Por las manos del Destino escrita por Caroline Bottura


Capítulo 8
Confesiones


Notas iniciais do capítulo

Boa noite, voltei...Férias da faculdade e daqui a pouco do serviço, nçao vou mais abandonar vocês. Boa leitura.



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Henrique:

Ela estava linda, elegante e charmosa, afastei a cadeira para ela que se sentou, me sentei na sua frente e nos olhando alguns segundos sorri.

— Você está linda Regina.

O sorriso dela me deixa mais encantado.

— Muito obrigada, você também está... encantador.

Chamei o garçom e fizemos nossos pedidos, a conversa foi passando por vários assuntos principalmente o centro que era a paixão dela, agora estávamos falando sobre os filhos.

— Bianca é minha princesa, mas muito parecida com o pai, o jeito alegre e brincalhão, estudiosa e teimosa também, mas é uma filha maravilhosa.

Sorri bebendo um pouco do vinho. – Sinceramente não sei quem a Renata puxou não é nem parecida com a mãe nem comigo, a mãe dela era seria, cheia de manias e bem dura eu me casei com ela quando soube da gravidez para ser bem sincero, eu sou tranquilo, metódico e gosto de números e administrar. – Paro um pouco para pensar em minha filha olho para Regina e Renata me vem forte na cabeça. – Renata ela é livre, sonhadora e alegre, tem os olhos mais vivos e lindos que já vi, ama ajudar ao próximo por isso a profissão de médica, é confiante e o sorriso é contagioso. – Regina sorri e os olhos bem vivos prestando atenção em quanto falo. – Enfim deve ter puxado os antepassados da família.

Regina jogou a cabeça para trás e deu uma risada gostosa e alegre, os olhos eram lindos mas bem no fundo escondiam uma profunda tristeza e eu imaginava o que seria, ela olhou para mim ainda sorrindo.

— Eu adoro a Renata, quando penso na minha filha que não está comigo eu a imagino assim como a Renata, livre, alegre como eu era quando jovem.

Peguei a mão dela e entrelacei com a minha, não queria ela triste hoje.

— Você ainda é assim Regina só é preciso despertar porque foi algo que adormeceu com tanta dor, mas você já se mostrou forte e decidida.

Ela apertou minha mão. – Obrigada, por tudo.

Beijo a mão dela e voltamos a comer e conversar coisas mais leves, claro que estava curioso sobre o marido já falecido e como foi a perca da primeira filha, mas como disse não a quero triste pelo contrário quero ver ela rir como fez agora pouco e ver seus olhos brilhando como quando ela entrou no restaurante, após a sobremesa pedi a conta e saímos juntos.

— Regina eu sei que você está de carro, mas queria te levar em outro lugar, ainda é cedo. – Encolho os ombros na esperança dela aceitar, queria leva-la para conhecer uma das minhas paixões que é pilotar helicópteros.

— Eu aceito se depois você me trouxer de volta para eu pegar o meu carro.

— Combinamos assim se ficar muito tarde te levo para sua casa e amanhã mando buscar seu carro antes de você sair para ir trabalhar, não posso te deixar andar de noite sozinha.

Ela estreita os olhos para mim, mas depois sorri balançando a cabeça. – Combinado.

A guiei até meu carro e abri a porta ela entrou colocando o cinto, dei a volta e sentei atrás do volante sorrindo para ela.

— Posso saber para onde vamos?

Dei um sorriso de lado. – Surpresa.

Ela apenas assentiu, não demoramos a chegar, entrei com meu cartão e estacionei, assim que sai do carro Regina me acompanhou, coloquei minha mão nas suas costas a guiando, cumprimentei algumas pessoas, passei na cabine e peguei as chaves, fomos até a pista, ela parou e olhou pelo vidro alguns helicópteros, surpresa olhou para mim.

— Vamos voar?

Ri com a sua surpresa e me aproximei. – Sim, vou te levar para voar comigo, é minha paixão pilotar e queria te mostrar e levar você

Ela sorri se aproximando mais. – Eu adoraria.

Ela se afasta me deixando apenas com vontade de beija-la de novo, a guio até o helicóptero e a ajudo a subir, nos preparamos e em menos de 5 min estamos no alto, era linda a cidade, iluminada, não conseguia tirar os olhos de Regina ela estava maravilhada, os olhos brilhando.

— Está gostando?

