Casa da Colina escrita por purplespook


Capítulo 3
Insanas.




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/736829/chapter/3

Califórnia, São Francisco.

Final do verão de 2004.

— Doris esta pronta?! – grita minha mãe da porta da cozinha.

 

—Calmaa !!- gritei em resposta

 

Como sempre atrasada. Isso é bem rotineiro...

 

    Era o meu primeiro dia de aula, agora numa escola nova, em uma cidade nova.

Após a morte de Ulisses, alguns meses pra ser mais exata, deixei a casa que tanto me fazia bem e me trazia alegria que era o conforto da casa de minha avó Alice,fui morar com os meus pais de fato, transferindo não só a minha vida como também a nossa família, e também a nossa casa. Tony nos forçou a morar em outra cidade, fomos para a populosa Los Angeles onde estive presa por longos sete anos. Eu gostava de Los Angeles, mas algo nela nunca me fez sentir realmente em casa, apesar de que minha família estava feliz, meus pais tiveram a oportunidade de grandes empregos com cargos consideráveis, nossa vida melhorou muito e nos era confortável, mas eu nunca esqueci São Francisco. Foram muitos anos depois que descobri o motivo da nossa mudança, mas na época a justificativa era que Tony Birnfield havia recebido uma proposta de emprego excelente em uma empresa, que era irrecusável, acreditei nela, mas não era totalmente por este motivo.

         Estava agora com dezessete anos quando voltei para São Francisco. Por algum motivo nós retornamos, talvez seja a vida que quis assim. Era o meu ultimo ano na escola, e agora uma escola nova, era como um novo começo só que na reta final. Nunca fui de muitos amigos, e na escola anterior não tive muitos, e poucos eu me lembro, mas isto não é relevante para esta história. Não me lembro de ter me chateado por deixar Los Angeles, meus amigos, pessoas que conhecia, não fora doloroso quanto me mudar pela primeira vez, pois finalmente eu estava indo para casa.

 Eu era alta e muito magra, cabelos longos castanhos e desgrenhados, não era do tipo “visual da moda”, usava aquilo que eu me sentia bem, em geral roupas que eram grandes demais pra mim. Posso dizer que nesta época, eu havia me dedicado a música e acabei me tornando uma garota barulhenta e viciada em guitarras. Tive ótimos professores de música que me ensinaram preciosidades, lembro-me que os avanços no instrumento eram sempre recebidos calorosamente com elogios dos meus mestre, estes que nunca mais vi, e eu sei que hoje eles me reconhecem. Recebi ensinamentos de teoria musical, habilidades no instrumento, arrisquei tocar piano por um tempo assim como tecnica vocal porém não me sai tão bem com o magnífico instrumento de teclas mas eu tinha uma boa voz. Meu forte sempre foram as guitarras elétricas.

 

Tive uma banda uma vez com um pessoal da escola, nos apresentarmos algumas vezes na escola ou em festas, nada profissional e isso não foi mais que uma banda de garagem de ensino médio, e não durou. Eu tinha como principal influèncias bandas de rock e principalmente bandas de metal, algo bem curioso se levar em conta minha “personalidade doce” e hábitos de boa moça, um valor que está sobre mim por mais que hoje eu tenha me perdido.  Estranho pensar que nesta época eu gostava de tantas bandas de metal extremo que hoje já não lembro nem mais o nome e não me interesso. Era apenas eu mesma. Acredito que gosto musical não tenha nada a ver com a sua essência, sua maneira de ser ou suas atitudes. Odeio o fato de que “se gosta de metal  você tem que agir como tal”, o máximo de metal que você vai chegar é aprender a tocar Enter Sandman do Metallica na guitarra, ou seja lá que música for,  isso é apenas mídia já que nem os próprios membros do metal são tão metal quanto se é esperado deles.

Tony e Samanta, não curtiam muito essa ideia de musica, mas me apoiaram do jeito deles e foram os primeiros financiadores do meu talento musical, sempre acharam que isto era algo passageiro que eu usava para me divertir, porém quando se chega aos dezessete anos, se espera que o tal “divertimento” tenha de fato sido amenizado e que “aquela tal fase” tenha passado. Nunca passou, não era uma fase, e eu pensava estar fadada a ter que decidir o meu futuro, em outras palavras o que eu faria dele, que profissão teria, qual seria o meu caminho na vida adulta e toda aquela história de "o que vai ser quando crescer" que agora estava diante de mim, isso em parte por pressão dos meus pais, que de nada os culpo pois sei que eles só queriam um futuro bom pra mim.

E o que eu queria para meu futuro naquela época?  

           Música, é claro!

