Entre o céu e o inferno escrita por Geovanna Machado, Lara A Cavalcante


Capítulo 6
Capitulo 6 – Miguel Seth Clair & Catherine Blount Matteo




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Sempre ia para o colégio com meu irmão Charlie, somos o oposto porém gêmeos contraditório não?

Me dediquei sempre aos estudos alguns hobbies nunca tive tempo para alguma garota e nenhuma me chamou atenção, sempre preferiram meu irmão, mas não tinha nenhum problema em socializar com garotas. Porém algo me dizia que isso poderia mudar.

Logo ao chegar no colégio Tyrce vi meu irmão ir direto para seus amigos, segui meu caminho até a lanchonete onde a 3 anos me sentava na mesma mesa no canto para poder fazer alguma pesquisa ou ler algum livro, mas hoje logo que cheguei vi uma garota sentada na minha mesa, bem bonita, porém era a minha mesa. Revirei os olhos e ignorei a existência da mesma e me sentei de frente para ela a encarando.

Tem gente aqui não percebeu? Ela murmurou ríspida tirando seus fones.

Eu percebi sim, mas essa mesa é minha, pelo jeito é uma novata . Sorri de lado desviando o olhar para a mochila procurando meu livro. Iria continuar ali como se ela não existisse, pois tinha assunto mais importante do que uma novata me encarando.

Não estou incomodada com sua presença Sr. Dono de Mesas. Ela puxou meu livro e começou a olhá-lo. Ciência quântica? Céus tenho um nerdão em minha presença. Ela balançou a cabeça e fixou seu olhar em mim.

E em minha presença vejo uma bela caipira, que provavelmente não deve saber nem como se lê este livro. Tomei o livro da mão dela e ergui a sobrancelha enquanto a encarava.

Caipira é sua mãe, eu sou Catherine Blount Matteo, nunca ouviu falar? Ajeitei meu óculos e comecei a rir baixo.

Não Catherine Blount Matteo nunca ouvi falar, pois eu deveria? Cruzei os braços a olhando com um sorriso largo.

Sim, deveria. Ela revirou os olhos e se levantou. Você é até bonitinho mas é um nerdão sem graça. Ela sussurrou perto da minha orelha e saiu batendo o pé.

Garota louca. Balancei a cabeça rindo e continuei a ler meu livro até o sinal bater.

Quando cheguei na sala vi a caipira sentada ao lado do meu assento, cocei minha cabeça e fui em direção até a mesma e me sentei encostado na parede a encarando, ela era louca porém linda.

Perdeu alguma coisa em mim? Ela me olhou de lado.

Perdi não, mas eu não me apresentei Catherine Blount Matteo. Continuava a olhá-la fixamente.

E quem disse que quero saber quem é um nerd sem graça? Ela se virou de frente para mim.

Você não quer? Certo então. Virei meu corpo para frente e comecei a mexer em meu celular. Vi pelo canto do olho que ela estava a me encarar.

Você se acha muito para um nerdão, qual seu problema? Ela puxou a própria cadeira até o meu lado. Comecei a rir sem parar de mexer no celular.

Eu sou muito normal, você que me parece com transtornos mentais, e só porque sou nerdão como a senhorita diz isso não seria motivo para não ser uma pessoa legal e sociável, prefiro ficar na minha porque as pessoas daqui são fúteis, mas às vezes abro uma exceção. Me virei de frente para Catherine.

Então qual seu nome? Você não me disse, pelo jeito parece um rapaz difícil, virgem eu aposto. Ela sorria provocativa. Aproximei meus lábios de sua orelha, por ela estar de lada não tive muita dificuldade.

Sim Catherine Blount Matteo, muito difícil. Sussurrei e abaixei o rosto e vi seu braço arrepiado e sorri de lado.

Pelo ou menos alguém aqui é difícil. Então peguei sua mão e a beijei.

Sou Miguel Seth Clair. Vi ela puxando a mão e se afastando.

Seu idiota, você está perdido na minha mão. Ela resmungava enquanto pegava seus livros pois a aula já iria começar. Balancei minha cabeça e abri meus livros.

A aula passou rápido, sempre passa pois são poucas horas para estudar tanta coisa que por algum motivo eu já sabia, nem percebi que o dia estava quase acabando e era meu aniversário.

Porra esqueci meu próprio aniversário. Resmunguei ao sair da sala e ir a procura do meu irmão Charlie.

Nunca gostei de festas e pessoas na minha casa mas estava fazendo 17 anos, essa data merecia algo diferente, logo que achei Charlie o comuniquei sobre a festa e como ele queria muito ficou bem animado, porém disse que ela poderia acontecer no final de semana pois amanhã teria prova.

Escorei no carro até meu irmão aparecer, ele sempre demorava e vi Catherine passar.

Catherine Blount Matteo, quanto tempo. Ela parou ao escutar seu nome e veio em minha direção.

O que você quer Miguel? Ela apertava os livros contra seu peito com certa força.

Hoje é meu aniversário, deveria me tratar bem. Coloco as mãos nos bolsos da frente e vi ela revirar os olhos.