Ela se vira para mim sorrindo mais ainda. – Eu estou amando Henrique, tudo perfeito.

Eu não sabia o que estava acontecendo com meus sentimentos, mas o que eu sabia era que ela me fazia bem, eu me sentia vivo perto dela com sentimentos a tantos anos não sentidos e eu estava aproveitando pois só de pensar em não vê-la meu coração aperta.

Regina:

A noite está maravilhosa, desde quando eu cheguei no restaurante até agora sobrevoando a cidade, Henrique é um cavalheiro e perfeito em tudo, atencioso e inteligente, estou tentando não deixar nenhum sentimento aflorar, mas está muito difícil não sentir, quando ele sorri minhas pernas tremem e meu coração acelera isso não é nada bom, mas eu me permito relaxar e aproveitar o momento. Olho para Henrique os olhos dele brilham enquanto pilota ele ama realmente isso, não consigo deixar de sorrir ao seu lado, depois de um pouco mais de uma hora voando ele desce com o helicóptero, desliga e desce, eu tiro os equipamentos e ele abre a porta me ajudando a descer, quando firmo meus pés no chão ele ainda está me segurando pela cintura, não consigo me afastar e nem quero.

— Obrigada por essa noite Henrique foi perfeita.

Ele sorri ainda me segurando e se aproximando. – Foi mais que perfeita Regina e eu não queria que acabasse, mas não posso evitar isso, só que tem uma coisa que posso evitar.

Ele se inclinou mais perto. – O que você pode evitar?

— Em ir para casa sem sentir seus lábios, vou te beijar Regina e não vou pedir desculpas.

Eu ia responder que não precisava de nenhuma desculpas pois queria tanto quanto ele esse beijo, Henrique me puxou e colou nossos corpos, primeiro ele encostou sua testa na minha fechei os olhos e senti quando ele colou seus lábios no meu, o abracei pelo pescoço, o beijo foi cheio de sentimentos não ditos, mas muito bem expressados, sentimentos que eu mesma não conseguia pôr em ordem e entender, terminamos o beijo mas não nos separamos, Henrique me olhava com tanto carinho que sem medir meus atos toquei o rosto dele em um tipo de carinho, observei ele a fechar os olhos, ele pegou minha mão e beijou a palma, naquele momento tudo desapareceu, nos beijamos mais uma vez e quando cessamos ele beijou novamente encostou nossas testas, nossas respirações agitadas.

— Regina você não sabe o que faz comigo.

Sorri olhando para ele. – Se for mesmo o que você faz comigo.

Ele sorriu lindamente. – E o que eu faço com você?

Mordi o lábio inferior um pouco tímida, depois de anos, eu uma mulher dessa idade tímida na frente de um homem, quando eu ia responder o celular dele toca.

— Melhor atender, pode ser importante.

Ele balançou a cabeça. – Nada é mais importante do que esse momento.- O celular parou e ele tocou meu rosto. – Então Regina, o que eu faço com você?

Novamente o celular dele tocou, ele fechou os olhos, sorri pela ansiedade dele em saber o que me provoca, mas também agradeci em não ter que responder quando ele pegou o celular e atendeu, meu alivio se foi quando vi a expressão dele, ele repetiu o nome da Renata e eu senti meu coração apertado, ele desligou e olhou para mim.

— O que aconteceu Henrique?

— Renata, era o hospital, ela sofreu um acidente de carro, preciso ir para lá.

Arregalei os olhos, que já se encheram de lagrimas, segurei a mão dele.

— Nós vamos Henrique.

Ele segurou minha mão forte e andamos até o carro de pressa, ele abriu a porta mas eu o impedi de largar minha mão.

— Quer que eu dirija?

Ele beijou minha mão. – Você está tremendo Regina, eu dirijo.

Eu entrei no carro e fechei os olhos, pedi a Deus para que Renata estivesse bem, a dor e o medo que estava sentindo era avassalador, só sai dos meus pensamentos quando senti o carro em movimento, olhei para Henrique e ele pegou minha mão e apertou, segurei forte e mesmo em silencio estávamos nos apoiando, eu apoiando o pai e ele uma mulher que amava muito a filha dele. O caminho até o hospital foi rápido e com poucas palavras, saímos juntos do carro e fomos para a recepção, ele se apresentou e fomos levados até uma sala de espera, ele se sentou e me puxou com ele, sentamos esperando o médico que não demorou, quando ele entrou levantamos.