   A música fora a única coisa que me restara de tudo. Marcas e lembranças de uma vida antiga se perdem em minha memória, algo que a muito afastei, nem sempre tive sucesso, mas a vida é cheia de superações. Eu sei que quando eu me envolvo em notas musicais produzindo a simplicidade, ou até a exuberância de uma música, um certo alguém no fundo do mundo dos mortos pode me ouvir e sentir a minha música como um lamento. Tentar me afastar disso seria a última coisa possível deste mundo.

Meus pais queriam uma faculdade, uma boa faculdade. Tony almejava que talvez um dia eu me interessasse por algo mais ambicioso, que eu me deixasse seduzir pelas ladainhas de meu tio John Binrfield, irmão de meu pai, que era um grande advogado em São Francisco. Mas eu nunca nem cheguei a, digamos, simpatizar com o próprio John!

 

 

           Amarro os meus tênis converse Chuck Taylor preto. Jogo meu cabelo longo castanho para o lado, numa tentativa frustrada tentando pentear. Embaraçado demais como sempre.

— Boa sorte querida-  minha mãe disse e beijou a minha bochecha antes de eu sair.

 

— Não sou mais criança mãe ! – protestei, me achando adulta o suficiente, e dei as costa a ela.

 

Caminhei algumas quadras para pegar, pela primeira vez em anos, o ônibus para ir a escola de São Francisco. Nos mudamos uma semana antes disso, pelo que fui grata, pois conseguimos nos estabelecer na casa nova. Sinceramente, estava sem expectativas para o primeiro dia de aula, mas estava feliz por estar em casa. Não sei ao certo o que me passava na cabeça naquele momento, mas tenho o palpite que talvez eu estivesse ansiosa para voltar para casa e tirar alguma música do The Antichrist, o álbum recente do Destruction na época. Eu ainda lembro disso!

 

— UAU! Metallica ! – ouvi uma voz feminina – e ai metaleira !?

 

          Me voltei para a dona da voz. Foi o meu primeiro, e estranho contato com Briana Doughton, a bruxa gótica.

         Se eu sabia que ela iria ser minha melhor amiga, e que faria parte de toda a minha jornada trágica e dramática a partir daquele momento? Obviamente se eu soubesse a teria poupado.

 

   Na época ela tinha dezessete anos assim como eu. Era uma garota baixa de um pouco mais de um metro e cinquenta de altura, de cabelos negros em corte chanel e franjinha. Ela tinha uma tatuagem do olho de horus no seu pulso esquerdo e um pentagrama do pulso direito, foram as tatuagem que eu logo de cara percebi, mas ela tinha mais alguns rabiscos pela sua pele branca. Os olhos castanhos eram cobertos por uma maquiagem preta com um delineado perfeito, marca registrada da bruxinha. Vestia uma típica saia longa gótica e corset de renda preto que realçava os seus seios grandes e sua cintura fina. Logo que a conheci de nada sabia sobre a sua vida oculta... quero dizer, sua relação com o ocultismo, no sentido de bruxaria mesmo. Digamos que aos seu onze anos Briana começou a se dedicar a arte das “trevas” e se tornou uma bruxa ocultista. Apesar disso, pra mim ela sempre foi uma bruxa boa.

 

— Metaleira? – pergunto rindo um pouco espantada com a beleza e simpatia da garota gótica vindo em minha direção com mais duas garotas ao seu lado tão esquisitas quando ela, não góticas, mas esquisitas.

— … então a sociedade feminina me odeia !

Foi o comentário que ouvi quando a gótica baixinha puxou o ar para me responder. O comentário veio de uma garota de cabelos curtos e azuis, sim azuis. Um azul turquesa bem vivo. A garota segurava um cigarro em sua mão esquerda de um braço com uma tatuagem de arabescos e rosas, tragava de momento em momento. Além da tatoo no braço, tinha também um belo desenho de um coração com rosas que me fez lembrar o símbolo clássico do Bon Jovi e um piercing no septo. Quem era a garota ? Jade Ian.

— Isso é um descaso, apenas digo meninas - contestou Jade, a do cabelo azul.

 

  Jade tinha dezenove anos na época, aparentemente viciada em nicotina do seu cigarro, uma fumaça humana, completamente sem pudor e percebi isso logo que a conheci. Ela vestia um vestido xadrez vermelho ao estilo punk. Bem humorada e simpática a princípio. Tenho que dizer que a imagem de Jade não mudou nada desde que a conheci. Bem, talvez ela esteja muito mais tatuada e com seu pulmão muito mais contaminado, mas continua a mesma.

 

— Jade, acho que você está exagerando.

Disse outra garota ao lado da de cabelo azul turquesa, era Hazel Burch com sua voz doce e aparência era de uma garota mais “normal”, apesar de ter um toque de garota metalhead. Tinha dezessete anos na época mas parecia ser muito mais madura e segura, realmente muito bonita de olhos azuis e cabelos castanhos com um belo sorriso, era um pouco mais baixa que eu.