Parabéns, isso é uma notícia boa mostra que você tem um ano a menos de vida. A humanidade agradece. Ela mostra língua e eu sorrio de lado.

Sempre arrogante, nem parece a mocinha caipira que vi quando cheguei, as aparências enganam, sábado você vai em minha casa, não é um convite e sim uma ordem. Tiro meu óculos e o limpo na camiseta.

Você está louco? O que vou fazer na sua casa, nem te conheço. Ela fez uma careta.

Conhece sim, sabe meu nome e meu aniversário, temos uma bela amizade e você vai ao meu aniversário, terá uma festa.

Eu vou pensar se quero ir, não por você e sim por ser uma festa, vai ter pessoas legais e bebida. Ela desvia o olhar e logo ela se afasta.

Meu pai chegou, até mais. Vejo ela se afastando.

Catherine! Grito seu nome e logo que ela olha mando um beijo, ela me fuzila com o olhar e mostra o dedo do meio. Começo a rir, alguns instantes depois Charlie chega para irmos embora.

No caminho conversamos sobre a festa como íamos convencer os pais para permitir, eles odiavam desconhecidos em casa.

Logo que cheguei, almocei e fui para meu quarto e peguei meu IPad, abri minha rede social e procurei pela Catherine foi fácil achar o nome é único e ela também . Mandei convite e logo ela aceitou. Então puxei assunto.

 *Catherine Blount Matteo, como está?

 *Miguel até aqui não vai me deixar em paz, o que é isso, paixão?

 *E se for, é recíproco?

 *Não mesmo, você é um babaca e virgem!

*Babaca talvez, mas virgem? Hm... Talvez não.

*Só acredito vendo.

*Isso é um proposta? Aceito.

*Olha isso, seu babaca!

Comecei a rir e ela ficou off-line, esperei alguns minutos e desliguei o IPad e deitei na cama com meus fones e acabei pegando no sono.

Acordo com meu celular apitando, esfrego meus olhos e vejo o nome de Catherine e abro a mensagem.

 *Eu estava dormindo, espero que você esteja morrendo para valer a pena eu ter acordado.

 *Oi pra você também seu babaca, vou ser direta, vamos dar uma volta. Há anos não vejo como a cidade está e infelizmente você é o único projeto de amigo que consegui.

 *Depende, vou ganhar um beijo?

*Não você não vai, talvez eu te dê uns tapas para deixar de ser imbecil.

*Tapa de amor não dói, passo na sua casa em 20 minutos, onde você mora?

*Fazenda Blount Matteo, sabe onde é?

*Sei sim plantação de eucalipto, até mais.

Levantei, tomei uma ducha rápida e vesti uma calça é um moletom cinza com capuz, coloquei meu relógio, arrumei meu cabelo peguei a chave do meu carro e sai.

Cheguei na entrada da fazenda, era bonito vários eucaliptos grama verde casa clássica em madeira e rochas. Logo ela entrou no carro e fixei o olhar na mesma, ela parecia um pouco emburrada.

O que você tem? Perguntei dando partida no carro.

Eu to com fome, odeio ficar com fome. A olho rapidamente ela estava encolhida no banco e com os braços cruzados. Sorrio olhando a estrada.

Podemos comer algo antes de ir... Pra onde quer ir? Apertos os dedos no volante.

Tem um lugar que não vou desde os 10 anos, posso te levar lá se quiser. Ela apoia o pé no banco, já dentro da cidade paro de frente uma lanchonete.

Vou pensar, tenho medo de você tentar me matar ou abusar da minha virgindade. Começo a rir. Você é engraçada Catherine Blount Matteo. Murmuro descendo do carro.

Para de ser babaca se não eu vou te matar. Ela fala um pouco alto e fecha a cara batendo à porta do carro, ligo o alarme do mesmo e vou entrando na lanchonete ao lado de Catherine.

Eu sou assim é o melhor que você vai achar hoje para te acompanhar. Caminho até o balcão e me sento ao lado dela nos banquetes.

O que a senhorita vai comer? Fixo meu olhar em Catherine.

Sanduíche, fritas e milk shake. Ela fala se direcionando a atendente.

Eu quero só o milk shake. Falo logo após Catherine. Então porque quis a minha companhia?

Eu não tenho amigos por enquanto você foi o máximo que consegui. Ela me encarava.

Porque tá me encarando? Ergo uma sobrancelha.

Você fica bem sem óculos, até parece um homem. Ela sorri de lado.

Verdade, você queria ver minha experiência sexual, agora eu sei porque quis sair comigo. Apoio meus pés no banco de Catherine a olhando sorrindo.

Como você consegue ser assim? Ela abaixa o olhar.

Assim como? Apoio meus dedos no queixo de Catherine e o pego fazendo ela me olhar.

Um babaca arrogante. Sinto ela dar um tapa na minha mão.

Eu só estou brincando. Arqueio as sobrancelhas me viro pra frente vendo a atendente trazer nossa comida.

Comemos em silêncio, logo que terminei fiquei olhando Catherine comer, sim ela estava comendo tudo junto.

Você estava com fome mesmo, ainda bem que te trouxe para comer se não iria me comer lá não sei onde.

