Por las manos del Destino escrita por Caroline Bottura


Capítulo 4
Imensurável


Notas iniciais do capítulo

Boa noite, mais um capitulo para vocês.

Bjs.



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Regina:

A pergunta de Henrique me pegou de surpresa, claro que todos tem curiosidade de saber o porque de abrir esse centro por essa causa, mas ainda não conseguia responder a verdade, olhei pra ele e para Renata, quando ia dizer que apenas conhecia a dor, minha irmã me salvou, Blanca entrou no consultório após bater.

— Licença, Regina tem uma senhora te procurando, ela quer informações sobre o centro, creio que é para alguma entrevista.

Olhei pra ela agradecendo mentalmente. – Obrigada Blanca, pode levá-la para minha sala por favor. – Quando Blanca saiu da sala, os olhei. – Me desculpem, vou precisar atender.

Henrique balançou a cabeça. – Eu também já vou, muito obrigado pela apresentação ao centro e novamente parabéns pelo trabalho, é admirável.

Sorri pra ele. – Obrigada, Renata se precisar de alguma coisa vou estar na minha sala.

Sai do consultório e fui para minha sala, a senhora estava a minha espera, realmente era para um entrevista em uma emissora, souberam do trabalho no centro e queriam uma entrevista para que quem não conheça e precisa venham nos procurar, marcamos a data, assim que ela saiu da sala minha irmã e Renata entraram.

— Oi minha irmã, o que a senhora queria?. – Elas se sentaram na minha frente.

— Ela é de uma emissora, querem fazer uma entrevista para mostrar o trabalho realizado aqui no centro.

Renata me olhou sorrindo. – Isso é maravilhoso Regina, vamos poder chegar a muitas pessoas que não conhece o centro e precisam de nossa ajuda.

Me levantei indo ficar ao lado de Renata encostada na mesa. – Exatamente, por isso que aceitei de imediato. – Olhei o relógio já estava na hora do almoço, olhei para as duas. – Vamos almoçar aonde?

Minha irmã se levantou. – Eu preparei um almoço delicioso, então nada melhor que almoçarmos aqui mesmo, Bianca esta vindo também.

Sorri. – Ótimo, Renata você vai conhecer minha filha e também os dotes maravilhoso de Blanca na cozinha.

Renata se levantou indo em direção a porta. – Então vamos, e no caminho puxamos dona Olga para nos acompanhar.

— Mamãe deve estar no jardim.

Passamos pelo jardim e minha mãe não estava, fomos direto para a cozinha, e as duas já estavam lá, minha mãe e Bianca.

Bianca se levantou e veio me abraçar, me dando um beijo no rosto. – Mamãe quando a tia disse o que tinha feito para o almoço não resisti.

Beijei seus cabelos sorrindo pra ela. – Eu imagino minha filha, Bianca quero te apresentar a Renata, ela é a nossa medica voluntaria, Renata essa é minha filha.

Renata se aproximou e se cumprimentaram com um beijo no rosto. – Muito prazer Renata, minha mãe fala muito de você e queria mesmo te conhecer.

Renata sorriu pra ela. – O prazer é meu Bianca.

Nos sentamos a mesa, começamos almoçar e conversar.

— Renata qual sua especialidade? – Bianca perguntou curiosa.

Olhei Renata que terminava de tomar um suco.

— Sou cirurgiã geral, você faz faculdade do que?

Observei Bianca sorri, ela amava fala da faculdade, era a paixão dela. – Eu faço fisioterapia, sempre foi meu sonho.

Renata sorriu, se minha princesa tivesse viva Bianca teria a irmã com ela, seria a mesma diferença de idade, fiquei olhando as duas conversando, me senti em paz.

 

Renata:

Depois do almoço sai do centro para ir ao hospital. Cheguei e fui para a emergência, cumprimentei a todos, quando ouço um chamado de urgência, sai correndo e a enfermeira veio ao meu encontro.