— Dr como esta minha filha, o que aconteceu?

— Renata sofreu um acidente de carro, parece o sinal estava vermelho para o outro motorista e ele avançou, bateu na lateral do carro, Renata estava sem cinto o impacto não foi tão forte, mas foi forte o bastante para ela bater a cabeça no vidro e cortou a testa, estava desacordada por causa da batida e também teve uma luxação no tornozelo direito, já imobilizamos, fizemos exames neurológico pra saber se a batida não causou nenhum dano, mas os exames deram tudo certo, ela apenas está descansando ela na verdade nem queria que eu ligasse para o senhor, mas é o procedimento.

Nos dois suspiramos de alivio, não sei porque, mas não ouvi o Henrique respondendo ao médico, meus olhos se encheram de lagrimas me afastei e fui até o sofá, me sentei no exato momento que os soluços vieram e não sei o porquê, minha visão estava embasada pelas lagrimas e senti Henrique me erguendo e me abraçando, o apertei forte encostando a cabeça no peito dele.

— Ela está bem Regina, não chora, está tudo bem.

Comecei a me acalmar com a voz dele, me afastei e olhei para Henrique ele limpou minhas lagrimas.

— Desculpe Henrique, me deu um alivio que eu só consegui chorar.

— Não se desculpe, eu vejo o quanto você gosta da Renata.

Balanço a cabeça. – Muito Henrique.

Ele segura mais uma vez minha mão. – Agora vem vamos ve-la e tirar o peso que ainda temos, ela esta no quarto.

Fomos em direção aos quartos, batemos e ouvimos a voz dela pedir para entrarmos, Henrique entrou primeiro e fui logo atrás, só dei por mim que estávamos de mãos dadas quando vi a cara de surpresa de Renata, tirei minha mão da dele suavemente enquanto andamos até a cama.

— Filha que susto me deu, como você está?

— Estou bem papai, foi um susto mas tudo bem.

Me aproximei do outro lado da cama.

— Está sentindo alguma dor?

Renata me olhou sorrindo. – Não, só um incomodo no tornozelo. – Ela ainda ficou me olhando. – Esta linda.

Sorri envergonhada, quando Henrique chamou a atenção dela.

— O médico disse que vai ter que ficar em observação hoje e amanhã de manhã pode ir embora, eu só vou levar a Regina para casa e volto pra ficar com você.

— Não se preocupe Henrique eu pego um taxi.

Ele balança a cabeça. – De maneira nenhuma que vou deixar você a uma hora dessa ir de taxi pra casa.

Ia responder quando Renata se fez presente.

— Eu não preciso que fique papai, vou dormir e amanhã espero o senhor me buscar.

Agora eu que nego. – Não pode ficar sozinha Renata, de jeito nenhum.

Ela me olha. – O problema é que meu pai aqui vai me fazer ficar constrangida, não sou mais nenhuma criança.

Henrique ri, olho para ele.

— Entendi, minha filha já é uma mulher e fica com vergonha de mim em ajuda-la em algumas coisas.

— Explicou direito pai, não é necessário.

Fico com receio de deixar Renata sozinha e se precisar ir al banheiro e cair.

— Renata eu não acho prudente deixa-la sozinha, se me permitir posso ficar com você.

Percebo os olhos dela úmidos e me pergunto se fiz ou falei algo errado, mas essa duvida se desfez quando ela abriu um lindo sorriso e respondeu.

— Pode Regina, muito obrigada.

— Bom fui dispensado, eu vou tentar descobrir algo sobre o outro motorista, não pode avançar o sinal vermelho e sair impuni.

— Quando o médico veio me ver eu perguntei para ele, o outro motorista teve um mal súbito papai, não conseguiu parar e faleceu de um ataque.

Apenas nos olhamos, Henrique a tranquilizou. - Eu vou verificar sobre familiares e tentar ajudar.

Ficamos conversando nós três, mas quando uma enfermeira veio verificar Renata ele teve que ir embora. Ele me pediu para acompanha-lo e eu fui até o carro, quando chegamos ele se encostou na porta e me puxou para ele colando mais uma vez naquela noite nossos lábios, era fato toda vez que sua boca estava sobre a minha e suas mãos sobre mim eu me arrepiava e o coração batia forte, terminamos o beijo com um selinho, mas ele não me soltou.