Vai tomar no cu e para de me reparar comer. Ela diz com a boca cheia então abaixo a cabeça rindo baixo.

Sempre muito romântica. Sussurro.

Paguei a conta e voltamos para o carro.

Para que lado Catherine? Dou partida no carro.

Vai até a minha casa, continua reto mais 4 kms e vira para esquerda. Então ela apoia as mãos na barriga.

Como quiser. Acelero o carro e me concentro no caminho que Catherine disse.

Estaciono o carro perto de uma árvore com grandes raízes e saio do carro, estico as mangas do moletom e coloco meu óculos que estava no meu bolso.

Você vai me matar dentro desse mato? Abro a porta para Catherine descer.

Você descobriu meus planos. Ela mostra língua e passa por mim tirando meu óculos e entrando floresta dentro. Sem eles você parece macho. Então a vejo jogá-lo no meio do mato.

Catherine isso era meu! Passo a mão no cabelo caminhando atrás dela.

Disse bem, era seu, agora não é de ninguém. Ela olhou para trás e mandou beijo, juntei as sobrancelhas e continuei atrás dela em silêncio.

Logo chegamos em um barranco e ela sem parar o desceu sujando sua roupa, balancei a cabeça e fiz o mesmo, caminhamos por alguns minutos até chegar em uma cachoeira, então ela vira de frente para mim e eu bato meu corpo no dela.

Chegamos. Ela segura meus braços e me afasta.

Foi mal. Sorrio de lado.

Tiro meus tênis e me sento na pedra perdi d'água fico olhando a Catherine sentar ao meu lado.

Qual a história desse lugar? Apoio minhas mãos na areia e fico olhando para água cair.

 Aqui é calmo, ninguém sabe que existe, consigo parar e pensar. Ela sorri olhando para mim.

Então gosta de ficar sozinha e pensar? Nunca esperei isso de você. Coloco meus pés na água.

Sim eu gosto, as pessoas me cansam, minha vida me cansa as vezes.

Então ela se levanta e começa a se despir, arqueio as sobrancelhas.

Você quer assim, agora? Me levanto olhando o corpo de Catherine.

Quero o que menino. Ela bate na minha cabeça Vou entra na água.

Olho para o céu já dando sinal da noite. Desvio o olhar para Catherine entrando no poço que mantinha a água da cachoeira.

Você vai ficar aí? Ela apoia os braços nas minhas pernas.

Vou ganhar beijo se entrar? Apoio o queixo na palma da mão.

Não Miguel não vai ganhar beijo. Ela me fuzila com o olhar.

Então vou entrar pela bondade do meu ser. Me levanto e começo a me despir, coloco minhas roupas em um canto e pulo de uma vez na água.

Mergulho e nado até o outro lado do poço.

Porque me trouxe aqui? Observo Catherine de costas para mim.

Porque eu quis e já disse duas vezes que não tenho ninguém melhor para trazer.

Reviro os olhos ao ouvir o que ela diz, vou caminhando até ela e a viro de frente para mim.

Você não fez nenhuma questão de procurar outra pessoa para fazer amizade, ficou no meu pé. Acho que você está mentindo. Sorrio a provocando.

Você pode achar o que quiser, te trouxe aqui porque não tinha mais ninguém. Sua companhia é falta de escolha Miguel Seth Clair.

Encosto meu corpo contra o dela a apertando na pedra do barranco, deixo meus lábios próximos aos dela.

Você não sabe mentir Catherine Blount Matteo. Sussurro, deslizo os dedos por baixo de seu cabelo e o puxo levemente, me afasto e saio da água.

Por que você fez isso? Catherine sai da água parando na minha frente.

Fiz nada Catherine. Sussurro ajeito minha blusa, me abaixo e pego meu tênis.

Se veste pra gente ir embora, está tarde e não quero que seu pai me mate.

Catherine resmungou algo que não consegui entender enquanto ela se vestia fiquei observando o céu já estrelado, parece tão perto mas ao mesmo tempo tão longe. Fomos caminhando em silêncio Catherine estava brava comigo, o motivo não sei já que para ela eu era a falta de opção e para mim ela era uma amiga em potencial. Logo que entrei no carro e dei partida tentei quebrar o silêncio.

Não sou tão babaca como pensou. Sorrio de lado.

Não mesmo, você é bem pior um completo idiota. Ela murmurou estridente.

O que te faz pensar isso? Eu poderia ter ficado em casa fazendo coisas que gosto e estou acostumado a fazer, curtindo o meu aniversário, mas não, sai com você para podermos ser amigos. Isso me torna idiota? Parei em frente à casa dela.

Boa noite Miguel, não sei se poderemos ser amigos. Ela fechou a porta e entrou correndo antes que eu questionasse.

Garotas. Revirei meus olhos e continuei meu caminho até em casa.

Logo que cheguei, a casa estava silenciosa então subi direto para o meu quarto estava cansado demais para dar qualquer explicação a alguém. Logo que entrei tomei um banho rápido me vesti e deitei na cama, pelo cansaço do meu corpo peguei no sono rápido.


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