— Doutora, houve um acidente de carro, o rapaz está muito grave, foi perfurado na barriga por algo que se soltou do carro na hora da batida, já esta sendo preparado para a cirurgia.

Corri para a sala de cirurgia e fui me paramentando, quando chegou o exame feito nele, a barra de ferro perfurou a barriga e atingiu mais alguns órgãos, balancei a cabeça e segui para a sala, me aproximei do paciente que já estava sedado, olhei os sinais vitais dele nas maquinas, estavam abaixo do normal, respirei fundo, e começamos a cirurgia, não consegui ir muito adiante, o paciente teve uma parada, tentei reanimá-lo, mas já não tinha mais jeito, ali eu perdia meu primeiro paciente.

Sai da sala completamente arrasada, me sentia impotente, respirei fundo procurando o ar que me faltava, limpei algumas lagrimas que caiam, precisava ficar firme, pois precisava falar com a familia do rapaz, a enfermeira os levou até uma sala reservada, expliquei tudo o que aconteceu, os pais choravam abraçados, apenas os deixei chorar sua dor.

Meu chefe me deu forças e me liberou do hospital, entrei no carro e única coisa que pensei e na única pessoa foi Regina, segui para o centro, estacionei o carro e fui direto para a sala de Regina, bati e quando ela deu permissão entrei, ela estava na frente da janela, me olhou preocupada.

— Renata o que aconteceu?

Não consegui falar nada, apenas me aproximei e a abracei, Regina me segurou e me apertou em seus braços, dando pra mim tudo o que eu precisava, esse abraço carinhoso, fui me acamando aos poucos, me afastei do abraço, ela tocou meu rosto.

— Desculpa Regina, e que...

Ela limpou algumas lagrimas que caiam. – Primeiro se acalma, vem senta aqui comigo. – Ela me levou até um sofá que tinha na sala dela, nos sentamos, segurando firme minha mão. – Renata o que aconteceu, fizeram alguma coisa com você, te machucaram?

Balancei a cabeça negando. – Perdi um paciente em cirurgia Regina, meu primeiro paciente, tive que olhar para os pais dele e contar que o filho jovem de 19 anos não sairia vivo daquele hospital.

Vi os olhos de Regina se encherem de lagrimas não derramadas, e com todo amor do mundo eu senti ela me abraçar, ficamos um pouco abraçadas, quando ela se afastou e segurou minha mão.

— Eu imagino o que esta sentindo, aquela coisa que podia ter feito mais, só que você fez tudo o que podia meu amor, tentou salvar a vida desse rapaz, é normal você se sentir assim, mas sua profissão é maravilhosa, você salva vidas, mas tem algumas que Deus já sabe o que quer, somos apenas humanos Renata, que não temos poder de nada, quando é chegada a hora não há nada que possamos fazer, e chegou a hora dele, Deus o levou mas deixou alguém encarregado de contar aos pais que sua missão aqui acabou, você, porque você é especial, escolheu uma profissão especial e sabe que infelizmente não será o ultimo, saiba dentro do seu coração que fez tudo o que poderia ter feito.

Abracei ela de novo, Regina sabia o que falar, ela tinha esse dom, de me deixar calma, me afastei.

— Obrigada Regina, sabia que quando meu coração me trouxe aqui não era em vão.

Regina limpou todas as minhas lagrimas. – Você se tornou uma pessoa muito importante pra mim Renata, meu carinho por você e imensurável.

Sorri pelas suas palavras. – Eu sinto a mesma coisa, pode ter certeza.

Ficamos conversando mais um pouco, tomamos um café e fui pra casa.

 

Regina:

Quando vi Renata daquele jeito, chorando, meu peito apertou, a única coisa que queria era abraça-la forte e não solta-la, cheguei em casa e antes de entrar liguei pra ela para saber como estava, conversamos um pouco e meu coração ficou mais tranqüilo sabendo que ela estava melhor, entrei em casa e minha mãe estava no sofá, fui ate ela a beijei no rosto e deitei a cabeça em seu colo.

— Dia cansativo filha?