 

         O ônibus vira a esquina e nós nos adiantamos para ir na direção dele, mesmo eu ainda esperando uma resposta da baixinha gótica.

A porta se abre e nós entramos.

 

— Ei! Metaleira, senta aqui !- disse em sorriso de lábios negros da baixinha gótica.

 

          Hesitei em sentar ao lado dela. Ela sorriu. A garota do sorriso bonito e a de cabelo azul estavam no banco de trás, e me encaravam com curiosidade.

 

— Então você é do metal? – ela sorriu.

— Sou – falei timidamente.

— Ai Briana que pergunta babaca! – protestou a garota de cabelo azul – sou Jade, essa é Hazel e essa idiota ai é Briana. – Jade se volta para Briana – viu Briana é assim que se enturma alguém.

— Só estava tentando ...

— Sua “goticidade” não é lá uma coisa muito simpática Briana – brincou Hazel interrompendo qualquer protesto de Briana, e se voltou para mim – ... ah você não disse o seu nome.

— Isso ... ótima interação Hazel! – protestou Briana o que me fez rir.

— Me chamo Doris.

—Você tem um cabelo longo e lindo, Doris- disse delicadamente Hazel.

— Ah, obrigada.

— De nada! – ela disse em um belo sorriso simpático.

— Falando assim ela vai achar que você é aquelas garotas enjoadas... – disse Jade.

— E falsa ! – acrescentou Briana nos fazendo rir.

— Na verdade eu não achei nada de mais... - apenas comentei de forma tímida e as garotas riram.

— É que a gente que é do rock se entende. – comentou Jade.

— O que ?! – expressei.

— Bom você é do rock não é? como a camiseta do Ride the Lightning só tem que ser.

— Vocês conhecem ?! – falei de forma tão expressiva que depois me senti uma idiota.

— É , Metallica ué. – disse Jade.

— Gosto do Black Album mais que do Ride, é muito thrash pra mim apesar do pedal duplo do Lars... – comentou Hazel.

 

O ônibus estaciona na frente high school de São Francisco. Aquele lugar era enorme.

As garotas desceram do ônibus e para a minha surpresa me esperaram para me juntar a elas. Elas gostaram tanto assim de mim só por causa da camiseta que eu estava usando?

 

             Como toda escola, tinha vários grupinhos espalhados pelo pátio da frente e dentro dos corredores. Uma longa fileira de armários vermelhos em cada corredor. Ao todo tinham  três andares de corredores extensos e confusos.Acho que as garotas não estavam se importando tanto quanto eu estava a respeito daquele ambiente, conheciam tão bem. Elas não tinham um grupinho, elas eram um grupinho, tão ou mais esquisitonas que muitos, as pessoas pareciam não se importarem com elas, mas alguns torciam seu nariz quando elas passavam, fora isso, era apenas elas, sem mais amigos ou simpatizantes.

 

— Então Doris, de onde você veio? – perguntou Briana ajeitando sua mochila em formato de caixão (sim! De caixão) em seus ombros.

— De Los Angeles.Sou daqui de São Francisco, passei maior parte da minha. Fiquei um tempo em Los Angeles e meu pai resolveu que deveríamos retornar.

—Então, seja bem vinda de volta Doris.

Apesar de toda essa aparência fora do comum e exótica e gótica, Briana era uma garota incrivelmente adorável.

 

  Meu armário e o das meninas, por coincidência  ficava no primeiro andar e o meu era ao lado do banheiro masculino, achei o lugar péssimo.

— E esse é o pior lugar de armário que eu já vi na vida. – comentou Briana – alunos novos geralmente não tem bons armários...

— Como assim4 esta brincando?- Hazel exclama.

— O que?

— Garotos ! – Jade responde com a sua obviedade.

— Vocês só pensam nisso ? – disse Briana.

— É claro ! – Jade exclama. – quantas garotas virgens vão pra faculdade?

 

— Como se ela fosse virgem ainda ... - disse Briana com ironia.- Sua camiseta é muito grande Doritas... –  Briana muda o foco do assunto.

— E a sua muito pequena !  - brinco.

— Tem razão ! - a gótica ri – mesmo assim você é muito bonita, só acho que tem que usar roupas que valorizem seu corpo, não que seja da minha conta, mas te achei bonita demais pra uma camiseta do Metallica.

— Eu gosto dela.

— Amiga, quantas garotas virgens vão para a faculdade?

 

Apenas sorri com o comentário de Briana, ela ainda me encarava com um olhar irônico quando Hazel chama nossa atenção.

—Ei garotas, olhem isso aqui.