— Muito obrigado por ficar com ela.

— Não precisa me agradecer faço com maior carinho do mundo, Renata não ia se sentir a vontade com você nas horas de ir ao banheiro.

— Eu sei, mas não posso deixar de reparar o quanto vocês duas são perfeitas juntas, eu sei que o carinho de vocês é muito forte. – Apenas sorrio para ele que me dá um beijo calmo, nos afastamos e ele abre a porta do carro. – Qualquer coisa me ligue, amanhã cedo estou aqui.

— Pode deixa e vai com cuidado.

Ele apenas sorri e entra no carro, eu volto para o hospital e entro no quarto de Renata, ela me olhou.

— Achei que você estava dormindo.

— Não, estou sem sono acho que um pouco agitada.

Me aproximo e sento em uma poltrona ao lado da cama.

— Deve ter ficado muito assustada, quando seu pai recebeu a ligação...- Renata me interrompe.

— Você estava com meu pai?

Fiquei sem saber o que responder, como podia fala para Renata que estava conhecendo o pai dela de uma outra maneira. Ela me olhava esperando uma resposta, respirei fundo.

— Sim, estávamos.

Vi quando ela se arrumou na cama ainda me olhando.

— Então o compromisso que ele tinha hoje era com você?

— Isso, marcamos para conversar sobre as obras e... isso.

Renata apenas balançou a cabeça e deixou o assunto morrer e dei graças a Deus por isso, uma coisa que eu não sabia era mentir, entramos em uma conversa tranquila. A ajudei quando quis ir ao banheiro pois estava com o tornozelo imobilizado por uma bota ortopédica, ela adormeceu, aproveitei para mandar uma mensagem para Bianca avisando onde estava e para não ficarem preocupadas, depois fiquei apenas zelando pelo sono dela. Renata havia me conquistado de uma maneira fácil, o jeito dela me lembrava de como eu era quando jovem, feliz, com o brilho nos olhos, esse brilho que morreu junto com a minha filha, cobri um pouco mais ela e me sentei encostando na poltrona.

Acordei com o toque em meus ombros, olhei para cima e Henrique estava sorrindo pra mim, ele se abaixou e me cumprimentou com um beijo leve nos lábios, olhei para cama mas Renata não estava olhei para ele.

— Renata esta no banheiro, porque não dormiu no sofá era mais confortável.

Passei as mãos pelos cabelos. – Na verdade nem vi quando adormeci.

Sorrimos um para o outro, ele colocou um fio de cabelo meu atrás da orelha, descendo os dedos pelo meu pescoço, fechei os olhos com o toque, quando ouvi a porta do banheiro abrir levantei rápido me afastando dele, acho que não tão rápido o bastante Renata ficou nos olhando em dúvida, limpei a garganta e me aproximei dela.

— Devia ter me acordado  Renata para te ajudar, não pode fazer esforço. – Peguei nas mão dela a ajudando a sentar na cama.

— Estou bem Regina, te agradeço muito por ter ficado comigo e cuidado de mim.

Ela me abraçou forte e eu beijei seus cabelos, nos afastamos e olhamos para ao Henrique.

Ele colocou uma bolsa na cama. – Aqui está uma roupa para se arrumar Renata, enquanto isso vou ver se sua alta já saiu.

Ele foi até Renata e beijou sua testa, olhou para mim e sorriu, quando Henrique saiu do quarto ajudei ela a se arrumar, não demorou o médico entrou no quarto examinou ela e a liberou, fomos juntos até a casa deles pois estava sem meu carro, entramos e ajudei ela a se ajeitar na cama depois de tomar um banho.

— Esta tudo bem, alguma dor?

Ela pegou minha mão e pediu que me sentasse na cama com ela.

— Estou bem, sem dor daqui alguns dias tiro essa bota e vou estar nova em folha.

Me aproximo mais dela arrumando seus cachos fora do rosto.

— Não se preocupe com nada, não quero você trabalhando desse jeito.

— Regina por favor não me impeça de ir ao centro, já basta ficar sem ir ao hospital.

— Se for para me visitar não se preocupe eu venho aqui.

Ela dá uma risada. – Eu vou sentir muita falta de você se não te ver todos os dias, estou acostumada.

— Venho então todos os dias.

Renata apertou minha mão na sua, os olhos encheram de agua.

