um tango maravilhoso que conseguia comandar seus pés ao mesmo ritmo. Assim que a viu dançar todo o mundo sumiu. Era só ela que ele conseguia ver. Reparava em cada movimento dela e sentia uma força paranormal o puxar para o meio da pista, não fossem as barras de vidro que separava a pista da plateia, ele já estava lá no centro, a tomando em seus braços.

 

 

Alice se entregava de corpo, alma e ritmo aquela dança. Em um dos seus passos mais complicados ela cometeu o erro de olhar para o público. E assim que o fez notou aqueles olhos verdes a encarando. Descuidou de um passo quase imperceptível, mas no meio de tantos profissionais com certeza seu erro foi notado.

Voltou a se concentrar e desviou o olhar do público. Conseguiu terminar o seu espetacular número sem errar mas preferia não o ter feito. Se sentia mais nervosa por ter terminado do que por o ter começado.

 

Saiu da pista seguindo Peter e não encontrou mais aquelas esmeraldas na plateia. Será que ela havia sonhado?

 

-Alice. Você foi maravilhosa. Meus mais sinceros parabéns. – Garrett a felicitou a tomando num abraço sugestivo

 

Foi nesse abraço que ela notou que atrás de Garrett estava Jasper. A olhando intensamente. Se recordou de seu filho…do filho deles…e seu coração apertou.

 

-Deixa eu te apresentar meu amigo. Alice, esse é Jasper Hale, um dos melhores dançarinos amadores que eu já conheci. Jazz, essa é Alice Swan, a bailarina mais carismática e sensual do mundo. – Ele apresentou rodeando a cintura de Alice com seu braço possessivo

 

Nenhum dos dois tomou gesto ou palavra alguma. Apenas ficaram se encarando.

Jazz estendeu a mão para a cumprimentar e Alice o fez com a mão trêmula. Assim que se tocaram um choque elétrico percorreu o corpo dos dois. Alice começou recordando dolorosamente todos os pequenos e intensos momentos que partilhou com aquele homem e não conseguiu segurar as lágrimas.

 

Soltou sua mão da dele e saiu dali correndo. Só parou fora do recinto, no parque de estacionamento quase sem fôlego. Se encostou em um carro qualquer e se deixou escorregar até ao chão, abraçando suas pernas e escondendo seu rosto nos joelhos, chorando e soluçando. Sentiu uma mão tocar seu ombro e lentamente ergueu a cabeça.

 

-O que você tem? – Garrett perguntou enxugando as lágrimas dela

 

Alice se levantou com a ajuda dele e se recompôs.

 

-Nada, só problemas do passado que voltaram. – Ela soluçou

-Tem certeza que você está bem? – Ele perguntou preocupado

-Sim. Eu só… – Parou de falar assim que percebeu Jasper se aproximando e parando perto deles

 

Garrett olhou confuso ao perceber que o estado do amigo não era melhor que o de Alice.

 

-Precisamos conversar Alice. – Ele falou embargado

-Vocês se conhecem? – Garrett perguntou admirado

-Não há nada pra falar. Você disse tudo o que tinha pra dizer na época. – Ela falou seca tomando o caminho de volta a convenção

-Espera. – Ele pediu segurando o braço dela

 

Ela olhou zangada do seu braço pra a mão de Jazz e por fim para o rosto dele e se soltou.

 

-Bem, acho que ela não quer falar com você. – Garrett falou se intrometendo na conversa e passando o braço na cintura de Alice

-Não se meta Gar. Esse é um assunto meu e dela. – Jasper insistiu com raiva do gesto do amigo

-E eu já falei que não tenho nada a falar. – Ela contradisse

-É assim que você foge dos problemas Alice? Claro que é. Foi assim que você fez dois anos atrás me julgando sem me conhecer.

-Eu fui inconsequente e acho que já tive a paga por isso, né? Você falou o que quis naquele hospital.

-Eu estava nervoso. O que você queria que eu falasse. Você me abandonou, me enganou. Voltou para o seu noivo.

-Eu nunca enganei você. Eu nunca falei que ia ficar com você. Você que falou isso por mim. Chega desse papo. – Falou limpando de novo as lágrimas que ainda caiam e voltando a andar, se soltando de Garrett

 

Mais uma vez ele foi atrás dela e a segurou pelo braço a impedindo de continuar.

 

-Me deixa ir. – Ela pediu sem força na voz

-Solta ela Jasper. – Garrett vociferou o pegando pelo braço

-Eu já falei para não se meter. – Jasper urrou se soltando de Gar

-Você não tá vendo que ela não te quer nem pintado de ouro. Deixa ela. – Zoou o outro irritando Jazz

-Então é isso Alice. Ele será o próximo idiota que você vai enganar como você me enganou? – Ele perguntou a soltando

 

Alice tapeou o rosto de Jasper com força e em seguida apontou o indicador na sua cara.

