— PAPAI - Katniss Everdeen corria em direção a sua casa com lágrima nos olhos, não entendia o porquê Peeta Mellark a detestava tanto, todas as vezes que brincava com os amigos ele sempre a humilhava.

Certa vez cansada das brincadeirinhas de mau gosto revidou o empurrando. Uma senhora Mellark furiosa apareceu na casa dos Everdeen exigindo explicações ao ver a testa do filho machucada, naquele dia Katniss ficou de castigo por duas semanas sem sair para brincar.

O senhor Everdeen apareceu na varanda após ouvir a filha o chamar, ao vê-la vindo em sua direção e logo atrás vinha Peeta, fechou os olhos imaginando o que deveria ser, suspirou cansado pensado na próxima bronca que daria no garoto.

Ele nunca gostou da familia Mellark principalmente de Peeta que implicava com sua filha, sempre dizia a sua esposa que o garoto seria um problema, era errado pensar este tipo de coisa ainda mais Peeta sendo apenas um garoto de onze anos.

— Princesinha o que houve? - perguntou o senhor Everdeen se abaixando para ficar na altura da filha, lhe doía o coração ver sua pequena assim, lançou a Peeta um olhar desagradável, o fazendo encolher o ombro envergonhado.

Katniss abraçou o pai.

— Posso ficar em casa assistindo filmes - pediu, não queria contar ao pai que Peeta saiu lhe jogando pedrinhas.

— Claro que pode, mas terá de fazer pouco barulho pois Prim está dormindo - diz o pai, colocando uma pequena mecha do cabelo da filha atrás da orelha, lançou a ela um sorriso protetor - Vamos.

Katniss assentiu sorrindo segurou a mão do pai, olhou para trás e mostrou a língua, meninos como Peeta Mellark eram bobos, entretanto só não entendia porque gostava tanto dele.

— Porque você faz aquilo com a Catnip? - perguntou Gale Hawthorne finalmente o alcançou e o empurou, fazendo Peeta cambalear e cair no chão.

Gale quem os apresentou, ele é próximo da família Everdeen, os pais de conhecem desde a faculdade, não era a toa que se tornaram amigos desde que eram bebês, ele era mais protetor que o senhor Everdeen quando se tratava de Katniss e também pequena Prim.

— Você disse que meninas gostam de coisas românticas iguais aqueles nos filmes da Disney, foi o que tentei fazer - Peeta tentava entender o que havia feito de errado, era para ela sorrir e não chorar fazia o possível para demonstrar quão gostava dela, mas sempre acabava em lágrimas, qual era o problema das meninas, elas são tão esquisitas pensou fazendo uma careta.

Gale deixou os ombros caírem enquanto balançava a cabeça consternado, Peeta nunca compreendia seus conselhos por mais que tentasse.

— Quando eu disse para jogar as pedrinhas, eu havia falado para jogar na janela e não na Catnip.

Peeta arregalou os olhos horrorizados, balbuciou algumas palavras que Gale não conseguiu identicar. O garoto precisava se explicar ou pelo menos tentar, mas duvidou que ela o ouvisse, lembrou se do que o pai lhe dissera uma vez, jamais deve desistir de algo que vale a pena, e Katniss Everdeen valia a pena.

— Eu sou um idiota - Peeta arregalou os olhos e bateu a mão na testa.

— Bem que você sabe - Gale estava mais interessado em brincar de futebol do que falar sobre assuntos relacionados às meninas e beijo, achava nojento, mas seu melhor amigo havia encontrado o primeiro amor, então ele tinha que ajudar.

Peeta não respondeu, pois era retórico precisa tirar de Katniss aquela má impressão que ela tinha dele, para isto teria de se esforçar para merecer.

Do que meninas gostam?

Uma lâmpada acendeu em sua mente sorriu com a ideia que havia acabado de ter, o plano tinha que sair perfeito.

— Ei! Gale você acha que a Katniss gosta de Cupcake.

Era fim de tarde, Peeta caminhava pelo gramado dos fundos da família Everdeen estava com a intenção de pedir desculpas, em sua mão havia um cupcake sundae que sua mãe havia preparado especialmente para a garota, após ele ter implorando por uma hora e meia.

Avistou Katniss sentada no balanço como sempre ela estava sozinha, de sua janela o garoto a via neste mesmo horário nos dias de sol, sempre quis saber o porquê dela ficar ali olhando para o Lago.

— Oi.

A menina levantou o olhar encarando-o, isso fez Peeta recuar um passo para trás, Katniss ainda estava chateada pelo que o garoto havia feito aquela manhã, não queria vê-lo tão cedo.

— Vai embora.