— Nunca tive um cuidado assim da minha mãe, ela era sempre muito distante e fria, quando ficava doente sempre o meu pai me ajudava e cuidava de mim ela sempre falava que não queria pegar a gripe, ou a fica enfiada no quarto sem fazer nada, mas você é tão diferente Bianca tem tanta sorte em te ter como mãe.

As palavras de Renata me emocionaram de uma maneira que não consegui segurar as lagrimas e aproximei mais e a abracei, beijei seu rosto e acariciei.

— Renata eu sinto um carinho tão grande e especial por você, um amor materno que não sei de onde vem, sei que não posso ocupar nenhum lugar que foi de sua mãe, mas saiba que estou aqui por você sempre, para o que precisar, seja um conselho, uma ajuda, um abraço ou um carinho, eu estou aqui pra você e com você.

— Eu sinto isso Regina e saiba que desde de que te conheci você já demonstrou um carinho e fez coisas que minha mãe em anos nunca fez.

Me levantei da cama e me aproximei dela, fiz ela desencostar da cabeceira e me sentei a puxando, ela encostou a cabeça em meu peito e a abracei fazendo carinho em seus cabelos.

— Descanse, estou aqui.

Ela relaxou e depois de pouco tempo senti a respiração dela leve, já tinha adormecido, ainda fiquei com ela um tempo, depois a ajeitei na cama a cobrindo e sai do quarto, Henrique estava na sala, desci as escadas e ele se aproximou, estava lindo sem o terno, com uma calça jeans e uma blusa preta pólo.

— Como ela esta?

— Bem, dormiu agora.

Henrique pegou minha mão e me guiou até a sala de jantar, tinha uma mesa de café posta.

— Não tomamos café da manha, por favor.

Ele puxou a cadeira e eu sentei.

— Obrigada Henrique.

Tomamos café, conversamos sobre o centro e Renata, quando terminamos Henrique pediu para que preparassem uma bandeja para levar até o quarto, fomos nós dois entramos e ela ainda estava dormindo.

— Acho que devemos deixa-la dormir, vamos deixar a bandeja do lado dela.

Henrique colocou a bandeja do café próxima a ela, saímos.

— Preciso ir, vou para casa e depois para o centro, Gustavo vai até lá para começar as obras.

— Hoje de manha pedi para pegarem seu carro e deixar na sua casa, eu te levo.

Terminei de descer as escadas e olhei para ele.

— De maneira nenhuma, não pode deixar Renata sozinha, eu vou de taxi, por favor Henrique.

Ele balançou a cabeça e se aproximou, pegou minhas mãos e beijou, sorri.

— Não sabe como me deixa feliz em ver seu sorriso, você é linda Regina.

Dessa vez sou a puxá-lo para um beijo, ele abraçou minha cintura aprofundando o beijo, fomos nos afastando lentamente.

— Eu preciso ir, se não se importar depois que sair do centro passo aqui para ver como ela esta.

— Eu vou adorar.

Ele me da mais um beijo e depois pede um taxi, vou direto para casa quando chego estão todos me esperando, minha mãe é a primeira a falar.

— Filha o que aconteceu, Bianca me contou da Renata como ela esta?

Dou um beijo em Bianca e cumprimento minha mãe, irmã e cunhado.

— Renata esta bem, foi um acidente de carro, mas graças a Deus apenas machucou o tornozelo e um pequeno corte na testa, já esta em casa.

— Mãe como você soube do acidente, Renata te avisou?

Olho para Bianca e depois para minha mãe.

— Não, eu soube pelo Henrique.

Minha mãe se levanta e me encara.

— O pai da Renata te ligou e você saiu de um jantar com Antonio para ficar com a Renata?

Olhei confusa para minha mãe.

— Eu fui até a Renata sim, passei a noite com ela, mas da onde a senhora tirou a idéia que eu estava com Antonio?

— Você saiu ontem toda arrumada pensei que estava com Antonio.

Olhei para Blanca que sorria disfarçadamente para mim.

— Não estava com Antonio mamãe.

Minha mãe se aproximou de mim. – Regina afinal onde foi e como ficou sabendo da Renata?

Antes de conseguir responder minha irmã intervir.

— Mamãe Regina já é maior de idade, ela sai para onde quiser.

— Eu sei disso Blanca, mas como mãe acho que não tem problema eu querer saber.