 

-Eu já falei pra você não me tratar como uma qualquer! – Ela gritou

-Calma Alice. Ele não merece você. Não se exalte. – Gar sussurrou no ouvido dela a segurando pela cintura de novo de modo a provocar Jazz

 

Ele ia reagir enciumado pronto a socar o cara, mas foi Alice quem tomou a frente se soltando do cara e o empurrando.

 

-Escute aqui Garrett. Nós estamos no meio de uma discussão particular da qual você não foi convidado. Então se não for ser muito grossa, sai da minha cola! – Ela falou calma o olhando com raiva

-Você vai preferir ele a mim? – Ele questionou ofendido

-Sim. Ele é mil vezes melhor que você. – Falou só pra se livrar do mala sem alça mas acabou falando a verdade

-Tudo bem. Você é quem fica perdendo. Existem outras gatas que seriam capazes de rastejar aos meus pés.

-Ótimo. Então vaza!

-Vai se arrepender de me dispensar Alice. Vê se pode. – Falou ofendido dando costas pra ela

 

Alice passou as mãos no rosto respirando fundo e se preparando para o que ainda vinha por aí.

 

-Alice. – Jazz a chamou

 

Ouvir seu nome na boca dele só fez a chama do amor, que estava adormecida, se aceder com mais vida. Seu coração disparou e lentamente o encarou.

 

-Eu só fui precipitada e inconsequente. Eu sempre sou. Por isso acabo sempre por perder tudo aquilo que mais amo. Na altura foi você. – Ela falou sem esperar ele começar

 

Jasper se sentia de novo uma criança inocente perto daquela mulher. Qualquer palavra vinda dela aprecia como vindo dos céus e seu coração acelerou mais que ao que já estava acelerado, só de estar ali.

 

-Repete o que você falou. – Ele pediu se aproximando dela

-Que eu sou precipitada e inconsequente? – Ela perguntou confusa

-Depois? – Falou se aproximando mais dela

 

Alice arfou quando ele passou a mão pela sua cintura e fechou os olhos antes de responder ao que ele queria.

 

-Que acabei perdendo quem eu amava.

-Repete. – Pediu ao ouvido dela

-Que eu te amava…e que ainda te amo…muito. – Confessou ainda de olho fechado

 

Jasper a puxou mais para si com a mão que estava na cintura e com a outra mão livre acariciou o rosto húmido dela.

Cuidou cada pormenor daquela face com os olhos e com a boca. Beijou a testa, os olhos, as bochechas, o nariz, o queixo e por fim os lábios. Um beijo leve mas pleno de paixão.

 

-Eu te amo demais Alice Swan. – Ele sussurrou na boca dela

 

Alice abriu os olhos e olhou nos dele. Enlaçou seus braços em torno do pescoço dele e tocou de novo seus lábios com os dele.

 

-Me perdoa. – Pediu num fio de voz

-Me perdoe você. Eu que fui um burro, um idiota, um…

-Shuuu. Não vamos mais pedir perdão. Eu quero ser sua. – Falou essa última frase no ouvido dele com uma voz rouca e sensual

 

 

 

Jasper a pegou pelas pernas e a carregou no colo até seu quarto. Ali se amaram uma segunda vez sempre parecendo como a primeira. Eles recordaram e redecoraram os corpos um do outro. Relembraram de como eles se encaixava perfeitamente um no outro como se tivessem nascido um para o outro. Dançaram a dança do amor a um ritmo frenético e pulsante. Gritaram e gemeram diversas vezes o nome um do outro, fazendo juras de amor eterno.

 

No final, como na primeira vez, ela deitou no peito dele e ele a abraçou.

 

 

Depois de terem prometido ficarem juntos para sempre e tentarem sempre falar antes de tomar qualquer atitude de que possam vir a se arrepender, Jasper ainda tinha uma questão a tratar com Alice.

 

-Onde está nosso filho? – Perguntou acariciando o braço dela

 

O coração dela parou. Não sabia o que responder. Em um impulso desfez do abraço e saiu da cama apressadamente.

 

-O que foi? Onde você vai? Porque não me responde? Onde está meu filho? – Jazz a bombardeou sem obter uma única resposta

 

Alice se vestia nervosamente e segurava as lágrimas. Não sabia como contar pra ele que tinha dado seu filho para adoção.

O coração de Jasper apertava cada vez mais, pensando na possibilidade de que aquele ser frágil não tivesse sobrevivido. Não aguentou o silêncio da sua amada e se ergueu em direção a ela a segurando por um braço para o encarar

 

-O que aconteceu com nosso filho? Me responde! – Perguntou em um tom mais alto

 

Alice não conseguiu controlar mais e chorou desesperada. Sabia que se falasse iria perder de novo o amor de sua vida.

