Por las manos del Destino escrita por Caroline Bottura


Capítulo 1
Mi alma te vio antes que yo...


Notas iniciais do capítulo

Personagens

Julieta Rosen - Regina Sotomayor
Arthuro Peniche - Henrique Monterrey
Silvia Navarro - Renata Monterrey
Juan Soler - Gustavo Montenegro
Marisol Del Omo - Catarina Marquez
Gustavo Capetillo - Antonio Iriondo

Tema: Olvide Respirar - India Martínez con David Bisbal.



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Mais uma vez estava aqui, em frente ao tumulo da minha filha, minha bebezinha que apenas peguei no colo para me despedir, coloquei a rosa branca  eu sempre trazia, passei a mão pelo nome.

— Sempre será minha princesa.

Coloquei os óculos de sol e sai do cemitério, precisava ir para clinica, ela não era longe, cheguei em menos de 15 min, Joana já estava me esperando.

— Bom dia Joana.

— Bom dia Dr, sua paciente das 10:00 ligou desmarcando, marcou para amanhã as 11:00.

Sorri pra ela, sempre era assim, quando entravamos mais e mais elas recuavam. – Obrigada Joana, vou pra minha sala organizar algumas coisas qualquer coisa me avisa.

Entrei na minha sala, tinha que revisar alguns prontuários de algumas pacientes do centro, todos me perguntam como consigo ouvir, aconselhar mulheres que perderam seus filhos, ou algum ente querido, as recordações inundam minha mente, mas a dor independente se eu ouvir ou não continua ali, presente, depois de 25 anos minha filha ainda fica presa em minha memoria, o exato momento em que peguei seu corpo já sem vida para carrega-la pela primeira e ultima vez, chorei a abraçando, e depois fui para o seu enterro, mas sabendo que posso ajudar pessoas que sofreram o que sofri me deixa em paz, hoje tenho uma filha linda, que é minha razão de viver, minha irmã, minha mãe, não foi só a perca da minha filha que eu chorei, perdi meu marido depois de alguns anos, então não tem pessoa melhor para entender o sentimento da perca. Olhei os prontuários até minha paciente chegar, seu nome era Maria, ela havia perdido seu filho em um acidente de moto há 2 anos, ela consegue se abrir bem comigo apesar de tudo, Joana me avisa que ela já chegou, abrir a porta, ela entrou e me olhou.

— Maria como esta?

OS olhos dela já se encheram de lagrimas.

— Hoje é o aniversario dele, do meu filho e não posso abraça-lo.

Me aproximei dela a abracei, fiquei a confortando alguns minutos, as vezes precisamos disso, sentirmos consolados, apenas chorar, ela cessou o choro e me olhou, sorriu.

— Obrigada.

Sorri pra ela, e nos sentamos, começamos a fala sobre tudo, ela me contou mais do filho, da vida como estava sem ele, durou uma hora e meia toda a conversa, nos despedimos, não teria clientes na parte da tarde, pois iria para o centro, terminei algumas coisas e sai, hoje teria reunião em grupo, onde todos compartilhavam sua dor, e a primeira teria que ser eu para dar um impulso, pois todos que estarão hoje lá são novos, nunca participaram de reuniões em grupo , cheguei mais cedo que os demais, arrumei toda a sala, ainda faltava uma hora para começar, quando ouvi a voz da minha filha me chamar.

— Mamãe.

Me virei e ela veio correndo até mim e me abraçou, Bianca era a luz da minha vida, me tirou da escuridão que minha alma estava, me deu um pouco de luz, e devolveu metade da minha vida.

— Meu amor o que faz aqui?

— Eu e a tia Blanca vamos ao shopping e passamos aqui em frente, ai queria vir te dar um abraço, janta em casa hoje?

— Claro que sim, e sua tia?

— Ficou no carro, eu já vou nos vemos a noite, te amo.

Ela me deu um beijo no rosto.

— Tchau, também te amo.

Andei um pouco pelo centro até dar o horário da reunião, fui para sala, já estava com bastante gente.

— Boa tarde, todos aqui apenas conversaram comigo no individual, é a primeira reunião em grupo de vocês por isso vou começando a contar a minha historia. – Respirei fundo, eu precisava ser uma mãe que perdeu um filho e uma profissional. – A 25 anos atrás eu dei a luz a uma menina, eu tive complicações desmaiei durante o parto, quando acordei louca de vontade de pegar minha filha no colo, dar de mamar, ama-la com tudo que a mim, veio a noticia que ela havia nascido morta... – Limpei uma lagrima silenciosa que caia. – Eu vi meu mundo ruir, toda a minha esperança se esvair de minhas mãos, o sentimento é vivo como se tivesse acontecido agora, eu gritei naquele quarto a minha dor, pedi pra ver minha filha, a peguei nos braços sem vida, e prometi que nunca a deixaria ir, o sentimento e tão avassalador que você se perde, eu me perdi durante anos, meu casamento começou a ir por agua a baixo, meu marido fazia de tudo pra ser forte, e sabem do que me esqueci, de que ele também perdeu uma filha, perdeu uma parte dele também, eu comecei a me reerguer com terapia, com apoio, fiquei gravida de novo, hoje minha filha tem 18 anos, é uma outra parte da minha vida que me foi devolvida, porque a outra metade se foi com a minha bebe. – Olhei cada rosto que me mirava com profunda atenção e continuei. – Quando minha filha completou 5 anos meu marido morreu em um acidente de carro, foi outra perca, foi outra dor, mas eu tinha minha filha pra me ajudar, era por ela que eu lutaria e lutei, estou aqui hoje em pé, com o coração sangrando porque essa ferida jamais vai cicatrizar, mas eu luto dia a dia, é isso que cada um de nós temos que fazer, eu entendo a dor de todos vocês, mas também sei que na casa de cada um tem pessoas que precisam de vocês, lutem por eles. – Sorri pra todos que ali estavam, e algumas pessoas começaram a se soltar, a contar cada detalhe de sua dor, trocaram dores e lagrimas, a reunião durou cerca e 2 horas, todos se despediram prometendo voltar para a próxima na semana que vem, arrumei a sala e vi uma das voluntárias se aproximando.

— Regina, tem uma moça que veio conhecer o centro, ela é voluntária de alguns centros para crianças e jovens mas ela soube do nosso trabalho e queria conhecer, parece que quer fazer uma doação dependendo, e quem melhor que você pra apresentar,

Me alegrei, era ótimo ter mais voluntárias e doações. – Claro que sim, diga ela pra me esperar estou indo, ela esta onde?

— Ela ficou no jardim, tentei leva-la pra sua sala mas ela preferiu ficar lá.

Balancei a cabeça e sai junto com ela, fui até o jardim, vi uma moça de costas. – É aquela?

— Ela mesma, Renata o nome dela.

Caminhei até onde ela estava, e a chamei. – Renata?

Ela se virou, sorriu pra mim, retribui, ela era linda, jovem, meu coração se aqueceu.

 


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