Sorri para minha mãe. – Claro que não mamãe, eu estava com Henrique, jantamos juntos e ele recebeu a ligação do hospital, fomos os dois juntos para saber como Renata estava.

Antes que minha mãe pudesse falar alguma coisa Bianca se levanta.

— Claro sempre a Renata não é mamãe, sempre. – Ela corre as escadas, fico sem saber o que aconteceu.

— Eu vou falar com Bianca. – Quando começo a subir as escadas minha mãe chama minha atenção.

— Regina depois temos que conversar sobre isso, achei que você e Antonio tivessem alguma coisa e agora você vai jantar com Henrique.

— Mamãe Antonio é apenas meu amigo, nada mais, agora com licença preciso saber o que aconteceu com Bianca.

Subo e vou direto para o quarto dela, entro sem bater, vejo Bianca sentada na cama limpando as lagrimas.

— O que aconteceu, o que foi aquele rompante na sala?

Ela se levantou. – Rompante, você não esta nem ai mais para mim, apenas Renata e Renata, só vive com ela agora.

Me aproximo dela. – Filha isso não é verdade, ontem ela sofreu um acidente não tem mais mãe, precisava de ajuda.

— Não foi só ontem mãe, todo dia que vou no centro depois da faculdade te procurar para almoçarmos, conversar você esta com ela, quando não é lá dentro é fora, eu nunca te tenho inteira para mim.

Suas palavras me assustam e ao mesmo tmpo machucam, toco o rosto dela afastando as lagrimas.

— Você é minha vida meu amor, minha princesa, você me tem por inteira.

Ela balança a cabeça discordando. – Não mãe, nunca te tive inteira, sempre fui a filha que veio depois, uma substituta da que você não tem mais nos braços, quando eu era pequena eu tinha pesadelos eu ia te procurar querendo seu abraço e conforto, mas você sempre estava chorando, sei que dói, mas estou aqui mãe e não tenho seu amor por completo. Eu ouvi você falando para Renata um dia que se sua filha tivesse viva gostaria que fosse como ela, mas ela não esta mãe, eu estou.

Estávamos as duas chorando, ela por achar que não tinha meu amor por completo e eu com um sentimento de dor por ter deixado ela pensar uma coisa dessas, segurei seu rosto para ela olhar nos meus olhos.

— Eu sofri muito a perca da sua irmã, ainda sofro porque um filho jamais esquecemos, mas você foi minha luz não por substituir porque um filho não é substituível, mas foi quando você nasceu que eu te peguei nos braços foi que eu renasci, Bianca meu amor por você é incondicional me perdoa se eu não consegui que você o sentisse, me perdoa se por alguma vez eu não estava lá para você, você me tem meu amor inteiramente porque você é minha luz, tudo para mim, eu te amo tanto e tenho muito orgulho de você. – Eu a puxo para os meus braços e a braço forte, ela se agarra em mim chorado. – Todas as noites até hoje antes de eu dormir eu vou até seu quarto te observar por algum tempo, agradecendo a Deus por te ter na minha vida, eu te tocava para ter certeza de que era real, amo você meu amor nunca duvide disso.

— Eu te amo mamãe, desculpe é que as vezes me sinto sozinha.

Me afasto dela limpando suas lagrimas, a levo até nos deitamos juntas.

— Eu sempre vou estar com você minha princesa, sempre.

Ela ficou um pouco quieta enquanto eu fazia carinho nos seus cabelos, quando ela olha para mim.

— Eu gosto muito da Renata mamãe, mas fiquei com ciúmes, ela esta bem mesmo?

Beijo sua testa. – Sim ela esta bem, o que acha de hoje depois que eu voltar do centro ir nós duas vê-la.

Ela sorri para mim. – Eu quero mamãe.

— Depois da faculdade passa no centro passa almoçarmos juntas.

— Passo e fico a tarde toda com você.

Aperto ela forte. – Eu vou adorar minha princesa.

Ficamos mais um pouco juntas, depois ela foi se arrumar para faculdade e eu para ir ao centro, tomei um banho deixando o cansaço sair do meu corpo, leve por ter deixado claro para Bianca o quanto a amo, penso em Renata e Henrique que não me sai da cabeça, dos beijos, do olhar, pego a toalha e enrolo no corpo, saio do banheiro e me assusto ao ver Blanca me esperando.