 

-Fala Alice! – Jazz gritou nervoso

-Me perdoe, por favor. – Ela pediu mesmo antes de falar

-Perdoar o quê? O que aconteceu? PeloamordeDeus Alice, fala! – Pediu chorando também

-Eu…eu…dei…ele…pra adoção. – Falou entre soluços

-Como é que é? – Ele vociferou a puxando para o encarar – O que você fez? – Gritou com ela

-Eu não ia conseguir cuidar dele. Eu fiz o que era melhor para nosso filho. Eu só dei ele pra alguém com melhor condições emocionais e psicológicas que eu naquela época. Me perdoe meu amor. – Ela falou em choro

-Não me chame de meu amor. – Falou com nojo dela e se afastando

-Não faz isso comigo Jasper. – Chorou assim que ele a soltou

-Como você quer que eu reaja perante uma pessoa que desistiu de nosso filho? – Falou irritado

-Eu não fui a única que desistiu dele! – Atirou indignada – E eu não desisti dele. Eu nunca desisti do nosso filho. Eu o amo acima de tudo e eu o vejo sempre que eu quiser. – Garantiu com a voz embargada pela dor

-Onde ele está? Eu quero ele de volta.

-Como você pode querer de volta alguém que nunca foi seu!

-Ele é meu filho! – Ele garantiu alterado

-Dois anos atrás você garantiu que não.

-E não é? – Ele questionou

-Claro que é! Não duvide de mim de novo. Por favor. – Ela implorou

-Eu não me importo que esse casal já o tenha adotado, eu quero meu filho. Se você não tem capacidades de o criar eu tenho!

-Eu só precisava de tempo. Se você ficar do meu lado, eu vou conseguir cuidar dele.

-Eu só quero meu filho. – Falou num tom normal mas denotando sua raiva

-Você não me quer mais? Não me ama mais? – Falou com seu coração apertado

-Eu te amo demais Alice, mas eu não tenho certeza se algum dia a gente vai resultar. – Ele falou magoado por suas próprias palavras

-Não, por favor, não me deixa. Por favor. – Chorou alto se ajoelhando e se agarrando a ele – Eu te amo. Me perdoa!

 

Jasper passou as mãos no seu cabelo e limpou as lágrimas que teimavam em cair. Seu coração apertava ao ver a mulher que amava se humilhando daquele jeito. Não conseguiu se controlar e se ajoelhou junto dela.

 

-Por favor, me perdoa. – Ela implorou desesperada

 

Jasper a abraçou e a beijou. Não queria perder ela de novo. Ela já estava cravada em seu coração desde dois anos atrás e essa noite ela penetrou mais fundo, se enraizando de um jeito irreversível.

 

-Vamos buscar nosso filho agora. – Ele pediu

 

Alice assentiu com a cabeça e em passos silenciosos eles terminaram de se vestir.

 

 

 

-Qual o nome dele? – Ele perguntou quebrando o silêncio enquanto ela dirigia

-Jason. – Respondeu com um sorriso triste

-Foi você que escolheu?

-Não. Eu não conseguia escolher um nome pra ele. Estava muito indecisa. Então deixei eles escolherem. – Falou sem tirar os olhos da estrada

 

Algumas horas depois, Jasper notou que estavam indo em direção a New Hampshire.

 

-Eles moram aqui? – Ele perguntou confuso e Alice afirmou deixando ele curioso

 

Se perguntava se já não havia se cruzado com seu filho antes.

 

-Como ele é? – Perguntou

-Tem os cabelos negros como a mãe e os olhos do pai. – Ela respondeu

 

Tempos depois Alice parou o carro na porta de casa da irmã e do cunhado.

 

-Que a gente está fazendo aqui? Eles vão nos dizer onde nosso filho está? – Jasper inquiriu

-Hum, mais ao menos. – Falou nervosa

 

Os dois saíram do carro e caminharam até a porta. Alice tocou e Jasper esperou impaciente que viessem abrir e que falassem onde Jason estava e logo o fosse buscar.

 

-Alice! – Exclamou Bella abraçando a irmã – Jasper? – Questionou surpresa

-Te explico depois. Ele está ai? – Perguntou

-Morrendo de saudades tuas. – Falou rolando os olhos

 

 

Jasper sentiu um enorme ciúme. Pela conversa estavam falando de Edward. Como Bella conseguia ser tão natural ao falar que o marido estava morrendo de saudades de outra mulher, que ainda por cima era sua irmã?

 

-Entrem. Edward está na sala. – Convidou a entrar

 

Assim que Edward viu Alice se levantou do sofá e correu pra pegar ela no colo, a rodopiando no ar.

 

-Que saudades suas baixinha. Tem tempo que você não vem cá. – Ele reclamou partindo o abraço

-Ei, não exagera. Eu vim cá mês passado.