— Eu vim pedir desculpas - gaguejou, um rubor apareceu em suas bochechas.

— Eu não aceito - diz Katniss emburrada cruzou os braços e fez biquinho.

— Voce nunca facilita as coisas, não é? - Katniss encarou Peeta após ouvir o que ele havia dito, um sorriso apareceu no rosto da menina fazendo-a corar.

— Eu trouxe para você, minha mãe quem fez.

— Humm! Você não se cansa de me deixar para baixo Peeta, pode levar isto embora, eu. Não. Quero - a voz Katniss soou irritada, seus olhos brilharam por causa das lágrimas.

Não era para menos da última vez ele havia colocado grilos na lancheira dela, Peeta entendia perfeitamente. Katniss confiava em poucas pessoas uma dela não era o Peeta, pois o garoto sempre a provocava, quando a esmola é demais o santo desconfia.

— Eu sinto muito, é como um pedido de desculpas por tudo que fiz a você - falou Peeta suas palavras eram sinceras.

Fez um gesto para que ela pegasse o cupcake, Katniss estreitou os olhos olhando o rosto de Peeta procurando algo que possa denuncia-lo, mas não encontrou nada então de bom grado aceitou, nunca havia ganhado um presente de um garoto, nos filmes achava lindo, mas vindo de Peeta para ela era especial.

— Você me odeia?

Katniss voltou seu olhar rapidamente para o garoto franzindo a testa, odiar era uma palavra muito forte, o máximo ela só não gostava dele, mas por tudo o que ele havia feito com ela.

— É claro que eu não te odeio. Eu nunca poderia odiar você.

Um sorriso aliviado apareceu no rosto de Peeta, bom era um começo, diz a ela Peeta abriu a boca para dizer, mas nada saiu, de repente ficou com medo de ser rejeitado, fechou os olhos irritado consigo mesmo chutou a terra.

Havia planejado e repassado o que dizer a Katniss com Gale antes de estar ali, talvez o amigo tinha razão, iria assustá-la caso dissesse, da próxima vez falaria o que sente e também Katniss não vai a lugar nenhum, ela sempre seria a garota casa ao lado da qual ele amava, desde que a viu usando Maria Chiquinha no cabelo pela primeira vez.

 - Porque você fica aqui fora olhando para o Lago?

— Veja as cores no céu, o dourado no lago é tão bonito - mostrou Katniss de modo sonhador o porquê de ela ficar ali fora.

— Posso te ensinar a pintar, sabe fui eu quem decorei o cupcake.

Katniss olhou para o cupcake pela primeira vez, era tão delicado que ela sentiu mal ao pensar em comer.

Sabia que Peeta tinha talento certa vez durante uma aula de artes o viu pintar em um quadro, quando ela pediu uma dica para ele, Peeta riu e disse que seu desenho parecia uma abóbora estragada por causa da cor fazendo-a chorar, depois daquele dia a amizade que pareciam ter sumiu fazendo a toda vez se irritar com ele.

Talvez um dia pedisse a ele para ensiná-la a pintar, um dia em que Peeta parasse de implicar com ela. Deu os ombros em resposta inclinou o balanço para frente e para trás com os pés.

O senhor Everdeen abriu a porta da casa que dava para o jardim, não gostou da ideia de vez a filha ao lado de Peeta, as palavras da esposa não saía de sua mente: Ele gosta dela, acha porque das implicâncias. Ele não estava preparado para isto, ainda a via como aquela pequena garotinha de quatro anos que havia caído de bicicleta, na verdade ele sempre a veria assim.

— Katniss, está escurecendo é melhor entrar - o pai a chamou.

— Estou indo papai - Katniss levantou do balanço e sorriu para Peeta - Obrigado pelo cupcake Peeta, agradeça sua mãe por mim.

Ela se inclinou lhe dando um selinho no lábio, Peeta arregalou os olhos e imediatamente corou, piscou não acreditando, ela havia lhe dado um selinho, um sorriso radiante apareceu em seu rosto olhou para Katniss esperando ver a reação no rosto dela, não houve tempo de chama lá, pois já havia partindo.

Ficou repetindo aquele momento várias vezes em sua cabeça por minutos, entretanto sua mente não parava de chegar perguntas:

Será que ela gosta me mim?

Amanhã vai ser diferente?

Posso chamá-la de minha namorada.

Ele não sabia a resposta, mas pretendia descobrir futuramente enquanto caminha para sua casa, voltou seu olhar para trás vendo a casa de Katniss.

Talvez nem tudo deva durar para sempre, certas coisas são como escrever no céu... Uma coisa muito bonita mais que dura alguns instantes apenas e depois... Depois você entende né? O amor, ele realmente é terrível!