Ano  988

Passado

Pov’ Victória Mikaelson

A manhã  seguinte  foi dolorosa para mim.  Meu  irmão  caçula  estava morto de uma maneira  horrível.  Meu pai  culpava  Niklaus,mas  eu   não  fazia  isso.  Niklaus  não tinha  culpa,  o que ocorreu  foi  uma  fatalidade  terrível e também  de  certa  forma   imprudência  de  duas  pessoas que  só queriam  ver  a  transformação  dos  lobos.  Eu  não podia culpar  ninguém, já  que  eu mesma  me  esgueirava  para  fugir  do esconderijo e  ir ver os  lobos. 

Houve uma  vez que eu  fui pega por um deles.   Me  lembro como se fosse  ontem,quando  um grande lobo marrom  claro  se aproximou de mim.   Lembro  de seus  olhos  verdes hipnotizantes,  encarando  os meus,  como se desvendasse  todos  os meus segredos.  O lobo  não me atacou  e sim  aproximou  sua  cabeça  de minhas  mãos e  ronronou como se  estivesse pedindo  carinho. 

Não sei  o que me deu,mas  qualquer  temor  que  antes tomasse  conta de mim se esvaiu.  Sorri para o grande lobo e fiz  carinho em seu  focinho.    O pelo  dele  era a coisa  mais  macia  que já  acariciei.  Fiquei  feliz igual uma tola naquele dia.  

—  Vick!  -  Uma  voz conhecida me  desperta de meus pensamentos.

 -  O que foi Elijah?  -  Pergunto soltando um suspiro.

—  Eu só queria  saber se  você  está  bem?    -  Elijah  me perguntou preocupada.

—  Olha, eu não vou mentir.    -  Falo   olhando para ele .   -   Já  estive  melhor, mas  nesse momento tudo que eu sinto  é luto.  – Respondo e  já  estava saindo,mas  Elijah me  deteve.

Ele  segurou meu  braço e  me  virou novamente  em minha direção  e  me  abraçou.  No  começo  eu não retribui , pois eu queria  ser forte  e passar por aquilo sozinha,mas   essa parte  de mim foi esmagada pela  parte  que  queria  o conforto  de um abraço, ainda  mais vindo da pessoa  que  você ama.  Retribui o  abraço e  chorei  no    ombro  de  Elijah.  Depois de alguns  minutos  assim, eu tentei  me  afastar, mas  Elijah continuava me  segurando.   

— Elijah... -  Chamei  quase  num sussurro.

— Sim? -  Ele disse me  soltando.

—  Sei que   não  é  a  hora certa  para  te  dizer isso, mas depois do que  aconteceu   com nosso irmão tenho medo de  não conseguir  dizer  isto nunca  a  você.   -   Falo segurando suas   mãos.  – Eu amo você. -  Confesso.

Elijah   me   olhou confuso por  uns instantes. 

— Mas,não somente como  um  irmão Elijah! -  Digo ao notar  sua confusão.   -  Eu te  amo como homem.   -  Falo  e abaixo minha  cabeça  envergonhada.

Elijah não disse mais nada e  eu entendi aquilo como uma negativa.  Ele não senti o mesmo e foi tolice minha achar que fosse diferente.  

—  Victória isso  não é certo.   -  Diz  Elijah.    -  Somos  irmãos e  temos  o mesmo sangue  correndo em nossas veias.  -  Argumentou.

—  Eu sei que é errado e foi por isso que eu passei boa  parte  da  minha vida  tentando sufocar  esse sentimento,  mas eu não consigo,pois  ele está muito forte e vivo dentro de  mim.   -   Sinto a  angústia  tomar  conta de  meu coração.

—   Isso não é certo!  -  Elijah diz  sério.  

—  Só me  diga  que  não sente nada por  mim, há não ser  amor  fraternal e  eu  esqueço isso.  -  Eu  impus. 

Elijah  não responde  e me  olha  com  o olha indecifrável.  

—Vamos,Elijah! -   Digo  ansiosa por qualquer resposta.   –   Só me diz...

—  Está  bem!  -  Elijah diz nervoso.   -   Quer mesmo  saber o que  eu sinto  por você?   -  Ele pergunta  e  eu  assinto.    – Pois bem,   desde  o bendito dia  que   você  completou  seus dezesseis  anos eu  venho  gostando  de  você  e agora   que   você  tem  seus  dezoito  isso  não  mudou!  Pelo  contrário,  isso só  aumentou, pois sei que amo você.   -   Confessa  Elijah me  fazendo  ficar  surpresa.