-Eu sei. Mas você sabe que pra ele isso é muito tempo. – Ele falou fingindo falsa zangação

 

Jasper ficou mudo a um canto da sala. Ficou boiando na conversa. Eles estava falando de quem afinal? Do noivo dela? Jasper forçou os dentes uns contra os outros sentindo raiva e soltando um rosnado, que fez Edward o notar.

 

-Que esse cara tá fazendo aqui? – Bravejou

-Calma Ed. Ele só veio conhecer ele. – Falou com a sua doce voz.

 

Assim que ela falou um click se fez na cabeça de Jasper. Ele era o seu filho. Eles estavam falando de Jason. Jason estava com Edward e Bella. Sempre esteve. Esse tempo todo.

 

-Ele tá dormindo? – Alice perguntou

-Duvido muito. Deitamos ele tem nem 5 minutos. Ainda deve tar acordado. – Bella falou abraçando o marido – quer que eu vá lá buscar ele?

-Não. Nós vamos até o quarto dele. – Falou olhando Jazz e lhe estendendo uma mão

 

Ele caminhou até Alice e a seguiu até um quarto de criança. Assim que viu o berço, seu coração ameaçou sair pela boca. Largou Alice e foi até o berço. O bebê ainda estava desperto brincando com um urso de pelúcia.

Seus olhos se inundaram e um sorriso enorme rasgou em seu rosto.

 

-Tem seus olhos. – Alice falou se aproximando

 

Assim que o bebê ouviu a voz da mãe se levantou e guinchou mostrando suas gengivas e os três dentes que estavam nascendo.

Alice brincou com ele e ele saltitou contente. Ela o tirou do berço e o pegou no colo.

 

-Esse é o papai, viu? É o papai. Fala. Papai. Papai. – Brincou o balançando e fazendo ele olhar para Jasper

-Posso pegar nele? – Perguntou nervoso

 

Alice nem respondeu e passou o filho para Jasper.

 

-Oi filho. Você é lindo, sabia? Que nem sua mamãe.

-Mama. – O bebê balbuciou

-Isso. Mamãe. – Jasper brincou

-Papa. – Balbuciou de novo apontando para o rosto de Jazz

 

Alice se emocionou bem como Jasper, que sorriu de felicidade e o beijou.

 

-Ele sabe que você é o pai dele. – Alice falou alegre

-Como? Ele nunca me viu. Edward convive com ele. Jason devia pensar que Edward era seu pai.

-Bem…É que…eu sempre mostrei fotos suas pra ele. Acho que ele te reconheceu. – Ela confessou – eu não desisti dele Jasper. Nunca. Não iria conseguir. Ele é nosso filho. Nosso. – Falou acariciando o bebê

-Nosso. – Concordou a abraçando e a beijando – Casa comigo. – Ele pediu a olhando

 

Alice abriu um sorriso de surpresa e pegou Jason, o colocando de novo no berço.

 

-Claro que sim. Se você não o fizesse eu o faria. Não quero viver mais longe de você. Eu te amo. – Ela falou sério o abraçando e o beijando

-Não mais do que eu te amo.

 

Edward pigarreou e deu uma leve gargalhada na porta do quarto.

 

-Já sabemos que se amam mas Alice, Bella tem uma coisa pra te falar. Assunto sério. – Ele falou de cara fechada

 

Alice se assustou pensando que havia algo de errado com o casal e Jasper pensava que eles iriam impedir eles de levar Jason embora. Foram em passos apressados para a sala.

 

-Está tudo bem Bella? – Alice perguntou preocupada

-Claro. Melhor não podia estar. – Ela falou sorridente

-Sério? – Alice perguntou estranhando a reação dela e a reação contrária de Edward ao falar em “assunto sério”

-Você vai ser titia, baixinha! – Edward falou desmanchando a cara séria e sorrindo

-Você me assustou seu danado! – Ela pegou dando pelada nele e indo até Bella a abraçado de felicidade

-E você não tem nada pra falar pra gente? - Bella inquiriu olhando para Jasper

-Er…é que… - Alice enrolou

-Eu pedi ela em casamento. – Respondeu Jazz pela agora noiva

 

 

 

Passaram a noite vendo Jason dormir e de manhã cedo o levaram para Rose e Emmett o conhecerem.

Rose babou no sobrinho e Emmett prometeu que ele seria a próxima geração terror. Ou seja, um Emmett em ponto pequeno.

Todos gargalharam e Rose abraçou Alice quando seu irmão anunciou que estavam noivos.

 

-Bem vinda à família Alice. Eu sempre preferi você pra Jazz Vocês são perfeitos. – Falou alegre

 

E ela tinha razão. Eles eram perfeitos. Únicos. The one!