Balancei a cabeça. – Sim mamãe, quero apenas deitar e dormir.

Ela fazia carinho me meus cabelos. – Antes vamos jantar, suba tome um bom banho que estou te esperando.

Levantei e subi para meu quarto, joguei a bolsa na poltrona, sentei na cama e retirei os sapatos, o dia passou em minha mente, e nela ficou Henrique Monterrey, o olhar dele quando terminei de tocar o violino, sorri lembrando como ele se apresentou novamente, o sorriso dele, o meu celular tocou me tirando dos pensamentos, o peguei.

— Alo?

— Regina sou eu Gustavo.

Sorri. – Gustavo que felicidade falar com você, como esta?

Ele ri do outro lado. – Bem Regina, e você?

Me levantei da cama, comecei a andar pelo quarto. – Bem, com saudades.

— Então tenho boas noticias, estou voltando para o pais em dois dias, vou entregar a doação desse mês em suas mãos.

Sinto uma imensa alegria. – Mas isso é maravilhoso, vou aguardar ansiosa, assim que chegar me avisa.

— Na verdade estava pensando em marcarmos para jantar.

— Perfeito, assim que chegar no pais você me avisa e marcamos. – Conversamos mais um pouco e nos despedimos, estava muito feliz com a volta de Gustavo, era como um filho pra mim, quando o pai faleceu ele continuou com as doações para o centro, e a amizade que tinha com o pai passou para o filho, só que mais forte, como se fosse realmente meu filho, ele tem a mesma idade que minha princesa teria, sorri lembrando dele, fui para o banho, sai do chuveiro e me arrumei, desci para jantar, e vi minha mãe arrumando a mesa junto com a Ba, peguei o telefone e liguei para Bianca, estava fazendo um trabalho da faculdade e iria dormir na casa da amiga, conversamos um pouco e desliguei.

— Filha o jantar já esta na mesa.

Fui até minha mãe coloquei o braço em volta dela.

— Tenho uma novidade muito boa pra te contar, Gustavo me ligou agora a pouco falando que em dois dias volta para o pais.

Minha mãe abre um sorriso. – Ai que maravilha Regina, estou morrendo de saudades dele.

Sorri pra ela, e fomos para a mesa.

 

Henrique:

Cheguei em casa e Catarina estava na sala me esperando, ela se levantou do sofá quando me viu entrar.

— Meu amor, vim te ver estou morrendo de saudades. – Ela me abraçou, dei um selinho nela.

— Oi Catarina, a semana esta muito corrida, a festa da empresa esta chegando então são muitas coisas para resolver. – Afrouxei a gravata e irei o palito, sentei no sofá, e senti as mãos dela em meus ombros apertando.

— Então eu te ajudo a relaxar meu amor. – Sinto seus lábios beijando meu pescoço, antes de responder Janete entra na sala.

— Boa noite senhor.

— Boa noite Janete, Renata já chegou?

Ela olha pra mim com um olhar apreensivo. – Sim senhor, chegou a tarde.

Estranhei, levanto do sofá. – A tarde ela fica no hospital.

— Na verdade a menina Renata chegou estranha, abatida, parecia que tinha chorado.

Olhei pra a escada, e Catarina veio ao meu lado.

— Não se preocupe amor, coisas de mulher.

Não me dei o trabalho de olhar para Catarina e subi direto para o quarto de Renata, bati e quando ela deu permissão entrei, ela estava na cama com um olhar longe, me aproximei e sentei ao seu lado, ela me olhou e colocou a cabeça em meu peito, a abracei.

— O que foi minha princesa?

Ouvi ela suspirar. – Hoje perdi meu primeiro paciente papai, sei que faz parte da profissão mas ainda é cruel, estou apenas triste sabe?

A apertei em meus braços. – Sei filha, é normal se sentir assim, mas seu pai esta aqui pra tirar esses pensamentos da sua cabeça.

Renata se afastou sorrindo pra mim. – Obrigada papai, estou bem melhor, quando sai do hospital voltei para o centro e Regina me ajudou muito, com seus abraços e palavras de carinho.