Ela estava em frente a um mural onde colocavam os comunicados de atividades extra curriculares. E bem ali no canto do lado direito, estava o horário das aulas de música avançadas. Acredito que meus olhos tenham brilhado assim como os das garotas.

 

— Que besteira focar na faculdade com isto, não acham?  – Jade  ao meu lado, me tirando dos meus pensamentos.

— O que ? – pergunto me voltando para ela. Será que ela achava que se me soltasse eu iria fugir dela?

— Essas aulas avançadas.

—Não acredito que só no nosso último ano é que colocaram estas aulas!-Briana protesta.

— Espera, vocês tocam algum instrumento? – falei da forma mais leiga possível.

 

   As garotas caíram na risada, como se o que eu tivesse dito fosse uma piada.

— Ah Doris, gostei de você!. – comentou Briana e eu fiquei completamente sem entender.

— Hã ?

— De que mundo você veio Doris? – perguntou-me Jade.

— Do mundo da galera de Los Angeles. – comentou Briana, e as garotas riram – digamos Doris, que nos simpatizamos muito com a música.

— Muito mesmo. – disse Hazel – chega até a ser Insano.

 

  As garotas riram com o comentário de Hazel. “Chega até a ser insano”?

 

— Tem que fazer testes. - Briana disfarçar e mudando de assunto.

— Sério ?! - exclamei

— Claro, ou acha que iam pegar qualquer um assim? – é engraçado o fato de ela virar o pescoço para trás para falar comigo, isso por ser baixa. – espera... vai fazer o teste Doris?! Você? PELOS DEUSES !

— Que foi Briana?! – me assustei com a expressão dela.

— Que instrumento você toca?! – ela fala animada, uma animação estranha.

— O que? Eu ... toco guitarra elétrica, violão mas sou ...

— ENCONTREI MINHA ALMA GÊMEA! Quer ser minha melhor amiga ?

— não exagera Briana ! – disse Jade e eu rindo de forma tímida. -  Você ta assustando a garota.

— Ah calem a boca ! – expressou Briana e então me abraçou. – gostei de você desde que te conheci garota.

— A Briana é “guitar” também.- cochichou Hazel para mim.

— Ah .. ta bem ... – falei confusa.

— Você tem banda? – Jade perguntou.

— Não, na verdade eu tive uma vez e... apenas… – falei tímida e confusa..

— Se inscreve! – Hazel interrompe.

— Sim, eu posso tentar mas … estou… quero dizer, vocês são?

Elas riram com a minha pergunta, me deixando mais confusa e irritada.

 

 

***



Mais tarde naquele mesmo dia, enquanto colocava os meus livros no armário, encarei o papel com o anúncio das aulas avançadas de música.

 

— Doris ! – ouvi a voz de Briana e me voltei para ela – acho que eu te assustei um pouco.

— Não ! Não foi isso Briana é que ...

— Bem eu não queria ... quero dizer , eu nem te conheço ... e , não precisa ser minha amiga só porque somos … aliás existem muitos músicos  ... Jade e Hazel...Só queria saber se você está afim de ir ver o nosso ensaio hoje a tarde lá em casa. – ela disse em um suspiro.

— Banda? – expressei em um sorriso.

— É... digamos – Briana disse em um sorriso.– eu e aquelas insana. - ela sorriu acenando com a cabeça para as garotas perto da escada - Somos a Insane!

— Insane ?

— Vá no ensaio que você vai entender! – disse Briana se afastando.

— Ei ! preciso fazer uma coisa antes.

— O que ?

— Vem comigo?

Fui com Briana a secretaria, lugar onde eram feitas as inscrições para qualquer atividade. O teste já tinha data marcada, e não muito longe.

  Eu, Briana, Hazel e Jade riamos sem motivos enquanto a secretária (uma senhora velha de cabelos grisalhos) me entregou o papel de inscrição.Comecei a pensar o quanto Ulisses ficaria feliz se eu pudesse contar a ele que mais uma vez iria fazer teste de musica para aprimorar habilidades e técnica, sei que teria orgulho.

 

     "Doris Birnfield"

  Assino no papel imaginando o sorriso largo de um cara cabeludo que me ensinou tudo que eu sei. Ele devia estar sorrindo, seja onde ele estivesse naquele momento, assim como ele sorri para mim toda vez que toco alguma nota, sei que ele pode me ouvir. Talvez ele, e somente ele, tenha orgulho de mim.

 

   “Briana Doughton”

Minha nova melhor amiga assinou em outro papel, assim como as outras garotas.

Eu e as garotas nem ao menos sabíamos no que estávamos nos metendo, mas parecia ser divertido. Como tudo na minha vida a partir disso, aquilo era meio insano.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Casa da Colina" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.