—   Então,você  também me ama?   -  Indago.

— Sim,Victória.  -  Elijah  diz.   – Mas, eu sei que isso é  errado e... – Eu  não  deixei que ele terminasse de falar.

Coloquei  minhas  duas  mãos  uma  em cada  lado do rosto dele  e  aproximei  nosso rostos.  Meus  movimentos eram lentos  e suaves, eu  não queria assusta-lo.     Ele  se  calou assim que percebeu  a  pouca  distância entre  nós.  Nossas  respirações  se  misturavam.  Nossos  olhos estavam presos um  no outro  e foi como se tudo ao redor   não  fizesse  tanta  importância.    Meu  corpo  fervia e  as  famosas  borboletas  que  Rebekah  tanto me falava começaram a  voar em meu estômago.   Rocei nosso lábios um no outro.   Elijah  não  conseguiu mais resistir e  quebrou qualquer  distância  que ainda  estava entre nós, quando me  beijou.  

Ah aquela  sensação devia ser  como  poder  voar  e provar  um pedaço  do paraíso.   Era  uma  coisa  tão  doce  e   prazerosa.   Nossos lábios  pareciam ser  feitos um  para  o outro.  Tive  certeza que aquela boca  fora  a única  feita por  Deus  que  pertence  a  mim.   Tive  certeza que  ninguém  me beijaria  melhor  que  ele. O  tão sonhado beijo começou  com  uma certa voracidade, como se  nós  dois  estivéssemos  famintos   pelos  lábios  um do outro.  Mas, depois  o beijo se tornou mais  calmo e  suave.   O  ar nos  fez  falta  e  tivemos  que nos  separar um do outro.   Eu e  Elijah  permanecíamos com as  testas coladas  e  estávamos ofegantes.   Ai meu deus,  eu estava  em chamas  ainda. 

Antes  que um de nós  pudéssemos  fazer qualquer coisa, a  porta  do meu quarto se abre.   Nós dois nos afastamos rapidamente,ambos  com medo.  Eu vi Nik entrar  e  ele   olhou para  nós dois e ergueu uma  das sobrancelhas. 

— Irmãos,  temos que ir  até  o enterro de  Henrik.   -  Niklaus  diz inexpressivo.

Elijah  sai do quarto sem falar nada e  Nik  faz o mesmo.  

Olho para  as minhas  roupas e  vejo  o  motivo  que  fez Nik desconfiar  de  nós dois,  minhas roupas  estavam bagunçadas e meu  rosto devia  ter  ficado corado.  Mas, por que  será  que  Nik  não brigou conosco?

Levo  minhas  mãos até  os  meus lábios, ainda sentindo  o beijo de Elijah.  Foi inesquecível. Não  vou nunca  conseguir  esquecer  aquele beijo.

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Presente

Ano  2012 -  13/08 -  Pensilvânia, Harrisburg  - 14:30h

Pov’ Autora

Victória  caminhou até  sua BMW preta.  Seus Scarpin  fazia  barulho conforme ela andava ela pisava  com tanta força que foi impossível Frederick não  a ouvir chegando.  Frederick  abriu  a porta  do  passageiro e  Victória  entrou sem nem mesmo  olhar  em seu rosto.

Frederick  sabia  que aquilo era uma  mal sinal.  Ele  já estava  acostumados com as  “sutilidades”  de  Victória, quando estava com raiva.     Ela pisava  com força.  Não falava  com ninguém a  não ser quando  fosse para  dizer ordens  e usava  seu óculos  escuro, mesmo  o dia estando nublado.

—  Fred.    -  Victória  o chamou pelo apelido.    -    De  logo  partida.  Quero chegar  logo a  Mystic Falls.    -   A híbrida  original diz impaciente.

—   Está  tudo bem?   -     Ele aproveitou  para perguntar.   

—  Sim.  -  Ela  mentiu.    -  Foram  só alguns  fantasmas  insignificantes  do meu passado.    -  Victória coloca  seus fones  de  ouvido, deixando claro que  não queria  mais  conversa.

Victória tinha sonhado na  noite anterior, o dia  em que ela  e  Elijah  se declararam. È  claro  que também  sonhou com o primeiro beijo que os dois deram.    Ela  soltou  um riso pelo   nariz,quando começou a  tocar Give me Love  do  Ed Sheeran  no seu celular.

—  Amar  não está  mais presente  em meu  vocabulário.   -   Victória  diz para  si mesma.