Pensei em Regina e realmente não esperava menos dela, não posso esquecer de agradece-la.

— Então agora é minha vez, que tal uma noite de pai e filha, comer besteiras e assistir filmes, o que acha?

— Mais que aceito.

Beijei a testa dela e sai da cama. – Só vou pedir para prepararem a bandeja com as besteiras, vou tomar um banho e volto, pode ir escolhendo os filmes.

Desci na sala e Catarina ainda estava lá

— Até que enfim desceu amor, vamos pra minha casa, lá podemos ficar mais a vontade.

Me aproximei. – Me desculpa Catarina mas Renata precisa de mim, hoje vou ficar com a minha filha. – Não dei tempo para ela reclama. – Janete, por favor prepare um bandeja com besteiras para comermos vendo filme, tudo que Renata gosta, Catarina amanha eu te ligo. – Subo para meu quarto, tiro a roupa e entro no chuveiro, a imagem de Regina tocando violino vem em minha cabeça mais uma vez no dia, era a mesma imagem, olhos fechados, sentimento nos movimentos, e o seu olhar quando encontrou o meu, terminei o banho, coloquei o pijama e fui para o quarto de Renata, assistimos filme, comemos, no terceiro filme Renata já estava dormindo, deixei a bandeja na mesa dela, desliguei tudo, a cobri mais um pouco e fui para meu quarto, deitei na cama e apaguei.

Desci para o café e encontrei Renata na mesa me esperando, beijei seus cabelos e me sentei.

— Como se sente meu amor?

Ela pegou minha mão. – Estou bem papai, muito obrigada por ontem.

Beijei sua mão. – Filha sempre estarei aqui pra você, sempre.

Tomamos café, saímos juntos, Renata foi para o centro e eu para empresa, cheguei logo, Aurora me acompanhou até minha sala.

— Senhor, esses papeis são os últimos detalhes da festa da empresa, preciso que revise e assine por favor.

Me sentei e peguei a pasta. – Tudo bem Aurora, vou revisar e já te chamo para vir pegar.

Ela acenou e saiu da sala, abri a pasta e comecei a revisar, todo ano a festa da empresa era um sucesso, essa tradição vem desde que meu pai era presidente e jamais deixaria de fazer mesmo depois de sua morte, revisei tudo e assinei, olhei para o lado e vi a foto da Renata, era minha vida, mas seu olhar me levou a lembrar de Regina, que isso já estava ficando constante, lembrei da nossa reunião, ri lembrando da cara dela quando me viu, lembrei do que fez por Renata ontem, precisava agradecer, pego o telefone e ligo para Renata.

— Oi filha com esta?

— Bem papai, como esta os preparativos para a festa?

Me levanto da cadeira e vou para a janela, dava pra ver a cidade toda. – Tudo certo, será no próximo sábado, estava pensando em convidar Regina e sua familia o que acha?

— Acho maravilhoso papai, na verdade ia te fala isso, mas você se adiantou, só me entregar os convites que eu mesma entrego pra ela.

— Não se preocupe com isso, todos os convites estão sendo enviados, o convite da Regina chegara nas mãos dela.

— Tudo bem papai, se já tem tudo certo para os envios fico tranqüila.

Nos despedimos, ligo para Aurora que prontamente vem até minha sala.

— Aurora esta aqui assinado o que faltava, preciso de mais um favor, mais um convite em nome de Regina Sotomayor e Familia.

Ela anota na agenda. – Qual endereço para manda o convite senhor?

Balanço a cabeça sorrindo. – Na verdade quero que me de o convite, esse eu mesmo vou entregar.

— Esta bem senhor, já te trago, tem a mais que chegaram só falta por o nome.

— Ótimo, traga pra mim. – Aurora sai e depois de alguns minutos regressa com o convite na mãos, me entrega e se retira, olho o convite e o nome de Regina, não consigo conter o sorriso em lembrar do olhar dela.

 

Continua...


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