— Jesus Blanca que susto.

Ela ri – Desculpe não foi minha intenção, como Bianca esta?

— Bem, foi uma conversa difícil, Blanca acha que fui negligente com Bianca, não mostrei a ela o quanto a amo?

Minha irmã se aproximou de mim. – Regina, Bianca sempre foi seu universo, o que ela te disse?

Respirei fundo, só de lembrar de como minha princesinha se sentia meus olhos enchem de lagrimas.

— Disse que nunca me teve inteira, que se via como uma substituta e que sempre que precisava de mim quando era criança eu estava chorando, Blanca aquilo me matou, não fazia idéia.

— Bianca esta com ciúmes de Renata, mas sabe que você é uma mãe maravilhosa, conversaram e você conseguiu acalmá-la?

— Sim, conversamos, choramos, mas estamos bem, hoje depois que sairmos do centro vamos visitar juntas a Renata.

Ela sorri. – Só a Renata?

— Não começa.

— Você não vai fugir de me contar tudo, quero saber dos mínimos detalhes.

— Vou te contar, mas lá no centro agora preciso me trocar.

Ela bufa. – Certo, eu já vou indo te espero lá e não adianta fugir de mim. – Ela me manda um beijo e sai do meu quarto, sorrio e vou me arrumar, quando vou para o centro já não tem ninguém em casa, entro no carro meu celular apita, olho a mensagem.

‘’ Tenha um bom dia minha senhora, estou te esperando a noite. Beijos.’’

Sorrio e mando a resposta desejando um bom dia também, chego no centro e vou direto para minha sala, Gustavo já deve estar chegando para trabalharmos na obra, começo vendo as correspondências, olho alguns emails, quando minha irmã entra em meu escritório.

— Minha irmã tem uma mulher lá fora querendo falar com você, perguntei sobre o que era, mas ela disse que é só com você, parece aflita.

— Pode pedir para entrar Blanca. – Levanto da cadeira e a espero perto da porta, Blanca entra primeiro e ela vem depois, uma moça, sorri para ela.

— Oi, sou Regina como posso ajudá-la?

Ela estava nervosa, esfregava uma mão na outra.

— Eu preciso falar com a senhora, sozinha.

Olhei para Blanca que estava em duvida de ir ou ficar, balancei a cabeça dizendo que estava tudo bem, ela saiu fechando a porta.

— Vem vamos nos sentar.

Sentei primeiro no sofá e ela sentou ao meu lado.

— Eu não sei como começar.

— Primeiro se acalme e comece pelo principio.

Vi como ela controlava a respiração, depois de um puxada de ar ela começou.

— Minha mãe faleceu a um mês, fazia tempo que estava doente e dias antes de morrer ela me pediu algo, que procurasse a senhora e contasse toda a verdade, me deu seu nome e como poderia acha-la.

— Sinto muito por sua mãe, mas quem era ela?

— Ela foi enfermeira por muitos anos no melhor hospital da cidade, mas ela por dinheiro fez algo horrível, precisávamos porque meu pai estava muito doente e quando ela recebeu a oferta ou ela aceitava ou arcaria com as conseqüências, ela conheceu a senhora quando ajudou no seu parto a 26 anos atrás.

Prendi minha respiração, não estava entendendo nada. – Naquele dia eu não estava bem, desmaiei depois do parto e  acordei um dia depois, perdi muito sangue e descobri que minha filha tinha morrido, desculpe não me lembro da sua mãe.

— Eu sei, mas minha mãe nunca esqueceu a senhora e o que ela fez, alem do seu parto naquela noite teve outro, ela ajudou nos dois e estava no quarto quando o medico disse para aquela mulher que a filha não tinha sobrevivido, foi quando ela desesperada subornou minha mãe para fazer uma troca por outra recém nascida naquele dia, ela ofereceu dinheiro e ameaçou minha mãe e ela fez o que ela queria, trocou um bebe morto pelo vivo.

Me levantei do sofá, estava sem ar, confusa e com medo da onde essa historia ia dar.

— E o que eu tenho haver com essa historia?

Ela se levantou também. – O bebe trocado foi o da senhora, ela pegou sua filha viva e trocou pela morta daquela mulher.

Eu não sentia mais nada, eu fui tirada do ar, e a voz dessa menina ecoava em minha mente.

 

Continua...


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